domingo, 27 de fevereiro de 2022

Ética. Ciência do que se deve fazer na vida.

            Pode dizer-se que no tempo dos antigos, a obrigação é antes vivida como um dado da experiência ético-religiosa, que cientificamente desenvolvida. Ela fica, em geral, sob o plano da expressão popular, ou da interpretação mítica, e não intervém muito na sistematização racional da moral. Esta ideia, ao contrário, tem um grande lugar nas teorias elaboradas sobre a influência, direta ou não, do cristianismo e, em particular, na Ética Kantiana, donde é a noção-chave.

Estas duas conceções da moral não se excluem nem anulam. À priori, nada impede que uma vida conforme o ideal do homem seja, também, para ele, o caminho e o único caminho da felicidade, e de fato nos mostremos – reencontrando nesta afirmação espontânea a consciência comum – que isso é bem, assim de forma que um dos dois aspetos da Ética, não pode ser adequadamente do outro.

Verificaríamos, comodamente, isso considerando as grandes doutrinas morais. A dos escolásticos, por exemplo, e nomeadamente a de S. Tomás que se apresenta de ordinariamente como uma Ética da beatitude, mas ela inclui uma Ética de obrigação. E, por seu lado, a Ética Kantiana acaba por reintroduzir, como elemento de soberano bem, a ideia de felicidade.

Vemos que a definição de Ética, por pouco que ela queira sair das generalidades vagas, depende, parcialmente, menos da maneira como são abordados e resolvidos os problemas morais. Isto é dizer que a nossa própria definição não se justificará, plenamente, se não no desenvolvimento do nosso tratado.

De saída ela está de qualquer maneira postulada. Admitamos, então, que a Ética é uma ciência normativa das ações, e para lá da existência humana – normativa no segundo sentido, não do modo de uma arte de viver feliz, mas contanto que ela comporte uma regra válida para si, um dever propriamente dito, uma obrigação absoluta ou categórica (sem pretender, todavia, que esta obrigação seja elemento essencial da moralidade).

A Ética é a ciência: do que o homem deve fazer para viver como ele deve viver; para ser o que ele deve vir a ser; para que ele atinja o seu valor supremo; para que ele realize, na sua natureza, o que se apresenta como a justificação da sua existência – O para quê e porquê ele existe. Em duas palavras – a Ética é uma ciência categoricamente normativa.

Numa Ética assim entendida, a matéria é mais determinada, mais restrita do que se procedesse simplesmente de uma descrição dos costumes, ou de uma técnica da vida feliz, segundo a nossa definição. Com efeito a ação é considerada sob um aspeto mais subjetivo, ou melhor, pessoal. Como procedendo da vontade livre.

Este caráter não teria tanta importância, no caso, por exemplo, duma arte de viver feliz, porque ele não está excluído dum ato posto sem advertência, sem decisão livre, colhido pelo seu conteúdo material, favorecer a felicidade e colocar obstáculos. Um sonâmbulo pode mordiscar-se, como pode também, por uma sugestão oportuna, executar uma ginástica salutar, para a qual a coragem lhe faltou no estado de velho, ou se desfez de um hábito nocivo à sua saúde.

Uma Ética da felicidade parece, então, à primeira vista, menos conciliável com a negação da liberdade, a história nos diz que este acordo verificou-se muitas vezes. Pela mesma razão uma Ética da felicidade se mostrará, por vezes, pouco suscetível, sob o respeito da autonomia pessoal.

Ela crera entregar aos homens um bom ofício, determinando-lhes o lugar nos caminhos da felicidade, e neles impelirem a força se eles são bastante tolos para, de modo algum, se comprometerem eles mesmos. Lá, ao contrário, onde colocamos a obrigação, é preciso pousar, também, a liberdade, sem a qual aquela não tem sentido.

Por outras palavras, a Ética, tal como nós a entendemos, não considera os atos postos pelos homens, no entanto eles procedem deles, lhes pertencem, que eles são sentidos dum modo qualquer, mas, todavia, que são postos por eles, segundo o modo de agir, próprio ao homem e que o distingue de todos os outros seres da nossa experiência, isto é, o mesmo que dizer, com advertência e liberdade, como vamos ver, no entanto eles são, no pleno sentido da palavra, atos humanos.

A nossa definição da filosofia moral, para ser completa, requere uma última precisão. Na maior parte dos homens as prescrições morais revestem, também, um caráter religioso. Elas são consideradas como intimações da divindade. O seu conhecimento é, muitas vezes, atribuído a uma revelação divina.

No que respeita a filósofos, nós admitimos, sem hesitar, que uma tal comunicação é possível, muito mais, que ela é altamente desejável. No que respeita aos cristãos, nós sabemos e cremos que ela se realizou.

Portanto, a Ética Filosófica, precisamente no que respeita à Filosofia, não considera a realidade moral tal que a revelação nos fá-la conhecer, mas tal que ela se apresente pela razão, usando a sua luz natural, tal que a razão pode escrevê-la, interpretá-la, reconhecer, e em justificar as exigências. Isso cria, algures, um problema do qual nos vamos ocupar, entretanto.

Nós diremos, então, para ser completos, que a Ética é a ciência categoricamente normativa dos atos humanos, segundo a luz natural da razão. O caráter racional da Ética não significa, de modo nenhum, que ela deve proceder de um modo racional e laico, ignorando, sistematicamente, o fato religioso e nada mais, que ela seja sem interesse para a formação do espírito cristão.

Pelo contrário, a Ética como as outras disciplinas filosóficas, é assumida na síntese da fé, contanto que ela estude estruturas, e exigências essenciais ao homem que, porque fundamentais, moram na ordem cristã, e funda a possibilidade de um reencontro e um diálogo com os de fora. A Filosofia entregará tanto mais serviços à fé que ela seria mais autêntica, racional, mais recíproca, todas as coisas iguais algures, a filosofia perceberá tanto melhor as exigências profundas da razão que ela será mais cristã.

 

«Protejam-se. Vamos vencer o vírus. Cuidem de vós. Cuidem de todos». Cumpram, rigorosamente, as instruções das autoridades competentes. Estamos todos de passagem, e no mesmo barco chamado: “Planeta Terra”, de onde todos, mais tarde ou mais cedo, partiremos, de mãos vazias!!! Tenhamos a HUMILDADE de nos perdoarmos uns aos outros, porque será o único “CAPITAL” que deixaremos aos vindouros: “O PERDÃO”. 

 

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domingo, 20 de fevereiro de 2022

Ética. Prática Normativa da Vida

É importante iniciar esta reflexão, com um significado, entre muitos outros, de Ética: «No contexto filosófico, ética e moral possuem diferentes significados. A ética está associada ao estudo fundamentado dos valores morais que orientam o comportamento humano em sociedade, enquanto a moral são os costumes, regras, tabus e convenções estabelecidas por cada sociedade.

Os termos possuem origem etimológica distinta. A palavra “ética” vem do Grego “ethos” que significa “modo de ser” ou “caráter”. Já a palavra “moral” tem origem no termo latino “morales” que significa “relativo aos costumes”.

Ética é um conjunto de conhecimentos extraídos da investigação do comportamento humano ao tentar explicar as regras morais de forma racional, fundamentada, científica e teórica. É uma reflexão sobre a moral.

Moral é o conjunto de regras aplicadas no cotidiano e usadas continuamente por cada cidadão. Essas regras orientam cada indivíduo, norteando as suas ações e os seus julgamentos sobre o que é moral ou imoral, certo ou errado, bom ou mau.

No sentido prático, a finalidade da ética e da moral é muito semelhante. São ambas responsáveis por construir as bases que vão guiar a conduta do homem, determinando o seu caráter, altruísmo e virtudes, e por ensinar a melhor forma de agir e de se comportar em sociedade.» (in: https://www.significados.com.br/etica-e-moral/

Exprime, ainda, modo habitual de agir, caráter. Ética e moral são, então, depois da etimologia, de aceção equivalente, e isto porque sob a sua forma substantiva feminina, estas palavras são, muitas vezes, tomadas uma pela outra.

Diz-se, indiferentemente, a Ética ou a Moral para designar o que nós podemos, provisoriamente, definir como: “Ciência ou Filosofia da Ação Humana”. Nos nossos dias, no entanto, nós vemos muito, sobretudo no mundo anglo-saxónico, introduzirem entre os dois termos uma distinção.

Pode-se crer que, falando-se de Ética, subentende-se o substantivo - Ciência ou Filosofia -. Historicamente, isto será falso, porque Ética através do latim Éthica, liga-se ao plural neutro, o que concerne os costumes que Aristóteles (ou o seu editor) deu como título às suas duas grandes obras morais: “Ética a Eudeme” e “Ética a Nicómaco”.

O equivalente em latim seria “Morália” (título dado por S. Gregório, o Grande, aos seus célebres comentários sobre o livro de Job). Transcrita em latim, a palavra Ética, como as palavras física, metafísica, política, têm primeiro conservado o seu valor de plural, para, depois, ter sido analisada como um feminino e é como feminino que deu o francês “Éthique”.

Igualmente, pode-se tomar que: Ciência ou Filosofia da Ação Humana, a palavra ação deve tomar-se no seu sentido estrito correspondente ao aristoteliano, enquanto que distinto, por sua vez da especulação e do fazer (atividade artística e técnica, produção do objeto, transformação do meio).

O que compete do ponto de vista da arte, ou da técnica, é que a obra seja bem executada: que a estátua seja bela, que a mesa tenha por baixo os pés, que o avião voe -. O agente e o seu ato não têm interesse relativamente à obra. É a eles, ao contrário e mais precisamente ao agente, considerado através do seu ato, que a Ética se interessa em primeiro lugar.

Apoiando-nos na etimologia, poderíamos, então, e desde já, chamar (ciência) Ética ou Moral, à simples descrição dos modos ou hábitos de agir: seja de homens em geral; seja de uma sociedade determinada. E, de fato, naqueles que nós olhamos como os grandes moralistas, Aristóteles, seu discípulo Teofrasto e o moderno imitador deste último, La Bruyére – esta descrição tem um grande lugar. (Jean de La BRUYÈRE, 1645-1696. É um moralista francês. É famoso por uma única obra, dos personagens ou costumes do século - Les Caractères ou les Mœurs de ce siècle.1688).     

Com o auxílio de métodos mais aperfeiçoados, e numa atitude de neutralidade, que exclui todo o julgamento de valor, ele prosseguiu nos nossos dias sobre o plano da fenomenologia, da caracterologia, da sociologia, entre outros.

Mas a Ética deve apoiar-se assim? Certamente o pensam, mas exatamente à velha Ética, teórica e normativa, que segundo aqueles não pode trazer uma certeza cientifica, eles queriam substituir uma ciência de hábitos, que considerava o fato moral, à maneira dos outros fatos sociais, descrevia os costumes, os julgamentos e sentimentos morais próprios, às diferentes sociedades e determinava as leis da sua aparição, do seu desenvolvimento, da sua evolução, o seu desaparecimento, como a ciência o faz para os fenómenos físicos, tal é a posição de LEVY-BRUL na: “A Moral e a Ciência dos Hábitos”, Paris:1903. (Lucien LÉVY-BRÜHL, 1857-1939 foi um estudioso francês formado em Filosofia, que fez contribuições para os campos de brotamento da sociologia e da etnologia).

Segundo este autor, falar de ciência normativa é contradizer-se. A ciência enuncia o que é, não o que deve ser. A ciência, por definição, não tem outra função que não seja conhecer o que é. Ela não é, e não pode ser o resultado da aplicação metódica do espírito humano, a uma porção, ou aspetos da realidade dada.

Ela aspira e tende para a descoberta das leis que regulam os fenómenos. Tais são as matemáticas, a astronomia, a física, a biologia, a filologia, entre outras. A moral teórica propõe-se um objeto, essencialmente diferente. Ela é, por essência, legislativa. Ela não tem por função o conhecer, mas o prescrever. A Ética, assim compreendida, não pode, então, segundo Levy-Bruhl, ser uma ciência.

Por outro lado, muitos, hoje, entre as contínuas análises linguísticas, não querem ver na Ética, ou na Filosofia Moral, se não uma lógica do discurso moral. São listas a reduzir, a definir os termos ou conceitos morais (bem, mal, justo, direito, dever), a determinar as suas relações, seja entre aqueles, seja com os termos ou conceitos não morais, a codificar as regras do seu uso correto, distinguindo os casos onde eles conservam a sua significação, propriamente moral, daqueles onde eles não têm se não uma significação não moral, ou nenhuma significação do todo.

Uma Ética, assim entendida, nada pode prescrever dum modo absoluto, mas somente mostrar que tal prescrição particular é coerente, ou não, com os princípios ou valores de base, reconhecidos pelo indivíduo. Mas depende de cada um escolher tal sistema de valores, de preferência a tal outro e, sobre esta escolha, a Filosofia Moral nada tem a dizer.

O caráter normativo, prático, no pleno sentido da palavra, de suas conclusões. A Ética é normativa, não como a lógica pelo que olha de bom pelo funcionamento do pensamento, mas pelo que olha de bom andamento da vida, a orientação direita da existência.

Ela é uma ciência prática, não somente porque ela trata da praxis humana, mas porque ela visa a dirigi-la. Não basta aos moralistas descrever os hábitos, ou costumes: Entendem-os, julgam-os e retificam-os. Eles propõem as regras, os avisos, os conselhos, os preceitos para mostrar aos homens o caminho do “Bem Viver” e os comprometer. Mas isto pode-se entender de dois modos:

a) Pode-se pensar numa arte de viver, numa técnica da felicidade (individual ou social). Tal é, “grosso modo”, a conceção antiga da Filosofia Moral, toda orientada para o soberano bem, cuja possessão conduza o homem à felicidade.

Que seja uma técnica da felicidade, é admitido por ela mesma, que definissem de outra maneira a Filosofia Moral. Assim Levy-Bruhl vai na ciência dos costumes, o fundamento sobre o qual poderá, um dia, constituir-se uma arte moral, capaz de indicar o que é preciso fazer para assegurar a saúde, e o melhor ser da sociedade. E estes, que não vêm na Ética se não, uma espécie de lógica, são os primeiros a proclamarem a sua utilidade, para a solução dos problemas da vida;

b) Mas a ciência do “Bem Viver”, pode ser, igualmente, compreendida como a ciência que convém ao Homem: “Bem Viver”, neste caso, não significa, viver feliz, mas, viver como é preciso. Vivendo bem, o Homem merece a estima, o louvor, a aprovação; vivendo mal, fazendo o que não convém, ele merece a censura.

Uma tal Ética não dirá: “Age de tal modo se queres ser feliz (ou, pois que tu podes ser feliz), mas age de tal maneira se queres viver como homem (e tu deves viver como homem).

Esta conceção da moral não era desconhecida dos antigos: Platão, Aristóteles, os estoicos, falavam várias vezes do que convinha, ou não convinha, ao homem, das condutas conformes ou contrárias à razão, do que é preciso fazer ou evitar. Devemos reconhecer sempre que a necessidade objetiva do bem, o dever de o realizar, interessam menos aos pensadores, que são caráter amável e desejável ao ponto que a Ética deles parece, muitas vezes, tornar a uma estética da vida moral, confusão favorecida pela estreita afinidade, para a mentalidade helénica, noções de bom e de belo.

 

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domingo, 13 de fevereiro de 2022

O namoro na constituição de família


Associar S. Valentim ao dia dos namorados, ou vice-versa, é inevitável, porque o destaque que aqui se pretende dar, contempla o Santo e os Namorados (ou Enamorados), muito embora o fio condutor do tema, o núcleo central, o objetivo que se pretendem, apontem no sentido do amor, não necessariamente o “amor-paixão” que, eventualmente, será efémero.

Pensa-se ser muito importante, o amor que fundamenta uma amizade sólida, para toda a vida, entre duas pessoas que se gostam, se respeitam, se cuidam e comungam as alegrias e as tristezas, os sucessos e os fracassos, a cumplicidade, a confiança, a solidariedade e a lealdade, de resto, excelentes bases para um namoro que conduza, justamente, a um casamento feliz, se possível, para sempre.

Num breve resumo da vida de S. Valentim, resulta logo numa análise despretensiosa, sem qualquer manifestação elitista ou hagiográfica, que o padroeiro dos namorados é uma entidade santificada, muito popular e querida no seio da humanidade, independentemente do escalão etário de cada pessoa, porque nunca se é demasiado velho, nem muito novo, para as “coisas” do coração, que, quantas vezes, se sobrepõem à racionalidade calculista.

A história do “Padroeiro dos Namorados” resume-se, neste trabalho, ao seguinte: « Dia de São Valentim, ou Dia dos Namorados, remonta à história de que um bispo, de nome Valentim, que durante o século III, lutou contra as ordens do imperador Cláudio II, que tinha proibido a realização de casamentos durante as guerras, acreditando que os solteiros seriam melhores combatentes e que se concentrariam mais facilmente na guerra e na vida militar.

Contra a ordem do imperador, o bispo continuou com a celebração de matrimónios. Quando a prática foi descoberta, foi preso e condenado à morte. Enquanto preso, eram vários os jovens anónimos que, em demonstração de apoio e compaixão, lhe enviavam flores e bilhetes, afirmando continuarem a acreditar no amor, explicando assim a troca de postais e cartas que se proliferou até à atualidade.

A HISTÓRIA DO AMOR DE VALENTIM 

Durante o seu período encarcerado, conta a lenda que o bispo se apaixonou pela filha cega de um carcereiro e que, milagrosamente, lhe devolveu a visão. Antes da sua execução, Valentim escreveu uma mensagem de despedida na qual assinou como “Seu Namorado” ou “De seu Valentim”. O dia da sua execução tornou-se num tenebroso dia de jejum, em sua homenagem.

A associação com o amor e o romantismo chega-nos depois do final da Idade Média, durante o qual o conceito de amor romântico foi formulado.
O bispo Valentim foi considerado mártir pela Igreja Católica. A data da sua morte, 14 de fevereiro, marca também a véspera da festa anual, celebrada na Roma Antiga, em honra da deusa Juno e ao deus Pan, onde um dos rituais incidia sobre a fertilidade.» (in:
https://www.natgeo.pt/historia/2020/02/dia-de-sao-valentim-uma-lenda-repleta-de-tradicao

Namorar, amar, casar, estimar, cuidar, são atitudes e sentimentos que não têm idade, e ninguém pode provar que uma amizade, dita tardia, sentida, vivida, oferecida por uma pessoa sénior, seja menos intensa, menos verdadeira e menos sólida do que esse mesmo sentimento, experienciado aos vinte ou trinta anos porque, em boa verdade, há valores, sentimentos e emoções que vivenciados ao longo da vida, poderão ter exuberâncias, causas e consequências diferentes e, cientificamente, parece que ainda não há conclusões sobre qual a faixa etária, em que aquelas atitudes e sentimentos são mais autênticos e sólidos.

Partindo-se do princípio de que o namoro poderá ser um período de aprofundamento de uma amizade, ainda na sua fase embrionária, com o objetivo de estreitar o relacionamento, conhecimento mútuo do casal, projetos que serão comuns aos dois e, eventualmente, à união matrimonial, então será necessário que os futuros cônjuges se abram plenamente um ao outro, que confiem, que consolidem os seus propósitos, para estarem preparados para constituírem uma família, iniciarem uma vida a dois, com todas as responsabilidades inerentes.

O namoro, tendo por objetivo projetos sérios, de constituição de família, será bem diferente do namoro de ocasião, que visa apenas a conquista fácil, a posse e fruição do corpo, para prazeres erótico/sexuais, enquanto nenhuma das partes se saturar da outra, porque onde não existe amizade sincera, o amor, muito dificilmente, surgirá e vencerá.

Importa, por isso mesmo, nesta breve reflexão, dedicada, primeiramente, ao dia dos namorados, abordar o namoro na perspectiva de constituição de uma família honrada, respeitada, em que os futuros cônjuges, para além de se amarem, comportam-se com respeito, consideração, estima e confiança na fidelidade um do outro para, de seguida, abordar o namoro a partir de uma amizade sincera, que se transformará num expoente mais elevado.

Na perspectiva do casamento, o namoro é um período de conhecimento recíproco, de confissão, de gestos, desejos, sucessos, fracassos no passado, portanto, e por um lado: «Manter seu namoro moralmente limpo dá evidência clara de que você tem autocontrolo e que o interesse altruísta no bem-estar do outro está acima de seus próprios desejos» e, por outro lado: «O namoro honroso inclui também a comunicação honesta. À medida que seu namoro se encaminha para o casamento, certos assuntos terão de ser considerados francamente. (…) Além disso, é muito justo revelar coisas, talvez do passado um do outro que possam afetar o casamento.» (Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Trados, 1996:24-25)

Bibliografia.

SOCIEDADE TORRE DE VIGIA DE BÍBLIAS E TRATADOS, (1996). O Segredo de uma Família Feliz, Edição Brasileira, São Paulo: Cesário Langue

 

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domingo, 6 de fevereiro de 2022

Dogmatismo Científico

 É verdade que muitas descobertas ocorrem por acidente, embora este não aconteça a uma pessoa qualquer, mas sim por força de irregularidades que afetam os equipamentos especializados, manuseados pelos cientistas, bem como nas falhas que, por vezes, surgem nos projetos de investigação, traduzindo-se em fracassos espetaculares, que põem em causa convicções e maneiras de proceder, correntemente aceites.

Assim, a resposta normal consiste em lançar a culpa nos talentos ou aparelhos de alguém e mudar, a seguir, para outro problema, sendo importante discernir entre uma anomalia essencial e um fracasso acidental, resultando daqui o esquema: descoberta graças a uma anomalia, dúvida relativamente a convicções e técnicas estabelecidas, que se repete ao longo do desenvolvimento científico. Em suma, nas “ciências maduras”, as inovações inesperadas são descobertas, muitas vezes, depois de algo ter corrido mal.

O dogmatismo científico, depois do que ficou resumido, parece fundar-se, não só na adesão paradigmática e profunda do “status quo” mas, principalmente, na inovação que se concretiza com o cientista, enquanto “solucionador de puzzles”, produzindo-se, então, uma tensão entre as habilitações profissionais e a ideologia profissional, cuja capacidade de a manter é condição essencial para o êxito da ciência. É com o abalo das tradições, representadas pela continuidade nas inovações, que se revela a vitalidade científica.

O tema em análise, reveste-se de dificílima interpretação, na medida em que é a própria função do dogma da investigação científica que torna, efetivamente, os textos estudados e interpretados, de complexa assimilação, quer no aspeto filosófico, quer no domínio hermenêutico.

Em todo o caso, poder-se-á pensar que qualquer paradigma constitui sempre uma boa base de trabalho científico, porquanto é a partir dele que se pode aperfeiçoar os conhecimentos, o comportamento, enfim, atitudes que devem ser normas éticas, praxis quotidianas da pessoa humana.

Neste contexto hermenêutico do paradigma, valerá a pena enquadrar determinadas ações humanas, como verdadeiros modelos a seguir, defendendo-os, inclusivamente, como autênticos dogmas, destacando-se entre aqueles, algumas formas verbais, tão antigas quanto atualizadas, hoje, porém, tão ignoradas, nomeadamente os conceitos que encerram os verbos “solidarizar”, “amar”, “crer”, “pacificar”, “alimentar”, “educar”, e tantas outras conceções, de sublime aplicação, sem ignorar valores essenciais à vida humana, em sociedade, como a lealdade, a reciprocidade, a gratidão, a cumplicidade, a coesão e a confiança.

Ao nível da investigação científica, naturalmente que existem paradigmas que devem continuar atualizados, e modelares para a resolução dos problemas concretos da humanidade, devendo os cientistas agarrá-los e juntar as várias “peças”, no sentido de construírem a pirâmide universal que culmina com a erradicação do obscurantismo, do desemprego, da fome, da doença e da guerra.

A ciência deve saber trabalhar a natureza em proveito do homem, nunca contra o ser humano, não mais com o objetivo de destruir aquele mesmo homem que a faz progredir, inovar e solucionar. É neste sentido prático e no aspeto ético que o dogma, na investigação científica, deve modelar toda a pesquisa, toda a busca da verdade do melhor que possa haver para o homem.

A função do dogma, na investigação científica, deve contudo ser ajustada aos aspetos concretos de melhoria das condições de vida da humanidade, os paradigmas devem ser aceites e trabalhados enquanto constituem um instrumento no avanço da ciência benéfica, sim, porque também há ciência nefasta e desta não interessa dar-lhe, aqui, desenvolvimento.

O dogma, neste contexto, será sustentado enquanto valor da defesa da evolução da ciência benéfica, daquela ciência que o mundo precisa para resolução dos problemas mais prementes da fome, da propagação do ensino e da cultura, por todas as camadas sociais, qualquer que seja a sua posição geográfica.

Tal como muitos dogmas religiosos, também os dogmas científicos devem ser preservados naquilo que tiverem de melhor para o bem-estar da humanidade, porque só assim se pode acreditar em todos os outros. Aceitar e utilizar o dogma, também em ciência, com democracia, liberdade, tolerância, mas nunca como blindagem e supremacia ditatorial de uma suposta verdade.


Bibliografia

 

KUNH, Thomas Samuel, (1969). A Estrutura das Revoluções Científicas. 7ª Ed. Tradução, Beatriz Vianna Boeira e Nelson Boeira. S. Paulo: Perspetciva


Glossário


Arquétipo: O termo é usado por filósofos, para denominar as ideias como exemplos de todas as coisas existentes. Modelo pelo qual se faz uma obra material ou intelectual ideal, inteligível, do qual se copiou toda coisa sensível. Para Platão, a ideia do Bem é o arquétipo de todas as coisas boas da natureza.


Ciência: Conjunto organizado de conhecimentos humanos a respeito da natureza, da sociedade e do pensamento, adquiridos através da descoberta e aplicação das leis objetivas que regem os fenômenos e sua explicação. (Toda ciência, para definir-se como tal deve, necessariamente, recortar, no real, seu objeto próprio, assim como definir as bases de uma metodologia específica).

 

Dogmas: São aspetos substanciais e inquestionáveis de uma doutrina religiosa ou filosófica, mas também invocados na terminologia científica. Fora do contexto religioso, os dogmas servem para designar uma opinião que se confunde com uma verdade indiscutível. No sentido figurativo, pessoas dogmáticas são tidas, portanto, por autoritárias, já que não admitem questionamentos para seus pontos de vista.


Hermenêutica: Estuda a teoria e interpretação de textos filosóficos, jurídicos, religiosos e científicos. A Hermenêutica é a ciência que estabelece os princípios, leis e métodos da interpretação. Na sua abrangência, trata da teoria da interpretação de sinais, símbolos de uma cultura e leis.


Paradigmas: Considerados como protótipos, referências, normas, estruturas, ou ideais. Algo adequado de ser seguido. Um paradigma será a perceção geral e comum - não necessariamente a melhor - de se ver determinada coisa, seja um objeto, seja um fenómeno, seja um conjunto de ideias. Ao mesmo tempo, ao ser aceite, um paradigma serve como critério de verdade e de validação e reconhecimento nos meios onde é adotado.

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