domingo, 17 de novembro de 2024

AMOR, IMPLICA HONORABILIDADE.

 É, provavelmente, um dos sentimentos mais nobre, altruísta, rigoroso e exigente, que importa construir, alimentar, consolidar e preservar, principalmente, quando é verdadeiramente sincero, vivido com entusiasmo, alegria e felicidade total, entre aqueles que se amam, independentemente do estado civil, sem, contudo, se abdicar das convicções mais profundas, princípios, valores e outros emoções que, todavia, não colidam com os superiores desígnios, a que pode conduzir o amor, que, afinal é uma inebriante ventura para os apaixonados.

Quando duas pessoas se amam, ou até mesmo se gostam, verdadeira e incondicionalmente, é óbvio que devem adotar comportamentos recíprocos: de solidariedade, amor e/ou amizade, lealdade, cumplicidade, respeito, confiança mútua e comunhão de objetivos, para conseguirem uma vida feliz a dois, por isso, todos os cuidados serão poucos para garantir uma estabilidade duradoura, numa relação amorosa, ou de amizade, sem reservas nem complexos.

Um amor sincero, e/ou uma amizade verdadeira, entre duas pessoas, que realmente nutrem um desses sentimentos, uma pela outra, devem colocar a respetiva relação no topo das suas prioridades, eliminando tudo o que a possa prejudicar, incluindo, se necessário, determinado tipo de contactos, companhias, convívios, ou simples encontros de alegada cortesia e insinuada boa-educação.

Com efeito, a Probidade é uma arma poderosa para proteger uma relação de amor, ou de amizade, por exemplo, no matrimónio, de tal forma que: tanto a mulher como o homem, devem evitar, ou mesmo afastar-se de certas companhias, ou até de antigos e “prestáveis” amigos, principalmente quando tais pessoas têm um comportamento duvidoso, nos domínios da ética, da moral, da reputação pessoal, profissional e social, no seio da comunidade em que se integram.

O amor, também a amizade, quando verdadeiramente incondicionais, impõem regras, que por vezes originam: dor, mágoa, sofrimento e desilusão, mas também proporcionam imensa felicidade, bem-estar espiritual e uma grande serenidade, por isso, e quando assim é, vale a pena abdicar de certas situações que, determinadas pessoas nos podem causar, levando a um desconforto e comprometimento difíceis de explicar, perante a pessoa que nos ama, ou que gosta de nós e que, retribuímos com idêntica sinceridade e intensidade.

A título, meramente ilustrativo, elabore-se uma breve história: «Um homem ou uma mulher, casados, responsáveis por uma família, com filhos, que na ausência do outro cônjuge se encontra, em local fechado, na penumbra do espaço de uma casa, aí permanecendo horas e horas, sendo que um dos dois, poderá ser uma pessoa solteirona, supostamente muito “vivida” mas com reputação duvidosa.»

Numa situação destas, a pessoa que é casada, que diz amar o seu cônjuge, de certa forma estará a cometer uma grande leviandade, eventualmente, a colocar em perigo o seu próprio casamento, a envergonhar a sua família e, se tiver filhos, a humilhá-los e a estigmatizá-los, talvez para o resto da vida.

O amor inequívoco de uma mulher para com outra pessoa, como também a amizade, são incompatíveis com determinadas atitudes e situações, com o relacionamento com alegados “amigos” que, no seio da sociedade, e não só, têm uma vida depravada, de pornografia, talvez também de pedofilia, noitadas, prostituição, álcool, drogas e tudo o mais que uma “criatura-bestial”, possa adquirir ao nível dos maus hábitos e vícios. O mesmo vale para o homem casado, quando acompanha uma mulher com aquelas caraterísticas. Seguramente que o fim, a curto, médio ou longo prazos, não poderá ser bom

A sociedade de hoje é extremamente vulnerável e, simultaneamente, exigente e crítica, desde logo com o recurso às redes sociais, onde as pessoas colocam, indiscriminadamente, todo o tipo de imagens, frases, comentários, insinuações, “entrelinhas”, malevolamente direcionadas, atingindo, assim, valores essenciais da dignidade humana.

É possível, atualmente, através de rápidas investigações, ter-se uma ideia dos “gostos” e “preferências” das pessoas, mesmo que elas afirmem o contrário, isto é: quando declaram que o que escrevem, comentam e fotos que inserem, não corresponde ao que realmente elas são; outras dizem que as redes sociais servem para se divertirem, não para revelarem as suas personalidades, princípios, valores e sentimentos.

Então, se assim é, trata-se de pessoas “exibicionistas”, “engraçadinhas”, “levianas” “machistas” ou “feministas”, talvez uma tentativa de afirmação, porém, infelizmente, pela negativa, pelo nível educacional e cultural mais baixo que existe, pela falta de civismo e formação, por uma ausência de um carater reto, o qual implica respeito por quem frequenta tais redes e, principalmente pelos familiares e amigos, porque afirmar que só me “visita no meu perfil quem quiser” é um argumento de quem se julga no direito de divulgar tudo o que lhe apetece, porque as redes sociais são públicas, logo, o acesso é livre.

Ninguém ignora que nas pequenas comunidades, há um conhecimento, naturalmente, relativo: da vida de cada pessoa; dos lugares que frequenta; dos hábitos/vícios que tem; das companhias com quem se relaciona; os amigos que lhe são mais próximos; enfim, muitos outros aspetos da vida privada e pública.

Ora, acontece que quando se ama, se tem amizade, se gosta de alguém, isso implica a maior Respeitabilidade possível que, no limite, pode levar ao corte de contactos e convivência com pessoas que, de alguma forma, prejudicam a relação com a pessoa que amamos, ou por quem temos amizade. No fundo, trata-se, até, de um comportamento de solidariedade, de lealdade, de estar do lado certo, porque, em boa verdade, é desaconselhável, e não parece coerente, estar-se “com Deus e com o Diabo” ao mesmo tempo.

Quando queremos afirmar, claramente, o nosso amor, ou amizade para com outra pessoa, que também temos a certeza que nos ama, ou gosta de nós, e temos conhecimento que determinadas relações, pela sua natureza, comportamento, hábitos, vícios, falta de idoneidade e caráter, dessa outra pessoa, não são do agrado daquela que efetivamente amamos ou gostamos, devemos afastarmo-nos, porque, de contrário, estamos a ser desleais, a negar o amor ou amizade que dizemos ter pela primeira, podendo esta sentir-se traída, ofendida e humilhada.

Saber escolher os amigos, as companhias que nos ajudam a ser felizes, é uma exigência que o amor verdadeiro para com o nosso cônjuge, ou uma amizade sincera para com um amigo autêntico, nos impõe, por isso, é necessário avaliarmos muito bem a vida, as ocupações, os gostos, a formação ético-moral de quem desejamos para amigo, para nos acompanhar, para tomarmos uma bebida, em público ou em privado, sem que isso afete a nossa dignidade e reputação pessoais.

O amor e/ou a amizade, para serem genuínos, requerem, permanentemente, uma assumida Probidade, a rejeição firme, de tudo e de todos, que possam prejudicar a relação amorosa e/ou de amizade porque, tal como diz o adágio secular: “À mulher de César não basta ser séria; também tem de o parecer”, ou ainda: “Diz-me com quem andas; dir-te-ei quem és”. Esta filosofia popular, com as devidas adaptações, vale, igualmente, para o homem

Atualmente, a sociedade é composta, aliás, como sempre, apesar de hoje, parecer mais do que nunca, por jogos de interesses, relações fáceis, cínicas e dissimuladas, quantas vezes com objetivos inconfessáveis e, neste contexto, é relativamente simples a um indivíduo, ou a uma mulher, prosseguir fins que visam a satisfação de “apetites naturais”, destruindo relações matrimoniais, conduzindo à estigmatização da família, com repercussões negativas irreparáveis nos filhos, à violência doméstica e não só, no limite, ao homicídio ou suicídio,

Amor autêntico, amizade genuína, ambos incondicionais: envolvem grande reserva de comportamento, de atitudes; impõem Probidade total, porque não haverá muitas mais formas de se alcançar a felicidade e/ou o afeto a dois, a proteção, a cumplicidade, a solidariedade e a lealdade, porque são muitos os valores e sentimentos em jogo, para se trocarem por uma simples relação, quantas vezes com predadores/as, que é o que melhor sabem fazer, normalmente com pessoas fragilizadas, imprudentes ou que não têm respeito por quem as ama ou delas gosta.

A vida é demasiado curta para a desperdiçarmos com relações de oportunismo, com pessoas para as quais temos importância enquanto lhes proporcionamos um qualquer benefício e, quando já não temos a “utilidade”, nem a influência, nem o poder, que no passado ostentávamos, aquelas que se diziam nossas amigas, rapidamente nos viram as costas.

Por isso, os autênticos e incondicionais amigos, hoje em dia, são muito poucos, são aqueles que nos manifestam a sua Honorabilidade, que a colocam, sem reservas, ao nosso inteiro dispor, nada exigindo em troca, para além da solidariedade, amor e/ou amizade, lealdade, reciprocidade, cumplicidade e estar sempre do nosso lado, sem quaisquer “jogos duplos” com aqueles que, de alguma forma, já nos ofenderam, humilharam ou se serviram de nós, para satisfação de interesses mesquinhos e inconfessáveis. 

  

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domingo, 10 de novembro de 2024

SABER E PODER, NUMA POPULAÇÃO A CRESCER.

O desenvolvimento científico e tecnológico em curso parece não ter limites e a velocidade com que avança é impressionante. Por exemplo: o que ontem parecia duradoiro, ou até mesmo definitivo; hoje, está ultrapassado, o que coloca em causa uma pretensa e reiterada verdade, sobre um qualquer assunto, acontecimento, equipamento, descoberta, entre muitas outras situações.

Atualmente afirmar-se que se tem uma cultura atualizada, pode revelar uma posição muito presunçosa que convém evitar, nomeadamente a nível tecnológico, porque não se pode ignorar que se por detrás da tecnologia estará a ciência, não é menos verdade que aquela facilita a investigação, portanto, uma e outra, afinal, complementam-se.

Há quem afirme, com convicção: «A cultura tecnológica, que de forma tão radical mudou o nosso ambiente, tem as suas origens nas pesquisas científicas. Essas pesquisas têm sido e são, ainda, o que de mais importante e de mais completo e de mais larga visão se fez em matéria de atividade pensadora, entre todas a que nos dedicamos até hoje. Primeiramente as pesquisas serviram para alargar nossos conhecimentos. Em segundo lugar, para reformar o nosso ambiente.» (KERSTIN e ALFVÉN, 1969:125).

O binómio “Ciência-Tecnologia” existe desde há milhares de anos, desde as formas mais rudimentares do passado até às mais sofisticadas do presente. O homem sempre pesquisou, sempre procurou saber mais, não só para melhorar as suas condições de vida, como também para obter poder e domínio sobre os demais concidadãos, porque o adágio popular refere precisamente: “Saber é Poder”.

É sabido que, por exemplo: «uma descoberta que ameaça toda a humanidade dá muitas vezes grandes vantagens ao descobridor, ao seu laboratório e ao seu país. Essas vantagens, a curto prazo, em regra, sobrepõem-se aos efeitos negativos a longo prazo, uma situação que envolve um dos perigos mais fundamentais para o nosso futuro. Compram-se vantagens pessoais, locais ou nacionais, e por elas paga-se um preço que é uma situação de perigo cada vez maior para todos.» (Ibid.:134).

É claro que é impossível que uma só pessoa tenha total capacidade para dominar, com profundidade e atualidade, todos os saberes, mas outro tanto não acontece com os grandes grupos e organizações diversas, que possuem meios financeiros, laboratoriais, científicos e técnicos para assumirem um poderio local, nacional e mundial, através do qual conseguem atingir objetivos: seja para o bem; seja para o mal, porque, em bom rigor: «O saber, na realidade, está à disposição dos poderosos, e só uma pequena dose poderá servir para nos defender do abuso de poderes. Não é por incapacidade e ignorância nossa que a natureza sofre devastações e é mártir da poluição. (…) Durante a Idade Média, chamava-se à filosofia “ancilla fidei”, “servidora da fé”. Hoje, a pesquisa científica é fiel ao poder e, em regra, é uma servidora silenciosa.» (Ibid.:136).

Aplicar conhecimentos para dominar pessoas, grupos, comunidades, países e o mundo, será cada vez mais difícil, por muitos meios que o detentor do saber e do poder possua, embora se lhe reconheça uma certa vantagem em relação a quem não dispõe de tais recursos. Controlar e dominar uma população terrestre cada vez maior, constitui, eventualmente, uma grande dificuldade, por isso, o melhor caminho a seguir será sempre pelo diálogo, pelo bom senso e pela paz entre os povos anónimos e os dirigentes mundiais

Se houvesse possibilidades económicas e financeiras, situações estáveis de trabalho, serviços de saúde, educação, formação e habitação nas melhores condições de acesso, para todas as pessoas, certamente que neste primeiro quarto do século XXI, o mundo estaria bem melhor e se não houvesse dirigentes que apenas se preocupam com o poder e o domínio sobre os seus concidadãos, então poderíamos ter o “paraíso na terra”, embora este quadro possa parecer uma utopia.

Ao longo da história da humanidade, o ser humano sempre desejou ter, e/ou pertencer a uma família numerosa: «Por isso, nos grandes povos da Actualidade, existe uma longa tradição de fecundidade. Tanto os dirigentes como o povo têm um sentimento profundamente enraizado de que é importante aumentar a população. Esse sentimento existe até mesmo em unidades menores: a família e a seita veem com bons olhos o seu crescimento e consideram como um desastre a sua extinção. Ainda o mesmo sentimento existe entre raças, em escala maior. A maioria deseja que a raça a que pertence aumente em número de indivíduos e em poder.» (Ibid.: 139-140).

Em muitos países, nomeadamente da Europa, Portugal incluído, é importante que haja condições para a formação de famílias estáveis, numerosas, porque a pirâmide etária começa a inverter-se no sentido de cada vez haver mais idosos e menos crianças e jovens, o que, a curto/médio prazo, poderá trazer consequências gravíssimas em vários domínios: sustentabilidade das reformas e pensões; cuidados básicos e especializados de saúde mais solicitados e especializados para uma população muito específica e fragilizada; mão-de-obra cada vez mais escassa e cara, entre outras situações complexas.

A complexidade da sociedade humana é, possivelmente, implica uma gestão muito exigente, rigorosa, humanista e consensual, porque não se ignora uma realidade existente: «O problema da convivência não é apenas uma questão de estabilidade. Se acharmos uma solução estável no sentido de poder evitar as catástrofes da guerra e da fome, nem mesmo assim teremos resolvido o problema. Há uma exigência tão importante quanto essa: a de dar a todo o homem, dentro do quadro geral da organização, um ambiente digno de seres humanos. É preciso parar com a atual desumanização da vida.» (Ibid.:155).

O ser humano é das espécies que, tanto quanto a ciência e a técnica nos informam, mais tem evoluído no mundo, todavia, tal progresso nem sempre é direcionado para a melhoria das condições de vida das pessoas, para a valorização permanente e consolidação da sua dignidade e, em muitas situações, o desenvolvimento tem sido a mola real para a destruição de seres pessoas inocentes.

O diálogo entre as diferentes comunidades, políticas, religiões, interesses vários, tem de ser permanente e assente nos princípios do respeito, da confiança e da boa-fé: «Os seres humanos dispõem da capacidade de pensar, uma capacidade suficiente para eventualmente despertar o bom senso da espécie.» (Ibid.:156).

É certo que todas as pessoas têm a sua quota-parte de responsabilidade: seja nos sucessos; seja nos fracassos da humanidade, porque é sempre um dever e um direito, nas suas diferentes dimensões e contextos, pugnarmos por uma sociedade mais justa, tranquila, humanizada, tolerante e cooperante, porque o resultado final beneficiará toda a população em geral.

Imputar responsabilidades culposas, a uma determinada camada da sociedade quando os projetos correm mal e conceder a outros estratos os louvores quando tudo corre bem, não será justo nem ética e moralmente aceitável, porque afinal, cada pessoa, com as suas competências e oportunidades tem oportunidade para colaborar no sentido do maior e melhor bem para todos, ou seja, para o bem comum.

É claro que, em função das profissões e cargos que as pessoas desempenham e ocupam, respetivamente, na sociedade, assim as poderemos responsabilizar com mais ou menos ênfase, todavia, conceda-se o benefício do mérito a quem de alguma forma revela, por palavras, atos e comportamentos, querer um mundo melhor e, com este desiderato, todos seremos chamados a envolvermo-nos com entusiasmo e determinação.

Admitamos com toda a humildade: «Seria, contudo, injusto atirar a culpa da atual situação mundial na incompetência dos políticos. Todos nós desejaríamos que os principais políticos fossem mais brilhantes que tivessem perspectivas mais largas e que, acima de tudo, desse ao bem-estar de toda a humanidade a mais lata prioridade. Do mesmo modo desejaríamos que todas as pessoas nos cargos de responsabilidade fossem mais sábias e esclarecidas do que são.» (Ibid.:158).

 

Bibliografia

 

KERSTIN e ALFVÉN, Hannes, (1969). Aonde Vamos? Realidade e destinos da humanidade. Tradução. Jaime Bernardes da Silva. S. Paulo: Círculo do Livro S.A.

 

 

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domingo, 3 de novembro de 2024

HARMONIZAR O INCOMPATÍVEL: MAS COMO?

Numa sociedade em que as preocupações: pelo PODER, pelo TER e pela DESLEALDADE, estão cada vez mais acentuadas, as dimensões opostas: do SERVIR, do SER e da SINCERIDADE são, frequentemente, relegadas para um plano inferior, precisamente porque aqueles princípios e valores não facilitam a ascensão, a qualquer custo, a um determinado e alegado estatuto político-social e estatutário-profissional.

Com alguma frequência, verifica-se que muitas pessoas iniciam e mantêm um relacionamento, durante um certo tempo, designadamente, enquanto conseguem retirar algum tipo de proveito da pessoa com quem mantiveram tal relação para, mais tarde, paulatina e deslealmente, se afastarem, humilhando, magoando e provocando sofrimento, afinal, a quem, até então, esteve solidário e foi amigo verdadeiro e incondicional.

Realmente, é difícil, hoje em dia, “abrir” a consciência, o “coração”, confiar, entregar-se a alguém, com total segurança e receber a indispensável reciprocidade e, por que não, o muito apreciado e de “marca” portuguesa do “muito obrigado”, e, mais difícil ainda, a muito esperada GRATIDÃO. Infelizmente, uma parte, talvez até muito significativa, da sociedade, vai ignorando os mais fundamentais princípios, deveres, direitos, valores e sentimentos para com os seus semelhantes.

A harmonização entre a solidariedade, amizade, lealdade e gratidão para com uma pessoa e a manutenção de diversos relacionamentos, convívios e outros contactos, com outras criaturas, por vezes incompatibilizadas entre estas e aquelas, verifica-se que do ponto de vista intelectualmente honesto, tal não poderá ser possível, porque: ou se agrada a “gregos e troianos”; ou a opção terá que ser para uma das partes, falseando a amizade e a lealdade para com a outra.

As dificuldades em fazer escolhas não são, de facto, custosas, principalmente para quem tem um caráter ambivalente. Na verdade, quando se decide conviver, hipocritamente, com todas as pessoas, interesses e situações, caminha-se, a curto ou médio prazo, para o descrédito. Em contrapartida, para uma personalidade reta, trata-se de uma questão de bom senso, de maturidade, de equilíbrio de princípios, valores e comportamentos a ele inerentes.

É impossível manter, durante uma vida inteira: a máscara da imposturice, do cinismo, o verniz da aparente boa educação e da cortesia bajuladora. Mais tarde ou mais cedo: a “máscara de cera derrete-se”, o “verniz estala” e então surgem: a verdadeira personalidade; o caráter embusteiro; a inautenticidade da pessoa que, durante um certo tempo, se disfarçou para poder enganar tudo e todos, e assim alcançar objetivos inconfessáveis.

Caída a máscara, estalado o verniz, ficam expostas as verdadeiras “mazelas” da pessoa que, enquanto pôde, tentou e, nalguns casos, até conseguiu ludibriar a solidariedade, a amizade e a lealdade de quem nelas acreditou, quantas vezes a família, os amigos e os colegas. As pessoas, assim enganadas, vão ter muita dificuldade em voltar a confiar, a acreditar e a apoiar, quem até então se fazia passar por amigo.

Como é possível, por exemplo, que durante determinado período de tempo, duas pessoas que se diziam amigas especiais, uma delas, todavia, decide manter relações muito estreitas, com outras que sabe serem do desagrado do alegado amigo, até então, considerado especial, íntimo? Afinal, de que lado estará aquela pessoa? Ao lado do amigo especial, solidário, leal, grato, cúmplice, apoiante, ou fazendo uma espécie de jogo duplo, entregando-se às amizades de outros?

É claro que em situações desta natureza, a reação mais provável, compreensível e honesta, é uma grande indignação por parte de quem se considera amigo especial da pessoa que, entretanto, continua a pactuar com outras criaturas, que, de alguma forma, ou por qualquer motivo, não são das amizades, nem do agrado do amigo especial.

Importa referir que as amizades não se “medem” pela antiguidade. Igualmente não se afigura plausível que, por uma questão de gerações próximas, tenha de se manter uma relação amigável, perturbando e prejudicando, injusta e cruelmente, outras amizades verdadeiramente sólidas, solidárias e leais embora de gerações diferentes!

Como também não parece obrigação que, pelo facto de há vinte, trinta ou quarenta anos, ter-se recebido algum “favor”, que se fique em dívida “ad aeternum”, muito embora se aceite que, não havendo prejuízo para outras amizades, inequivocamente solidárias, amigas, leais e cúmplices, com provas dadas, aquelas não possam continuar a existir, desde que não tenham interferido, ofensivamente, nestas últimas.

Cabe aqui a sabedoria popular: “Que Deus nos dê a serenidade e a tolerância suficientes para aceitarmos que não se consegue mudar o que as pessoas obstinadas não querem alterar”. É injusto, e de muita impiedade, afastarem-se amizades autênticas, para manter outras que, em relação a diversas pessoas, interesses e instituições, deixam muito a desejar.

A amizade autêntica, especial e incondicional é, realmente, solidária, leal, agradecida, conivente, confiável e não pode ser substituída, rejeitada, desvalorizada, em favor daquelas outras que são “antigas”, “geracionais” ou de “favores”. Não, quando uma pessoa se entrega, inteiramente a outra, já num contexto, por exemplo, de “Amor-de-Amigo”, com profunda intimidade, ofertando-lhe os seus mais nobres sentimentos, ela não pode ser penalizada, humilhada, magoada e ofendida.

E se tal acontecer, então poder-se-á pensar que, afinal, a pessoa por quem se tinha uma amizade tão profunda, por vezes muito íntima, não haveria aquela amizade sincera, superior a outros interesses, pessoas e situações. Na vida há que tentar fazer escolhas acertadas. Os amigos, ao contrário dos familiares, realmente escolhem-se, justamente a partir de determinadas caraterísticas, princípios, valores, sentimentos, emoções, honestidade intelectual e moral.

A sociedade tem vindo a menosprezar determinados princípios, valores, sentimentos e emoções. Muitas pessoas não se assumem com verdade, preferem o jogo da deslealdade, do oportunismo mediático e, quando se julgam numa posição superior: profissional, social, afetiva e/ou sentimental, como que “espezinham” alguns dos seus semelhantes; ou “encostando-se” às alegadas “velhas amizades”; ou às companhias de idêntica geração, ou a pessoas de estatuto social dito importante, ou, ainda, a quem lhes alimenta o egocentrismo.

Como refere o adágio popular: “Não há mal que sempre dure, nem bem que nunca acabe”, por isso resta, sempre que a justiça “mística” funcione, ou quaisquer outras situações negativas surjam na vida de quem humilhou os seus amigos em geral, e o amigo especial em particular, assim como de igual modo, novas possibilidades positivas aconteçam na existência de quem foi, entretanto, rejeitado, magoado e por vezes ofendido na sua autoestima e dignidade.

Quando se reflete sobre o comportamento de muitas pessoas, não se tem qualquer intenção de ofender, nem revelar indícios de ressentimentos, mas tão só, pensar nas injustiças que, por vezes, uma pessoa é alvo, depois de, constantemente, ter sido solidário, amigo incondicional, leal, apoiante e grato.

Naturalmente que toda a gente é livre de: escolher as suas amizades; conviver com quem muito bem entende; como, quando e onde deseja visitar-se, relacionar-se; mas não é justo, nem moralmente correto, que seja desleal para com outros amigos, que até já teriam sido especiais, porque íntimos, incondicionais e leais. É essencial ser-se humilde e, simultaneamente, GRATO a quem sempre tem estado do nosso lado, nas mais adversas circunstâncias.

É preciso estar-se preparado para enfrentar as desventuras que as pessoas nos provocam. Por vezes confiamos demasiado, entregamo-nos, apoiamos, defendemos e somos autenticamente amigos, todavia, não raro, recebemos, em troca, a desconsideração, o afastamento, a rejeição da pessoa pela qual demos praticamente tudo na vida.

Quando um amigo que consideramos especial, íntimo, solidário e leal, tem comportamentos que nos magoam, ou até nos ofendem, a dor, o sofrimento, o desgosto, a desilusão e a tristeza infinita e profunda, não nos abandonam mais na vida e, a partir desta situação, tudo pode acontecer, inclusive a morte física.

Compreende-se muito bem que um amigo que se considera traído por outro amigo, que o tinha como verdadeiro, especial e incondicional, reaja, aparentemente, de forma abrupta, desabrida, porque, uma vez mais, como destaca a filosofia popular: “Quem não se sente, não é de boa gente” a que se segue, uma outra afirmação: “Quem tem génio, tem bondade e quem tem bondade não cultiva o rancor, nem o ódio”. É assim que em certas pessoas e circunstâncias, se deve entender as suas reações.

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domingo, 27 de outubro de 2024

A ESSÊNCIA ASCÉTICA DA LIDERANÇA.

A administração das pessoas, nos tempos que correm, primeiro quarto do século XXI, em diversas organizações, nem sempre corresponde às boas práticas que visam: por um lado, o alcance de objetivos empresariais, associativos ou de qualquer outra natureza; por outro lado, a garantia dos deveres, direitos e dignidade das pessoas que colaboram com tais instituições.

As lideranças modernas, humanistas e competentes, na verdade, vão muito além do material, do concreto. Elas absorvem e aplicam uma base inefável, mística, por isso: «O novo modelo – que chamamos de modelo de liderança administrativo/espiritual – diz que as funções de líderes e gerentes são diferentes, e que a própria base da liderança é espiritual. Isso não significa que a administração não continue sendo legítima, nobre ou necessária.» (HAWLEY, 1995:206).

A liderança terá, portanto, de se colocar num plano superior, por forma a conseguir um clima de trabalho e de relacionamento entre colaboradores, verdadeiramente excecional, porque os trabalhadores, os clientes, os fornecedores e quaisquer outros intervenientes na atividade da instituição, são pessoas humanas.

Na verdade: «Nós sabemos que a boa administração, como há muito conhecemos, é a “administração das pessoas”, a administração do esforço humano; mas os líderes trabalham no nível mais abstrato da energia, do coração e do espírito das pessoas. Também vemos que os gerentes lidam com a forma da empresa e com o trabalho de equipe (estruturas e sistemas para a realização do trabalho); ao passo que os líderes lidam com a cultura e o senso de comunidade da empresa.» (Ibid).

O bom líder não pode, nem deve, exercer as suas funções de forma unipessoal e, quando integrado numa equipa diretiva colegial, é incorreto e antiético, tomar decisões sem primeiro as comunicar, e obter o apoio dos restantes membros do colégio diretivo, de resto, ninguém é dono da verdade, e quantas mais opiniões existirem acerca de uma determinada situação, melhores poderão ser as soluções a adotar para a corrigir, melhorar e assim, ficar bem resolvida.

O líder preocupado com os utentes da instituição, com a própria empresa, com os seus colaboradores, certamente terá uma visão de conjunto, o que não significa que seja a melhor, e muito menos a única, apesar de lhe caber a ele a decisão final, em conjunto com os seus colegas, quando existe uma direção.

Na verdade: «Como líder, você traz sua visão para o local de trabalho e, muito importante, você permite que os outros tragam as deles. Você compartilha suas ideias, suas previsões e sua visão de longo alcance; e permite que os outros sigam as visões especiais que possuem. Você usa a imaginação disciplinada para ver, ler, ouvir e sentir o maior destino da empresa – e apresenta-o, para que os outros façam o mesmo.» (Ibid.:210).

Afinal, o líder é mais um servidor da empresa, que tem responsabilidades acrescidas perante a instituição, seus colaboradores internos e externos. Ele, em certas circunstâncias é o “espelho” da organização e, enquanto tal, todos os seus atos devem ser escrutinados, para poderem ser melhorados e com esta metodologia, todos os intervenientes beneficiarem.

O líder tem de dar o exemplo, no melhor sentido do termo, porque a boa administração começa nele, no relacionamento que ele tem para com os seus colaboradores. Ele tem a obrigação de se “entregar”, incondicionalmente, à instituição, zelar pelos superiores interesses dos utentes e colaboradores da mesma.

Com efeito a: «Boa administração é o ato de conseguir, o máximo das pessoas: mais orçamento, mais lucros, mais produtividade. A estrutura mental da administração, corretamente, é conseguir alguma coisa em troca de cada coisa que você dá. A liderança, por outro lado, é um ato de doação. Este é o grande segredo da boa liderança. Dar é uma mudança gigantesca no modo como os gerentes pensam, agem e são. Esta é a diferença entre gerentes e líderes. Esta é a diferença que faz a diferença, uma diferença ao nível do ser.» (Ibid.:212).

Qualquer liderança, preocupada, apenas, com normas regulamentares, punitivas dos colaboradores, que facilitam suspensões, despedimentos e desgraça, é uma governação cruel, desumana e condenável perante os mais elementares princípios da ética, da moral e dos valores que dignificam a pessoa humana.

Pode-se, portanto, afirmar que: «A doação vem naturalmente quando você se envolve profundamente. É outra face do amor, e isso torna a liderança espiritual um ato de amor. É simples.» (Ibid.:213). Num contexto organizacional, importa valorizar as lideranças que pautam a sua atuação por uma doação espiritual, no sentido de considerar os seus colaboradores iguais ao líder, enquanto pessoas de deveres, de direitos, com identidade e dignidade próprias.

Poderá parecer utópico, inexequível e desvantajoso para a empresa, que nela se tente implementar lideranças espirituais, mas no caso concreto de instituições de base essencialmente religiosa, já se compreende muito bem, e deseja-se que as lideranças tenham uma componente espiritual muito acentuada e, nesse sentido, os responsáveis ajam com bom senso, com tolerância, com benevolência e compreensão das dificuldades dos seus colaboradores.

Comunga-se da ideia, segundo a qual: «Os bons líderes são: incessante, invariável e regularmente cônscios do Espírito. E toda verdadeira liderança é espiritual, porque o líder busca liberar o melhor nas pessoas, e o melhor está sempre ligado ao nosso Eu superior. Portanto, isso implica a criação de um estado coletivo de constante consciência espiritual, uma fusão contínua entre coisas elevadas e o mundo.» (Ibid.).

O líder que interiorizou em si próprio valores espirituais, para os aplicar na instituição que dirige, normalmente é uma pessoa boa, otimista e grata. A gratidão do líder para com os utentes, colaboradores internos e externos da empresa, é uma mais-valia para o sucesso da mesma, um conforto para todas as pessoas que com ela têm de se relacionar.

Em bom rigor: «A verdadeira liderança traz uma energia oposta (aquela em que o espírito atua, sublinhado nosso). Há luminosidade nela, brotando da gratidão e do otimismo. A tarefa do líder é a criação de nada menos do que uma versão coletiva do “pensamento correto”. Isso traz de novo uma forma de energia para a empresa.» (Ibid.:219).

Como em quaisquer outras circunstâncias, de facto a gratidão é um valor, um sentimento, uma atitude que qualifica muito bem as pessoas com o mais elevado e íntegro caráter: «A gratidão é uma das faces mais brilhantes do amor. É uma apreciação altíssima que inclui muitas ideias espirituais. Livros inteiros, e até mesmo vidas inteiras, foram dedicados a observar o poder imenso da gratidão.» (Ibid.).

É claro que o líder que conduz a sua equipa, que ajuda a enaltecer a instituição, recorrendo aos valores espirituais, também se orienta e comporta como um autêntico defensor dos valores, desde logo, os morais, até porque: «Em última instância, a liderança torna-se moral no sentido de que eleva o nível da conduta humana (…) do líder e do liderado, e assim transforma a ambas.» (James McGregor Burns, in: HAWLEY, 1995:220).

E se a autoridade democrática e benevolente, assim como os valores espirituais e morais, são fundamentais, entre outros que integram uma axiologia humanista, para uma liderança verdadeiramente justa, também há algumas caraterísticas que revelam a superior condição de toda a pessoa e que é a sua faculdade pensante e hoje, primeiro quarto do século XXI, sabe-se que: «O mundo está cheio de gente que parou de pensar por si mesma.» (Joseph Campbell in: HAWLEY, 1995:221).

Hoje, mais do que nunca, as pessoas procuram incessantemente: a saúde, o amor, a ventura, a solidariedade, a lealdade e a gratidão. É obrigação de qualquer líder, tudo fazer para promover, e conseguir, que aqueles desejos legítimos e justos se realizem nos seus colaboradores, porque estes não são, não poderão ser, em circunstância alguma, meros objetos descartáveis que, depois de servirem a instituição, com zelo, lealdade, competência, às vezes durante uma vida, acabam por ser votados ao ostracismo, à indiferença, atirados para a dor, para o sofrimento, e até para a morte.

Sim, é verdade que: «As pessoas devem viver em liberdade e felicidade, como acontece na casa dos pais. A própria essência de seu papel é proteger as pessoas e sua felicidade. Não é fácil garantir a felicidade das pessoas. Você precisa usar vários métodos. Habilidade, inteligência e verdade, todos os três são importantes.» (HAWLEY, 1995:225).

Há líderes que pensam que a vida física nunca mais acaba e, com essa ideia fixa, vivem “infernizando” os seus colaboradores esquecendo-se que: «A cada instante a morte se aproxima de cada criatura. O que você planejou fazer amanhã deve ser feito hoje, de manhã! A morte é implacável. Nunca esperará para ver se seus projetos serão realizados. É importante estar pronto para ela. O mundo é apenas um cortejo que passa.» (Ibid:227).

Por tudo o que fica exposto, pode-se afirmar que o líder não pode, nem deve utilizar o seu cargo para satisfação das suas vaidades, do seu egocentrismo, para domínio e humilhação dos seus colaboradores. Ele tem de ser o primeiro a compreender as dificuldades, a ajudar os que mais precisam, a respeitar as pessoas em toda a sua dignidade, porque ele próprio, seguramente, também exigirá e gostará que os seus superiores, os seus iguais e os seus subordinados o considerem, o estimem e tenham por ele o apreço e admiração que realmente pretende para ele, enquanto pessoa digna.

 

Bibliografia.

 

HAWLEY, Jack, (1995). O Redespertar Espiritual no Trabalho. O Poder do Gerenciamento Dharmico. Tradução, Alves Calado. Rio de Janeiro: Record

  

“NÃO, ao ímpeto das armas; SIM, ao diálogo criativo/construtivo. Caminho para a PAZ”

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Venade/Caminha – Portugal, 2024

Com o protesto da minha permanente GRATIDÃO

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

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domingo, 20 de outubro de 2024

DHARMA: ATUAÇÃO CERTA. CORAGEM. MISTICISMO.

Em princípio, toda a pessoa humana vive, em simultâneo, com as muitas normas: sociais, jurídicas, usos, costumes, tradições e a Lei da sua própria vida que, embora, por vezes, tente refrear, ocultar ou simplesmente, “domesticar”, nem sempre o consegue. Pode-se afirmar que esta Lei é o seu “Dharma”, a dimensão que sustenta, que mantém”, “o que está estabelecido, lei, dever, direito”, a maneira de ser da sua “Natureza Interior”.

Se recordarmos o estudo da integridade, segundo o que já foi investigado: «Integridade é ter a coragem e a autodisciplina para viver segundo sua verdade interior. Imagine uma vida humana assim. Existe nela uma grande honra. (…) É um grande sentimento.» (HAWLEY, 1995:167), fácil será conectarmos o “Dharma” ao caráter da pessoa verdadeiramente Humana.

Integridade, Caráter, Dharma, realmente são: qualidades, virtudes humanas com um elevado nível, que nem todas as pessoas possuem. Assim, ao que tudo indica: «Para todos os objetivos, dharma e integridade são a mesma coisa. As pessoas com verdadeira integridade são dharmicas. Poderíamos usar as duas palavras de modo intercambiável e acabar com o assunto, exceto por três acréscimos: Espírito, Retidão e Destemor.» (Ibid.:177).

O ser humano, na sua inefável interioridade, tem dimensões que nenhum outro ente conhecido possui. Ainda haverá muito por desvendar na pessoa humana, mas uma certeza parece irrecusável: a existência de um mundo Dharmico, no seu interior, constituído por três grandes componentes: Espiritual, Retidão e Destemor. É de todo o interesse ficar-se com o conceito de cada um daqueles elementos.

Componente Espiritual: «O dharma brota diretamente do Espírito. Está enraizado lá. No dharma não há timidez quanto à espiritualidade – nem relutância, nem separação. Nesse sentido, dharma é Espírito. Por outro lado, a integridade, enraizada como é em nossa sociedade ocidental ferozmente secularizada, não abraça abertamente a espiritualidade.» (Ibid.).

Segue-se-lhe o elemento Retidão: «Dharma costuma ser traduzido como “ação correta”. O provérbio Dharma chara significa “faça a coisa certa”. A tradução está certa, mas o ocidental, vindo de uma cultura tão orientada para a ação, naturalmente enfatiza a palavra faça e tende a desenfatizar a palavra certa. (…) No dharma, o ponto de partida é a retidão, e não o fazer. Fazer o que é certo é mais importante do que simplesmente fazer.» (Ibid.:178).

Finalmente, um terceiro fator, o Destemor: «Há outra diferença sutil entre integridade e dharma, e que também decorre do contraste entre ocidente e oriente. Integridade pede coragem; dharma pede destemor. É a mesma coisa? Não. Coragem, lembre-se, é ir em frente e fazer alguma coisa embora tenha medo. Destemor é o que a palavra significa: não-temor – é um estado interior que surge do profundo conhecimento espiritual da natureza do Eu.» (Ibid.:178-179).

Quando se invoca a coragem, pelo menos neste trabalho, pretende-se que ela seja consciente, não aquela coragem cujas consequências não se conhecem bem, precisamente porque ela interfere no caráter das pessoas, a par de outras qualidades, exclusivamente próprias da pessoa humana.

Obviamente: «A coragem, a autodisciplina, a bondade e fazer a coisa certa (outra vez com ênfase no certa, e não no fazer) são marcas do caráter coletivo, assim como do individual. Cada empresa também deve seguir seu coração coletivo e sua alma coletiva.» (Ibid.:181).

No relacionamento humano, sejam quais forem os contextos, sempre será indispensável a coragem adequada: enfrentar situações, resolver problemas, apoiar quem precisa quando as dificuldades “batem à porta” dessas pessoas. É claro que a coragem que aqui se prefigura, é consciente, se necessário, com risco calculado, agora na sua dimensão de salvar vidas, ou de correr perigo para quem é corajoso. A razão, a realidade, as consequências e, eventualmente, outras vítimas, resultantes de um ato inconscientemente corajoso, são aspetos a ponderar.

Ainda no âmbito das relações humanas, inclusivamente, ao nível profissional, e no contexto de uma organização, seja qual for a sua natureza, também há valores que não podem ser descurados, e que até devem de ser praticados diariamente, para que se consigam atingir os objetivos previamente traçados.

Os Valores Espirituais que se pretende divulgar, e conceptualizar, podem resumir-se ao seguinte: «” Serviço Nacional”, está ligado a ideia de fazer algo maior do que nós mesmos, de nos comprometermos com algo maior. “Justiça” estão as ideias de justiça humana, equidade e imparcialidade ao lidar com pessoas. “Harmonia e Cooperação” estão a paz interior, a unidade e a amizade – qualidades que todo o mundo busca. “Luta e Melhoria” estão as noções de aceitar um mundo menos-do-que-perfeito, de jogar bem, de auto-aperfeiçoamento, de heroísmo e de vitória. “Cortesia e Humildade” estão as ideias de respeito, dignidade, decência e abandono do ego. “Ajuste e Assimilação” estão o altruísmo, o trabalho de equipe e fazer parte da família. “Gratidão” está o imenso poder pessoal da apreciação.» (Ibid.:185).

Coragem, Valores Espirituais a que se soma o Caráter, compõem um trio verdadeiramente caraterístico do ser humano, cada vez mais superior, mais sublime, mais distinto de tudo o resto que existe no mundo terreste conhecido.

Quanto ao Caráter e segundo os especialistas é possível, através de: «estratégias, táticas, estados mentais, atitudes, posturas e rotinas, ajudar as pessoas e as empresas a fazer sua recaracterização.1. No Sistema, mas Não o Sistema. (…) Desligue deliberadamente seu pensamento da maldade, e ligue-se apenas à bondade que há no sistema. 2. Força Pessoal, Poder Empresarial. Quando você precisa ir contra o sistema, seja corajoso, bravo, firme, amigável, sensato – e seja cuidadoso. Vá passo a passo, e ande com inteligência, a partir de uma plataforma de poder pessoal. As pessoas acham que são fracas e que o sistema é forte, mas geralmente é o oposto (…). 3. Credo Pessoal. As maiores decisões da vida são tomadas diariamente no silencioso jardim da alma. Cultive e alimente esse lugar privado. Crie um manifesto pessoal que reflita a luz e a bondade de sua própria ética e moralidade (…). 4. O Poder de Aceitação. A maioria das pessoas não cria o hábito de afirmar, de reconhecer ou abraçar a vida. Assim, nunca se sentem afirmadas, reconhecidas ou abraçadas pela vida (…) Estar com raiva, frustrado por causa de alguma coisa (ou alguém) acaba com a nossa força. Mas reconhecer isso e perdoar traz uma tranquilidade – e a força retorna. (…) Aceitação é uma atitude. É um clima, um estado mental (…) “A aceitação é uma face do amor” (…) 5. Ser o Chefe. As decisões duras e difíceis ainda precisam ser tomadas. Você é responsável. Você precisa ser o chefe (…) tome as atitudes de chefe a partir da verdade interior. (…) Faça o seu trabalho, mas não viole o caráter, nunca. O caráter deve sempre vir no alto. 6. Audição Interna. A verdade interior é a essência destilada do caráter. Afinal de contas a integridade é viver segundo a verdade interior. (…) Existem cinco chaves para a audição interna: Silenciar, Acreditar, Perguntar, Ouvir e Confiar (…). 7. Não Prejudicar. “Bom, Inteligente, Esperto, Astuto e Malicioso” parecem qualidades de um advogado, mas não são. São paradas na linha que vai do caráter ao mau-caráter (…) Na vida escolhemos um comportamento dentre muitos. A questão é nunca ir tão longe ao ponto de prejudicar os outros ou você mesmo. Aqui a palavra-chave é prejudicar, porque é aí que ocorre a violação do caráter. (…). 8. Pagar Sempre. (…) Refere-se a um estado mental, a uma política de vida sem dívidas, mentais ou materiais. Ela nos aconselha a não sermos presos a ninguém e a nada, e assim sermos sempre fortes. É uma postura de guerreiro espiritual. (…) 9. Ame-o, Mude-o ou Deixe-o. Não fique preso. Ficar parado e culpar o sistema por seu mau humor é fazer sua felicidade depender do modo como a empresa o trata. Isso é dar o seu poder à empresa. Não faça isso. (…) 10. Colocar um Teto nos Desejos. Você está se sentindo preso na busca das posses, possuído pelas coisas que possui? Está sofrendo a doença comum do “Mais”. E agora você sabe que “mais” nunca é o bastante. (…) O corcel da cobiça mordeu o freio e galopa arrastando nosso planeta. Quanto mais os países e as pessoas consomem, mais pensam que precisam consumir. O luxo de ontem torna-se a necessidade de hoje. Termina sendo impossível voltar a consumir menos. (…) 11. Dar Poder à Pureza. Quando sentir-se contaminado (e é você que deve fazer essa chamada) você precisa se limpar – e quanto antes melhor mesmo que a causa da sujeira não seja muito importante. (…) Dê poder à sua pureza (sua verdade, honestidade e assim por diante) para que ela possa dar para você. Trazer tão claramente a pureza para dentro da consciência torna essa verdade a parte mais forte de você. O objetivo é reforçar-se, erguer-se. (…) 12. Pense no Caráter. Já ouvimos dizer, vezes sem conta, que as pessoas “simplesmente não pensam”. Bem, Não-pensar também é um programa automático. Quando surge algo contrário ao nosso caráter, é ligado o Não-Pensar (também é chamado de defensividade e evitação). 13. Fazer Crescer de Novo a Totalidade. Torne-se inteiro outra vez. Não importa o que você tenha perdido – abertura, coração, coragem, pureza –, faça com que cresça de novo. Será necessário persistência (…). 14. Recaraterizar Sistemas Humanos. Quando o caráter da empresa precisa ser trabalhado, seja através de uma pequena afinação ou uma grande virada, é seu dever de gerente fazer com que esse reparo seja realizado. (…) Você recarateriza a empresa: (a) assumindo liderança, (b) sendo claro como cristal sobre os valores e a integridade da empresa, (c) dando espaço e voz a outros, para que eles possam chegar com clareza aos padrões éticos, e (d) conferindo caráter.» (Ibid.:189-198).

No quadro de uma empresa, por exemplo, é importante que as mensagens publicitárias que a distinguem sejam divulgadas com clareza, rigor e verdade, designadamente, revelando: «Sermos justos, sensíveis, honestos, confiantes e confiáveis em todas as nossas relações entre nós, com os clientes, com os vendedores e com a comunidade em geral. Obedeceremos todas as leis, de fato e em espírito, e faremos sempre a coisa certa, em todas as situações, no máximo da nossa capacidade. E se fracassarmos, faremos todo o necessário para consertar.» (Ibid.:198).

 

Bibliografia.

 

HAWLEY, Jack, (1995). O Redespertar Espiritual no Trabalho. O Poder do Gerenciamento Dharmico. Tradução, Alves Calado. Rio de Janeiro: Record. 

 

 

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