sábado, 24 de setembro de 2022

Lisonjear para Ludibriar

Assumir posições frontais e sinceras em defesa de um familiar, amigo, colega, ou de uma outra pessoa por quem temos profunda estima, benquerença e apreço, e de igual forma manifestamos, persistentemente: solidariedade, amizade, lealdade e, sempre que necessário, defendemos vigorosa e intransigentemente; que apoiamos e ajudamos, sem reservas, não está ao alcance de uma grande maioria das pessoas.

Diz-nos a experiência de vida, fundada numa já relativa longa existência, e na investigação científica sobre o assunto, que cada vez mais se recorre à impostorice, à bajulação inculta, à hipocrisia oportunista, para se agradar a outra pessoa, a uma instituição e/ou respetivos dirigentes, para se alcançarem determinados objetivos que, por processos legais, legítimos, justos e meritórios e com comportamentos indubitavelmente verdadeiros, não se conseguiriam.

Com alguma frequência, também se assiste a uma inqualificável indiferença em relação a pessoas que nos são queridas, como por exemplo: pais, cônjuges, filhos, netos, amigos verdadeiramente mais íntimos, colegas, entre outros, justamente por aquelas criaturas que, em certas circunstâncias, nos bajularam, quantas vezes, por banalidades tão pacóvias quanto insignificantes.

É necessário defendermos uma posição firme, digna, que no que respeita a nós próprios, quer no que concerne aos nossos familiares, porque em bom rigor, quem não respeita, por exemplo: o meu cônjuge, os meus pais, os meus filhos, os meus amigos autênticos, designadamente, endereçando-lhes uma saudação a propósito de um evento, também não tem a mínima consideração, muito menos amizade ou respeito por mim e, portanto, quando procura entabular conversa, através de um qualquer meio, afinal, poderá não estar a ser uma pessoa sincera para comigo, apenas querendo, eventualmente, exibir-se.

Comportamentos desta natureza observam-se bastante, nas redes sociais. Sabendo-se que hoje em dia, o recurso, por exemplo aos: Blog, Facebook, Twitter, Instagram, entre outros, é já uma prática corrente, dir-se-ia, diária, na verdade, deteta-se, com muita facilidade, aquele tipo de comportamentos, isto é: certas pessoas surgem com as chamadas “curtições/Gostos/Likes”, mas depois esquecem-se de ter uma atitude de: consideração, estima, amizade e  carinho,  precisamente para com algum familiar, muito próximo, ou de pessoa com quem, noutras ocasiões, manifestam, com relativa assiduidade, as comunicações mais banais e fúteis que se possa imaginar.

Muitas pessoas dizem-se “amigas”: seja na dimensão real; seja na intervenção virtual. Visitam as páginas/perfis/contas desses titulares, deixam um ou outro comentário, esperam uma resposta que, por vezes, chega no mesmo dia, ou volvido algum tempo.

Entretanto, ocorre o tal evento, por exemplo, o aniversário de um familiar muito chegado da pessoa de quem nos proclamamos sermos amigo, todavia, não somos capazes de escrever três simples palavras: “Parabéns Senhora (r) Fulana (o)”, para de seguida, noutras postagens banais, já colocarmos lá a nossa passagem com o célebre “Gosto/Like” e, não raras vezes, um comentário.

Afinal que espécie de amigos somos para com a pessoa cujo familiar é aniversariante, num determinado dia, e não temos a gentileza, para não dizer a generosidade de felicitar a pessoa que é pai, mãe, filho, marido, esposa, de quem afirmamos ser amigos? Não caberá este comportamento numa classificação de hipocrisia? Bajulação Cínica? Desvalorização do ente querido do nosso amigo?

É tempo de assumirmos: com verdade, com sinceridade e generosidade as nossas amizades, porque quem utiliza a impostorice para ficar bem visto, na realidade, não sai nada bem destas situações, e quem lhes aceita estes comportamentos deve estar muito atento, porque tais pessoas: falsas, impostoras, oportunistas, numa das esquinas da vida, são as primeiras a abandonarem-nos, se delas precisarmos, e a “trespassarem-nos” com “punhal” da deslealdade nas costas, à falsa-fé, sem quaisquer contemplações.

A verticalidade, a assertividade, a honestidade intelectual, a sinceridade, os princípios e os valores da solidariedade, da lealdade, da humildade, da cumplicidade autêntica e da gratidão, a par do sentimento da amizade incondicional, são muito raros e pagam-se muito caro, por isso e para muitas pessoas, eventualmente, em número crescente, é muito mais fácil, e bonito, recorrerem aos expedientes bajulatórios, sorrisos de “orelha-a-orelha” e “palmadinhas nas costas”. Infelizmente, ainda há quem goste destas mesuras.

Esta classe de individualidades, fazem-se passar por pessoas supereducadas, cultas, agradáveis, mas que bem lá no fundo, se tornam indiferentes perante um ou outro dos nossos familiares mais queridos. Provavelmente, até têm vergonha de lhes dirigir a palavra, um cumprimento, uma saudação, um gesto de cortesia, talvez por estes nossos familiares serem pessoas humildes, simples, possuidoras de uma “Cultura Antropológica”, que não agrada aos intelectuais elitistas.

Assim vai alguma sociedade, assim se comportam muitas pessoas. Estamos no paradigma do “salve-se quem puder; custe o que custar”, porque é necessário ficar-se “bem visto” na comunidade e perante a família, os amigos, os colegas, mesmo que com estes não se seja efetivamente correto, por isso, um longo caminho ético-moral há para percorrer, por todos nós, sem dúvida.

 

Apanhados de surpresa, entre os fogos de uma guerra cruel, desumana e, a todos os títulos, inaceitável, imploremos a Deus e aos homens, para que o sofrimento de milhões de seres humanos, termine definitivamente. Tenhamos a HUMILDADE de nos perdoarmos uns aos outros, porque o PERDÃO será o único “Valor Axiológico” que deixaremos às Gerações Futuras. GLÓRIA À UCRÂNIA.

Alimentemos o nosso espírito com a ORAÇÃO e a bela música:

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Venade/Caminha – Portugal, 2022

Com o protesto da minha permanente GRATIDÃO

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

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sábado, 17 de setembro de 2022

Restaurar a Paz e a Felicidade

Neste primeiro quarto do século XXI, a situação mundial, no que respeita à observação de deveres e direitos fundamentais, praticamente mantém-se inalterável, em muitos países, ou, se se preferir: equilibrada entre o Bem e o Mal; entre o Progresso e o Retrocesso; entre a Abastança e a Miséria. Claro que se pode afirmar que o mundo sempre foi assim, e que a sociedade humana nunca foi muito justa, porque, como já tem sido referido, uma minoria possui a parte maior da riqueza mundial e uma esmagadora maioria, vive com a preocupação de ter um dia razoável de cada vez e outra parte, que em Portugal é cerca de quinze por cento da população, “arrasta-se” no limiar da pobreza e da miséria total, sendo mais que provável que esta percentagem tenha aumentado significativamente desde o início de março de 2020, devido à horrível pandemia, denominada COVID-19, que se abateu por todo o mundo, infetando e matando milhões e centenas de milhares de pessoas, respetivamente.

É precisamente a camada mais vulnerável e, em certa medida, desprotegida, que muito necessita do apoio oficial, não de esmolas, nem de migalhas de um qualquer Orçamento de Estado. O mundo atravessa um período muito complexo, e os detentores dos diversos poderes, bem como as populações em geral, obviamente que têm parte significativa de culpabilidade: seja no que de melhor se poderia fazer e ter; seja no que há de pior.

Por isso, quem ainda tem condições mentais, psicológicas e físicas procura, para si e para a família, novas oportunidades de vida e, nesse sentido: «Fugindo de situações de miséria ou de perseguição em vista de melhores perspetivas ou para salvar a sua vida, milhões de pessoas embarcam no caminho da migração e, enquanto esperam encontrar a satisfação das expetativas, muitas vezes o que encontram é suspeita, fechamento e exclusão; quando não são golpeadas por outros infortúnios, muitas vezes mais graves e que ferem a sua dignidade humana.» (PAPA FRANCISCO, 2016:110).

Os portugueses não podem, nem devem esquecer que já tiveram de emigrar, praticamente para todos os países do mundo, embora maioritariamente para a Europa e Américas, por motivos de perseguição político-ditatorial, guerras com as ex-colónias e também para terem um melhor futuro, para eles e famílias e, também, uma velhice mais tranquila.

Infelizmente, milhares de Portugueses, agora pertencentes, na sua maioria, a uma geração ilustre de: cientistas, investigadores, técnicos e outros especialistas em vários domínios, porque o país que neles têm investido, não lhes garante o direito a um trabalho compatível com os seus conhecimentos, têm sido obrigados a abandonar a terra que os viu nascer e os formou assim como as famílias que os criou.

Recuperar: princípios, valores e sentimentos, deveria ser uma preocupação de uma sociedade culta, civilizada e humanista, tendo por objetivo último a restauração plena da dignidade da pessoa, porque hoje em dia, a inteligência humana vence muitos obstáculos, produz conhecimentos e tecnologias que, se aplicados com rigor e espírito de bem-comum, contribuem para que a: paz, bem-estar, felicidade e alegria, regressem ao seio da comunidade.

Existem condições extremamente favoráveis, a nível de recursos, para que a humanidade possa viver em segurança, com abundância de bens de primeira necessidade, com tecnologias avançadíssimas, se os decisores nos diferentes ramos de atividade, assim o desejarem, todavia, convém não ignorar que: «É preciso acrescentar que os melhores dispositivos acabam por sucumbir, quando faltam as grandes metas, os valores, uma compreensão humanista e rica de significado, capazes de conferir a cada sociedade uma orientação nobre e generosas.» (Ibid.:115).

Apesar dos imensos interesses, instalados em todo o mundo, cujos beneficiários detêm um poder de decisão, e uma capacidade de intervenção quase absolutos, é sempre possível reverter para o bem-comum, muitas situações que, atualmente, pervertem e prejudicam o bem-estar das pessoas, de populações inteiras e até de nações subdesenvolvidas.

Poder-se-á afirmar, com alguma certeza que: «Ninguém quer o regresso à Idade da Pedra, mas é indispensável abrandar a marcha para olhar a realidade doutra forma, escolher os avanços positivos e sustentáveis e, ao mesmo tempo, recuperar os valores e os grandes objetivos arrasados por um desenfreamento megalómano.» (Ibid.:112).

Quem neste mundo global, cada vez mais pequeno, pensar que tudo pode fazer, sem que daí resultem consequências, provavelmente, não só estará a fazer uma avaliação incorreta, como também, a ignorar, propositadamente, ou não, que haverá reflexos negativos, ou positivos, resultantes das decisões e dos atos que se lhes seguem.

Com esta lógica, não será descabido extrapolar para as organizações e os próprios Estados/Governos, ou seja: quando tais organismos optam por determinadas soluções, para um dado problema, mais ou menos específico, devem ter em conta que poderá haver repercussões, em setores afins, a montante e/ou a jusante, da situação que deu origem à tomada de uma certa posição.

Na verdade, é cada vez mais frequente que: «Qualquer ato de envergadura numa parte do Planeta repercute-se no todo em termos económicos, ecológicos, sociais e culturais. Até o crime e a violência se globalizam. Por isso, nenhum governo pode atuar à margem de uma responsabilidade comum. Se queremos realmente uma mudança positiva temos de assumir humildemente a nossa interdependência, ou seja, nossa sã interdependência.» (Ibid.:113).

Este meritório processo, para a restauração da Paz e da Felicidade, tem de ser assumido por todas as pessoas que desejam, sinceramente, vivenciar aqueles valores e, nesse sentido, devem unir esforços, ”lutar” contra quem persiste na manutenção da guerra e da infelicidade, porque os bens supremos, a que todo o ser humano tem direito, para além dos dois já mencionados, não lhes podem ser negados: saúde, trabalho, educação, formação, habitação, assistência médica e medicamentosa, velhice tranquila e desafogada, a par da liberdade, da democracia, do desenvolvimento, a estes se adicionando, ainda, outros valores cívicos, éticos e morais, que são parte integrante da dignidade da pessoa humana.

É perfeitamente aceitável, e indiscutível, que a esmagadora maioria das pessoas, em todo o mundo, prefira e aspire à suprema elevação: da Dignidade, da Paz e da Felicidade, até porque: «Cada um de nós é apenas uma parte de um todo complexo e diversificado interagindo no tempo: povos que lutam por uma afirmação, por um destino, por viver com dignidade, por “viver bem” (…). Quando olhamos o rosto dos que sofrem, o rosto do camponês ameaçado, do trabalhador excluído, do indígena oprimido, da família sem teto, do imigrante perseguido,  do jovem desempregado, da criança explorada, da mãe que perdeu o seu filho num tiroteio porque o bairro foi tomado pelo narcotráfico, do pai que perdeu a sua filha porque foi sujeita à escravidão; quando recordamos estes “rostos e estes nomes”, estremecem-nos as entranhas diante de tanto sofrimento e comovemo-nos, todos nos comovemos …» (Ibid.:107-108).

É imperioso refletir no que se acaba de transcrever, tanto mais urgente, quanto é certo que a referida análise parte de uma das figuras mais proeminentes no mundo atual, como é Sua Santidade  o Papa Francisco o qual, com toda a sua sabedoria, fé, humildade, compaixão e benevolência, não se cansa de apelar  a todos os responsáveis, para elegerem a oração, a paz, a felicidade e o bem-comum, como os principais pilares desta casa que é e todos, mas que nela estamos de passagem, muito rápida, por muito longa que a alguns pareça.

A irracionalidade que existe na maior parte da restante criação, está mais relacionada com o instinto de sobrevivência e de defesa, pelo menos tanto quanto a ciência e o conhecimento nos é dado perceber. Na pessoa humana, em particular; e na sociedade, em geral, existem outros mecanismos, tais como a inteligência, a racionalidade, o bom-senso que deveriam conduzir à Paz e à Felicidade dos povos, sem reservas e consolidadamente.

Em bom rigor: «Todos os temas por mais espinhosos que sejam, tem soluções compartilháveis, têm soluções razoáveis, equitativas e duradouras. E, em todo o caso, nunca devem ser motivo de agressividade, rancor ou inimizade, que agravam mais a situação e tornam mais difícil a sua solução.» (Ibid.:122). Por tudo isto a Paz e a Felicidade são suscetíveis de restauração, moderna e axiologicamente atualizadas.

 

Bibliografia.

 

PAPA FRANCISCO (2016). Proteger a Criação. Reflexões sobre o Estado do Mundo. 1ª Edição. Tradução, Libreria Editrice Vaticana (texto) e Maria do Rosário de Castro Pernas (Introdução e Cronologia), Amadora-Portugal:20/20 Nascente Editora.


Apanhados de surpresa, entre os fogos de uma guerra cruel, desumana e, a todos os títulos, inaceitável, imploremos a Deus, e aos homens, para que o sofrimento de milhões de seres humanos, termine definitivamente. Tenhamos a HUMILDADE de nos perdoarmos uns aos outros, porque o PERDÃO será um dos grandes “Valores Axiológicos” da Humanidade, que deixaremos às Gerações Futuras.  GLÓRIA À UCRÂNIA.

 

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sábado, 10 de setembro de 2022

Ainda há farrapos humanos?

 O respeito pelas condições de vida de todos os seres que habitam este planeta, deveria ser uma preocupação constante, tanto pelos governantes, como pelos governados, independentemente da natureza do poder que exercem, como do estatuto que lhes está atribuído e, eventualmente, usufruem, respetivamente, porque a todos é exigível que tudo façam para garantir a dignidade, que é uma condição para o conforto, felicidade e paz das pessoas

É inaceitável, porque injusto, desumano, ilegal e ilegítimo que, praticamente, se sacrifique em toda a sua extensão, o Bem-estar da pessoa humana, para que uma economia ao serviço de uns poucos, conduza, muitas nações, e os seus povos, a uma situação de autêntica exploração dos mais fracos, dependentes e fragilizados: pela miséria, escravatura e submissão; pelo medo e pela ameaça que alguns autoproclamados “donos do mundo”, ou, como alguém diria: “O Dono disto Tudo” continuem a tentar impor e dominar.

Há como que uma guerra surda, encapuzada por lindos discursos, por milhares de reuniões de que, praticamente, nada sai de positivo, adiando-se decisões, marcando-se novas reuniões e assim sucessivamente, para depois tudo ficar, praticamente, na mesma, quebrando-se acordos, faltando-se à palavra dada e recomeçando-se tudo de novo, num outro alegado “ciclo”.

É provável que se esteja a: «Viver a terceira guerra mundial, mas por etapas. Há sistemas económicos que para sobreviver devem fazer a guerra. Então, fabricam-se e vendem-se armas e, assim, os balanços das economias que sacrificam o homem aos pés do ídolo do dinheiro. Obviamente estão salvos. E não se pensa nas crianças famintas, nos campos de refugiados, não se pesa nos deslocamentos forçados, não se pensa as casas destruídas, não se pensa sequer nas tantas vidas destroçadas. Quantos sofrimentos, quanta destruição, quantas dores.» (PAPA FRANCISCO, 2016:31).

Como é possível existir tanta insensibilidade entre “irmãos” que, sendo filhos de um mesmo Criador, e que habitam uma “Casa Comum”, haja imensa discriminação, muito sofrimento, inúmeros atropelos aos deveres e direitos humanos? Em que mundo nós vivemos, que se pretende civilizado, culto, filantrópico, de liberdade em todas as suas dimensões, mas no qual as pessoas continuam a alimentar narcisismos, cultos da personalidade, recorrendo: à violência física e psicológica; à mentira, à traição, à deslealdade, à hipocrisia, à bajulação e à ingratidão. Afinal que mundo é este que habitamos?

Evidentemente que não se pretende fazer uma apologia da desgraça, do descrédito e do pessimismo. Deseja-se, isso sim, alertar para as realidades atuais, que só não as vê quem tiver interesses menos claros, de aproveitamento em benefício próprio, à custa do mal dos restantes. É necessário estabelecer e cumprir uma Nova Ordem Mundial ao nível cultural, axiológico e humanístico. É imperioso que se interiorize e pratiquem atos verdadeiramente humanos, com o sentido: da solidariedade, da amizade, da lealdade, da gratidão, da generosidade da benevolência e da compaixão.

Na verdade: «Uma coisa é clara! Não podemos continuar a desinteressar-nos da nossa realidade, dos nossos irmãos, da nossa mãe terra. Não nos é lícito ignorar o que está a acontecer ao redor, como se determinadas situações não existissem ou não tivessem a ver com a nossa realidade. Não nos é lícito – mais ainda – não é humano entrar no jogo da cultura do descarte.» (Ibid.:42).

O ser humano deve ser respeitado, muito mais do que qualquer outro animal, não pode, nem deve ser tratado como lixo. que depois de utilizado nos mais diversos fins e para servir diferentes interesses: passa para a “prateleira” dos esquecidos; para a “gaveta” dos inúteis; e, no limite, enviado para um qualquer campo de concentração de refugiados, como se fosse uma espécie animal, sem qualquer dignidade.

A valorização da pessoa humana é uma tarefa que urge desenvolver, constantemente, porque não é só a ciência, nem a técnica, que proporcionam melhores condições de vida, na medida em que se não houver: estima; elevação moral; princípios éticos; boas práticas cívicas e um maior esforço na aplicação dos deveres e direitos, verdadeiramente humanos, o mundo vai continuar a ser um espaço, onde determinados grupos continuarão a impor as suas arbitrariedades, a pugnar pelos seus interesses, eventualmente, egoístas e mesquinhos.

O passo essencial para se começar esta caminhada da dignificação da pessoa humana, deve iniciar-se na formação, ou seja: «Educar-nos para a solidariedade, que significa educarmos para a humanidade: edificar uma sociedade que seja deveras humana quer dizer pôr sempre no centro a pessoa e a sua dignidade, e nunca a malbaratar na lógica do lucro. O ser humano e a sua dignidade são pilares sobre os quais construir regras partilhadas e estruturadas que, superando o pragmatismo e o aspeto técnico, sejam capazes de eliminar as divisões e preencher os vazios existentes” (Cf. Discurso aos participantes da 38ª sessão da FAO, 20 de junho de 2013, in: Ibid.:57).

Atualmente, primeiro quarto do século XXI, o sofrimento atinge milhões de seres humanos, em todo o mundo, as chagas sociais parecem não querer sarar, porque, talvez, existam muitos interesses para que esta situação de verdadeira calamidade perdure e, nesta cultura do “utiliza e deita fora”, nem a pessoa humana escapa, porque: por um lado a ganância de alguns poderosos não tem limites; e, por outro lado, são apoiados por imensos cúmplices que, de alguma forma, acabam por ser beneficiados.

O problema é que em muitas situações já nem sequer funciona aquele princípio, segundo o qual: “se não os podes vencer; junta-te a eles”, precisamente porque eles já estão rodeados de fieis e bajuladores servidores, quais “câmaras eletrónicas”, de serviço permanente, recebendo em troca algumas recompensas: mais ou menos chorudas, para uns; umas migalhas, para outros.

A consciência e a necessidade humanas, hoje em dia, são suscetíveis de negociação, tudo é passível de vender/comprar, desde que da transação resultem benefícios para as partes envolvidas, mesmo que a maioria seja prejudicada, espoliada e denegrida na sua dignidade. Princípios, valores, sentimentos e caráter, podem leiloar-se e, rapidamente, serem substituídos por outros, igualmente, lucrativos.

Adquire, usa e deita fora”, eis a grande máxima que, deploravelmente, se está a aplicar a uma parte substancial da humanidade: «Esta cultura do descarte tende a tornar-se a mentalidade comum, que contagia todos. A vida humana, a pessoa já não é sentida como um valor primário a respeitar e salvaguardar, especialmente se é pobre ou deficiente, se ainda não é útil – como o nascituro – ou deixou de servir – como o idoso.» (Ibid.:59).

Torna-se confrangedor, e provoca profunda tristeza em quem está de boa-fé neste mundo, e tudo faz para que todas as pessoas possam ter uma vida confortável, verificar, diariamente, os atropelos que são realizados contra quem é mais vulnerável: crianças pobres; jovens desempregados; adultos a receber esmolas; idosos a viverem na rua, quantas vezes, maltratados, por uma pequena parte da sociedade opulenta, que nunca soube o que eram dificuldades da vida.

De que servem boas leis, se não forem aplicadas com justiça social e caridade, conforme mandam muitos preceitos religiosos de diversas religiões? Para onde vão os donativos que algumas pessoas e instituições consignam aos mais necessitados? E o Estado/Governo, no meio de tanta desgraça, como se comporta? E se não existissem: instituições particulares de solidariedade social; Organizações Não-governamentais; milhares de voluntários; equipamentos para acudir a uma parte dos mais carenciados; como estaria esta sociedade, ávida de poder, de ostentação, de fartura supérflua? Perguntas incómodas, é verdade, mas que nos devemos colocar perante a nossa consciência, sem receio das respostas.

A sociedade é constituída por um tecido extremamente heterogéneo: pessoas, famílias, grupos, infraestruturas, conhecimento, tecnologia, entre outros, mas é nas pessoas, e nas famílias, que residem os principais pilares: «Por isso tornam-se necessárias políticas adequadas que apoiem, provam e consolidem a família. Além disso, sucede que os idosos sejam considerados um peso, enquanto os jovens não veem à sua frente perspetivas seguras para a sua vida. E, no entanto, idosos e jovens são a esperança da humanidade: os primeiros trazem a sabedoria da experiência enquanto os segundos nos abrem ao futuro, impedindo de nos fecharmos em nós mesmos. (Cf. Exort. Ap. Evangelii Gaudium, 108). Sábia opção é não marginalizar os idosos da vida social, para se manter viva a memória de um povo. De igual modo, é bom investir nos jovens, com iniciativas adequadas que nos ajudem a encontrar trabalho e fundar um lar doméstico. É preciso não apagar o seu entusiasmo.» (Ibid.:62).

Importa reter que a pessoa humana é o recurso mais valioso do planeta que todos habitamos. Que jamais se pode maltratar, seja de que forma for, qualquer pessoa, independentemente do seu estatuto: socioeconómico, cultural, profissional, político, religioso ou outro.

Os valores supremos da dignidade humana, do respeito, da participação ativa na comunidade, são potencialidades que nenhum outro animal possui, em tão elevado nível, por muito que se protejam e estimem os restantes seres da criação, porque a pessoa humana é única, infalsificável, irrepetível. Será sempre um crime hediondo, transformar uma pessoa num “Farrapo Humano”.

 

Bibliografia.

 

PAPA FRANCISCO (2016). Proteger a Criação. Reflexões sobre o Estado do Mundo. 1ª Edição. Tradução, Libreria Editrice Vaticana (texto) e Maria do Rosário de Castro Pernas (Introdução e Cronologia), Amadora-Portugal:20/20 Nascente Editora.

 

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terça-feira, 6 de setembro de 2022

Fraternidade Luso-Brasileira

«Todos são iguais perante a Lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade…» (CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, CF/1988, Artº 5º) «Aos cidadãos de língua portuguesa com residência permanente em Portugal são reconhecidos, nos termos da lei e em condições de reciprocidade, direitos não conferidos a estrangeiros.» (CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA PORTUGUESA, 2004: Artº. 15º, nº 3).

Elaborar um conceito, uma caracterização, ou estabelecer o paradigma de “Cidadania Solidária Luso-Brasileira”, em função de um novo perfil de cidadão democrático Luso-Brasileiro, para o presente século, é tarefa complexa para se realizar, até porque, antes e depois deste trabalho, muitos investigadores, teóricos, pragmáticos e autodidatas se preocupam com o tema e, no futuro, novos e melhores trabalhos surgirão, sem qualquer dúvida.

Este esforço pretende dar um muito humilde contributo para irmanar, total e absolutamente, brasileiros e portugueses e, nessa perspectiva, construir uma “Pátria Luso-Brasileira”, obviamente, no domínio de uma “Cidadania Solidária”, um país civicamente unidual, com que muitos sonham, no respeito pelas soberanias políticas e territoriais e na conjugação da Língua, da História e da Cultura, no sentido da Ordem e do Progresso, e da cidadania plena.

Neste contexto, tão idealizado e na construção prática deste novo cidadão, é desejável que ele parta sempre de uma postura ética correta, seja brasileiro seja português, do espaço lusófono, ou até de qualquer outra nacionalidade, porque: «concordamos que conduta ética tem a ver com respeito próprio. Sabemos que pessoas que se sentem bem consigo mesmas possuem o que é necessário para resistir a pressões externas e para fazer o que é certo, e não o que é meramente conveniente, popular ou lucrativo.» (BLANCHARD & PEALE, 1988:10).

O novo cidadão iniciará a sua formação nos valores éticos inerentes ao respeito pelos direitos e deveres que a cada indivíduo assistem. Na circunstância, os cidadãos que desde há mais de quinhentos anos se desejam como irmãos, embora nem sempre tal ambição se tenha concretizado em pleno, buscam, uma vez mais, a realização absoluta deste sonho e, justamente, as excelentes relações político-diplomáticas, empresariais e culturais, parecem, finalmente, ajudar a alcançar este objetivo primordial. Por isso, é essencial defender uma conduta ética correta, sem ambiguidades, sem tibiezas, desde logo: nos domínios políticos, culturais, educacionais, cooperação e negócios.

Este cidadão, que já a partir do primeiro quarto, deste novo século, é tão necessário à reconstrução de uma sociedade segura, livre, solidária e socialmente desenvolvida, trata-se de uma pessoa cuja dignidade é vulnerável, em algumas circunstâncias, à ofensa. Este cidadão formar-se-á nas escolas tradicionais e também nas dificuldades da vida. A educação assente em bases sólidas será o cimento para o exercício dos deveres e direitos da cidadania solidária.

A formação, apenas por medida e conveniência, não será parte exclusiva dos valores educacionais deste novo cidadão, embora se admita a possibilidade de, a título preventivo, poder consciencializar-se de modelos ditos educativos, fornecidos por instituições que visam objetivos diferentes daqueles que aqui se postulam.

Sem descurar uma formação profissional, para o desempenho de uma atividade que sirva a sociedade, e possibilite uma existência condigna ao cidadão e à sua família, urge facultar uma preparação mais humanista, que reequilibre uma certa tecnocracia com as práticas dos valores clássicos e universais, através do estudo dos temas e dos autores adequados.

A este nível, as universidades desempenham um papel crucial, ao proporcionarem condições de pesquisa, de inovação, de reinterpretação de conceitos e de práticas. Nesse sentido o que seria mais desejável é que os cidadãos do futuro, frequentassem a universidade porque: «A observância dos princípios democráticos tem sido um facto, por certo, em alguns casos e, sempre que o é, a universidade pode servir de modelo para a comunidade local.» (RICH, 1975:279).

Nos modernos Estados Democráticos de Direito, tais como hoje se apresentam o Brasil e Portugal, bem como uma significativa maioria de países em todo mundo, o cidadão no pleno uso das suas capacidades, deveres e direitos, é chamado a participar na vida ativa da sua comunidade: seja em tarefas políticas, sociais, culturais, religiosas e profissionais; seja na organização da ocupação dos seus tempos livres.

Esta multiplicidade de papéis que são exigidos do cidadão, que se tem vindo a delinear, é o pressuposto normal do funcionamento de uma democracia, que exige longa preparação, e que pode começar no seio da família, na Igreja, na escola, na empresa, mas que não convém ser interrompida.

A aquisição de hábitos democráticos é um processo dinâmico, nunca acabado, e jamais será perfeito, na medida em que: «Este treino para a democracia, deve ser desenvolvido, como dissemos, em toda a actividade da vida. E uma vez que o objectivo da Educação deverá ser o desenvolvimento da consciência social, a vida caracterizar-se-á, sob esta perspectiva, por uma vontade contínua e não por proibições e restrições.» (CARVALHO, 1979:63).

O cidadão luso-brasileiro estará irremediavelmente “condenado” à aprendizagem através da educação para os: “Saber-ser”, “Saber-estar”, “Saber-fazer” e “Saber-conviver-com-os-outros”, porque estas quatro superdimensões da Pessoa Humana, proporcionam, quando realizadas conscientemente, o funcionamento da sociedade ideal, atentas as insuficiências e imperfeições da condição da espécie humana.

Infere-se, do anteriormente investigado, que a educação, apenas pela escola, considerando até todos os níveis de ensino é, ainda assim, insuficiente, se se limitar à reprodução, repetição e avaliação dos conhecimentos, já adquiridos no passado. Claro que a escola se preocupa com a atualização de conhecimentos, técnicas, tecnologias, princípios e valores societários.

 

 

BIBLIOGRAFIA

 

 

BLANCHARD Kenneth & PEALE, Norman Vincent, (1988).  O Poder da Administração Ética, Tradução, Ruy Jungmann, Rio de Janeiro: Editora Record.

CARVALHO, Maria Lúcia Rocha Duarte, (1979). Escola e Democracia, Subsídio para um Modelo de Administração segundo as ideias de M.P. Follet, São Paulo: E.P.U., Editora Pedagógica Universitária, Lda., Campinas: Universidade Estadual de Campinas.

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL (CF/88), in: LOPES, Maurício António Ribeiro (Coord.), (1999), 4ª. Ed., revista e atualizada, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais.

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA PORTUGUESA, (2004), Porto: Porto Editora.

RICH, John Martin, (1975). Bases Humanísticas da Educação, Tradução, Fernando de Castro Ferro, Rio de Janeiro: Zahar Editores

 

Apanhados de surpresa, entre os fogos de uma guerra cruel, desumana e, a todos os títulos, inaceitável, imploremos a Deus, e aos homens, para que o sofrimento de milhões de seres humanos, termine definitivamente. Tenhamos a HUMILDADE de nos perdoarmos uns aos outros, porque o PERDÃO será um dos grandes “Valores Axiológicos” da Humanidade, que deixaremos às Gerações Futuras.  GLÓRIA À UCRÂNIA.

 

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Venade/Caminha – Portugal, 2022

Com o protesto da minha permanente GRATIDÃO

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

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domingo, 4 de setembro de 2022

A Evolução na Renovação para o Bem

A esmagadora maioria da população mundial, seguramente, está cansada de viver num mundo desequilibrado, de excessos, muitos destes, no pior sentido. Há situações insuportáveis e inaceitáveis, às quais o ser humano, superiormente dotado de inteligência, habilidades e recursos naturais e construídos, não consegue por fim, não obstante os vertiginosos avanços da ciência e da tecnologia.

Alguém com a maior segurança possível, terá condições e credibilidade para garantir a paz? Alguém será capaz de afirmar, perentoriamente, para onde vamos?  Quem é que vai arriscar dizer e cumprir que um mundo melhor nos aguarda a curto prazo? Será possível escamotear uma eventual hipótese de ocorrência de uma terceira guerra mundial? Não é pessimismo. São realidades.

Hoje, primeiro quarto do século XXI, as exigências dos povos, não são, apenas, materiais, mas também de natureza: social, de cidadania, de igualdade e dignidade, a partir da aplicação de direitos e a obrigatoriedade de cumprimento de deveres. A pessoa humana tem de ser considerada como um todo, integralmente cuidada, em todas as suas dimensões, porque só assim se evitarão mais conflitos e misérias de diversa ordem que, na maior parte dos casos, terminam em morte.

Como grandes preocupações, não se pode ignorar que: «As pessoas e os povos exigem que se ponha em prática a justiça; não só a justiça legal, mas também a contributiva e a distributiva. Por conseguinte, os planos de desenvolvimento e o trabalho das organizações internacionais deveriam ter em consideração o desejo, tão frequente entre o povo comum, de ver respeitados, em todas as circunstâncias, os direitos fundamentais da pessoa humana e, no nosso caso, da pessoa que tem fome. Quando isto acontecer, também as intervenções humanitárias, as ações urgentes de ajuda e de desenvolvimento – o verdadeiro, integral – terão maior impulso e darão os frutos desejados.» (PAPA FRANCISCO, 2016:99-100).

Tudo indica que já não restam dúvidas, que se impõe uma mudança para o Bem, para um mundo melhor, para uma sociedade mais solidária, amiga, leal, cooperante, generosa e agradecida. Está à vista de qualquer leigo que quanto mais egoísmo houver, as desigualdades, a miséria, os conflitos e os confrontos sangrentos e mortíferos, ocorrem com mais frequência, e um pouco por toda a parte.

Acredita-se, e não temos hesitações em afirmar, que: «Queremos uma mudança nas nossas vidas, nos nossos bairros, no vilarejo, na nossa realidade mais próxima; mas uma mudança que toque também o mundo inteiro, porque hoje a interdependência global requer respostas globais para os problemas locais. A globalização da esperança, que nasce dos povos e cresce entre os pobres, deve substituir esta globalização da exclusão e da indiferença.» (Ibid.:106).

E se relativizar não significa radicalizar, a verdade é que o Bem para uns não é, necessariamente, para outros, assim como o Mal, não o será para todas as pessoas e, com este raciocínio, poder-se-ia afirmar que “tudo é relativo”, no entanto, haverá princípios, valores, sentimentos e emoções que, universalmente, deveriam ser aceites como absolutos, designadamente: a justiça, a paz, o bem-comum, a felicidade, entre outros possíveis e desejáveis pela esmagadora maioria da sociedade, e aos quais se podem acrescentar: saúde, trabalho, habitação, solidariedade, amizade, humildade, gratidão, tolerância e compaixão.

Independentemente de estatutos, de políticas, hoje as pessoas desejam viver bem, num mundo em mudança sim, mas para o Bem, onde cada ser humano seja respeitado e reconhecido pelos seus méritos próprios, e que a individualidade e riqueza de cada pessoa contribua para o todo, porque efetivamente: «Cada um de nós é apenas uma parte de um todo complexo e diversificado interagindo no tempo: povos que lutam por uma afirmação, por um destino, por viver com dignidade, por “viver bem”» (Ibid.:107).

Apoiar o desenvolvimento científico-tecnológico, para que toda a gente possa viver melhor, será uma atitude que ninguém poderá recusar, salvo se outros interesses próprios, legítimos e legais estiverem em jogo e possam ser prejudicados, como igualmente não devem ser impeditivos da evolução positiva para o bem de todos, porque os benefícios coletivos para o bem comum, devem: em quaisquer circunstâncias; e até às últimas consequências, ser preservados.

Qualquer mudança para o bem implica, obrigatoriamente, ter a pessoa humana no centro de todas as preocupações, porque: «O mundo só pode melhorar se a atenção é dirigida, em primeiro lugar, à pessoa; se a promoção da pessoa é integral, em todas as suas dimensões, inclusive a espiritual: se não se deixa ninguém de parte, incluindo os pobres, os doentes, os encarcerados, os necessitados, os estrangeiros (Cf. MT 25, 31-46); caso se passe de uma cultura do descartável para uma cultura do encontro e do acolhimento …» (Ibid.:109-110).

Defender todas as iniciativas que visem promover a mudança sustentável, no sentido de um mundo mais justo, onde o Bem possa reinar acima do Mal, é um comportamento que deve ser assumido e valorizado publicamente, na medida em que, sem uma coesão forte e indestrutível, jamais a humanidade viverá em paz e confortavelmente.

As duas extremidades do progresso: a do Bem e a do Mal, na verdade, existem, não podemos ser assim tão ingénuos ao ponto de acreditarmos que toda a gente está preocupada com o Bem, porque: «Infelizmente, enquanto incentivamos o desenvolvimento em vista de um mundo melhor, não podemos silenciar o escândalo da pobreza nas suas várias dimensões. Violência, exploração, discriminação, marginalização, abordagens restritivas às liberdades fundamentais, tanto para o indivíduo quanto para grupos, são alguns dos principais elementos da pobreza que devem ser superados.» (Ibid.:110).

Os principais responsáveis pelo progresso, designadamente aqueles que se preocupam com a mudança para o Bem, têm a obrigação de conhecer profundamente as diversas situações, em que determinadas camadas da sociedade estão a viver, e tudo fazerem para retirar as pessoas das restrições a que estão, talvez, ilegítima e ilegalmente, submetidas.

A sociedade não pode ficar à mercê de algumas, felizmente poucas, minorias de: poderosos, financeiros, políticos, militares, religiosos, cientistas, técnicos, intelectuais e outros grupos privilegiados, aos quais lhes são dados todos os recursos para desenvolverem instrumentos de destruição, miséria e morte, bem pelo contrário, tais grupos favorecidos pelas conjunturas e pelos diversos poderes, devem colocar-se ao lado do Bem, criarem todas as condições para o Bem-Comum, para o exercício dos direitos fundamentais de uma humanidade que tem o direito de ser verdadeiramente digna.

Importa, nesta reflexão, destacar que: «Os distintos atores sociais têm a responsabilidade de contribuir para a construção da unidade e o desenvolvimento da sociedade. A liberdade é sempre o campo melhor para que os pensadores, as associações de cidadãos, os meios de comunicação desempenhem a sua função, com paixão e criatividade, ao serviço do bem-comum.» (Ibid.:121).

Quando desejamos a implementação do Progresso, na Mudança para o Bem, obviamente que este Bem está, igualmente, relacionado ao Bem-Comum e este entendido, aqui, como sendo: «Algo mais do que a soma de interesses individuais; é passar do que “é melhor para mim” àquilo que é “melhor para todos”, e inclui tudo o que dá coesão a um povo: metas comuns, valores partilhados, ideias que ajudam a levantar os olhos para além dos horizontes particulares.» (Ibid.:120-121).

Refletir, criticar, implementar e validar um processo de desenvolvimento para o Progresso na Mudança, para o Bem: seja este individual; seja coletivo, será o grande projeto de uma humanidade sensibilizada para os princípios, valores e sentimentos de toda a pessoa digna, sem exceções, numa sociedade inclusiva, civilizada, culta e altruísta.

 

Bibliografia.

 

PAPA FRANCISCO (2016). Proteger a Criação. Reflexões sobre o Estado do Mundo. 1ª Edição. Tradução, Libreria Editrice Vaticana (texto) e Maria do Rosário de Castro Pernas (Introdução e Cronologia), Amadora-Portugal:20/20 Nascente Editora.

 

Apanhados de surpresa, entre os fogos de uma guerra cruel, desumana e, a todos os títulos, inaceitável, imploremos a Deus, e aos homens, para que o sofrimento de milhões de seres humanos, termine definitivamente. Tenhamos a HUMILDADE de nos perdoarmos uns aos outros, porque o PERDÃO será um dos grandes “Valores Axiológicos” da Humanidade, que deixaremos às Gerações Futuras.  GLÓRIA À UCRÂNIA.

 

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