domingo, 28 de julho de 2013

A Felicidade da Gratidão

No passado dia 19 de Julho, a meio da tarde, algo correu mal com a minha saúde e, em plena vila de Caminha, fui acometido de doença súbita que me levou à perda de consciência e à condução rápida para o Hospital de Viana do Castelo, onde recuperei a perceção da minha existência em condições de grande sofrimento físico.
Sei que fui prontamente socorrido pelo INEM/Bombeiros Voluntários de Caminha e sua equipa de especialistas, bem como diversas pessoas amigas e conhecidas que, rapidamente, tomaram as medidas necessárias para que eu fosse assistido eficazmente, o que de resto se verificou, assim como no serviço de urgência do Hospital de Viana do Castelo.
Aos meus familiares, a todas as pessoas conhecidas e amigas, instituições e especialistas que me socorreram, se interessaram e continuam preocupadas com o meu estado de saúde, e me têm acompanhado, quero, publicamente, manifestar o meu agradecimento pelas manifestações de solidariedade, amizade e carinho. Sem dúvida que é com estas/es amigas/os e entidades que eu posso contar. Muito obrigado.
Na verdade continuo a pensar que a autêntica amizade se revela: na doença/hospitais; na privação da liberdade/prisão, nas dificuldades da vida/provações; no apoio sempre oportuno, qualquer ele se faça necessário e sem que seja solicitado. Quem nos quer bem sabe quando estamos a passar dificuldades e, na medida do possível, ajudam-nos.
É fundamental que durante a recuperação para a vida normal e a saída destas situações difíceis, bem como ao longo da vida, possamos contar com o apoio incondicional de quem nos quer bem e que desta forma revela a sua atenção, apreço, cuidado e carinho. Ter amigas/os para nos ajudarem a superar as dificuldades da vida, é como que possuir um património  inestimável.
A vida física é uma passagem muito rápida por este mundo terreno. Tudo é efêmero e as ações: boas, omissas ou más, ficam com quem as praticam. Todos precisamos de todos e, quando pensamos que somos autónomos, que já não vamos necessitar de mais ninguém, eis que acontece o imprevisível. É aqui que surge, novamente, aquela pessoa que, quantas vezes, rejeitamos, que humilhamos, que trocamos por outras, que pensávamos já não mais carecer dela.
De facto, o mundo é muito pequeno, está repleto de “esquinas” e a vida cheia de precipícios e alçapões. “Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acaba”. Em bom rigor, poderemos afirmar que o presente não existe em tempo absoluto, porque milésimos de segundo são suficientes para tudo acontecer, tudo ter passado. Quando muito, poderíamos dizer que o presente é o passado a preparar o futuro.
Por isso não poderei esquecer um passado muito recente, que foi extremamente doloroso. Não vou ignorar que realmente as pessoas minhas amigas e, obviamente, aqui incluo a minha família, são profundamente importantes nas nossas vidas. Confirmei que tenho pessoas amigas, mas também tomei conhecimento de que outras, que eu pensava que o seriam, afinal, talvez eu esteja errado, porque a amizade é solidariedade, preocupação para com o amigo, disponibilidade para estar presente. Muito Obrigado a quem me quer bem e comigo se desassossega. De ora em diante, é com estas/es que eu conto.
Eu procurarei retribuir sempre, com solidariedade, amizade, lealdade, consideração, estima e imenso carinho. Neste período de grandes preocupações e sofrimento físico e emocional, registei, felizmente, que tenho amigas/os, que comigo se inquietaram mas também anotei que, infelizmente, uma ou outra pessoa, por quem eu tinha uma profunda solidariedade, amizade e consideração, me viraram as costas.
Para as primeiras, Deus queira que tudo lhes corra bem na vida, que nunca saibam o que é uma doença, mais ou menos grave e que se tiverem tal infelicidade, podem contar com todo o meu apoio e carinho, porque jamais esquecerei a atenção que durante este período de recuperação tiveram para comigo. Algumas destas maravilhosas pessoas foram incansáveis.
Quanto às segundas, felizmente poucas, muito poucas, apesar do muito, mesmo muito, que lhes tenho querido e por elas realizado, peço a Deus que nunca experimentem a mágoa da rejeição, da humilhação, da dor, do sofrimento psíquico e do desgosto de ser trocado por outras pessoas, interesses e situações. Para estas pessoas peço a Deus que lhes ilumine as suas inteligências e “amoleça” os seus corações, para que, no mínimo, saibam ser gratas.
Deixem-me abordar esta situação com algumas breves reflexões porque: é nos “pequenos-grandes” gestos, nas palavras simples mas generosas, sinceras e carinhosas; na solidariedade, na amizade, na lealdade, na consideração, na estima, no carinho e na reciprocidade que os nossos verdadeiros e muito especiais amigos, aqueles que nos têm no coração, que se mostram, incondicionalmente, do nosso lado, estão inequivocamente connosco.
É na prática dos princípios, valores, sentimentos e emoções autênticos, que nós sabemos onde estão os nossos amigos. É nos momentos bons, como nas horas de maiores dificuldades, que os nossos verdadeiros amigos se nos entregam, sem reservas, que connosco se preocupam e nos acalentam o espírito para resistirmos aos infortúnios da vida.
Peço-vos, ainda que, em conjunto, reflitamos em algumas grandes máximas, da autoria de quem sabe muito mais do que eu. Ei-las: «Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir. Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso. E com confiança no que diz.» (Carlos Drummond de Andrade). «Quando o amor é sincero ele vem com um grande amigo, e quando a amizade é concreta ela é cheia de amor e carinho.» (William Shakespeare). «Não erramos quando damos muito de nós a alguém. Erramos quando esperamos o reconhecimento de alguém que não sabe valorizar a sinceridade que lhe damos.» (Vinicius Trombini Martins in http://pensador.uol.com.br/frase/OTY1NzIz/). «Os nossos amigos conhecem-nos na prosperidade. Nós conhecemos os nossos amigos na adversidade.» (John Collins). «O amigo de todos não é amigo de ninguém.» (Louis Bourdaloue).
«O amigo de verdade, do coração, especial, é aquele que nos ama, pura e incondicionalmente, com um ilimitado “Amor-de-Amigo”; é aquele que, quantas vezes, humilhado, desconsiderado, ridicularizado, esquecido, eventualmente agredido, por aquele de quem é amigo, continua ao seu lado, desejando-lhe sempre, para ele e família, todo o bem do mundo, felicidade, saúde, trabalho, sucesso, e proteção Divina. Este é o amigo único, exclusivo, do peito, especial que continuará a afirmar que nunca será inimigo de quem o desprezou. É aquele para o qual, apesar de muitas desfeitas, ainda temos uma frase de estima, uma frase bem sentida, que transporta generosidade e por isso lhe dizemos: Vai, vai com Deus, Querido Amigo. Vai, vai com Deus, em paz. Deus te proteja.» (BÁRTOLO, 2012:TA-450)
Por vezes pensamos que temos amigos especiais, que nos “metem” no coração, mas que: por negligência, por influências nefastas, por falta de consideração, estima e carinho, por deslealdade, viram-nos as costas, esquecendo tudo o que fomos e fizemos para e por essas pessoas; deixam-se iludir por circunstâncias, por vezes fugazes, da vida; por afinidades parentais ou por “coleguismos”; por paródias e farras no âmbito de determinados convívios; também por pensarem que ficarão melhor enquadrados nas mesmas faixas etárias; depreciam princípios, os comportamentos sérios de quem é mais velho e lhes quer muito bem, tão bem que até são capazes de tudo dar por tais pessoas.
Elas ignoram, inclusivamente: princípios, valores, sentimentos e emoções; “jogam” tudo para a “gaveta” do ostracismo, porque consideram que por sermos doentes, seniores, nada influentes e outras situações, já não servimos para mais nada. Esquecem que, num tempo mais próximo do que aquele que desejam, estarão nas mesmas condições e que muitas/os das/os “amigas/os” de hoje, também os postergarão no futuro. Sentirão, então, a mágoa, a dor, o desgosto, o sofrimento do abandono. Algumas destas pessoas, quererão, então e talvez, recuperar velhos amigos, mas nessa altura, quem sabe, se não será muito tarde.
É deplorável que em circunstâncias tão especiais, quanto dolorosas, sejamos “apunhalados”, traiçoeiramente rejeitados e trocados, precisamente por quem nós tínhamos amizade sincera, por quem tudo demos, e que agora nos rejeita, por quem julga ter a ganhar com o rompimento de relações construídas com sinceridade, no maior respeito pela honra, dignidade e reputação. Como se mudam os comportamentos em função de determinadas conveniências, parece algo impróprio em pessoas que se queriam muito bem.
Mas o mais lamentável é haver alguém que de nós só tem recebido manifestações de solidariedade, de amizade, de lealdade e imenso carinho, agora se deixe manipular por “Salvadoras/es da Pátria”, por amigas/os de “farras” que, em muitos casos, não passam de autênticas/os oportunistas. Mas o tempo e a história encarregar-se-ão de desvendar a verdade. A máscara das hipocrisias, das falsidades, um dia cairá, talvez mais rapidamente do que o desejado. Então vão restar aquelas/es amigas/os que sempre estiveram ao nosso lado.
De uma outra forma, quero deixar uma nota de reflexão, que se prende com o facto de, realmente, ter a certeza de que os amigos solidários, sinceros, leais, preocupados com o nosso bem-estar, ainda existem, felizmente e são tão necessários como muitos dos elementos das nossas famílias.
Costuma-se dizer que quem tem um amigo não morre na miséria, seja esta qual for. Acredito nesta máxima, porque, uma vez mais, tive a prova e fiquei a saber onde estão os meus amigos especiais, aqueles com quem posso contar no futuro que, não sendo muitos, são os suficientes para se preocuparem comigo, conforme eu a eles me tenho dedicado, mesmo recebendo alguma ingratidão.
Por tudo o que acabo de viver (e que ainda continuo), desejo manifestar a minha gratidão pelos cuidados que tais amigas/os me prestaram, pela preocupação e carinho com que me têm acompanhado durante este período de doença, porque para além deste meu dever primário, também sinto imensa felicidade em agradecer a quem é minha/meu sincera/o amiga/o.
A alegria de saber que posso (e devo) agradecer a tais amigas/os inunda-me o meu espírito de uma felicidade que eu consideraria “Bendita” e que por isso mesmo, para mim, constitui uma Graça Divina. Obrigado, minhas/meus amigas/os muito especiais. É convosco que eu quero partilhar todas as minhas alegrias e tristezas, sucessos e derrotas. Podeis, igualmente, contar comigo, no pouco que eu ainda valho.
Pretendo concluir esta reflexão pela positiva, reiterando os meus agradecimentos a todas as pessoas, e foram muitas que nestes dias difíceis estiveram ao meu lado, interessaram-se pelo meu bem-estar e não se pouparam a esforços para me ajudarem a ultrapassar as principais dificuldades. A estas/es amigas/os, não tenho palavras para lhes manifestar a minha gratidão, a não ser com um muito humilde, quanto muito sincero, simples e comovido: OBRIGADO.

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

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domingo, 21 de julho de 2013

Relação Profissional e Amizade Pessoal

 
O exercício de uma atividade profissional, em contexto de trabalho, em equipa, implica, por parte dos seus membros, a maior colaboração possível entre eles, tendo em vista alcançar determinados objetivos que a todos beneficiam: instituição, empresários, trabalhadores, clientes e fornecedores. A regra de ouro, eventualmente, entre outras, será, portanto, a coesão da equipa, a lealdade pessoal e profissional dos seus membros.
É certo que, estará provado, a mistura entre amizade pessoal e o relacionamento profissional não produzirá os melhores resultados, na medida em que os contextos de relacionamento são diferentes: enquanto uma relação, uma amizade verdadeira, leal, solidária, em princípio, deverá ser para sempre; uma relação profissional será mantida enquanto durar o trabalho de equipa, e/ou no seio de uma mesma instituição.
É verdade que, a partir de uma relação profissional, permanente, se podem estabelecer laços de amizade que perduram para além daquela circunstância, inclusive, podem resultar num enlace matrimonial. Mas também se admite que uma relação profissional desleal provoca, inevitavelmente, mais tarde ou mais cedo, um desgaste emocional que afeta a amizade pessoal.
A questão que se coloca é a seguinte: o que será mais importante, uma relação pessoal de sincera amizade, com aquele amar próprio do “Amor-de-Amigo”, em que: «Amar outra pessoa, também significa desejar-lhe o melhor, olhar por ela, tratá-la de forma excepcional, dar-lhe o melhor de nós mesmos. Significa a outra nossa alma gémea da amizade sincera e dos valores a ela associados.» (cf. (ROJAS, 1994), ou uma, quantas vezes, “amizade” ou relação profissional casuística, oportunista, interesseira, hipócrita e leviana?
Em qualquer dos contextos – pessoal, profissional, político, social, religioso e outros – é essencial para uma boa relação a interiorização e boas-práticas de lealdade, porque: «Ser leal é estar comprometido com algo em que acreditamos. E, se acreditamos, queremos que continue, queremos conservar aquela crença, aquele estado criado no grupo. A condição de estabilidade assim compreendida tem sido fugidia.» (Ávila, 2005:12).
Epicuro, filósofo grego, nascido na Ilha de Samos, em 341 a.C., ilha grega no leste do mar Egeu, afirmava, já ao seu tempo, que: «A amizade e a lealdade residem numa identidade de almas raramente encontrada.» (http://pensador.uol.com.br/frase/MTI5MTk/, consultado em 04.09.2011).
Estes dois nobilíssimos valores, - Amizade e Lealdade - que tanto dignificam o ser humano, são indissociáveis, porque um implica o outro, em quaisquer situações, isto é, não se pode ser amigo e manifestar amizade pessoal e ao mesmo tempo ser-se incoerente em contexto profissional. Poderá ser muito complexo levar para o trabalho a amizade pessoal, na medida em que esta é um valor que não pode ser colocado ao serviço do todo, é um sentimento que apenas diz respeito a dois amigos, os quais não devem permitir que alguém se valha desta amizade para outros fins: influências à custa daqueles amigos, exibições e autopromoções.
O ideal será, portanto, a ampliação, consolidação e preservação de uma verdadeira amizade pessoal, e evitar a todo o custo que esta venha a ser prejudicada por comportamentos profissionais inadequados e até injustos, mantendo-se sempre, em todas as situações, uma absoluta lealdade, porque assim se poderá conservar a confiança, a fidelidade, a cumplicidade e a coesão. Colocar acima de um Amor-de-Amigo”, outros interesses, situações e pessoas, poderá constituir um autêntico suicídio nas restantes relações.
A lealdade no trabalho exige reciprocidade, isto é, a lealdade de um colaborador só se justifica se o colega adoptar idêntico comportamento, - reciprocidade - de contrário e quando se verificar a infidelidade, então o melhor será a desvinculação do compromisso de retribuição, mantendo-se, todavia, relações de cordialidade, educação, respeito e colaboração, profissionais, sob pena dos objetivos serem prejudicados e tudo ficar em causa, incluindo postos de trabalho.
A inexistência de comportamentos leais, solidários, cúmplices, em contexto profissional, envolve, eventualmente, um afastamento pessoal, social e relacional fora da instituição, o que nada tem a ver com a amizade estritamente pessoal.
Parece incompatível querer ser-se amigo e bem relacionado fora da instituição, mas com comportamentos encapuzados no âmbito profissional. A coerência, a verdade, a frontalidade, serão sempre a chave das atitudes corretas e do sucesso das relações.
Claro que é difícil conciliar comportamentos, baseados numa verdadeira amizade pessoal, com os que resultam da atividade profissional. As barreiras a vencer, por vezes, são muitas e, aparentemente, intransponíveis. É nestas circunstâncias que: «Aprendemos muito mais quando temos de enfrentar obstáculos pela frente, ou quando estes não são nenhuns. Uma vida com relações difíceis, preenchida de obstáculos e perdas, representa sempre uma oportunidade para o crescimento da alma.» (BRIAN, 2000:64).
A componente tempo profissional, corresponde, sensivelmente, a pouco mais do que um terço da vida de cada pessoa. Adotar atitudes profissionais que prejudicam uma relação pessoal de amizade sincera, revela-se improcedente, até pela razão de que muito dificilmente dois ou mais colegas de trabalho vão conviver toda uma vida enquanto tais. Hoje, os empregos para toda a vida são, praticamente, inexistentes, logo, não se justificam comportamentos incorretos que afetam valores extra-profissionais.
A preservação da verdadeira amizade é, portanto, uma prioridade em quaisquer níveis de relacionamento. Naturalmente que a manutenção de uma amizade sincera, pura e que se deseja para toda a vida, envolve alegrias e tristezas, vitórias e derrotas, felicidade e desventura.
Mas a nossa existência humana é assim mesmo: «O sofrimento faz parte da vida e não temos de sentir que ele acontece por termos sido nós pessoalmente a dar um passo errado. Na realidade, aliás, quando sentimos sofrimento, pensamos que algo está errado. Como estamos dependentes da esperança, sentimos que podemos sintonizar a nossa experiência, animá-la ou alterá-la de algum modo e continuamos a sofrer imenso.» (CHODRON, 2007:61).
Resulta que será incompreensível todo e qualquer comportamento profissional que venha a agravar ainda mais a vida extra-profissional, concluindo-se que para atenuar, ou evitar efeitos nocivos na amizade de um ou mais colegas de trabalho, estes devem ter atitudes de grande abertura, transparência, ajuda mútua e, principalmente, honestidade intelectual, lealdade pessoal, comunhão, tanto quanto possível de juízos de valor, quando justos, verdadeiros e pertinentes.
O relacionamento profissional que contrarie determinadas regras, princípios, valores e condutas, está condenado ao fracasso, à desilusão, à desmotivação e à improdutividade, o que, uma vez mais, se reflete na relação de amizade pessoal, nos sentimentos de “amor-de-amigo”, de carinho, de estima, de consideração.
Caminha-se, então, para a hipocrisia, para o cinismo, para o “faz-de-conta”, para uma “paz-podre”, que conduz à infelicidade, à doença, à morte psicológica e física das pessoas sobre quem recaem os comportamentos desleais dos colegas.
A relação pessoal de amizade extra-profissional é o “motor” que faz movimentar os mais nobres princípios, valores e sentimentos: Amor, lealdade, companheirismo, justiça, cumplicidade, motivação, alegria, comunhão de objetivos.
Como ideia central poder-se-á reter que a amizade pessoal, quando assente num grande e indestrutível “Amor-de-Amigo”, jamais deverá ser exposta e muito menos misturada com outras relações, a começar no contexto de trabalho e noutras atividades que, de alguma forma, atraiçoem aquele sentimento tão profundo, porque a amizade assumida entre dois amigos que, descomplexadamente, se querem muito bem, independentemente de estatutos, faixas etárias, património e outros valores materiais.
Por isso as relações profissionais, também estas, devem pautar-se pela transparência, pela verdade, pela solidariedade e pela reciprocidade e, então sim, poderá acontecer que desta surja uma relação pessoal. O contrário, uma relação pessoal, sincera, íntima, esta no sentido da cumplicidade, da confidência de situações que afetam os amigos, deve ser sempre preservada e evitar recorrer a esta relação privilegiada em contextos profissionais.
Não se devem misturar os planos, porque em contexto profissional, as funções estão estabelecidas, é só cumprir com as regras: cada pessoa tem as suas competências; exerce as suas capacidades o melhor que sabe e que pode; não tem de levar para o trabalho o que é de natureza particular e, de igual forma, não deve transportar para casa, para o seio de amigos, as dificuldades laborais e provocar a degradação das relações pessoais.
Não se defende que tudo seja, ou deva ser, estanque na vida. O que se preconiza é que se evite “misturar” princípios, valores, sentimentos e emoções em quaisquer contextos. Que se acautele toda e qualquer possibilidade de magoarmos os nossos verdadeiros amigos, aqueles de quem temos sobejas provas de que realmente estão sempre connosco, do nosso lado, preocupados com o nosso bem-estar. Temos de aprender a conhecer os nossos amigos do coração e não custará nada, se realmente os queremos como amigos, compreendê-los, considerá-los, estimá-los, acarinhá-los.
A amizade pessoal é um bem preciosíssimo. Quem tem uma amizade profunda, com um amigo verdadeiro, seguramente que, nas dificuldades da vida, terá sempre a seu lado uma pessoa doadora, carinhosa, meiga e que atenuará o sofrimento, qualquer que este seja. Por tudo isto é que a relação pessoal, em circunstância alguma poderá ser prejudicada pela ligação profissional.

Bibliografia

ÁVILA, Lauro António Lacerda de (2005). Lealdade nas Atuais Relações de Trabalho, Vale do Rio dos Sinos - Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Cadernos IHU, Ano 3, Nº 14 - 2005
BRIAN L. Weiss, M.D. (2000). A Divina Sabedoria dos Mestres. Um Guia para a Felicidade, alegria e Paz Interior. Trad. António Reca de Sousa. Cascais: Pergaminho.
CHODRON, Pema, (2007). Quando Tudo se Desfaz. Palavras de coragem para tempos difíceis. Trad. Maria Augusta Júdice. Porto: ASA editores.
ROJAS, Enrique, (1994). O Homem Light. Tradução Pe. Virgílio Miranda Neves. Madrid: Ediciones Temas de Hoy, S.A.
 
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

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domingo, 14 de julho de 2013

Competência Comunicacional


Independentemente e/ou conjuntamente com habilitações académicas, experiências, situações e estatutos económico-políticos, exige-se, em todas as profissões, atividades e intervenções, competência, eficácia, resolução de problemas, harmonia, compreensão e resultados. Hoje vive-se num mundo progressivamente avançado, num tempo e num espaço, incompatíveis com o marasmo, com a indiferença, com o desleixo. 
Produtividade, competitividade, qualidade e resultados positivos, face aos objetivos prefixados, são palavras-chave que, seguramente, se devem aplicar à comunicação, esta suportada no diálogo competente, implicando aqui proficiência, um conceito mais profundo, envolvendo valores e princípios, não tanto materiais, mas, isso sim, mais ao nível das atitudes e dos sentimentos que, em cada momento, é necessário revelar, sem complexos.
O paradigma comunicacional pressupõe competência, porque se trata de um processo permanentemente vivenciado pelas pessoas, na medida em que estas ocupam parte significativa do seu tempo a comunicar, seja qual for o tipo de linguagem utilizado: verbal e/ou não-verbal, o que contribui para a ocorrência de situações problemáticas, ou solucionadoras de questões diversas, quantas vezes resultantes da comunicação incompetente, porque ambígua, porque agressiva, manipuladora ou passiva.
Na realidade: «A comunicação é um processo complexo porque envolve muitas formas de manifestações e de expressão, com diferentes finalidades. Ela é resultante da expressão do conhecimento, da inteligência e da emoção, e pode ser afetada por diversos fatores ambientais. A comunicação está presente em todas as situações da vida – na convivência familiar, no trabalho, na participação comunitária, no amor e na amizade, nos negócios, no lazer, no ensino – e, em cada uma delas, requer diferentes maneiras de expressão. Significa dizer que – para bem da felicidade geral de todos – as pessoas devem desenvolver e aperfeiçoar constantemente várias competências de comunicação …» (RESENDE, 2000: 95-96).
Ser competente na comunicação impõe, desde logo, aos vários interlocutores, uma atitude comunicacional assertiva, isto é, pela positiva, pelo respeito, pela verdade, pela tolerância, pelo diálogo, que conduzem a um resultado do tipo ganha/ganha, ou seja, nenhum dos intervenientes perde tudo, mas também nenhum deles ganha tudo, porque todos cedem a favor de todos.
Analisada a comunicação por esta perspectiva, reconhecendo-se, embora, não ser a única possível, o conceito de competência comunicacional envolve o princípio do diálogo, com as características referidas e o resultado previsível, segundo a fórmula do “ganha/ganha”. Uma comunicação, onde existe diálogo, que atinja aquele resultado, pode considerar-se competente.
Naturalmente que para haver competência na comunicação, para além do recurso ao diálogo assertivo, que incluirá uma escuta ativa e um retorno inequívoco da compreensão dos temas, abordagens, informações, ordens e conclusões, trazidas ao processo, é indispensável que se desenvolvam outras competências, envolventes ao ato comunicacional, supondo que este utiliza os dois tipos de linguagem: verbal e não-verbal. Assim, por exemplo, é importante, na competência comunicacional, o domínio de competências técnicas, intelectuais, cognitivas, relacionais, sócio-politicas, didático-pedagógicas, metodológicas, entre outras.
A comunicação é, apenas, uma das muitas dimensões humanas, logo, a sua eficácia, seguramente, vai depender da competência com que são exercidas as múltiplas dimensões da pessoa, todavia, mesmo na dimensão espiritual, portanto, inefável, imaterial e subjetiva, é possível ser-se competente, se forem atingidos resultados que proporcionem bem-estar individual e colectivo, independentemente de serem ou não quantificáveis.
Avaliar, através de um determinado equipamento e/ou instrumento, com uma unidade de medida universalmente reconhecida e validada, resultados que envolvem dimensões subjetivas do homem, é uma tarefa discutível: como medir a felicidade, o amor, a tristeza, a alegria? O resultado da dimensão religiosa do indivíduo, como deverá ser expresso: quantidade de orações, de penitências, de atos de caridade, participação em cerimónias litúrgicas, em rituais?
Muito difícil, polémica e inconclusiva, seria a discussão sobre uma análise objetiva, expressa em resultados concretos, medíveis e universais, em domínios que envolvem grande subjetividade. Apesar de todas as dificuldades, cada pessoa poderá entender determinadas situações, acontecimentos e factos como um resultado, obtido através das suas intervenções competentes.
Se o conceito de resultado for utilizado em sentido lato, como um valor, material ou imaterial, a que se chegar, após um percurso desenvolvido e com uma metodologia sistematizada, então torna-se mais pacífico aceitar o conceito de competência, nos termos que se seguem: «Competência é a transformação de conhecimentos, aptidões, habilidades, interesses, vontade, etc., em resultados práticos. Ter conhecimento e experiência e não saber aplicá-los em favor de um objectivo, de uma necessidade, de um compromisso, significa não ser competente, no sentido aqui destacado.» (Ibid.: 32).
Neste enquadramento conceptual é possível ser-se competente, ou incompetente, também na comunicação interpessoal. Conclui-se, então, sobre as vantagens da comunicação competente, qualquer que seja a atividade, objetivos e intervenientes.
O resultado a que se chega, através do diálogo, numa negociação, será, pelo menos em parte, consequência da competência comunicacional e argumentativa de cada interveniente. Obviamente que nem toda a capacidade persuasiva, nem os argumentos, aparentemente mais poderosos, podem fazer vencimento, perante um interlocutor que, de igual forma, tem as suas razões que considera verdadeiras, adequadas e as melhores, para a resolução do conflito em apreço.
Encontrar o ponto de equilíbrio pode revelar-se um caminho difícil que, uma vez mais, um diálogo assertivo, em todos os seus sentidos, incluindo aqui a atitude conciliadora, tolerante e democrática, conjugada com a capacidade de cada uma das partes interessadas se colocar no papel da outra. A perspectiva poderá ser a competência de se implementar a estratégia do “ganha/ganha”. Ser competente significará, então, aceitar a distribuição equitativa e justa dos recursos disponíveis, e/ou dos valores em discussão.

Bibliografia

RESENDE, Enio, (2000). O Livro das Competências. Desenvolvimento das Competências: A melhor Auto-Ajuda para Pessoas, Organizações e Sociedade. Rio de Janeiro: Qualitymark.
 
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo 

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domingo, 7 de julho de 2013

Educação para a Cidadania Contemporânea


A Escola do futuro, tal como o professor que a vier a integrar, devem conhecer as diversas culturas, pelo menos aquelas que transportam os alunos que a frequentam, tornando-se fundamental entender os seus valores, os modelos de socialização, estilos de aprendizagem e suas inter-relações, a língua, os problemas económicos, sociais, políticos e religiosos.
A educação, através da Escola, deve reforçar algumas qualidades sem as quais não sobreviverá no mundo contemporâneo. Valorizar a autonomia pessoal, a busca do verdadeiro conhecimento (até onde for possível chegar à verdade), a generosidade e a coragem. Como formar este professor, é uma tarefa que se impõe aos governos e também aos próprios, e que passa por um novo conceito: formação ao longo da vida, com a vida e para a vida; formação contínua.
Assiste-se, atualmente, a conflitos regionais, que nos impressionam e envergonham, e por isso, a formação deste “Cidadão do Mundo” constitui um indeclinável imperativo, que aos governantes de todo o mundo se exige que ponham em prática, porque o currículo para a Cidadania pressupõe toda uma dimensão económica, social, política, religiosa e cultural, que cruza diferentes objetivos e áreas de conteúdos, assinalada com idêntica ênfase pelo pensamento moderno e pós-moderno.
Por outro lado, cabe ao estudante, como principal agente da elaboração do seu próprio projeto de vida, ter a honestidade intelectual de se auto-avaliar nas suas capacidades, nos seus legítimos e íntimos desejos, nas suas mais profundas aspirações. É certo que neste processo de construção de um projeto de vida, os jovens necessitam dos apoios indispensáveis da família, dos professores e serviços especializados.
Neste mundo da pós-modernidade existe um campo infinito de conceitos, temáticas e assuntos, nas mais diversificadas áreas do conhecimento e da técnica, que podem e devem ser trabalhados de uma forma mais intensa e, justamente, adequada a esta sociedade contemporânea, tão exigente e, por vezes, tão intolerante.
Nesta perspectiva, um dos conceitos que mais pode influenciar no bem-estar geral da sociedade, o que melhor significado dá ao sentido da vida humana, naquilo que ela comporta do ser e do agir, em conformidade com os grandes princípios e valores ético-morais, é o conceito da Cidadania que, não é igual em todo o mundo, porque ao longo da história e das culturas, tem merecido diversas abordagens e interpretações: «A cidadania activa através da participação popular é considerado um princípio democrático, é a realização concreta da soberania popular, é muito mais que uma actividade eleitoral que se esgota apenas na escolha do voto, a cidadania activa a que me refiro supõe a participação da população de forma livre, soberana, visando uma transformação, consciente e comprometida com a sociedade.» (BARÃO 1998:38).
Com efeito, ouve-se, e invoca-se, diariamente, esta palavra mágica, porém, os comportamentos que ela postula não têm sido compatíveis com a dignidade do conceito, e por muito que o mundo se desenvolva, em termos científicos e tecnológicos, as inovações sejam cada vez mais, ao ponto de se tornarem realidades, a maior parte, desejos utópicos do homem, nada mais será importante se ele, o homem, não conseguir acompanhar toda esta panóplia de determinismos, (naturais e/ou por si impostos) com rigor, educação, respeito pelo outro, cumpridor dos seus deveres e responsabilidades.
Considera-se essencial para a sociedade, aprofundar o mais possível toda uma estratégia e metodologias adequadas, em ordem à valorização da educação para a cidadania, tendo esta como objetivo a preparação da criança, do jovem e do adulto, para a participação responsável dos cidadãos na vida pública do país, através de processos de representação política e do empenhamento das Instituições da sociedade civil, tendo como base os princípios e valores fundamentais da Democracia. Como é óbvio, esta participação implica um conjunto de conhecimentos, competências, capacidades e atitudes, voltadas para a intervenção ativa, e que também cabe à escola transmitir aos cidadãos.
 A educação, por meio dos seus currículos e procedimentos da vida escolar, tem um papel de grande importância e responsabilidade no desenvolvimento das competências cívicas dos indivíduos, o que é decisivo para o Estado de Direito Democrático.
Justifica-se, mais uma vez, a necessidade de os professores se empenharem apenas em atividades docentes, curriculares e extracurriculares, porque a educação para a cidadania democrática é, sem dúvida, fundamental neste novo mundo, repleto de desafios, de interrogações e de complexidade.
A cidadania abrange uma série de questões essenciais para a vida em sociedade, nomeadamente: o pluralismo político-ideológico, a diversidade cultural, a resolução de problemas e conflitos de forma pacífica; a cultura de um espírito de tolerância, de equilíbrio entre a mudança e a tradição.
A educação para a cidadania revela-se, portanto, de uma importância extrema e exige-se que lhe seja dada uma atenção especial, de imediato à interiorização e praxis de comportamentos assentes na afetividade, a par com os paradigmas racionais porque, atualmente, a dimensão cognitiva ou o saber teórico não são suficientes. Na verdade, as vivências pessoais, emocionais, afetivas e cívicas são, igualmente, muito importantes.
O Professor-formador-educador experiente, sabe que o currículo para a cidadania pressupõe uma abrangência social e política, que visa preparar os jovens para o confronto com uma sociedade aberta, pluri-étnico-intercultural, porque não se pode ignorar que as mudanças envolvem e afetam profundamente os domínios social, cívico, cultural, político e até religioso.
É neste contexto educativo, que se revela fundamental as denominadas atividades extracurriculares que o professor do século XXI, certamente, se empenhará, se lhe forem dadas as condições para desenvolver currículos e conteúdos de âmbito informal porque, concordando-se ou não: «As actividades extracurriculares constituem uma óptima oportunidade para a escola e os professores demonstrarem cuidado. A atmosfera informal que normalmente caracteriza estes momentos dá aos estudantes e professores a possibilidade de interagir fora do esquema hierárquico que costuma caracterizar a relação professor-aluno. Também o facto de estarem ambos, professor e aluno, empenhados em tarefas com um objectivo comum (como, por exemplo, a produção de um jornal escolar) tende a aproximá-los de uma forma que as actividades da sala de aula raramente proporcionam.» (HARGREAVES, et. al. 2001:87).
Deve ser cada vez mais significativa a preocupação com a preparação dos docentes, não apenas na perspectiva académica, materializada na obtenção de um determinado grau, mesmo que seja na área da educação, na medida em que tal distinção não constitui requisito suficiente para se considerar um professor, um profissional.
A formação contínua é fundamental, porém, depende da dedicação de cada um na sua própria profissão e, antes de tudo, mais importante que formar é formar-se, até porque todo o conhecimento é, também, auto-conhecimento, e que toda a formação deverá ser auto-formação, ao longo da vida, no ativo e/ou na reforma.
Surge, então, a necessidade de um novo interveniente no processo educativo-formativo: o professor-formador. A terminologia pode parecer pouco usual, e nem sempre a separação do professor e do formador é assim tão nítida, porque o termo “formador” continua a merecer uma conotação que não se distancia, ainda hoje, dos sistemas de formação tradicionais, porém, com o avanço tecnológico, designadamente nos espaços de produção, desenvolveram-se novas necessidades que alteram, significativamente, a prática de formação e o papel do formador-educador o qual não é, nem pode sê-lo no futuro, rotineiro e repetitivo transmissor de conhecimentos, de conteúdos normativos, previamente selecionados e posteriormente avaliados, a partir da repetição dos conhecimentos memorizados, embora nem sempre bem compreendidos e, eventualmente, sem aplicação prática.
Muito mais profundamente: «É preciso que o educador assuma a sua responsabilidade política, com competência técnico-científica, no contexto de uma pedagogia voltada para a formação da cidadela ampliada, rompendo a mistificação da ideologia da cidadania, em consonância com a praxis revolucionária da luta de classes, na conquista de uma sociedade justa e igualitária.» (DEBREY 1999:650).
O formador tem de se metamorfosear num orientador, num conselheiro, num organizador de aprendizagens, num colaborador e programador de saberes, em contextos de formação, também eles possibilitadores de transformação.
Poder-se-á aceitar que as denominações de professor (no sentido de investigador, teorizador, divulgador e construtor de novos conhecimentos) e formador (na perspectiva totalizante, de educar, preparar e formar, integralmente, o indivíduo para a vida) serão susceptíveis de um processo eclético, que conduza a uma nova terminologia, a partir da construção deste novo interveniente.
Trata-se do Professor-Formador, que urge reconhecer, porque, o tradicional professor, desenvolve: «uma profissão que hoje em dia se considera de risco e/ou está em risco, caso os professores continuem a afirmar-se como transmissores de conhecimentos memorizáveis ou como burocratas incapazes de tomar iniciativas pedagógicas reflectidas, singulares e baseadas em valores humanistas e democráticos.» (ROCHA 2005:2). 

Bibliografia

BARÃO, G. V. (1998). Educação e Cidadania: a Formação do Cidadão Activo. Campinas: Pontifícia Universidade Católica de Campinas – Faculdade de Educação, (Monografia para título de licenciamento em Pedagogia).
DEBREY, J. C. A. (1999). “Cidadania e Educação”, in Fragmentos de Cultura. Goiânia – Brasil: Instituto de Filosofia e Teologia de Goiás – Sociedade Goiana de Cultura, Vol. 9, (3), pp. 473-762
HARGREAVES, A.; EARL, L.; RYAN, J. (2001). Educação para a Mudança. Reinventar a escola para os jovens adolescentes. Trad. Inês Simões. Porto: Porto Editora
ROCHA, A. F. S. (2005). Abandono Escolar: Respostas Educativas. (Curso de Pós-Graduação em Administração Escolar). Vila Nova de Gaia: ISPGaya – Instituto Superior Politécnico Gaya. (Não publicado)

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo 

Portugal: www.caminha2000.com (Link Cidadania)