sábado, 17 de setembro de 2022

Restaurar a Paz e a Felicidade

Neste primeiro quarto do século XXI, a situação mundial, no que respeita à observação de deveres e direitos fundamentais, praticamente mantém-se inalterável, em muitos países, ou, se se preferir: equilibrada entre o Bem e o Mal; entre o Progresso e o Retrocesso; entre a Abastança e a Miséria. Claro que se pode afirmar que o mundo sempre foi assim, e que a sociedade humana nunca foi muito justa, porque, como já tem sido referido, uma minoria possui a parte maior da riqueza mundial e uma esmagadora maioria, vive com a preocupação de ter um dia razoável de cada vez e outra parte, que em Portugal é cerca de quinze por cento da população, “arrasta-se” no limiar da pobreza e da miséria total, sendo mais que provável que esta percentagem tenha aumentado significativamente desde o início de março de 2020, devido à horrível pandemia, denominada COVID-19, que se abateu por todo o mundo, infetando e matando milhões e centenas de milhares de pessoas, respetivamente.

É precisamente a camada mais vulnerável e, em certa medida, desprotegida, que muito necessita do apoio oficial, não de esmolas, nem de migalhas de um qualquer Orçamento de Estado. O mundo atravessa um período muito complexo, e os detentores dos diversos poderes, bem como as populações em geral, obviamente que têm parte significativa de culpabilidade: seja no que de melhor se poderia fazer e ter; seja no que há de pior.

Por isso, quem ainda tem condições mentais, psicológicas e físicas procura, para si e para a família, novas oportunidades de vida e, nesse sentido: «Fugindo de situações de miséria ou de perseguição em vista de melhores perspetivas ou para salvar a sua vida, milhões de pessoas embarcam no caminho da migração e, enquanto esperam encontrar a satisfação das expetativas, muitas vezes o que encontram é suspeita, fechamento e exclusão; quando não são golpeadas por outros infortúnios, muitas vezes mais graves e que ferem a sua dignidade humana.» (PAPA FRANCISCO, 2016:110).

Os portugueses não podem, nem devem esquecer que já tiveram de emigrar, praticamente para todos os países do mundo, embora maioritariamente para a Europa e Américas, por motivos de perseguição político-ditatorial, guerras com as ex-colónias e também para terem um melhor futuro, para eles e famílias e, também, uma velhice mais tranquila.

Infelizmente, milhares de Portugueses, agora pertencentes, na sua maioria, a uma geração ilustre de: cientistas, investigadores, técnicos e outros especialistas em vários domínios, porque o país que neles têm investido, não lhes garante o direito a um trabalho compatível com os seus conhecimentos, têm sido obrigados a abandonar a terra que os viu nascer e os formou assim como as famílias que os criou.

Recuperar: princípios, valores e sentimentos, deveria ser uma preocupação de uma sociedade culta, civilizada e humanista, tendo por objetivo último a restauração plena da dignidade da pessoa, porque hoje em dia, a inteligência humana vence muitos obstáculos, produz conhecimentos e tecnologias que, se aplicados com rigor e espírito de bem-comum, contribuem para que a: paz, bem-estar, felicidade e alegria, regressem ao seio da comunidade.

Existem condições extremamente favoráveis, a nível de recursos, para que a humanidade possa viver em segurança, com abundância de bens de primeira necessidade, com tecnologias avançadíssimas, se os decisores nos diferentes ramos de atividade, assim o desejarem, todavia, convém não ignorar que: «É preciso acrescentar que os melhores dispositivos acabam por sucumbir, quando faltam as grandes metas, os valores, uma compreensão humanista e rica de significado, capazes de conferir a cada sociedade uma orientação nobre e generosas.» (Ibid.:115).

Apesar dos imensos interesses, instalados em todo o mundo, cujos beneficiários detêm um poder de decisão, e uma capacidade de intervenção quase absolutos, é sempre possível reverter para o bem-comum, muitas situações que, atualmente, pervertem e prejudicam o bem-estar das pessoas, de populações inteiras e até de nações subdesenvolvidas.

Poder-se-á afirmar, com alguma certeza que: «Ninguém quer o regresso à Idade da Pedra, mas é indispensável abrandar a marcha para olhar a realidade doutra forma, escolher os avanços positivos e sustentáveis e, ao mesmo tempo, recuperar os valores e os grandes objetivos arrasados por um desenfreamento megalómano.» (Ibid.:112).

Quem neste mundo global, cada vez mais pequeno, pensar que tudo pode fazer, sem que daí resultem consequências, provavelmente, não só estará a fazer uma avaliação incorreta, como também, a ignorar, propositadamente, ou não, que haverá reflexos negativos, ou positivos, resultantes das decisões e dos atos que se lhes seguem.

Com esta lógica, não será descabido extrapolar para as organizações e os próprios Estados/Governos, ou seja: quando tais organismos optam por determinadas soluções, para um dado problema, mais ou menos específico, devem ter em conta que poderá haver repercussões, em setores afins, a montante e/ou a jusante, da situação que deu origem à tomada de uma certa posição.

Na verdade, é cada vez mais frequente que: «Qualquer ato de envergadura numa parte do Planeta repercute-se no todo em termos económicos, ecológicos, sociais e culturais. Até o crime e a violência se globalizam. Por isso, nenhum governo pode atuar à margem de uma responsabilidade comum. Se queremos realmente uma mudança positiva temos de assumir humildemente a nossa interdependência, ou seja, nossa sã interdependência.» (Ibid.:113).

Este meritório processo, para a restauração da Paz e da Felicidade, tem de ser assumido por todas as pessoas que desejam, sinceramente, vivenciar aqueles valores e, nesse sentido, devem unir esforços, ”lutar” contra quem persiste na manutenção da guerra e da infelicidade, porque os bens supremos, a que todo o ser humano tem direito, para além dos dois já mencionados, não lhes podem ser negados: saúde, trabalho, educação, formação, habitação, assistência médica e medicamentosa, velhice tranquila e desafogada, a par da liberdade, da democracia, do desenvolvimento, a estes se adicionando, ainda, outros valores cívicos, éticos e morais, que são parte integrante da dignidade da pessoa humana.

É perfeitamente aceitável, e indiscutível, que a esmagadora maioria das pessoas, em todo o mundo, prefira e aspire à suprema elevação: da Dignidade, da Paz e da Felicidade, até porque: «Cada um de nós é apenas uma parte de um todo complexo e diversificado interagindo no tempo: povos que lutam por uma afirmação, por um destino, por viver com dignidade, por “viver bem” (…). Quando olhamos o rosto dos que sofrem, o rosto do camponês ameaçado, do trabalhador excluído, do indígena oprimido, da família sem teto, do imigrante perseguido,  do jovem desempregado, da criança explorada, da mãe que perdeu o seu filho num tiroteio porque o bairro foi tomado pelo narcotráfico, do pai que perdeu a sua filha porque foi sujeita à escravidão; quando recordamos estes “rostos e estes nomes”, estremecem-nos as entranhas diante de tanto sofrimento e comovemo-nos, todos nos comovemos …» (Ibid.:107-108).

É imperioso refletir no que se acaba de transcrever, tanto mais urgente, quanto é certo que a referida análise parte de uma das figuras mais proeminentes no mundo atual, como é Sua Santidade  o Papa Francisco o qual, com toda a sua sabedoria, fé, humildade, compaixão e benevolência, não se cansa de apelar  a todos os responsáveis, para elegerem a oração, a paz, a felicidade e o bem-comum, como os principais pilares desta casa que é e todos, mas que nela estamos de passagem, muito rápida, por muito longa que a alguns pareça.

A irracionalidade que existe na maior parte da restante criação, está mais relacionada com o instinto de sobrevivência e de defesa, pelo menos tanto quanto a ciência e o conhecimento nos é dado perceber. Na pessoa humana, em particular; e na sociedade, em geral, existem outros mecanismos, tais como a inteligência, a racionalidade, o bom-senso que deveriam conduzir à Paz e à Felicidade dos povos, sem reservas e consolidadamente.

Em bom rigor: «Todos os temas por mais espinhosos que sejam, tem soluções compartilháveis, têm soluções razoáveis, equitativas e duradouras. E, em todo o caso, nunca devem ser motivo de agressividade, rancor ou inimizade, que agravam mais a situação e tornam mais difícil a sua solução.» (Ibid.:122). Por tudo isto a Paz e a Felicidade são suscetíveis de restauração, moderna e axiologicamente atualizadas.

 

Bibliografia.

 

PAPA FRANCISCO (2016). Proteger a Criação. Reflexões sobre o Estado do Mundo. 1ª Edição. Tradução, Libreria Editrice Vaticana (texto) e Maria do Rosário de Castro Pernas (Introdução e Cronologia), Amadora-Portugal:20/20 Nascente Editora.


Apanhados de surpresa, entre os fogos de uma guerra cruel, desumana e, a todos os títulos, inaceitável, imploremos a Deus, e aos homens, para que o sofrimento de milhões de seres humanos, termine definitivamente. Tenhamos a HUMILDADE de nos perdoarmos uns aos outros, porque o PERDÃO será um dos grandes “Valores Axiológicos” da Humanidade, que deixaremos às Gerações Futuras.  GLÓRIA À UCRÂNIA.

 

Alimentemos o nosso espírito com a ORAÇÃO e a bela música:

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https://www.youtube.com/watch?v=Aif5s90rxoU

https://youtu.be/DdOEpfypWQA  https://youtu.be/Z7pFwsX6UVc

 

 

Venade/Caminha – Portugal, 2022

Com o protesto da minha permanente GRATIDÃO

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

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