sábado, 29 de maio de 2021

Antero de Quental - (1842-1891)

Antero de Quental

«Antero Tarquínio de Quental (1842-1891) nasceu em Ponta Delgada, Açores. Frequentou a Universidade de Coimbra, tendo passado depois algum tempo em Paris. Viajou pelos Estados Unidos e Canadá, fixando-se em Lisboa. Pertenceu à chamada Geração de Setenta, grupo que pretendia renovar a mentalidade portuguesa, e participou nas Conferências do Casino. Foi amigo, entre outros, de Eça de Queirós e Oliveira Martins. Atacado por uma doença do foro psiquiátrico, regressa aos Açores onde se suicida. As suas obras vão da poesia à reflexão filosófica: Raios de Extinta Luz, Odes Modernas, Primaveras Românticas, Sonetos, Prosas e Cartas (http://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/antero.htm).

A sua filosofia constitui uma síntese do pensamento moderno, pretendendo dar soluções das antíteses: determinismo-liberdade; razão-experiência. O seu sistema carateriza-se pelo temperamento das ciências e pela indução se chega ao universo, que é anterior à especulação, o que resulta no “Pampsiquismo” que aliou à filosofia do “Psicodinamismo”, segundo os quais, a força-tipo do universo é o Espírito.

As leis do universo são as leis do Espírito. O espiritualismo resolve-se num “Dinamismo Psíquico. Conciliação do Dinamismo Psíquico e Mecânico, forças perfeitas e imperfeitas. A filosofia científica, opõe-se ao empirismo, o transcendente dá lugar ao realismo, a dedução à indução. Esta filosofia da natureza tem como alma o “Realismo” que assenta no “Mecanicismo”. Em duas obras importantes, a nível filosófico, pode-se delinear um pouco melhor o pensamento de Antero de Quental.

Causas da Decadência dos Povos Peninsulares – Analisa a decadência em três níveis: Moral e Religioso, que tem como causa a Contra-Reforma; Político, que resultou da centralização e absolutismo; económico, cujas consequências se podem atribuir à expansão marítima e na ausência de indústrias.

A Religião era a criação da Península Ibérica, e as pessoas adoravam os santos padroeiros de cada terra. De uma Fé e de um Cristianismo passou-se a um dogmatismo, de sentimento passa-se à institucionalização, o cristão transforma-se em católico.

O Concílio de Trento sujeita o homem na terra ao poder da Igreja, pelo dogma do pecado original, a razão humana torna-se um pecado, uma falta. A Eucaristia é uma sujeição, uma idolatria. Na confissão, a alma é incapaz de comunicar com Deus, sem ser através dos padres. Sujeição dos Governos e das Nações ao poder de Roma. O catolicismo tornou-se o maior inimigo das nações.

Política – O fanatismo e a intolerância geram a indiferença, a inércia política e a redução das liberdades constitucionais, horror ao trabalho, países de ociosos. O socialismo de Antero baseia-se na Justiça, na liberdade de pensamento, na igualdade de oportunidades, revolução em paz, em ordem, em liberdade. Mas a centralização e o poder régio absolutos, que caraterizam o despotismo político, foram outros dos motivos da decadência.

Economia – É manipulada com a eliminação da burguesia dos grandes negócios nacionais, a inexistência de estruturas para a indústria e ausência desta, a Politica de transporte das especiarias orientais, em que Portugal era apenas um intermediário transportador e não o detentor de tais produtos, são outras tantas causas da decadência.

As tendências gerais da Filosofia do Século XIX – Procurou Antero esboçar o seu sistema filosófico, buscando sempre a verdade, que estaria na síntese de ideias contrárias, na conciliação possível entre os opostos e, neste sentido, foi um eclético.

O seu principal problema consistia na conciliação das antinomias: Determinismo-Liberdade; Absoluto-Realidade.

A primeira antinomia (Determinismo-Liberdade), resumia-se ao seguinte problema: «a crise pode exprimir-se por estas antíteses: Espiritualismo e Liberdade por um lado; Mecanicismo e Determinismo, por outro».

 A Filosofia não pode prescindir dos dados da consciência, mas os dados da consciência também não podem anular os factos naturais e históricos, provados e positivos. A Filosofia é sempre um estar a caminho, é algo instável e sempre em atividade. É a dúvida que alimenta a Filosofia e também princípio de solução, porque pelo menos circunscreve o problema.

A Filosofia é uma equação “Pensamento-Realidade”. A Razão é sempre a mesma e a experiência é que muda. Há uma metafísica comum entre todos os sistemas filosóficos, porque procuram uma teoria geral para o universo. A Filosofia moderna avança a partir do progresso da ciência.

As ideias do espírito são as leis do universo. A nova Filosofia funda-se na identidade do ser e do saber. A Ciência desenha com traços finos as leis positivas do universo; a Filosofia interpreta as leis superiormente.

A Espontaneidade – É a ideia-chave de toda a elaboração filosófica de Antero de Quental, sendo a consciência o termo último e a mais enérgica expansão da força espiritual, mas não o espírito. A força da espontaneidade constitui a natureza dos seres e a própria natureza humana. Como critério de verdade e fonte do conhecimento adotou o sentimento moral e o testemunho da consciência.

A Moral – É a perfeição da vida da consciência, que tende para a realização de si mesma como a liberdade, e esta é a autodeterminação de um ser agir, a partir de si próprio. Deus seria o ser mais livre se se pudesse falar de Deus, mas Ele é o ideal de liberdade que atrai o homem. O progresso está dependente da Lei Moral e esta é a perfeita Liberdade, tornando-se o Dever, através desta Lei, “eu-amor”.

A Imortalidade – É a denúncia do egoísmo. O justo libertando-se, liberta a Humanidade. A perfeição ou a perfeita virtude define a Liberdade e se esta é o fim do Universo, a Santidade é o termo final de toda a evolução.

A Missão da Filosofia – É definir o espírito de uma civilização, torná-la consciência de si mesma, de uma construção coletiva. As ideias diretoras da vida devem ser flexíveis, para acompanhar as vicissitudes da vida, e a síntese do pensamento moderno deve ser uma obra coletiva.

 

Bibliografia

 

ARRIAGA, José de, (1980). “A Filosofia Portuguesa 1720-1820”, in: História da Revolução Portuguesa de 1820, Coleção Filosofia e Ensaios, Lisboa: Guimarães Editores.

PRAÇA, J. J. Lopes, (1988). História da Filosofia Em Portugal. 3ª Edição. Lisboa: Guimarães Editores.

RODRIGUES, Anna Maria Moog, (1982) A Filosofia de Antero de Quental. In: Atas do I Congresso Luso-Brasil de Filosofia. Revista Portuguesa de Filosofia – Tomo XXXVIII-II – Separata. Braga: Faculdade de Filosofia.

 

 

Venade/Caminha – Portugal, 2020

 

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domingo, 23 de maio de 2021

Sampaio Bruno (1857 - 1915)

 José Pereira de Sampaio (30 de Novembro de 1857 - 6 de Novembro de 1915), de pseudónimo Bruno (do nome de Giordano Bruno) e Sampaio Bruno para a posteridade, foi um escritor, ensaísta e filósofo portuense e figura cimeira do pensamento português do seu tempo.» (in: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sampaio_Bruno 

É um dos grandes Filósofos Portugueses, que construiu o seu sistema como pensador intérprete perante Deus e o Universo fraterno entre os homens. Pensador do absoluto, para além de toda a revelação. A sua filosofia é, por isso, marcada pelo mistério, do qual faz parte, nos seus desenvolvimentos futuros metafísicos. Existem algumas reticências quanto à originalidade do seu pensamento, já que recebeu fortes influências de E. Hartman, do positivismo, apesar de o ter criticado.

Reconhece a existência do mal, e para resolver tal problema elabora o sistema filosófico que viria a ser posteriormente muito contestado, na medida em que afirma que Deus necessita do homem para a sua própria perfeição. O mal é uma realidade irrecusável, ele existe a todos os níveis: físico, moral, metafísico e até em Deus. Aqui, segundo os seus críticos, teria ido longe de mais.

A visão da realidade consiste na finalidade natural, na evolução de todos os seres do universo para a perfeição final, sendo o mal o princípio de tudo, condição do mundo, da história e da própria vida. Os seres vivos só subsistem à custa do mal, da destruição da vida de outros animais.

Causalidade entre todos os seres, e por isso o seu sistema pretende explicar o mal. Para tal, parte do “Espírito Puro”, provoca uma queda neste de forma a produzir o “Espírito Diminuído”, que é Deus e que é, qualitativamente, superior ao “Espírito Puro”, criando, depois, através de uma nova queda, o “Espírito Alterado”, ao qual corresponde o mundo e que é, quantitativamente, superior ao “Espírito Puro”.

A tensão entre o “Espírito Puro” e o “Espírito Diminuído”, reside nas verdades incompreensíveis e, entre o “Espírito Puro” e o “Espírito Alterado”, verificam-se as proposições absurdas contrárias à Razão. Na convergência dos “Espíritos Diminuído e Alterado”, ocorrem as unidades compreensíveis, e desta convergência resulta a Reintegração dos dois Espíritos, novamente em “Espírito Puro”. Nas suas principais obras, Sampaio Bruno, procura consolidar o seu pensamento. Assim:

Ideia de Deus (Porto, 1902) – É o primeiro momento. O Espírito Separado está em constante movimento, até se encontrar com o Espírito Diminuído, e por isso é que o mal explica tudo, é necessário e afetante. O relativo converge para o absoluto por intermédio das “Imanações”. O homem tem como finalidade libertar-se a si mesmo e aguardar, ajudando a Natureza a libertar-se até se integrar no “Espírito Diminuído”, numa vontade de viver superiormente.

O Bem consiste apenas em fazer convergir a maior parte ou porção do “Espírito Alterado”, na direção de Deus, até à reintegração. Recusar este “retorno a Deus é o “Mal”. Será através da Razão que o homem poderá caminhar para o encontro com Deus e sua reintegração.

A religião tem de ser posta ao serviço do homem. No fim, haverá só Deus, Deus homogéneo. A oposição à teologia cristã e à metafísica clássica messiânica, não profética, não dinâmica e não redentorista, é patente nesta obra, propondo uma Teurgia Messiânica-Profética. A sua heterodoxia fica, assim, bem clara perante a teologia cristã. «A Teurgia, busca a perfeita comunhão com Deus, obtida através de técnicas cerimonialistas como rituais, preces, exercícios e estudos. Possui muita influência do cristianismo esotérico. É uma forma de magia ritual (cerimonial), com o objetivo de incorporar a força divina ou em um objeto material como por exemplo uma estátua, ou no ser humano através da produção de um estado de transe visionário.» (in: http://pt.wikipedia.org/wiki/Teurgia)  

Brasil Mental (Porto, 1898) – Constitui, também, uma heterodoxia contra a conceção evolucionista da ciência do seu tempo, demasiado presa à ciência sensível. Ataca o positivismo convencional. A Filosofia abrangerá todas as ciências e será o conhecimento geral de toda a objetividade. As questões postas pelo homem serão resolvidas por um sistema de conhecimentos universais e científicos, segundo os princípios positivistas.

 A tudo isto, Sampaio Bruno, contrapõe a necessidade de uma Metafísica, admitindo o Mistério como fonte entendida de todo o pensamento. Esta obra significa a transição do cientismo agnóstico, e do materialismo ateísta, para um pensamento metafísico de nítido sentido “Teúrgico”, marcando os limites da doutrina positivista.

O Encoberto (Porto, 1904) – Faz a análise do pensamento sebastianista, e uma crítica a todo o messianismo, porque a humanidade é que tem que se salvar a si própria, através do homem do futuro, que consiste na permanência de alguns valores em grau maior, tais como a Saúde, o Trabalho, a Paz, a Liberdade, a Solidariedade e a Justiça, seguramente entre outros muito importantes.

O sebastianismo não é mais que emergência do espírito messiânico, pelo qual se anuncia a mensagem do Espírito, a Harmonia, a Verdade Suprema. No fundo do messianismo está o homem que necessita de redenção. Esta obra pode enquadrar-se numa filosofia da história, porque coloca todo o problema da redenção do homem no seio da redenção do universo. É uma das mais notáveis interpretações da existência histórica de Portugal e do seu povo.


Bibliografia


ARRIAGA, José de, (1980). “A Filosofia Portuguesa 1720-1820”, in: História da Revolução Portuguesa de 1820, Coleção Filosofia e Ensaios, Lisboa: Guimarães Editores.

PRAÇA, J. J. Lopes, (1988). História da Filosofia Em Portugal. 3ª Edição. Lisboa: Guimarães Editores.


Venade/Caminha – Portugal, 2021

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domingo, 16 de maio de 2021

Pedro da Fonseca (1528-1599)

 «Pedro da Fonseca - (Cortiçada, 1528Lisboa, 4 de Novembro de 1599) nascido em Proença-a-Nova, foi um filósofo e teólogo jesuíta português, era conhecido na sua época como o "Aristóteles Português". Era um mestre em grego e árabe cuja erudição lhe facultava do fulgor uma linha de ideias próprias em relação a temas desenvolvidos por Tomás de Aquino e Aristóteles. As suas obras principais foram nas áreas da lógica e da metafísica. Instituições dialéticas (1564) e Comentários à metafísica de Aristóteles (1589)» (in: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_da_Fonseca_(fil%C3%B3sofo

No quadro estrutural do Renascimento vai destacar-se, com renovado fulgor, não só a tradição cristã como também o ensino da escolástica, na maior parte das Universidades, nos Centros de Estudos Superiores de Ordens Religiosas.

A escolástica conhece uma nova etapa de florescimento, porque ela é renovada em moldes modernos, numa nova forma de linguagem e de estilo, inspirada pelos humanistas, uma nova sensibilidade para o substancial dos problemas.

O despertar do sentido histórico, coadjuvado por uma exegese mais profunda, leva os filósofos a procurar o sentido mais genuíno do aristotelismo e dos problemas filosófico-sociais. Esta escolástica, do século XVI, condensou o património positivo da escolástica medieval, e o ter transmitido à filosofia moderna.

Procurou-se o permanente no pensamento ocidental, que se encontra na filosofia platónico-aristotélica, e no património doutrinal cristão. A Filosofia e a Teologia são renovadas, no sentido de aprofundar mais o aspeto antropológico do homem, dar resposta objetiva às interiorizações do mesmo homem.

D. João III continua a tarefa de D. Manuel, envia estudantes ao estrangeiro e chama os Gouveias para ensinarem no Colégio das Artes, no qual vai ocupar lugar de destaque Pedro da Fonseca, que tendo entrado para a companhia de Jesus, foi encarregado de elaborar uma síntese das obras aristotélicas e seus comentadores, devendo lê-las e comentá-las. Igualmente foi ordenado pelo vigário geral da Companhia de Jesus, que esta deveria elaborar um livro do Curso de Filosofia.

Pedro Fonseca deixou uma obra importante, intitulada: “As Instituições Dialéticas” que versava várias disciplinas entre elas a “Lógica”, em moldes pragmáticos, dialéticos e utilitários para o Direito e a Moral, uma lógica típica das ciências dos lugares dialéticos, os quais consistem em duas operações fundamentais para a argumentação: o “Inventio” que fornece os materiais da argumentação, conjunto de fórmulas; e o “Indicium” que ordena aqueles materiais num discurso que convença.

As questões são apresentadas sob uma forma alternativa, numa atitude não dogmática, e a verdade é investigada até se chegar a uma conclusão. O seu método de ensino vai dos conhecimentos gerais para os particulares, ou vice-versa: método da divisão e método de coleção. O momento fundamental do seu método será o da inferência, é um método flexível.

O pensamento de Pedro da Fonseca carateriza-se pelo aprofundamento do aristotelismo e, sobretudo, por um certo ecletismo. Para conciliar a liberdade humana com a liberdade divina propõe a “Ciência Média”, cuja teoria está ligada à interpretação psicologista do ato livre.

O concurso divino é simultâneo e de “per si”. Esta ciência de futuros contingentes condicionados, refere-se aos futuríveis que “não são, “não foram” e “nunca serão se não forem”. Esta “ciência média”, não é natural nem livre, é um conhecimento intermédio do que seria em determinadas circunstâncias.

 

Bibliografia

 

ARRIAGA, José de, (1980). “A Filosofia Portuguesa 1720-1820”, in História da Revolução Portuguesa de 1820, Coleção Filosofia e Ensaios, Lisboa: Guimarães Editores.

PRAÇA, J. J. Lopes, (1988). História da Filosofia Em Portugal. 3ª Edição. Lisboa: Guimarães Editores.


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quinta-feira, 13 de maio de 2021

VIRGEM CELESTIAL, ABENÇOAI-NOS E PROTEGEI-NOS

CARÍSSIMOS/AS CRENTES. NOBRES CONFREIRAS/DES. ILUSTRES AUTORAS/RES. ESTIMADAS/OS LEITORAS/RES. PREZADAS/OS AMIGAS/OS.


Antes de mais, espero e desejo muito, que se encontrem de boa saúde na companhia de vossos familiares e amigos mais chegados.

Há momentos na vida de uma pessoa que, independentemente de convicções religiosas, mais intensas, ou não, percebe-se que existe uma outra dimensão, imaterial, metafísica que, no mínimo, nos leva a refletir sobre: o que realmente somos; o que estamos a fazer neste mundo terrestre; de onde viemos e para onde iremos pós-morte biológica? Questões que, de alguma forma, nos intrigam e nos deixam algo inseguros, porque nos faltam as “certezas rigorosas e técnicas”, a chamada “verdade científica”.

No presente ano de 2017 e, mais concretamente, a treze de maio, celebra-se o centenário da primeira aparição de Nossa Senhora de Fátima, aos Pastorinhos, na Cova da Iria. Há quem acredite, quem duvide, quem não acredite, ou este tema lhe seja indiferente. Obviamente que se respeitam todas as posições, como de igual modo se pede que reverenciem as convicções daquelas pessoas crentes que, sem quaisquer dúvidas, aceitam as Aparições de Fátima.

Nesta reflexão, comemorativa de uma data tão importante para os crentes católicos, permitam-me analisar o evento pela perspetiva da Fé em Deus, através de Nossa Senhora de Fátima, na medida em que: «Fátima é uma das manifestações mais espetaculares da presença de Deus na História da Humanidade ao longo do século XX e com uma clara projeção para o nosso século XXI. Estamos perante um acontecimento que, quer queiramos quer não, faz parte da nossa memória coletiva e da nossa História não só nacional, mas do mundo. A História da Igreja em Portugal, a História de Portugal e mesmo a História Universal não podem ser escritas sem fazer uma referência a Fátima.» (TRINDADE, Manuel de Almeida (Bispo Emérito de Aveiro), in: CARVALHO, 2017:21).

Escamotear, ridicularizar, denegrir e humilhar os crentes cristãos por estes vivenciarem, intensa e publicamente, a Fé em Nossa Senhora de Fátima, parece configurar uma atitude, incompreensivelmente, preconceituosa, de alegada e infundamentada superioridade racional, como ainda, para algumas destas pessoas, entenderem que possuem um coeficiente intelectual muito elevado, quando, em boa verdade, no seio da população mundial crente, se multiplicam, precisamente, pessoas do mais alto nível racional e intelectivo, ocupando, na sociedade,  posições de imensa responsabilidade, a que ascenderam, justamente, pelas suas inigualáveis capacidades: inatas e adquiridas; pelas competências profissionais e pelas dimensões pessoais, seja no âmbito material; seja no círculo mais íntimo da espiritualidade.

BIBLIOGRAFIA.

CARVALHO, José, (2017). Francisco e Nossa Senhora. Um Amor Incondicional. S. Pedro, do Estoril: Prime Books

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domingo, 9 de maio de 2021

MÃE. A SUPREMACIA DO AMOR

 Homenagem a todas as mães Brasileiras e da CPLP

Todos os dias do ano, das nossas vidas e da história, serão sempre muito poucos para enaltecer e homenagear as múltiplas e profundas dimensões da mulher porque, paulatinamente, com o decorrer dos séculos, a sua influência benéfica tem vindo a fazer-se sentir, bem como o desejo para que ela se posicione no lugar, a que por mérito próprio, tem direito no seio da sociedade, é cada vez mais evidenciado, principalmente por todos aqueles que, sem preconceitos, com toda a humildade e gratidão, reconhecem a insubstituabilidade daquele ser humano maravilhoso.

A Mulher vem assumindo, com espírito de tolerância, também de firmeza, a posição merecida de, em todos os domínios, estar ao lado do Homem, partilhando valores, sentimentos, emoções e funções profissionais, numa sociedade muito exigente, extremamente competitiva, todavia ainda muito dominada por um certo setor masculino que, receando perder prerrogativas, continua, de forma muito sub-reptícia, algo velada e envergonhada, a conceber normas jurídico-legais, para controlar os sistemas: político, religioso, empresarial e ainda familiar, em muitos lares, para evitar a justa ascensão da Mulher.

Entre as muitas e sublimes dimensões que a Mulher assume na sociedade, provavelmente a sua condição de Mãe (quando realmente o deseja e consegue) será, porventura, o seu, ou pelo menos, um dos seus expoentes máximos, porque para além das inúmeras tarefas, difíceis e, quantas vezes, incompreendidas, que quase sempre tem de desempenhar, ela é a única pessoa a poder atingir tão grande felicidade: «gerar e dar à luz um filho, com sofrimento, alegria e amor, mas também como resultado da sua entrega generosa a um homem que igualmente ama (ou já amou). Impossível igualar uma relação tão profunda».

Ser Mãe em toda a sua plenitude de Mulher, verdadeiramente humana, em todo o seu esplendor, é uma condição que algum outro ser, dificilmente poderá igualar ou substituir porque, em boa verdade, não só a constituição biológica como a sensibilidade sentimental, são caraterísticas que existem genuinamente na Mulher e, além disso, ela comporta uma intuição muito apurada para a proteção do/s seu/s filho/s, tornando-se pouco credível que ela possa ser substituída a partir da conceção e aplicação de leis.

Importa refletir: positivamente, sobre a importância, que em nossos dias, significa ter Mãe; interessa meditar, profundamente, no contributo que a Mulher-Mãe dá à humanidade, no sentido da criação, educação e formação que ela proporciona aos sues filhos, em vista da necessidade de uma sociedade equilibrada: em princípios, valores, sentimentos, emoções e desenvolvimento harmonioso da pessoa humana.

Mas também é necessário que se valorize, se proteja e se concedam às Mulheres condições para que elas possam exercer o seu papel maior, que é ser Mãe porque, afinal, a Mãe é, por um conjunto de qualidades, capacidades, virtudes, valores e sentimentos, o centro da família, a moderadora, a protetora, a administradora, a educadora, a apaziguadora, a única que, paciente e generosamente, sabe escutar, harmonizar posições dos restantes elementos da família, encobrir quando é necessário amparar.

A família, sendo a base e a principal célula da sociedade, será tanto mais responsável por um mundo justo, quanto melhor for a preparação dos seus elementos constituintes, sendo certo que a figura maternal, quando verdadeira e humanamente existe, é decisiva para a interiorização, realização e consolidação de valores e boas práticas comunitárias, precisamente a partir da intervenção sensata e amorosa da Mãe.

O poder matriarcal, no seio da família, será um fator de estabilidade, uma garantia de compreensão e tolerância, perante situações anormais provocadas, ou não, por algum elemento do agregado familiar, será fonte de amor, de carinho e de aconchego, finalmente, significará o poder moderador, conciliador e solucionador de conflitos. O poder da Mãe impõe-se pelas suas virtudes, valores e sentimentos naturais, não é conquistado pela força, nem pelo divisionismo da família, e muito menos pela intervenção e intromissão de elementos estranhos.

Conhece-se bem o papel da Mãe na criação, educação e preparação dos seus filhos, para a vida e para a sociedade, pelos quais tudo faz, até ao limite dos maiores sacrifícios. A credibilidade da Mãe, e o reconhecimento da sua necessidade formal e prática, são de tal maneira visíveis e aceites que, em grande parte das separações matrimoniais, quando há filhos, estes são entregues à guarda da Mãe, naturalmente, com algumas exceções bem fundamentadas.

Igualmente se julga saber que o abandono dos filhos, por parte do pai, é muito maior do que pela Mãe, como também parece um dado adquirido que, na maior parte das situações, são os avós maternos que apoiam a mãe na criação e educação dos seus filhos, podendo-se inferir que, em regra, os pais, aqui reportados aos homens, são menos responsáveis do que as mães, em muitas situações, designadamente: por imaturidade, por egocentrismo, por não serem capazes de abdicar de certos vícios e formas de vida, que teriam em solteiros.

É indiscutível que há muitas e boas exceções, como também é verdade que existem mães que se revelam incapazes para cuidar dos seus filhos, nalguns casos, porém, sem terem qualquer culpa, porque são surpreendidas por homens e/ou jovens sem quaisquer princípios, valores e sentimentos humanos.

O exercício das funções de Mãe, quando assumido em todas as suas dimensões, enfrentando diferentes e complexas dificuldades, revela bem a grandeza desta condição sublime da Mulher-Mãe, eminentemente feminina, e que, por tudo isto deveria ser mais respeitada, mais protegida, mais reconhecida nos seus direitos, enquanto Mulher, Mãe, Cidadã e Trabalhadora.

 

 

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quarta-feira, 5 de maio de 2021

Sociedade Lusófona. Um projeto essencial para a humanidade

A situação mundial que se vive, por tristemente mais realista que se possa descrever, não retira o otimismo e a confiança na capacidade humana para, a médio prazo, reconverter fatores negativos em positivos e, correlativamente, alterar para muito melhor o que hoje mais nos deprime.

É nesse sentido que vai o objetivo do presente trabalho. Esta é a pequenina quota-parte de colaboração que se espera, confiantemente, possa ser seguida, ampliada e melhorada por milhões de pessoas em todo o mundo, com as mais diferentes condições e responsabilidades.

A estratégia para refletir sobre a situação atual não se reduz, apenas, ao tempo e espaço, a alguns minutos, horas, dias ou mesmo meses, nesta ou naquela cidade, antes se vem desenvolvendo, ao longo das últimas décadas e com determinação a prosseguir por tempo indeterminado, então e depois, na prática. A ambição é contribuir para a formação de um novo cidadão, desde logo e a partir do espaço lusófono em geral e, particularmente, no que ao Brasil e a Portugal respeita.

É uma tarefa imensa e impossível de realizar apenas por uma pessoa, mas acredita-se que é exequível, se todos se interessarem por esta problemática. Porque a pessoa humana tem de ser muito mais do que: uma sofisticada máquina de produção; ou um especialista único e famoso; ou ainda um técnico da mais avançada e complexa tecnologia; ou um mero número estatístico.

O ser humano, na sua grandeza e dignidade de pessoa, há-de converter-se no simples cidadão que: pela educação, formação e pelos conhecimentos; pela experiência, pelo bom senso, pela prudência; pelas atitudes exemplares, facilitará o relacionamento, a boa convivência, a vida boa entre todos os seus congéneres e entre estes e a própria natureza, da qual ele próprio faz parte, onde as pessoas e os grupos possam conviver, no respeito de uns para com os outros, porque se cada indivíduo se tornar cúmplice no desenvolvimento, na formação e na consolidação de novos cidadãos então, dentro de poucas gerações, o homem viverá uma nova fase da sua vida, no seio de comunidades verdadeiramente humanas e terá, finalmente, um sentido para a sua existência.

A sociedade representada nos responsáveis pelas diversas instituições, não pode desperdiçar o contributo daqueles que manifestam a sua determinação em contribuir para a educação e formação de novos cidadãos, numa perspectiva moderna, sensibilizados para outros valores que não apenas os materiais, preparados para intervir nos variados domínios da atividade humana, dotados dos conhecimentos teóricos e práticos para alcançar objetivos universais que aproveitem ao maior número de pessoas.

É fundamental criar instrumentos legais que possibilitem a participação dos mais velhos, na formação dos mais novos, porque a vida de cada um não pode ser, permanentemente, usada como cobaia, como laboratório de experiências, como meio para se atingirem fins que violam a dignidade da pessoa humana.

Só a conjugação de qualidades como: prudência, sabedoria, maturidade e experiência dos mais velhos; a inovação, voluntarismo e generosidade dos mais novos, permitem construir este novo cidadão, uma outra sociedade, um mundo onde todos se sintam bem, importantes e úteis, um espaço e tempo de prazer.

Ressalvando outras e melhores opiniões, justifica-se, portanto, o lançamento deste projeto que, depois de avaliado, será levado à prática, desde que as entidades públicas e privadas, assim o desejem, e nele queiram participar, tanto mais oportuno, quanto é certo que mais um país foi aceite, de pleno direito, no seio da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa – a Guiné Equatorial.

Um pouco à margem deste empreendimento, se vem trabalhando desde há algumas décadas, contudo, necessário se torna oficializar, e implementar as ideias que aqui se vão discutindo. Os limites de idade não devem ser obstáculo, pelo contrário, podem servir para exemplificar de como é possível as pessoas manterem-se úteis à sociedade, qualquer que seja o seu escalão etário, estatuto socioprofissional e económico.

Admite-se tratar-se de um trabalho difícil, porém, estimulante e reconfortante. Há na comunidade académico-científica da sociedade lusófona, elementos de informação riquíssimos, fontes para pesquisa pouco divulgadas, autores de craveira internacional, a quem se recorre e que serão citados, com redobrado orgulho, contribuindo também para a sua maior divulgação e enaltecimento, porque, para além de aspetos, situações e problemas graves na sociedade que, realisticamente, se apontam, também existem excelentes cientistas, técnicos e tecnologias e, no final, aparecerá o melhor cidadão possível do mundo, justamente a partir dos Recursos, da Ciência, da Técnica, da História, da Filosofia, do Direito, da Cultura, enfim, dos autores lusófonos, a quem aqui se presta reconhecimento.

 

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sábado, 1 de maio de 2021

02 DE MAIO. DIA DA MÃE.

Mãe: uma dádiva divina

Todos os dias do ano, das nossas vidas e da história, serão sempre muito poucos para enaltecer e homenagear, as múltiplas e profundas dimensões da mulher porque, paulatinamente, com o decorrer dos séculos, a sua influência benéfica tem vindo a fazer-se sentir, bem como o desejo para que ela se posicione no lugar, a que por mérito próprio, tem direito, e que no seio da sociedade, é cada vez mais evidenciado, principalmente por todos aqueles que, sem preconceitos, com toda a humildade e gratidão, reconhecem a insubstituabilidade daquele ser humano maravilhoso.

A Mulher vem assumindo, com espírito de tolerância, também de firmeza, a posição merecida de, em todos os domínios, estar ao lado do Homem, partilhando valores, sentimentos, emoções e funções profissionais, numa sociedade muito exigente, extremamente competitiva, todavia ainda muito dominada por um certo setor masculino que, receando perder prerrogativas, continua, de forma muito sub-reptícia, algo velada e envergonhada, a conceber normas jurídico-legais, para controlar os sistemas: político, religioso, empresarial e ainda familiar, em muitos lares, para evitar a justa ascensão da Mulher.

Entre as muitas e sublimes dimensões que a Mulher assume na sociedade, provavelmente, a sua condição de Mãe (quando realmente o deseja e consegue) será, porventura, o seu, ou pelo menos, um dos seus expoentes máximos, porque para além das inúmeras tarefas, difíceis e, quantas vezes, incompreendidas, que quase sempre tem de desempenhar, ela é a única pessoa a poder atingir tão grande felicidade: gerar e dar à luz um filho, com sofrimento, alegria e amor, mas também como resultado da sua entrega generosa a um homem que igualmente ama (ou já amou). Impossível igualar uma relação tão profunda.

Ser Mãe em toda a sua plenitude de Mulher, verdadeiramente humana, em todo o seu esplendor, é uma condição que algum outro ser poderá igualar, ou substituir, porque, em bora verdade, não só a constituição biológica como a sensibilidade sentimental, são caraterísticas que existem genuinamente na Mulher e, além disso, ela comporta uma intuição muito apurada para a proteção do/s seu/s filho/s, tornando-se pouco credível que ela possa ser substituída, a partir da conceção e aplicação de leis.

Importa refletir: positivamente, sobre a importância, que em nossos dias, significa ter Mãe; interessa meditar, profundamente, no contributo que a Mulher-Mãe dá à humanidade, no sentido da criação, educação e formação que ela proporciona aos sues filhos, em vista da necessidade de uma sociedade equilibrada: em princípios, valores, sentimentos, emoções e desenvolvimento harmonioso da pessoa humana.

Mas também é necessário que se valorize, se proteja e se concedam às Mulheres, condições para que elas possam exercer o seu papel maior, que é ser Mãe porque, afinal, a Mãe é, por um conjunto de qualidades, capacidades, virtudes, valores e sentimentos, o centro da família, a moderadora, a protetora, a administradora, a educadora, a apaziguadora, a única que, paciente e generosamente, sabe escutar, harmonizar posições dos restantes elementos da família, encobrir quando é necessário amparar e proteger.

A família, sendo a base e a principal célula da sociedade, será tanto mais responsável por um mundo justo, quanto melhor for a preparação dos seus elementos constituintes, sendo certo que a figura maternal, quando verdadeira e humanamente existe, é decisiva para a interiorização, realização e consolidação de valores e boas práticas comunitárias, precisamente a partir da intervenção sensata e amorosa da Mãe.

O poder matriarcal, no seio da família, será um fator de estabilidade, uma garantia de compreensão e tolerância, perante situações anormais provocadas, ou não, por algum elemento do agregado familiar, será fonte de amor, de carinho e de aconchego, finalmente, significará o poder moderador, conciliador e solucionador de conflitos. O poder da Mãe impõe-se pelas suas virtudes, valores e sentimentos naturais, não é conquistado pela força, nem pelo divisionismo da família, e muito menos pela intervenção e intromissão de elementos estranhos.

Conhece-se bem o papel da Mãe na criação, educação e preparação para a vida dos seus filhos, pelos quais tudo faz, até ao limite dos maiores sacrifícios. A credibilidade da Mãe e o reconhecimento da sua necessidade formal e prática são de tal maneira visíveis e aceites que, em grande parte das separações matrimoniais, quando há filhos, estes são entregues à guarda da Mãe, naturalmente, com algumas exceções, bem fundamentadas.

Igualmente se julga saber que o abandono dos filhos, por parte do pai, é muito maior do que pela Mãe, como também parece um dado adquirido que, na maior parte das situações, são os avós maternos que apoiam a mãe na criação e educação dos filhos, podendo-se inferir que, em regra, os pais, aqui reportados aos homens, são menos responsáveis do que as mães, em muitas situações, designadamente: por imaturidade, por egocentrismo, por não serem capazes de abdicar de certos vícios e formas de vida.

É indiscutível que há muitas e boas exceções, como também é verdade que existem mães que se revelam incapazes para cuidar dos seus filhos, nalguns casos, porém, sem terem qualquer culpa, porque são surpreendidas por homens e/ou jovens, sem quaisquer princípios, valores e sentimentos humanos.

O exercício das funções de Mãe, quando assumido em todas as suas dimensões, enfrentando diferentes e complexas dificuldades, revela bem a grandeza desta condição sublime da Mulher-Mãe, eminentemente feminina, e que por tudo isto deveria ser mais respeitada, mais protegida, mais reconhecida nos seus direitos, também enquanto Mulher, Cidadã e Trabalhadora.

Não é nada fácil ser Mãe, ainda que a análise parta de um homem, na medida em que ao longo da história da humanidade, a Mãe tem arcado com as maiores responsabilidades na família, e na sociedade porque: em primeira instância, é ela que prepara homens e mulheres para o mundo; é ela que ensina as primeiras palavras, as boas-maneiras, os bons hábitos.

Quem não se sente honrado, feliz e abençoado por ter a Mãe presente, sempre do seu lado, nas alegrias e nas tristezas, nos sucessos e nos fracassos, na saúde e na doença? Quantas pessoas em geral, e quantos filhos, em particular, suspiram pela sua Mãe, ou porque ela faleceu, ou porque teve de abandonar o lar, por razões que nem sempre serão da sua exclusiva responsabilidade? A Mãe, em toda a sua plenitude, é indispensável.

Quantas vezes ao longo da vida recorremos à nossa Mãe: para nos ajudar, material e/ou espiritualmente; quantas vezes ela nos negou a sua ajuda? Quantas vezes nós nos interrogamos, profundamente ansiosos: Mãe, onde estás? Ajuda-me! Não me abandones, Mãe!

É muito difícil refletir-se e escrever-se sobre a Mãe, em geral; e sobre a nossa Mãe, em particular, sem que os sentimentos de amor, de saudade ou até de arrependimento, pelo que de errado tenhamos feito, contra a nossa Mãe, nos chamem à razão, nos alertem para a riqueza que temos, ou perdemos, ou ainda que maltratamos.

De facto, o privilégio de ter Mãe é a maior riqueza que se pode obter neste mundo, e quando a nossa Mãe se nos revela, com todo o seu amor, sem limites, nem julgamentos e condenações prévios, nem exigências de nenhuma natureza e que, simultaneamente, nos defende, nos elogia, nos projeta para a vida e para a sociedade, então consideremo-nos as pessoas mais felizes e mais ricas do mundo, porque é impossível uma felicidade maior do que termos a nossa Mãe.

Reconhecendo-se como insubstituível as funções de Mãe, numa sociedade civilizada, defensora e praticante dos mais elementares valores do amor, da dignidade e da felicidade, é tempo de se engrandecer a Mulher, nesta sua dimensão ímpar, concedendo-lhe as condições necessárias, para que ela tenha um papel mais ativo e decisivo na formação das mulheres e dos homens que, num futuro próximo, nos vão governar, porque cada vez mais se faz sentir a necessidade de uma sociedade mais humana, mais justa e fraterna.

As Mães de todo o mundo transportam nos seus ventres, e lançam para a luz do dia crianças que carecem, não só enquanto tais, mas durante toda a vida, dos valores e sentimentos que suas mães lhes podem e, certamente, transmitem. Nota-se muito bem uma criança que está sob a proteção e amor de sua mãe, daquela que não tem, ou nunca teve essa bênção divina.

Como é triste ouvir os choros lancinantes de uma criança, ou até de um adulto, a chamar pela sua Mãe, a pedir-lhe socorro, a pedir-lhe comida, agasalho, proteção e amor. Como estas situações penetram bem fundo na consciência de quem sabe o que é ter uma Mãe, o sorriso carinhoso da Mulher que primeiro se ama na vida, a doçura de um beijinho, a suavidade de uma carícia terna e meiga e, também de uma “palmadinha” para nos chamar a atenção das nossas traquinices.

Como é bom ter a Mãe do nosso lado, sem condições, nem exigências, e sempre junto de nós, qual baluarte de defesa das nossas fragilidades! Como é imenso o amor de Mãe que pelos seus filhos é capaz de vencer tudo e todos. Como é essencial o acompanhamento de uma Mãe, ao longo das nossas vidas. Como o mundo seria melhor se nós ouvíssemos os sábios conselhos das nossas mães, os valores e afetos que elas nos transmitem.

E como será bom para uma Mãe receber dos seus filhos o respeito, a admiração, o amor incondicional. E, quando necessário, tal Mãe poder contar com o filho, igualmente, do seu lado e com ele resolver os problemas da vida. Como será gratificante para uma Mãe saber que o seu filho lhe proporcionará as melhores condições de vida, que a visitará frequentemente, ou que a terá junto de si, se a vida lhe permitir porque, em quaisquer situações, a Mãe saberá sempre compreender o filho e enquanto puder, mesmo na velhice, mesmo privando-se de bens essenciais à sua vida e saúde ela, essa Mãe extremosa e amorosa, continuará a velar pela felicidade do seu filho e, quantas vezes, dos netos.

Seria muito significativo, e revelaria boa formação e sentimentos nobres, toda aquela pessoa que, sendo detentora de um qualquer poder, especialmente os líderes: políticos, legislativos e executivos, bem como de todas as atividades,  adotassem medidas justas, humanas e adequadas à proteção das famílias em geral, e das Mães em particular.

 Afinal foram, continuam a ser elas, as nossas Mães, que nos ajudaram a chegar até onde estamos, a elas devemos muito dos nossos sucessos, do nosso conforto e felicidade. Sem as nossas Mães do nosso lado, sem o seu amor, carinho, tolerância e auxílio, provavelmente, não passaríamos de vulgares criaturas, sem valores, sentimentos e, eventualmente, sem rumo na vida.

Por tudo isto, e não é nada pouco, governantes, que também são filhos, protegei as vossas Mães, as nossas Mães, defendei as Mães de todo o mundo, porque sem elas, seríamos incompletos. Amemos as nossas Mães, respeitemo-las através do Amor, da Doação, da Ética, da Gratidão, da Lealdade e da Honestidade. É o mínimo dos mínimos que por elas podemos fazer.

Mãe Querida, onde quer que estejas, um beijo, com imenso amor, do teu filho.

 

Venade/Caminha – Portugal, 2021

Com o protesto da minha permanente GRATIDÃO

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

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