domingo, 1 de dezembro de 2019

A História Face às Outras Disciplinas


A História atual não é elaborada como o foi no passado mais remoto em que, começando por meros apontamentos de caráter particular, e em certa medida focando factos individuais, descreveu, também, vidas de pessoas, ações de pequenos grupos da aristocracia e um ou outro acontecimento natural.
A História, ao longo da sua própria cronologia, beneficiou de grande evolução, quer quanto ao objeto do seu estudo, quer no que se refere à metodologia que tem vindo a implementar. Os factos históricos são, portanto, os elos da sua infinita cadeia, episódios que estão relacionados com a vida do homem, cujos vestígios ainda hoje se podem encontrar sob vários aspetos, desde o testemunho oral, escrito, ao objeto, aparentemente, mais insignificante.
O documento histórico nem sempre foi analisado com objetividade, coerência e imparcialidade, mas quantas vezes manipulado, deformado ou ignorado, desde que isso beneficiasse os grupos minoritários, ou as pessoas consideradas mais importantes, em termos sócio-económicos.
É certo que a História depende muito do historiador, que a pode elaborar, praticamente, a seu belo prazer ou ao serviço de quem melhor o remunere, porque o facto histórico não pode ser objeto de experiência, e como tal não se repete, dele restando os testemunhos que, sob várias formas, chegam ao conhecimento do historiador.
Os factos históricos são originais e únicos, porque jamais se repetem em idênticas condições de espaço, tempo e circunstâncias, não podendo ser estudados em grupos, mas cada um de “per si”, não conduzindo, por isso, ao estabelecimento de leis fixas e genéricas. É impossível repetir-se, da mesma forma, a segunda Guerra Mundial.
De uma maneira geral, as ciências fundamentam-se nos factos, enquanto que a História se apoia nos documentos, sem os quais não é possível, mas, tal como as ciências experimentais, a História também é uma ciência, em sentido amplo, porquanto tem o seu próprio método e objeto de estudo, pelos quais procura firmar-se. O seu objeto são os factos históricos e o método que utiliza é o intuitivo, compreendendo diversos processos, tais como a investigação dos documentos, crítica histórica, síntese histórica, e finalmente, filosofia da história.


Venade/Caminha – Portugal, 2019

Com o protesto da minha perene GRATIDÃO

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

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