A dignidade da pessoa humana deveria ser um valor superior, sempre presente em todas as situações que envolvem as atividades: cívica, cultural, educacional, empresarial, económica, financeira, política, religiosa e social, entre outras, igualmente muito importantes.
As
condições de vida, no mundo contemporâneo, só podem melhorar quando houver
segurança nos sistemas de: saúde, trabalho, educação, direito, economia,
financeiro, no conjunto de diversas outras atividades societárias, que de resto
diferenciam e tornam “superior” a pessoa humana.
Atualmente,
primeiro quarto do século XXI, as certezas no que quer que seja, são poucas,
porque a vulnerabilidade das pessoas, a instabilidade nas instituições, ocorre
frequentemente e, o próprio Estado, também ele, nem sempre se afirma com
solidez suficiente, para enfrentar as diferentes crises que, normalmente,
afetam mais quem depende, em regime transitório, de um qualquer sistema, de
leis instáveis e de outrem que, por vezes, é insensível à precariedade de
milhões de pessoas, algumas delas, sem quaisquer outros recursos que não seja a
sua mão-de-obra, vendida, com alguma frequência e triste normalidade, a preços de “saldo”, ou seja, por um salário
mínimo que mal chega para uma renda de casa, alimentação insuficiente e de
fraca qualidade, vestuário inadequado
para certas épocas do ano e alguma medicação.
Com
efeito: «não podemos esquecer que a maior
arte dos homens e mulheres do nosso tempo vive o seu dia a dia precariamente,
com funestas consequências. Aumentam algumas doenças. O medo e o desespero
apoderam-se do coração de inúmeras pessoas, mesmo nos chamados países ricos.»
(PAPA FRANCISCO, 2016:53).
É
verdade que nem tudo está errado, os avanços técnico-científicos continuam a
proporcionar significativas melhorias nas condições de vida das pessoas, mas
também se reconhece que, em muitos domínios da alta tecnologia, os equipamentos
cada vez mais sofisticados e multifuncionais, remetem para o desemprego, em
todo o mundo, milhões de pessoas, uma parte das quais sem qualquer apoio
substancial e permanente, por parte das entidades responsáveis, gerando uma
terrível insegurança e, em muitas situações, miséria e suicídios.
Sabe-se
que o tempo em que um emprego era vitalício, realmente, já passou. Grande parte
das doenças, que há algumas décadas se consideravam incuráveis, também pertence
ao pretérito, embora, e em contrapartida, tenham surgido outras, bem mortíferas
e contra as quais os cientistas continuam, louvavelmente, a trabalhar, sem cessar.
Tudo isto é, verdade, assim o entendemos.
O
equilíbrio entre o bem e o mal é muito difícil de se estabelecer, como a erradicação:
das doenças, da fome, da droga, da guerra, do terrorismo, também poderá ser uma
utopia, contudo, se nada se fizer contra um certo estado de situações, então,
eventualmente, caminhar-se-á para pior, porque os interesses individuais,
grupais, nacionais e internacionais, sobrepõem-se a uma ética da solidariedade,
esta aqui considerada como valor supremo que ajudará a vencer muitas injustiças
e descartes.
Em bom
rigor: «É necessário hoje, como nunca,
que nos eduquemos para a solidariedade, que sejam redescobertos o valor e o
significado desta palavra tão incómoda, e muitas vezes desprezada, e fazer com
que ela se torne uma atitude fundamental nas escolhas a nível político,
económico e financeiro, nas relações entre pessoas, povos e nações. Só sendo
solidários de maneira concreta, superando visões egoístas e interesses de
parte, é que poderemos alcançar o objetivo de eliminar as formas de indigência
causadas pela falta de alimentos.» (Ibid.:56).
Obviamente
que quem vive na precariedade, seja qual for a sua natureza: saúde, familiar,
emprego, salário, reforma, habitação, economia, educação/formação, entre outras
omissões que a sociedade impõe, certamente não terá uma vida tranquila, segura
e um futuro promissor e garantido, pelo contrário, terá uma existência indigna
da pessoa verdadeiramente humana.
Naturalmente
que toda a pessoa tudo deve fazer para
eliminar injustiças, reduzir a criminalidade, qualquer que esta seja,
desde aquela que atinge crianças
(pedofilia), jovens e adultos (pornografia, prostituição, comercialização de
órgãos e seres humanos), violência em toas as suas formas (física, psicológica,
escravatura, exploração do homem pelo homem, a partir de salários irrisórios,
precariedade, humilhação, deslealdade), até outras formas mais sofisticadas.
O mal,
em todas as suas vertentes, não pode ser definitivo, consolidado, pelo
contrário, deverá, primeiramente, ser precário e, numa fase mais evoluída da
racionalidade humana, e da ética do respeito, terá de ser radicalmente
eliminado, dando lugar ao bem que, por agora, parece instável, em muitas
situações, devendo caminhar para o seu aperfeiçoamento e estabilização, em
permanente melhoria.
Numa
perspetiva moderadamente otimista, convém recordar que: «A humanidade vive, neste momento, uma viragem histórica que podemos
constatar nos progressos que se verificam em vários campos. São louváveis os
sucessos que contribuem para o bem-estar das pessoas, por exemplo, no âmbito da
saúde, da educação e da comunicação.» (Ibid.:53).
Como
seria maravilhoso caminharmos sempre neste rumo de preocupações pelo bem-comum
e pelo bem-estar de cada pessoa, em particular; como seria fantástico que a
inteligência humana fosse, por uma Entidade qualquer, iluminada para o bem;
como seria desejavelmente concretizáveis os melhores projetos que visassem a
melhoria das condições de vida das pessoas, dos povos e das nações; enfim, como
seria sedutor alcançar a solidez na: solidariedade, amizade lealdade, humildade
e gratidão!
Possivelmente,
haverá uma melhora para as futuras gerações, contudo, não podemos ser ingénuos
porque: «A alegria de viver
frequentemente se desvanece; crescem a falta de respeito e a violência, a
desigualdade social torna-se cada vez mais patente. É preciso lutar para viver,
e muitas vezes viver com pouca dignidade. Esta mudança de época foi causada
pelos enormes saltos qualitativos e quantitativos, velozes e acumulados que se
verificam no progresso científico, nas inovações tecnológicas e nas suas
rápidas aplicações em diversos âmbitos da natureza e da vida. Estamos na era do
conhecimento da informação, fonte de novas formas de um poder muitas vezes
anónimo.» (Ibid.:53-54).
A
situação de precariedade em que vivem milhões de pessoas, só em Portugal, são
algumas centenas de milhares e, se se considerar todas as pessoas que estão num
patamar económico, que se designa por “limiar da pobreza”, então o número
eleva-se a quase dois milhões, o que equivale, aproximadamente, a dezassete por
cento da população, onde se destacam os desempregados, crianças, adolescentes e
idosos.
Esta
chaga social, que é a precariedade, obviamente que conduz a situações de
autênticos atentados à dignidade humana, aos mais elementares Direitos Humanos,
porque se gera a instabilidade, a insegurança, a escassez de recursos, a fome,
a miséria, o conflito e a morte prematura, até porque e em boa verdade: «É um escândalo que ainda haja fome e
subalimentação no mundo! Não se trata só de responder a emergências imediatas,
mas de enfrentar juntos, a todos os níveis, um problema que interpela a nossa
consciência pessoal e social, para chegar a uma solução justa e duradoura.
Ninguém seja obrigado a deixar a própria terra e o seu ambiente cultural pela
falta de meios essenciais de subsistência!» (Ibid.:55).
Numa
sociedade, em que tantos responsáveis por altos cargos nacionais e
internacionais proclamam, todos os dias, que é necessário tomarem-se medidas
para combater e eliminar determinados flagelos, a verdade, todavia, é que
continuam a existir muitas situações que são verdadeiros atropelos à
respeitabilidade da pessoa humana, o que, apesar de tudo, não invalida que se
reconheça alguns avanços na resolução de outros problemas, designadamente no
âmbito: da saúde, da educação, da alimentação, das tecnologias que vão
aliviando de esforços mais violentos, quem trabalha,.
Haverá,
contudo, fortes motivos para um otimismo moderado, para se acreditar num futuro
bem melhor. A esperança não deve morrer em nossas consciências, porque a
inteligência humana, tudo indica, não tem limites e, a esmagadora maioria dos
investigadores, cientistas e técnicos continuam a trabalhar para um mundo melhor,
para, paulatinamente, devolverem a dignidade plena a todas as pessoas.
Bibliografia.
PAPA FRANCISCO (2016). Proteger a
Criação. Reflexões sobre o Estado do Mundo. 1ª Edição. Tradução, Libreria
Editrice Vaticana (texto) e Maria do Rosário de Castro Pernas (Introdução e
Cronologia), Amadora-Portugal:20/20 Nascente Editora.
Apanhados
de surpresa, entre os fogos de uma guerra cruel, desumana e, a todos os
títulos, inaceitável, imploremos a Deus e aos homens, para que o sofrimento de
milhões de seres humanos, termine definitivamente. Tenhamos a HUMILDADE de nos
perdoarmos uns aos outros, porque o PERDÃO será o único “Valor Axiológico” que
deixaremos às Gerações Futuras. GLÓRIA À UCRÂNIA.
Alimentemos o nosso espírito com a ORAÇÃO e a bela música:
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=924397914665568&id=462386200866744
https://www.youtube.com/watch?v=Aif5s90rxoU
https://youtu.be/DdOEpfypWQA https://youtu.be/Z7pFwsX6UVc
Venade/Caminha –
Portugal, 2022
Com o protesto
da minha permanente GRATIDÃO
Diamantino
Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente do
Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal
NALAP.ORG
http://nalap.org/Directoria.aspx
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http://diamantinobartolo.blogspot.com
https://www.facebook.com/ermezinda.bartolo
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