domingo, 16 de maio de 2021

Pedro da Fonseca (1528-1599)

 «Pedro da Fonseca - (Cortiçada, 1528Lisboa, 4 de Novembro de 1599) nascido em Proença-a-Nova, foi um filósofo e teólogo jesuíta português, era conhecido na sua época como o "Aristóteles Português". Era um mestre em grego e árabe cuja erudição lhe facultava do fulgor uma linha de ideias próprias em relação a temas desenvolvidos por Tomás de Aquino e Aristóteles. As suas obras principais foram nas áreas da lógica e da metafísica. Instituições dialéticas (1564) e Comentários à metafísica de Aristóteles (1589)» (in: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_da_Fonseca_(fil%C3%B3sofo

No quadro estrutural do Renascimento vai destacar-se, com renovado fulgor, não só a tradição cristã como também o ensino da escolástica, na maior parte das Universidades, nos Centros de Estudos Superiores de Ordens Religiosas.

A escolástica conhece uma nova etapa de florescimento, porque ela é renovada em moldes modernos, numa nova forma de linguagem e de estilo, inspirada pelos humanistas, uma nova sensibilidade para o substancial dos problemas.

O despertar do sentido histórico, coadjuvado por uma exegese mais profunda, leva os filósofos a procurar o sentido mais genuíno do aristotelismo e dos problemas filosófico-sociais. Esta escolástica, do século XVI, condensou o património positivo da escolástica medieval, e o ter transmitido à filosofia moderna.

Procurou-se o permanente no pensamento ocidental, que se encontra na filosofia platónico-aristotélica, e no património doutrinal cristão. A Filosofia e a Teologia são renovadas, no sentido de aprofundar mais o aspeto antropológico do homem, dar resposta objetiva às interiorizações do mesmo homem.

D. João III continua a tarefa de D. Manuel, envia estudantes ao estrangeiro e chama os Gouveias para ensinarem no Colégio das Artes, no qual vai ocupar lugar de destaque Pedro da Fonseca, que tendo entrado para a companhia de Jesus, foi encarregado de elaborar uma síntese das obras aristotélicas e seus comentadores, devendo lê-las e comentá-las. Igualmente foi ordenado pelo vigário geral da Companhia de Jesus, que esta deveria elaborar um livro do Curso de Filosofia.

Pedro Fonseca deixou uma obra importante, intitulada: “As Instituições Dialéticas” que versava várias disciplinas entre elas a “Lógica”, em moldes pragmáticos, dialéticos e utilitários para o Direito e a Moral, uma lógica típica das ciências dos lugares dialéticos, os quais consistem em duas operações fundamentais para a argumentação: o “Inventio” que fornece os materiais da argumentação, conjunto de fórmulas; e o “Indicium” que ordena aqueles materiais num discurso que convença.

As questões são apresentadas sob uma forma alternativa, numa atitude não dogmática, e a verdade é investigada até se chegar a uma conclusão. O seu método de ensino vai dos conhecimentos gerais para os particulares, ou vice-versa: método da divisão e método de coleção. O momento fundamental do seu método será o da inferência, é um método flexível.

O pensamento de Pedro da Fonseca carateriza-se pelo aprofundamento do aristotelismo e, sobretudo, por um certo ecletismo. Para conciliar a liberdade humana com a liberdade divina propõe a “Ciência Média”, cuja teoria está ligada à interpretação psicologista do ato livre.

O concurso divino é simultâneo e de “per si”. Esta ciência de futuros contingentes condicionados, refere-se aos futuríveis que “não são, “não foram” e “nunca serão se não forem”. Esta “ciência média”, não é natural nem livre, é um conhecimento intermédio do que seria em determinadas circunstâncias.

 

Bibliografia

 

ARRIAGA, José de, (1980). “A Filosofia Portuguesa 1720-1820”, in História da Revolução Portuguesa de 1820, Coleção Filosofia e Ensaios, Lisboa: Guimarães Editores.

PRAÇA, J. J. Lopes, (1988). História da Filosofia Em Portugal. 3ª Edição. Lisboa: Guimarães Editores.


Venade/Caminha – Portugal, 2020 

Com o protesto da minha perene GRATIDÃO 

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo 

Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

http://nalap.org/

http://nalap.org/Directoria.aspx

Sem comentários: