A História atual não é elaborada como o foi no
passado mais remoto em que, começando por meros apontamentos de caráter
particular, e em certa medida focando factos individuais, descreveu, também,
vidas de pessoas, ações de pequenos grupos da aristocracia e um ou outro
acontecimento natural.
A História, ao longo da sua própria cronologia,
beneficiou de grande evolução, quer quanto ao objeto do seu estudo, quer no que
se refere à metodologia que tem vindo a implementar. Os factos históricos são,
portanto, os elos da sua infinita cadeia, episódios que estão relacionados com
a vida do homem, cujos vestígios ainda hoje se podem encontrar sob vários
aspetos, desde o testemunho oral, escrito, ao objeto, aparentemente, mais
insignificante.
O documento histórico nem sempre foi analisado com
objetividade, coerência e imparcialidade, mas quantas vezes manipulado,
deformado ou ignorado, desde que isso beneficiasse os grupos minoritários, ou
as pessoas consideradas mais importantes, em termos sócio-económicos.
É certo que a História depende muito do
historiador, que a pode elaborar, praticamente, a seu belo prazer ou ao serviço
de quem melhor o remunere, porque o facto histórico não pode ser objeto de
experiência, e como tal não se repete, dele restando os testemunhos que, sob
várias formas, chegam ao conhecimento do historiador.
Os factos históricos são originais e únicos, porque jamais se repetem em
idênticas condições de espaço, tempo e circunstâncias, não podendo ser
estudados em grupos, mas cada um de “per si”, não conduzindo, por isso, ao
estabelecimento de leis fixas e genéricas. É impossível repetir-se, da mesma
forma, a segunda Guerra Mundial.
De uma maneira geral, as ciências fundamentam-se nos factos, enquanto que
a História se apoia nos documentos, sem os quais não é possível, mas, tal como
as ciências experimentais, a História também é uma ciência, em sentido amplo,
porquanto tem o seu próprio método e objeto de estudo, pelos quais procura
firmar-se. O seu objeto são os factos históricos e o método que utiliza é o
intuitivo, compreendendo diversos processos, tais como a investigação dos
documentos, crítica histórica, síntese histórica, e finalmente, filosofia da
história.
Venade/Caminha – Portugal, 2019
Com
o protesto da minha perene GRATIDÃO
Diamantino
Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente
do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal
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