É ao nível das sociedades que integram o conjunto
das nações que se verifica uma organização mais complexa, mas que, em qualquer
dos casos: sejam grupos humanos em subdesenvolvimento; sejam comunidades
estruturadas para a vida real orgânica; sejam associações resultantes da
vontade dos indivíduos, existe sempre uma Autoridade, à qual os grupos estão
submetidos e representando aquela o interesse coletivo, tendo por função
realizar os fins sociais, na observância da sua especificidade.
A Autoridade e o Direito devem caminhar em perfeita
consonância, porque se para o cumprimento das normas jurídicas e, por
conseguinte, da ordem e disciplina públicas é necessária a intervenção da
Autoridade, e de seus agentes, ainda que numa perspetiva pedagógica, tolerante,
controlada, coerente e firme, não é menos verdade que o suporte fornecido pelas
normas jurídicas é imprescindível, para uma atuação legalista e legítima.
Seguramente que a legalidade deve preocupar-se com a eticidade, sem a qual
poderá redundar em tirania, em abuso de poder, em discriminação.
Se o Direito é uma consequência da sociedade
organizada, a Justiça resulta da aplicação do Direito nessa mesma sociedade,
nesta intervindo a Autoridade, como primeiro garante dos deveres, direitos,
liberdades e garantias dos cidadãos, por isso toda a sociedade que não se apoie
num estado Democrático de Direito e de Justiça, muito dificilmente poderá
progredir em harmonia, tranquilidade, segurança, paz e felicidade, na
construção de uma humanidade mais bondosa, mais interrelacionada, mais solidária,
enfim, mais justa.
O Agente da Autoridade deve solidificar as relações
“Eu-Tu” para uma ampliação do “Eu-Nós”, nunca esquecendo que a melhor
forma de homenagear o cidadão, o Outro, o Tu, é, precisamente, pedir-lhe a sua
colaboração, o seu saber, reconhecer-lhe o seu valor, os seus deveres, mas
também os seus direitos, como é óbvio. No fundo, e em observância do papel que
a cada um cabe, a verdadeira “máxima” que se deve ter presente é aquela que nos
diz: “Não faças aos outros o que não
queres que te façam a ti”.
É
para este projeto, para esta sociedade que se devem formar todos os cidadãos em
geral e, particularmente, aqueles que vão exercer uma determinada Autoridade.
Uma Autoridade que, verdadeiramente, comungue os valores do humanismo, da
compreensão, da tolerância e da firmeza, porque, afinal, todos os seus agentes,
provêm dos mais diversos estratos sociais: dos mais humildes e desfavorecidos,
aos económica e intelectualmente mais favorecidos.
Diamantino
Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente
do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal
Blog
Pessoal: http://diamantinobartolo.blogspot.com
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