domingo, 25 de fevereiro de 2024

O Criacionismo e a Dimensão Mística.

A filosofia de Leonardo Coimbra pretende ser uma inovação filosófica e proposição de grandes linhas orientadoras do pensamento filosófico português, trabalhando dentro de uma perspectiva antropológica, com dois termos fundamentais que são: o Homem e a Vida.

«Leonardo José Coimbra (Borba de Godim, Lixa, 30 de Dezembro de 1883Porto, 2 de Janeiro de 1936) foi um filósofo, professor e político português. Enquanto Ministro da Instrução Pública de um dos governos da Primeira República Portuguesa, lançou as Universidades Populares e a Faculdade de Letras do Porto. Como pensador fundou o movimento “Renascença Portuguesa, e evoluiu do criacionismo para um intelectualismo essencialista e idealista, reconhecendo a necessidade de reintegrar o saber das "mais altas disciplinas espirituais", como a metafísica e a religião (http://pt.wikipedia.org/wiki/Leonardo_Coimbra

Com efeito, o autor do “Criacionismo”, pela sua própria personalidade fogosa, não se contentava em ficar à margem dos problemas correntes do homem, e por isso empenhava-se decididamente, dinamizando uma filosofia vitalista.

O “Criacionismo” de Leonardo Coimbra não se manifesta hostil à política, mas desprendido e tolerante, propaga a fraternidade espontânea, impeditiva da dissolução das vontades, pela criação de um ideal coletivo, que seja a fonte de uma efetiva irmandade espiritual.

É assim que, no contexto da cultura portuguesa de então, o movimento da “Renascença Portuguesa”, transformado em “Criacionismo”, é um movimento de interiorização e exteriorização do espírito, que abrange uma dupla dimensão: Lusitana e Antropológica.

O “Criacionismo” pretende, assim, construir um esboço de sistema filosófico, que incorpore os valores patrióticos e antropológicos da nação, isto é: “tocar o Além, mas sem esquecer a Terra”. O seu “Criacionismo” relaciona-se muito com aquele caráter místico e profundamente artístico, que atinge a pessoa moral.

Todo o trabalho de Leonardo Coimbra, visto numa perspetiva antropológica e filosófica, constitui um particular esboço ao problema do Homem e da vida. Ele tem como marco inicial o propósito sincero de tracejar um sistema filosófico que possa tornar-se um programa de ação, em que, progressivamente, o acordo entre o real e o pensamento seja possível. O seu pensamento filosófico subordina-se a uma consciência aberta: aos problemas do Homem e da Vida; do conhecimento e da cultura; da sua comunidade e da sua pessoa.

Na evolução do seu pensamento, intercalam-se o poeta, o iletrado e o filósofo, submetidos ao crescimento espiritual e amadurecimento intelectual do seu autor, preocupado com um certo pragmatismo, numa maior capacidade de ação, mas também pelo amor à verdade, ao real, reagindo, por isso, contra o positivismo, embora admitindo as boas intenções de Augusto Comte.

O positivismo que ele rejeita é do tipo cientificista, que se degradou e se fez tecnicismo de uma ciência de aspirações técnicas. O seu “Criacionismo” critica o culto do progresso, do indefinido acréscimo do bem-estar e das comodidades materiais, o domínio da natureza.

É difícil rotular o pensamento de Leonardo Coimbra com uma qualquer corrente filosófica estrangeira, havendo quem o pretenda identificar com Bergson, por ter defendido a luta que a liberdade encetava para “subir à luz”, não obstante estar enterrada pelos vários determinismos científicos, vendo nessa luta o seu legítimo campeão em Bergson.

Outros há que preferem qualificar a filosofia de Leonardo Coimbra como uma filosofia de ação, no sentido “Blondealiano”, ou ainda que o autor do “Criacionismo” “sofre de uma visão global da existência e do destino no confronto da fé e da filosofia cristã, visão que apresenta profunda analogia com o dinamismo ‘maréchaliano”. (Leopoldo Marechal, nasceu em Buenos Aires em 1900 e faleceu em 1970. Poeta, narrador, dramaturgo e ensaísta)

Mas poder-se-á afirmar que o vitalismo de Leonardo Coimbra não é de desengano, mas de um idealismo realista, aberto em aspiração para um complemento sobrenatural. Por tudo isto, o conceito “Criacionismo” reflete uma categoria do ser humano, ao mesmo tempo que significa uma condição do mundo, reproduzindo, ainda, uma noção de vida ou uma forma de se viver e uma propriedade do pensamento sem obstáculos, do pensamento humano, que é criacionista, numa imitação deficiente do pensamento divino.

A verdade humana compõe-se de fragmentos de harmonia, e por isso o termo “criacionista” convém ao pensamento humano, enquanto considerado um diminutivo do pensamento criacionista, positivamente encontrado na existência genuinamente criadora de Deus.

O método criacionista é um misto de pedagogia, porque reflete a disposição espiritual que movia o seu autor, bem como fazer da atividade do pensamento um hábito, uma qualidade espiritual permanente, solicitando o indivíduo a aprofundar, explicar e intensificar o conhecimento humano do positivismo, na medida em que, tendo Leonardo Coimbra estudado num ambiente de formação positivista, movido pela ideia de renovação cultural e filosófica, e querendo uma nova filosofia, o seu método confunde-se em duas atitudes de um mesmo dinamismo.

Este método é a própria vida do pensamento, e deve ser, só por si, um sistema filosófico. Em resumo, poder-se-á dizer que o método criacionista apresenta três supostas caraterísticas:

a) Dialético: porque segue um dinamismo próprio do pensamento, que avança para novas sínteses;

b) Construtivo: porque estuda o ser mental que é a ciência para, a partir dela, encontrar o valor da arte, da moral e da própria filosofia, saindo da experiência científica, tende para todas as outras experiências, sendo a experiência fundamental, a vida;

c) Pedagógico: porque apresenta uma pedagogia própria do espírito humano, que não permite qualquer espécie de particularismo ou fechamento.

É, afinal, um método crítico de análise regressiva e síntese progressiva.

Naturalmente que o “Criacionismo” de Leonardo Coimbra enfrenta, como qualquer outro sistema filosófico, alguns problemas, face a determinados níveis dos diversos ramos do conhecimento, designadamente em relação à ciência, à filosofia, à moral, à religião, à arte, entre outros.

 

Bibliografia

 

COSTA, Dalila L. Pereira da e GOMES, Pinharanda, (1976). Introdução à Saudade. Porto: Lello & Irmão, Editores.

GAMA, José, (1983). Filosofia e Poesia no Pensamento de Leonardo Coimbra. In: Revista Portuguesa de Filosofia, Tomo XXXIIX-4.1983. Braga: Faculdade de Filosofia.

MORUJÃO, Alexandre Fradique, (1983) O Sentido da Filosofia em Leonardo Coimbra, in: Revista Portuguesa de Filosofia, Tomo XXXIIX-4.1983. Braga: Faculdade de Filosofia.

SPINELLI, Miguel (1981). A Filosofia de Leonardo Coimbra. O Homem e a Vida. Dois Termos da sua Antropologia Filosófica. Braga: Publicações da Faculdade de Filosofia.

 

“NÃO, ao ímpeto das armas; SIM, ao diálogo criativo/construtivo. Caminho para a PAZ”

https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=924397914665568&id=462386200866744

 

Venade/Caminha – Portugal, 2024

Com o protesto da minha permanente GRATIDÃO

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente HONORÁRIO do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

site@nalap.org

http://nalap.org/Directoria.aspx

http://nalap.org/Artigos.aspx

diamantino.bartolo@gmail.com

http://diamantinobartolo.blogspot.com

https://www.facebook.com/ermezinda.bartolo

https://www.facebook.com/diamantino.bartolo.1

domingo, 18 de fevereiro de 2024

Democracia: Capacidade de Diálogo do Cidadão.

 Democracia: para uns, trata-se de uma palavra mágica, que poderá significar liberdades ilimitadas, poder dizer e fazer tudo o que se deseja, criticar tudo e todos, reivindicar o possível e o impossível, não ter de assumir responsabilidades pelos atos, enfim, será cada um concretizar o que muito bem lhe apetecer, sem prestar contas a ninguém; isto é, um regime em que a vontade popular se manifesta, sem regras, independentemente das capacidades de cada um, para assumir cargos políticos e a partir destes impor a vontade individual e indisciplinada de um qualquer líder popular. Não é esse o conceito de Democracia que neste trabalho de investigação, e reflexão, se pretende defender.

Para outros, porventura menos radicais, a Democracia será um regime político, assente na vontade popular do povo que, livremente, escolhe, através de eleições livres e justas, os seus representantes, para os diversos órgãos do poder político central, regional e local, em relação aos quais, não são exigíveis, à partida, na seleção desses candidatos, requisitos especiais para o cargo a que concorrem, pelo contrário, para além das exigências legais, o importante é que a pessoa, a encabeçar uma determinada lista, seja popular, bem aceite no seu meio social e comunitário, que garanta uma forte captação de votos para a força política que representa. Igualmente, não é este o perfil que, neste trabalho, mais se apreciará, num candidato a um lugar de responsabilidade executiva, ou deliberativa, embora se admita que uma ou outra característica seja favorável à população.

Um conceito moderno de Democracia não se compadece com populismos, com os “caça-votos”, com uma militância fanática, subserviente, amorfa e acrítica. A Democracia, num mundo moderno, complexo, cada vez mais globalizado, não se compatibiliza com o improviso, com soluções casuísticas, que não garantem a estabilidade no futuro, com pessoas que não conseguem defender as fragilidades do regime, e que permitem que outras beneficiem e protagonizem, através da manifestação dos seus egos, situações a que, democraticamente, não teriam direito, para tentarem obter um estatuto que, por outros métodos e méritos próprios, muito dificilmente conseguiriam.

Pretende-se, neste século XXI e, desejavelmente nos seguintes: uma Democracia moderna, no sentido de implementar valores que são deste tempo, verdadeiramente humanos, solidários e tolerantes intercidadãos; uma Democracia moderada em tudo o que facilite o diálogo, o debate aberto e franco, sem sofismas nem traições; uma Democracia que não discrimine ninguém, por causa das ideias, opiniões, crenças, etnias e valores individuais de cada cidadão; uma Democracia que respeite a fé, a religião, a liberdade com responsabilidade humanamente atribuída e assumida; uma Democracia cujo conceito não ignore a tradição e civilização ocidentais, obviamente do ponto de vista de toda uma cultura milenar ocidentalizada, indiscutivelmente, no respeito pelas outras culturas; uma Democracia cujo:

«(…) conceito cristão de Democracia parte da ideia do homem como pessoa, livre e responsável, com destino próprio e transcendente, mas essencialmente solidário dos outros homens. Esta solidariedade exprime-se pela natural integração em grupos sociais, desde a família ao estado, passando pela escola, empresa, sindicato, Igreja, comunidades cívicas, etc.». (CARTA PASTORAL DO EPISCOPADO PORTUGUÊS, 1974 in: Dicionário Político, 1974:83).

A Democracia do século XXI, num mundo de feroz competição, onde os valores como: a produtividade, a mobilidade, a flexibilidade (a que se pretende acrescentar agora a flexisegurança), a especialização, complementada pela polivalência, bem como o domínio de conhecimentos tecnológicos, constitui requisitos fundamentais para se vencer profissionalmente: seja como trabalhador; seja como empresário; e até como político. Também a Democracia política postula qualidades pessoais, técnicas, cognitivas e socioculturais que, por enquanto, não estão reunidas em todos os cidadãos, potenciais candidatos ao exercício de cargos políticos.

A busca de uma ideia de Democracia, que seja coerente com algumas das atuais exigências, pode-se desenvolver, justamente, a partir da capacidade de diálogo que cada cidadão seja capaz de incrementar. Segundo uma certa ótica:

«O debate livre, a livre escolha e o consentimento genuíno requerem, pois, um nível de educação (que pode não ser uma educação formal) em compreensão social de modo a que as pessoas possam entender que estão a ser alvo de persuasão e propaganda e assim sejam capazes de resistir a essas pressões.» (ARBLASTER, 1988:143).

Educação, formação, treino, experiência e competência, serão os próximos requisitos que a nova e moderna Democracia vão exigir aos candidatos a funções executivas e deliberativas, no decurso deste novo século.

 

Bibliografia

 

ARBLASTER, Anthony, (1988). A Democracia, Tradução, M.F. Gonçalves de Azevedo, Lisboa: Editorial Estampa, Temas Ciências Sociais. (7) Pp. 11-23.

DICIONÁRIO POLÍTICO, (1974). Os Bispos e a Revolução de Abril, Lisboa: ISPAGAL, Apud. Carta Pastoral do Episcopado Português: in O contributo dos cristãos para a vida social e política, 16-07-74)

 

 

“NÃO, ao ímpeto das armas; SIM, ao diálogo criativo/construtivo. Caminho para a PAZ”

https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=924397914665568&id=462386200866744

 

  

Venade/Caminha – Portugal, 2024

Com o protesto da minha permanente GRATIDÃO

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente Honorário do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

site@nalap.org

http://nalap.org/Directoria.aspx

http://nalap.org/Artigos.aspx

diamantino.bartolo@gmail.com

http://diamantinobartolo.blogspot.com

https://www.facebook.com/ermezinda.bartolo

                                                                                                                                    https://www.facebook.com/diamantino.bartolo.1

domingo, 11 de fevereiro de 2024

Viver a vida com simplicidade, ajuda à harmonia.

 A simplicidade comportamental implica uma grande complexidade nos relacionamentos, na medida em que pressupõe a recusa de princípios, valores, sentimentos e emoções inverdadeiros. Sabe-se que a autenticidade das nossas palavras, atos e atitudes têm de garantir previsibilidade, confiança e seriedade.

Talvez devido a uma tal dificuldade, é que muitas pessoas se revelam extremamente flexíveis que: tanto afirmam estar do lado de uma pessoa e situação; como, quase em simultâneo, demonstram, exatamente o contrário. Nestas circunstâncias é muito difícil confiar em tais pessoas, e só uma grande amizade pode atenuar a incerteza futura, como igualmente é muito problemático deixarmo-nos apossar por valores e sentimentos que, mais tarde, nos fazem sofrer, apanhar desgostos, eventualmente, para o resto da vida.

Haverá pessoas que pela sua simplicidade, humildade, generosidade, sinceridade, respeito e vergonha, que são verdadeiramente amigas, manifestam sempre, através de “pequenas-grandes” coisas, que são genuinamente confiáveis, em quem podemos acreditar, ter a certeza que nunca nos vão enganar, que não nos vão magoar, defraudar, no limite, desprezar.

São estas pessoas simples, a tocar as fronteiras da ingenuidade, da pureza e da virtude que nos garantem estabilidade relacional, nos entusiasmam, nos incentivam e nos defendem em todas as situações. São elas que nos respeitam, a nós, aos nossos familiares e amigos. São estas pessoas que nunca se aproveitam das nossas fragilidades, desorientação e infortúnios da vida. São estas pessoas que tudo fazem pelo nosso sucesso e felicidade: familiar, profissional e social. São estas pessoas as nossas verdadeiras amigas.

Pessoas humanas simples, descomplexadas nos seus princípios, valores, sentimentos e emoções, profundamente preocupadas com o nosso bem-estar, que se revelam, diariamente, possuidoras de um espírito virtuoso, sempre disponíveis para nos escutar, aconselhar, orientar.

A pessoa simples e de carácter facilmente se torna amiga, porque nela, praticamente, tudo é puro, não há intenções inconfessáveis, porque ela sabe e deseja partilhar as suas ansiedades, desejos, projetos, sucessos e fracassos. Ela quer estar inequivocamente do nosso lado.

São estas pessoas simples, que por vezes se tornam nossas verdadeiras amigas, e que até podem ser ignorantes, na perspetiva das pessoas complexas, difíceis, calculistas e intelectualmente desonestas. Claro que: «Existem pessoas que não sabem ficar sozinhas, que precisam de alguém com quem interagir. Basta um ouvidor: elas mesmas perguntam e respondem, têm revelações sem que o outro explicitamente tome parte – a propósito, essa é a função do amigo.» (NAVARRO, 2002:81).

A sociedade portuguesa e, eventualmente, outras, viveu dias conturbados, num passado ainda recente (2013-2014-2015). As relações interpessoais, familiares, institucionais e sociais nem sempre decorrem com: harmonia, respeito e dignidade. Em vez de se simplificarem as atitudes e os comportamentos, parece que até há uma preocupação, e um grande prazer em se dificultar a vida às pessoas, eventualmente, com objetivos de notoriedade, a qualquer título, e daqui resultar alguma influência, em proveito próprio.

Os comportamentos “sofisticados” “afetados” ou demasiado “liberais”, aqui no sentido da aparente boa convivência com “gregos e troianos”, sabendo-se que se forem autenticamente imparciais, justos e assertivos, não existem condições para uma tal “polivalência relacional”.

De resto, as pessoas envolvidas em certas atividades, conseguem um tal “equilíbrio” que não corresponde à solidariedade, à amizade lealdade, enfim, à sinceridade e honestidade, revelando assim um carácter do qual teremos de nos dissociar, sob pena de perdermos a nossa credibilidade, dignidade e respeito por nós mesmos.

Quando se abordam a simplicidade, humildade e lealdade das pessoas, tal não significa que nos estejamos a referir a um qualquer estatuto, mais ou menos importante e influente. Não estamos a privilegiar a: sabedoria e/ou a ignorância; riqueza e/ou pobreza; letrado e/ou inculto, aqui na perspetiva elitista, porque, antropologicamente, todos temos uma cultura, e nela somos cultos.

É, facilmente demonstrável que existem pessoas simples, modestas, humildes e leais em todos os: estratos da sociedade, classes socioprofissionais, escalões etários, gerações, dimensões político-económicas, ético-morais e religiosas. Por isso não se pode estigmatizar as pessoas, porque são difíceis, complexas e calculistas, por causa de um qualquer estatuto, conhecimento, experiências, na medida em que o contrário também será possível.

O que aqui importa é enfatizar a atitude simples, a palavra, o gesto, o comportamento habitual, que assentam, essencialmente, nos valores característicos da naturalidade, como: a humildade, a modéstia, a sinceridade, a assertividade e também em intervenções que, normalmente, revelam timidez, uma respeitável vergonha na exposição, no exibicionismo, ou seja: pessoas que são, por natureza, recatadas, algo austeras e disciplinadas.

Viver a vida com simplicidade, ajuda à harmonia, à alegria, ao entusiasmo, à generosidade. Simplificar o discurso oral e escrito, a intervenção social, política, profissional, religiosa e empresarial, é um caminho possível para se: melhorar as relações interpessoais; exercerem, eficazmente, os mais nobres e positivos valores, numa cultura universal para a: paz, bem-comum e felicidade dos povos e das nações.

Simplicidade combina com humildade. Daqui pode-se inferir que: «A humildade favorece a força de carácter: o humilde toma as suas decisões consoante o que achar ser justo e assim se mantém. Sem se inquietar com a sua imagem ou a opinião de outrem. (…). Exteriormente é meigo.» (RICARD, 2005:169).

 

Bibliografia

 

NAVARRO, Leila, (2000). Talento para Ser Feliz. 10ª Edição. S. Paulo: Editora Gente. Direitos Cedidos para Edição portuguesa à Editora Pergaminho, Ld.ª., 1ª Edição. Cascais, 2002

RICARD, Matthieu, (2005). Em Defesa da Felicidade. Tradução, Ana Moura. Cascais: Editora Pergaminho, Ldª.

 

“NÃO, ao ímpeto das armas; SIM, ao diálogo criativo/construtivo. Caminho para a PAZ”

https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=924397914665568&id=462386200866744

 

Venade/Caminha – Portugal, 2024

Com o protesto da minha permanente GRATIDÃO

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente HONORÁRIO do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

site@nalap.org

http://nalap.org/Directoria.aspx

http://nalap.org/Artigos.aspx

diamantino.bartolo@gmail.com

http://diamantinobartolo.blogspot.com

https://www.facebook.com/ermezinda.bartolo

https://www.facebook.com/diamantino.bartolo.1

domingo, 4 de fevereiro de 2024

Como destruir uma probidade de respeito.

 Afigura-se, cada vez com mais evidência, que é difícil desenhar-se uma personalidade de exemplaridade positiva, de bons princípios, valores, sentimentos e emoções, isto por vários motivos: primeiro, todos nós somos extremamente vulneráveis a situações que não controlamos, seja no âmbito racional, seja no quadro emocional; segundo, porque nos enganamos, frequentemente, em relação a quem demos todo o SAL da nossa vida – Solidariedade, Amizade e Lealdade – da nossa própria imagem, construída, quantas vezes, ao longo de uma vida; terceiro, porque com muita facilidade certos interesses, situações e pessoas conseguem influenciar, contra nós, aqueles por quem tudo demos, a quem tudo confiamos e que, pensando eles que somos humildes, aparentemente fracos, que não temos nenhum tipo de influências sócio materiais, já não servimos para mais nada, passam-nos, então, para o grupo dos indesejáveis, descartáveis.

Quando alguém é contemplado com avaliações positivas, gerais e/ou específicas, isso não quer dizer que a pessoa beneficiária de tal apreciação seja perfeita, que não tenha cometido erros, que seja inatacável. As opiniões favoráveis até podem ser amplamente consensuais, mas haverá sempre alguém que sabe, eventualmente, que aquela pessoa tem falhas, seja na família, nas amizades, no trabalho, nos estudos, na sociedade, mas também poderá ser verdade que tais falhas e erros se ficam a dever, justamente, ao preço do tal SAL – Solidariedade, Amizade e Lealdade – que essa mesma pessoa sabe que foi por causa dela, que a primeira cometeu erros, porque de resto, a pessoa aureolada com uma boa imagem pessoal, pública ou privada é merecedora deste prestígio.

Se pensarmos o seguinte: Se uma determinada pessoa é muito querida na sociedade, no seu círculo de amigos, de colegas de trabalho e na família, é porque ela tem manifestado e exercido princípios, valores, sentimentos e emoções que justificam o seu prestígio, mas eu sei que por minha causa, tal pessoa traiu parte do seu comportamento cordial para com outras pessoas, para poder estar sempre do meu lado, solidária, amiga, leal, então eu devo expressar-lhe, em quaisquer circunstâncias e tempos da vida, amizade, consideração, estima e iguais valores, bem como a minha ilimitada gratidão.

Quando assim não acontece e alguém nos quer mal, e conhece esta nossa fragilidade, de facto pode destruir uma imagem de respeito, credibilidade, honorabilidade, reputação, bom-nome e dignidade. Então é este o “preço” elevadíssimo que se paga quando somos solidários, amigos incondicionais, leais e cúmplices, aqui no bom sentido, mesmo que tenhamos de violar comportamentos gerais, e alterar uma excelente personalidade que fomos construindo ao longo da vida, precisamente para estarmos sempre do mesmo lado, na circunstância, da mesma pessoa, grupo ou instituição.

Como corolário, talvez se possa admitir que: primeiro, somos merecedores de apreciações positivas, apesar da imperfeição de que estamos “inquinados”, da subjetividade de quem as produz e da inacessibilidade à verdade por parte da opinião pública geral; segundo, porque ao tomarmos uma posição solidária, de amizade e lealdade para com alguém, não temos condições objetivas para igual procedimento para com quem é prejudicial à pessoa que nós defendemos (não se pode estar ao mesmo tempo com o amigo e o inimigo do meu amigo); terceiro, somos o que em dado momento as circunstâncias da vida nos impõem, porque em situações-limite temos de decidir, e nenhuma tomada de posição agrada a “gregos e troianos”, quando uma das partes não se identifica com os fundamentos da decisão.

Ignorar que há sempre alguém que conhece factos, sentimentos, atitudes, erros, ilegalidades e situações diversas, ocorridos em nossas vidas, que não abonam favoravelmente a nosso favor, é uma imprudência e revela alguma ingenuidade, ou então um excesso de aparente firmeza, que só tem paralelo nos comportamentos arrogantes e mesquinhos.

Como muito bem refere a sabedoria popular: “toda a gente tem, pelo menos, uma telha de vidro no seu telhado”. Significa, portanto, que todos temos algo a esconder, todos temos um ou mais segredos, e que sempre haverá alguém que conhece um bocadinho das nossas vidas. Então sejamos cuidadosos, humildes e tolerantes quando estamos a fazer juízos de valor.

É verdade que este SAL - Solidariedade, Amizade, Lealdade -, se “paga”: pela positiva, com a reciprocidade e gratidão, por quem dele é beneficiário; pela negativa, por quem dele se sente prejudicado e não tem a capacidade de separar as diversas situações, retribuindo com valores negativos, como: a injúria, a difamação, a ofensa, a vingança, a perseguição, quantas vezes até à destruição da personalidade e da própria vida, de quem não abdica de ser solidário, amigo e leal, de quem faz deste SAL, um ideal e uma orientação de vida.

Como diria Jesus: “Este é o Caminho, a Verdade e a Luz”, isto é, sermos compreensivos, tolerantes, abertos ao nosso próximo, ao mundo e a Deus é o procedimento justo, todavia sem abdicarmos dos nossos princípios, valores, sentimentos, honra, bom-nome e dignidade e, quem nos quer bem, quem é, verdadeiramente, nosso amigo, aceita e retribui esta nossa posição, com amizade, carinho e respeito, e até nos ajuda neste rumo de nobreza.

 

“NÃO, ao ímpeto das armas; SIM, ao diálogo criativo/construtivo. Caminho para a PAZ”

https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=924397914665568&id=462386200866744

 

 

 

Venade/Caminha – Portugal, 2024

Com o protesto da minha permanente GRATIDÃO

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente Honorário do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

site@nalap.org

http://nalap.org/Directoria.aspx

http://nalap.org/Artigos.aspx

diamantino.bartolo@gmail.com

http://diamantinobartolo.blogspot.com

https://www.facebook.com/ermezinda.bartolo

https://www.facebook.com/diamantino.bartolo.1