Na obra “Genealogia da Moral”, o texto filosófico: não é só significado e valor, linguagem e conceitos, construções e refundições filosóficas; mas também uma leitura, um jogo de palavras, um conjunto de nomes dos quais sobressai o de “ser”, cujo conceito «se pode instituir como verdade sem condição, como significado eterno de princípio, causa, verdade, fundamento», (cf. NIETZSCHE, 1976, “Genealogia da Moral”) validado pelo discurso metafísico.
Nietzsche lê no conceito
de “ser” uma complexa rede de metáforas, de crenças, de postulados, sistema
coerente, mas incontrolado de interpretações, e aqui, uma vez mais, a função
linguística que, afinal, contribui para provar que o homem: tem desconhecido
inteiramente; e aplicado falsamente, a natureza.
Os erros que se verificam
na perspetiva idealista, encontram-se, igualmente, na orientação cartesiana,
porque o “cogito” fornece, um resumo, o modelo geral dos enunciados
metafísicos, na medida em que estes representam a confusão do ativo e do
passivo, da gramática e do discurso filosófico. “O cogito é a falsificação da hipótese do sujeito físico”
A leitura do cogito é o: «sintoma de força e da pregnância das
ficções na discursividade metafísica. O cogito lido numa perspectiva
genealógica, constitui os indícios seguros de um pôr em causa do sujeito que se
torna necessário procurar fazer, realizar e levar a seu termo do modo mais
radical, revelando a problemática geral do sinal e da relação
filosofia/gramática.» (Ibid.).
Nietzsche entende que o idealista
está numa posição de negatividade quanto aos aspetos sócio-materiais, na medida
em que possuindo todas as grandes noções, se joga contra a ciência, o conforto,
as honrarias, que considera forças perniciosas, acima das quais o “espírito plana na pura ipseidade”.
Assim, tudo se passa como
se o idealismo ao utilizar complexas tramas metafóricas, tivesse apagado, por
completo, os seus indícios. A usura metafórica, como efeito consequente dos
procedimentos do idealismo e, por via disso, esclarecer a cumplicidade, atacar,
através de uma escrita indireta e subversiva, os poderes ocultos da metáfora, a
riqueza inexplorada do significante, não dominado por um significado-valor
É pela metáfora que
Nietzsche descreve a verdade da perspetiva idealista, ou seja: «as verdades são ilusões que esquecemos que
o são, metáforas gastas e sem poderes sensíveis, uma moeda cuja efígie se
apagou e que já só tem interesses como metal» (Ibid.).
É, portanto, e uma vez
mais, o problema da língua que é tomado em consideração pela genealogia, e a
deformação de um texto assemelha-se a um assassínio, porque suprime os seus
vestígios. A perspetiva genealógica terá como consequências: marcar a rutura
histórica, da qual tais processos constituem contragolpes.
A arte incomparável de ler
bem já estava fixada na cultura antiga, condição prévia da tradição cultural: «Os métodos são o essencial e o mais difícil,
e aquilo que tem durante mais tempo contra si os hábitos e as preguiças»
(Ibid.)
GLOSSÁRIO
Cartesiano
– «Consiste na pesquisa da verdade, com
relação a existência dos "objetos", num de um universo de coisas
reais. O método cartesiano está apoiado no princípio de jamais acreditar em
nada que não tivesse fundamento para provar a verdade. Com essa regra não
aceitara o falso por verdadeiro e chegará ao verdadeiro conhecimento de tudo.»
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Cartesianismo)
Ipseidade – «Carateriza o indivíduo
nele mesmo. Ela toma toda sua importância nas doutrinas onde a natureza
universal é primeira, o que impõe a questão da individuação (escotismo). Na
fenomenologia, a ipseidade carateriza o «Dasein» em sua existência
ou seu ser-no-mundo antes da constituição do eu
como sujeito.» (J. BAIARD).
(http://www.sophia.bem-vindo.net/tiki-index.php?page=Ipseidade)
Metáfora – «Figura de linguagem que consiste na transferência
da significação própria de uma palavra para outra significação, em virtude de
uma comparação subentendida. Quando se diz "Ele é uma raposa",
emprega-se uma metáfora, isto é, usa-se o nome de um animal para descrever um
homem que possui uma qualidade: astúcia, que é própria do animal raposa.» (http://www.dicio.com.br/metafora/)
Pregnância – «É um
conceito desenvolvido pela psicologia da forma. Por pregnância das formas,
entende-se pela qualidade que determina a facilidade com que percecionamos
figuras. Percebemos mais facilmente as boas formas, ou seja, as simples,
regulares, simétricas e equilibradas.» (http://pt.wikipedia.org/wiki/Boa_forma)
Bibliografia
NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm, (1976). A Genealogia da Moral. 3ª
Edição. Tradução, de Carlos José de Meneses. Lisboa: Guimarães & Cª Editores
GRATIDÃO. «Proteja-se. Vamos vencer o vírus. Cuide de
si. Cuide de todos». Cumpra, rigorosamente, as instruções das autoridades
competentes. Aclamemos a vida com Esperança, Fé, Amor e Felicidade. Acreditemos
nos investigadores, na Ciência, na tecnologia e instrumentos complementares. Estamos
todos de passagem, e no mesmo barco. Tenhamos a HUMILDADE de nos perdoarmos uns
aos outros. Alimentemos o nosso espírito
com a ORAÇÃO e a bela música.
Brasil
https://youtu.be/Z7pFwsX6UVc
Portugal
https://youtu.be/DdOEpfypWQA
Venade/Caminha –
Portugal, 2020
Com o protesto da minha
permanente GRATIDÃO
Diamantino
Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente do
Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal
NALAP.ORG
http://nalap.org/Directoria.aspx
https://www.facebook.com/diamantino.bartolo.1
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