A evolução científico-tecnológica em, praticamente,
todos os domínios, é já um facto incontestável: seja para o bem; ou para o mal,
contudo, desejavelmente, como toda a gente prefere, que seja para melhorar as
condições de vida das pessoas, onde entrem, igualmente a: saúde, trabalho,
distribuição equitativa das riquezas naturais, justiça, entre outros bens, tão
necessários a uma humanidade que, em muitas partes do mundo, continua a passar
mal, inclusive: doenças, atentados, miséria, fome e morte.
Enquanto não se realizar um reordenamento da
redistribuição das riquezas, obviamente, segundo o mérito, as necessidades e as
disponibilidades de cada pessoa, para participar no processo produtivo, porque
quanto às riquezas naturais é sabido que: «Os
bens da terra têm um destino universal, devendo, portanto, ser equitativamente
repartidos de modo a que não se verifiquem situações de desequilíbrio e seja
permitido a todos prover a si próprios, vivendo com dignidade.» (PAPA
FRANCISCO, 2016:11).
A conjugação da defesa de interesses legítimos,
justos e legais, com a superação das necessidades, em vários setores da criação
universal: animal, vegetal e mineral, classicamente assim ordenada, é uma
condição essencial para que se atinja uma harmonia e equilíbrio mínimos.
Se Mulheres e Homens quiserem, é possível
reconstruir um mundo e, consequentemente, uma vida melhor para todos os
habitantes da Terra, desta Casa Ecuménica, quantas vezes maltratada, em
circunstâncias e com objetivos inaceitáveis, face aos valores que devem
cimentar uma civilização milenar, no entrelaçamento de culturas: tão
diferentes; quanto ricas em conteúdos e que tão bem se complementam.
Hoje, aliás, como sempre, há a obrigação
indeclinável de tudo se fazer para se conseguir uma vida melhor, em todos os
reinos conhecidos na Terra: animal, vegetal e mineral, porque em benefício da
humanidade está-se a desenvolver a ciência e a tecnologia, a um ritmo jamais
conseguido.
Em boa verdade: «A
ciência e a tecnologia põem nas nossas mãos um poder sem precedentes: é nosso
dever, em relação à humanidade inteira e, em particular, em relação aos mais
pobres e às gerações futuras, utilizá-lo para o bem comum. Será que a nossa
geração conseguirá “ser lembrada por ter assumido com generosidade as suas
graves responsabilidades”?» (Enc. Laudato Si’, 165). Mesmo entre as numerosas
contradições do nosso tempo, temos razões suficientes para alimentar a
esperança de conseguir fazê-lo. E devemos deixar-nos guiar por essa esperança»
(Ibid.:38).
Quem pensar que pode viver à margem, ou, pior do que
isso, maltratando o meio ambiente, certamente que está a colaborar com aquelas
pessoas, organizações e entidades que, essas sim, denotam a estratégia do “quanto pior, melhor”. Há espaço para
todos os seres vivos e/ou inanimados, todos eles têm a sua função neste planeta
e, quaisquer deles, são necessários para o equilíbrio e o bem comum.
É cada vez mais importante, fundamental e urgente,
que os diversos detentores dos domínios: científico, tecnológico, político,
religioso, financeiro, económico, empresarial e cultural, entre outros, deem as
mãos, no sentido de congregarem sinergias, ao nível dos: conhecimentos,
experiências e projetos, orientados para a dignificação desta casa terrestre,
que é de todos.
A globalização que se vem verificando, em um número
cada vez maior de atividades e setores de intervenção, também deve envolver-se
na proteção da criação, especialmente do ambiente, porque: «É fundamental buscar soluções integrais que considerem as interações
dos sistemas naturais entre si e com os sistemas sociais. Não há duas crises
separadas: uma ambiental e outra social; mas uma única e complexa crise
socioambiental. As diretrizes para a solução requerem uma abordagem integral
para combater a pobreza, devolver a dignidade aos excluídos e, simultaneamente,
cuidar da natureza.» (Ibid.:44).
A influência decisiva da pessoa humana, em todo o
ecossistema, é um dado adquirido, apesar de ainda não ser possível controlar
todas as variáveis que interferem no planeta que habitamos, nomeadamente:
aquelas que, conjugadamente entre si, e/ou isoladamente, provocam catástrofes
de consequências imprevisíveis e, quantas vezes, irreparáveis, como as que se
verificam com a ocorrência de sismos, vulcões, tsunamis, incêndios, enchentes e
tempestades.
É verdade que a pessoa decide em muitas, cada vez em
mais situações, consegue prever, a nível de várias atividades, o que poderá
acontecer perante um conjunto de elementos conhecidos e, neste contexto, ao
nível da saúde, da química, da biogenética, como também, na grande maioria dos
domínios da ciência e da tecnologia, porque a evolução destas áreas do
conhecimento não conhece limites: seja para o bem; seja para o mal.
Há, todavia, uma dimensão que necessita de constante
melhoria, que se relaciona com as relações humanas, e o seu enquadramento nas
instituições que, em todos os setores de atividade são necessárias, na medida
em que: «Dentro de cada um dos níveis
sociais e entre eles, desenvolvem-se as instituições que regulam as relações
humanas. Tudo o que as danifica comporta efeitos nocivos, como a perda de
liberdade, a injustiça e a violência. Vários países são governados por um
sistema institucional precário, à custa do sofrimento do povo e para benefício
daqueles que lucram com este estado de coisas.» (Ibid.:45).
Em boa parte, muitos dos conflitos que continuam a
atormentar a humanidade, ficam a dever-se a interesses de vária ordem, quase
sempre no sentido do exercício de um qualquer poder, de uma estratégia pessoal,
de grupo, nacional ou mundial, para daí se retirarem vantagens, nem sempre
legítimas, justas e legais, ao ponto de, em certas circunstâncias, “valer tudo, ou quase tudo”.
Neste primeiro quarto do século XXI, há quem recorra
aos mais hediondos negócios, e/ou em tristes e deploráveis entretinimentos,
desde a: pedofilia, pornografia, prostituição, orgias, tráfico de seres e
órgãos humanos, droga, armas, entre outras infelizes e aberrantes intervenções,
utilizando os mais sofisticados meios de instrumentalização e comunicação.
É sabido que:
«O consumo de drogas nas sociedades opulentas provoca uma constante ou
crescente procura do produto que provém de regiões empobrecidas, onde se
corrompem comportamentos, se destroem vidas e se acaba por degradar o meio
ambiente.» (Ibid.:46).
Os males que a sociedade atual enfrenta,
combatem-se, entre outros, com procedimentos axiológicos, isto é, com os
valores da solidariedade, da amizade, da lealdade, da justiça, da gratidão, da
participação e da humildade. Ninguém deve ser excluído desta “Casa-Comum”, porque em boa verdade: «Trata-se, obviamente, de um grande desafio
cultural, espiritual e educativo. Solidariedade, justiça e participação, para o
respeito da nossa dignidade e da criação.» (Ibid.:49).
Bibliografia.
PAPA
FRANCISCO (2016). Proteger a Criação. Reflexões sobre o Estado do Mundo. 1ª
Edição. Tradução, Libreria Editrice Vaticana (texto) e Maria do Rosário de
Castro Pernas (Introdução e Cronologia), Amadora-Portugal:20/20 Nascente
Editora.
Alimentemos o nosso espírito com a ORAÇÃO e a bela música:
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https://youtu.be/DdOEpfypWQA https://youtu.be/Z7pFwsX6UVc
Venade/Caminha –
Portugal, 2022
Com o protesto da
minha permanente GRATIDÃO
Diamantino
Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente do
Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal
NALAP.ORG
http://nalap.org/Directoria.aspx
https://www.facebook.com/ermezinda.bartolo
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