Ainda no início do século XXI, mas já na segunda
década, numa Europa milenar de cultura, tradições, valores e detentora de uma
civilização, que se tem pretendido humanista, assente nos pilares da Democracia,
do Direito e do Cristianismo vive-se, todavia, uma situação preocupante, pelo
menos em alguns países, nestes se incluindo Portugal.
O nosso
país, apesar de pobre, é constituído por um povo humilde, trabalhador, honesto
e educado, uma população frequentemente sacrificada, submetida que tem sido, às
mais cruéis desfeitas, a principal das quais, a perda de quase tudo o que ao
longo de vidas de trabalho, poupanças, impostos em cima de impostos, foi,
durante alguns anos, despojada de direitos e até do próprio património
material, se não cumprisse as leis injustas que foram, insensivelmente,
impostas, reconhecidas como tais, pelas mais altas instâncias dos Poderes: uns
estranhos à nossa situação e outros, paradoxalmente, dentro da nossa própria
“casa”
Os crentes católicos vivem uma quadra festiva,
festejam a Ressurreição de Cristo, cuja vida de sofrimento, de bem-fazer, de
amor pelo seu povo, pela intransigência na defesa dos mais fracos O levou à
morte, desumana e violenta, tal como fizeram com os Portugueses, durante um
certo período de tempo.
A vida de Cristo, ainda que interpretada no
contexto simbólico, não deixa de ser um exemplo, pelo padecimento a que esteve
sujeito, pelas humilhações por que passou e, não obstante a crueldade dos seus
adversários e algozes, a todos perdoaria e ressuscitaria em glória, com
dignidade e com uma mensagem de esperança, na salvação da humanidade.
O exemplo de Cristo, hoje mais do que nunca, deverá
constituir uma referência universal, independentemente de quaisquer ideologias
políticas, religiosas, económicas, financeiras e tantas outras. A filantropia
que a sua vida demonstrou, deveria ser um incentivo para toda a humanidade, no
sentido da recuperação da dignidade, que é um valor essencial de toda a pessoa
humana.
Com efeito, a dignidade, em muitos setores da
atividade humana, mais parece um valor utópico, que terá sido ignorado pela
enormidade e colossal humilhação, que foi infligida aos cidadãos e, por isso
mesmo, é tempo de “ressuscitar” a respeitabilidade que foi brutalmente afastada
dos primordiais princípios, valores, sentimentos, deveres direitos cívicos.
Páscoa, tempo de reflexão, de realinhamento de
políticas, de dignificação das pessoas, de instituir um pouco mais de
humanismo, porque há muito mais vida para além de mercados, de dívidas públicas
e soberanas, de sacrifícios desumanos, de negação de direitos, pagos e
adquiridos. Muitos Portugueses já percorreram o longo e espinhoso calvário da
austeridade, já foram mortos nos seus direitos, já perderam muitos dos seus
bens, mitos passaram a viver na rua e têm dificuldade em manter a esperança na
ressurreição da própria dignidade humana. É urgente dar-lhes uma nova
oportunidade, uma renascida esperança.
É tempo de se enaltecer a simbologia deste período
que, justamente, nos transmite uma mensagem de alegria, de possibilidade de
recuperação de princípios, valores e direitos perdidos, ignorados e/ou,
simplesmente, retirados, injustamente. É um tempo em que permite pensar-se,
adequadamente, sobre o papel que cada pessoa tem de desempenhar neste mundo, e
nesta vida, porque, tal como Cristo, um dia, eventualmente, mais depressa do
que se pensa, tudo acaba, ficam apenas as memórias das boas e más ações que se
praticaram.
E se o Natal é tempo de Família, de união, de uma vida
diferente, justamente, a partir do nascimento de Cristo: a Páscoa é o
significado dessa mesma vida, de uma Pessoa que a colocou ao serviço dos seus
discípulos, do seu povo, da humanidade; que a ofereceu, generosa e sofridamente
a esse mesmo povo, sabendo, contudo, que a recuperaria com esplendor, glória e
dignidade.
Na Ucrânia, aldeias, vilas e cidades já
foram praticamente destruídas. Centenas de milhares de pessoas: mulheres,
crianças, jovens, idosas e até animais de estimação, foram dizimadas pelos
bombardeamentos russos. Os nossos irmãos não têm as mínimas condições para
desfrutarem de algum conforto, porque; a fome grassa, a água, os alimentos, a
eletricidade e as infraestruturas já não satisfazem as populações. Celebremos,
em ato de solidariedade, para com o povo Ucraniano, a nossa Páscoa, com a
alegria possível, mas os olhos postos naquele martirizado país. GLÓRIA À
UCRÂNIA.
Alimentemos o nosso espírito com a ORAÇÃO e a bela música:
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=924397914665568&id=462386200866744
https://www.youtube.com/watch?v=Aif5s90rxoU
https://youtu.be/DdOEpfypWQA https://youtu.be/Z7pFwsX6UVc
Venade/Caminha – Portugal, 2022
Com o protesto da minha permanente
GRATIDÃO
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente do Núcleo Académico de Letras
e Artes de Portugal
Venade/Caminha – Portugal, 2022
Com o protesto da minha permanente
GRATIDÃO
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
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