domingo, 23 de agosto de 2020

Será útil revelar a opinião?

No passado dia 16 de fevereiro comemorei o décimo segundo aniversário da minha participação, ininterrupta, com a publicação de trabalhos de reflexão pessoal sobre variadíssimos temas que considero atuais. Trata-se, na minha modesta opinião: de um humilde contributo, visando expor o meu pensamento sobre assuntos que me preocupam; outros, que me dão muito prazer; outros, ainda, para divulgar a inteligência de grandes mestres universais, com os quais muito teremos de aprender, ao longo das nossas vidas.

Já lá vão mais de seiscentas e quarenta e nove semanas, a que correspondem mais de mil artigos: investigados, pensados, escritos e divulgados através de diversos órgãos de comunicação social, seja em suporte de papel, seja nas redes sociais digitais, lidos nos quatro cantos do mundo, por centenas de portugueses emigrantes, mas também, não haverá dúvida, por milhões de falantes da Língua de Camões.

Penso, com toda a sinceridade, que a lusofonia terá muito a ganhar com estes contributos, por isso: é meu dever manifestar a minha gratidão a todos os leitores que paciente e tolerantemente, me têm lido; depois, expressar o meu reconhecimento aos responsáveis pelos órgãos de comunicação, com destaque para Portugal, Brasil, Canadá, França e Bélgica.

Ao longo destes mais de doze anos, já foram ultrapassados, sem qualquer dúvida, mil temas sobre diversificados assuntos, expostos pública e mundialmente, principalmente através deste poderoso meio que é a internet. A vontade de contribuir para um mundo melhor, pela implementação dos valores mais naturais e legítimos, como a vida, a saúde, o trabalho, a amizade, a lealdade, a solidariedade, a confidencialidade entre amigos, a paz, enfim, a felicidade, têm estado sempre presentes.

Em nenhuma circunstância, como de resto já foi referido, em outros momentos, neste mesmo espaço, esteve na mente do autor qualquer intenção de magoar, ofender ou prejudicar quem quer que seja. Sempre se respeitaram as opiniões, as posições, os princípios, os valores, as convicções e atitudes das pessoas, mesmo, quando elas não concordavam com o pensamento exposto.

O trabalho desenvolvido ao longo destes mais de doze anos é extremamente gratificante do ponto de vista ético-moral, espiritual, de realização literária. Materialmente, é bem sabido que não foram auferidos quaisquer benefícios remuneratórios, nem esse objetivo, alguma vez se colocou.

É oportuno tecer, neste contexto, um justo comentário de agradecimento muito especial: a todas as pessoas que, na qualidade de minhas formandas, consultaram, com assiduidade, os meus artigos, e, posteriormente, nas sessões de formação me colocarem as suas dúvidas, suscitarem o debate aberto, democrático e muito produtivo para todos.

A somar a esta informação, que fui colhendo ao longo dos anos, outras me chegaram, de diversos quadrantes políticos, religiosos, sociais, estatutários, institucionais, provenientes das mais diferentes origens económicas e etárias. O enriquecimento cultural, a todos os títulos, que resultou para o autor é, por si só, impagável e estimulante, para prosseguir neste rumo, pelo menos enquanto me forem dadas condições para continuar a divulgar as minhas ideias.

Este projeto, que classifico de “Cidadania Participativa”, no domínio das Ciências Humanas e Sociais: Filosofia, Ética, Axiologia, Direitos Humanos, Política, Religião, Sociologia, História, entre muitos outros domínios do conhecimento, naturalmente que está permanentemente a ser alimentado com: o reforço da investigação científica; a  atualização em função do novo Acordo Ortográfico; o desdobramento de algumas reflexões mais longas; a adaptação dos títulos nas reflexões desdobradas e republicação pelos diversos órgãos com quem trabalho.

Como facilmente se infere, trata-se de um desígnio, iniciado, portanto, há vários anos, que, por sua vez tem possibilitado o aparecimento de algumas oportunidades para, ao longo do tempo, tais reflexões serem compiladas em catorze livros, de autoria própria, sessenta e uma antologias, em coautoria com escritores portugueses, angolanos, brasileiros, cabo-verdianos, guineenses, moçambicanos e são-tomenses e timorenses, conquistando diversos prémios simbólicos e homenagens literárias.

Sem falsa modéstia, afigura-se que o balanço do trabalho já realizado é, francamente, positivo, justamente, porque, tratando-se, embora, de um humilde contributo para a “Cidadania Participativa”, tem concorrido para que muitas pessoas, inseridas em processos de educação/formação tenham acesso a ideias, eventualmente, diferentes das suas, perspetivas pessoais de olhar a vida, a sociedade e o mundo.

O balanço é positivo, também pelos comentários que são feitos diretamente ao autor, naturalmente que: uns, concordando; outros, discordando; outros, ainda, sugerindo diferentes alternativas. Com todos eles, muito se aprende, se enriquece e se desenvolve o pensamento, evitando-se, desta forma, o dogmatismo que estigmatiza, quem o utiliza e defende, sem possibilidade de abertura aos outros.

A adaptabilidade e a flexibilidade às novas formas de posicionamento na sociedade, aos sentimentos, valores, princípios e condutas dos que connosco convivem, no dia-a-dia, às Instituições com as quais trabalhamos, e/ou das quais nos servimos, para a resolução dos nossos problemas, cada vez mais complexos, são, atualmente, qualidades e capacidades que se podem e devem desenvolver, justamente, através de muita leitura, da troca de opiniões, da aceitação democrática do pluralismo das ideias, enfim, do exercício das boas-práticas cívicas.

É incontestavelmente desaconselhável que pessoas, grupos, comunidades, e instituições se fechem em si próprias. Ninguém é totalmente autónomo, por muita riqueza material que possua, por imensos conhecimentos que tenha, pela eventual influência que consiga mover a quaisquer níveis, até porque, ninguém é dono da verdade e, muitas situações que hoje são verdadeiras, amanhã deixam de o ser.

Hoje primeiro quarto do século XXI: a PARTILHA é a palavra de ordem; os valores da Solidariedade, da Lealdade, da Reciprocidade, da Confidencialidade entre as pessoas que se querem bem, do Respeito, da Dignidade e da Espiritualidade, entre outros; os sentimentos da Amizade, no tal contexto de um verdadeiro “Amor-de-Amigo”; do Carinho, da Estima, da Consideração, da Esperança e da Salvação; o posicionamento que resulta dos Saber-ser, Saber-estar, Saber-fazer e do Saber-conviver-com-os-outros, são fundamentais, para que o ser humano tenha uma existência compatível com a sua superior dignidade, enquanto ser criado à imagem e semelhança do seu CRIADOR, para quem acredita num Ente Supremo e Absoluto, DEUS.

Partilhar, com justiça, com amor, com alegria, com esperança, não com a exigência, da reciprocidade, embora não a subestimando, pode conduzir-nos à Paz e à Felicidade. Neste sentido, pretendo conduzir este projeto, isto é, que a partir dele, possamos viver com Saúde, Amizade, Educação, Trabalho, Paz e Felicidade, sempre na Graça de DEUS.

 

Venade/Caminha – Portugal, 2020

Com o protesto da minha perene GRATIDÃO

 

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

 

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