domingo, 8 de dezembro de 2019

Processos Especiais da História


Podemos afirmar, com a maior segurança, que a história, para além de ser uma ciência e tal como quaisquer outros conhecimentos, verificáveis, reversíveis e dinâmicos, ela, parte do passado para o presente, sempre numa perspectiva da descoberta de factos novos que nos ajudem a melhor compreender os arquétipos do passado. Nesse sentido e com esse desiderato, analisemos os vários processos especiais da História:
 a) Investigação dos Documentos - Os factos passados chegam até aos dias contemporâneos através dos documentos que constituem o traço material daqueles factos sendo, posteriormente, efetuado um trabalho de heurística sobre os testemunhos, que consiste na sua recolha e investigação.
Os documentos podem apresentar-se sob três espécies: 1) Orais, que consistem nas lendas e tradições e se transmitem de gerações em gerações e, por vezes, estão na base de certos costumes; 2) Materiais, que encontram a sua máxima expressão nos monumentos, palácios, templos, túmulos, arcos e pontes, medalhas e moedas, selos, brasões e títulos; 3) Escritos, compostos por memórias oficiais, anais, cartas, ofícios, jornais, crónicas, biografias, inscrições em monumentos, entre outros.
Estes documentos ainda podem classificar-se em: diretos ou conscientes, quando elaborados com o objetivo de fazer História; indiretos ou inconscientes quando, pelo contrário, não lhes preside qualquer intenção histórica. Estes últimos são mais valiosos, porque oferecem mais garantia de veracidade dos factos que mencionam, precisamente por não terem sido elaborados com objetivos históricos.
Para o estudo dos documentos, muito têm contribuído as novas ciências ditas auxiliares da História, tais como a Arqueologia, Medalhística, Numismática, Paleografia, Epigrafia, Diplomática e a Filosofia, entre muitas outras.
b) A Crítica Histórica - Trata-se de outro processo da História que vem, precisamente, complementar o trabalho heurístico feito antes, e julgar do valor dos materiais recolhidos, a fim de determinar o seu significado exato. É um estudo metódico das fontes históricas, procurando a sua autenticidade, o valor do seu testemunho, exigindo discernimento e respeito, opondo-se, quer ao espírito cético, quer ao espírito crédulo.
Tradicionalmente é costume distinguir-se dois tipos de crítica: 1) Crítica Externa ou de Autenticidade, que examina a proveniência dos documentos: verdadeiros ou falsos, originais ou cópias; 2) Crítica Interna ou de Credibilidade ou de Autoridade, que avalia o grau de confiança que se pode dar ao documento, escrito ou material.
Esta divisão da crítica em dois tipos, não deve ser entendida como sendo um mais importante do que o outro, mas no sentido da sua complementaridade, porque os dois tipos da crítica, já referidos, são relevantes para o estudo dos documentos, muito embora se possa realçar o papel da Hermenêutica ou Crítica da Interpretação, através da qual se estabelece o sentido do documento, e precisa o que o seu autor disse ou quis dizer. A Hermenêutica é a ciência da interpretação das fontes em geral, mas com particular incidência sobre os documentos escritos.
c) A Síntese Histórica – Depois da análise, segue-se a síntese e esta compõe-se, essencialmente, de três aspetos fundamentais e que são: 1) Classificação ou agrupamento dos factos, o historiador procura dar uma ordem definitiva aos factos; 2) Interpretação dos factos, o historiador pesquisa os traços gerais e constitui grupos, esforçando-se por preencher as lacunas que se lhe depararem, através de raciocínios construtivos; 3) Explicação dos factos, o historiador visa o estabelecimento dos laços de causalidade.
O historiador tem de penetrar no encadeamento dos factos, porque nenhum facto histórico constitui a causa única e exclusiva do outro facto. A explicação da História consiste na descoberta, apreensão e análise.
A síntese procura, precisamente, apreender as ligações entre conjuntos significativos ou séries evolutivas, as conexões existentes entre as diversas ordens da realidade. A História é arte pelo seu esforço de reconstituição e exposição do passado, reclama do historiador sensibilidade, criação verbal, mestria de estilo claro, simples e concreto.
d) Filosofia da História – Para completar as abordagens do método histórico é necessário encarar o quarto e último processo especial, consubstanciado na Filosofia da História, pelo qual se obtém uma vista de conjunto, no sentido de passar de um conhecimento das causas e leis particulares para a determinação de leis gerais, que regulam o desenvolvimento da humanidade ou, pelo menos, a evolução de um povo. Pretende descobrir o sentido ou a direção e o significado da evolução humana.
A Filosofia da História procura descobrir o que há de comum e essencial nos diversos factos históricos, é como que uma preparação da Sociologia, ou então um trabalho puramente filosófico que procura fornecer e interpretar as razões que orientam a evolução da humanidade, no seu fluir constante.



Com o protesto da minha perene GRATIDÃO

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

TÍTULO NOBILIÁRQUICO DE COMENDADOR, condecorado com a “GRANDE CRUZ DA ORDEM INTERNACIONAL DO MÉRITO DO DESCOBRIDOR DO BRASIL, Pedro Álvares Cabral” pela Sociedade Brasileira de Heráldica e Humanística  http://www.minhodigital.com/news/titulo-nobiliarquico-de

COMENDADOR das Ciências da Educação, Letras, Cultura e Meio Ambiente Newsmaker – Brasil

TÍTULO HONORÍFICO DE EMBAIXADOR DA PAZ pelos «serviços prestados à Humanidade, na Defesa dos Direitos as Mulheres. Argentina»

DOCTOR HONORIS CAUSA EN LITERATURA” pela Academia Latinoamericana de Literatura Moderna y la Sociedad Académica de Historiadores Latinoamericanos.


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