domingo, 28 de agosto de 2022

O Justo Equilíbrio

Comprova-se, científica e tecnicamente, que todos os anos conhecemos um pouco mais do espaço terrestre que habitamos, e também que já conseguimos caracterizar melhor alguns dos muitos fenómenos naturais que, positiva ou negativamente, nos afetam. A inteligência e a práxis humanas progridem: para o bem, e para o mal, mas tudo indica que se deseja o bem, para todas as pessoas, entidades e organizações, sem exceções.

As gerações mais idosas, em consonância com as mais jovens, têm obrigação de construir um mundo bem melhor, para que num futuro próximo, se possa viver com mais conforto, abundância de bens materiais, e uma nova ordem axiológica. Começar por preservar o espaço terrestre habitável, assim como toda a atmosfera envolvente, constitui, provavelmente, uma primeira ação a implementar.

Um mundo melhor constrói-se com recursos materiais e imateriais diversos, mas tudo começa no ser humano, na sua educação e preparação para a mudança, para uma cultura do respeito, da congregação de sinergias, conhecimentos, experiências e boas-práticas, todavia, ainda existe um longo caminho a percorrer.

Na verdade: «O problema é que não dispomos ainda da cultura necessária para enfrentar esta crise e há necessidade de construir lideranças que tracem caminhos, procurando dar resposta às necessidades das gerações atuais, todos incluídos, sem prejudicar as gerações futuras. Torna-se indispensável criar um sistema normativo que inclua limites invioláveis e assegure a proteção dos ecossistemas, antes que as novas formas de poder derivadas do paradigma tecno-económico acabem por arrasá-los, não só com a política, mas também com a liberdade e a justiça.» (PAPA FRANCISCO, 2016:96).

Genericamente, pode-se concordar que um mundo com mais qualidade de vida, para toda a população é um imperativo, que nenhuma pessoa singularmente considerada, uma organização e o próprio Estado, podem ignorar, mas as estratégias, os métodos e os recursos para se atingir tal desiderato, podem ser diferentes, porque o importante é acabar, o mais rapidamente possível, com as desigualdades, com os desperdícios e com a indiferença de uns tantos para com uma maioria que tenta “nadar”, ou “flutuar”, num mar de miséria.

É inaceitável: que a sobranceria esmague a humildade; que o poder dos mais fortes, sufoque, qual garrote, a fragilidade dos mais fracos, com uma insensibilidade confrangedora e desumana. É neste contexto miserável que: «Deixamos de notar que alguns se arrastam numa miséria degradante, sem possibilidades reais de melhoria, enquanto outros não sabem sequer o que fazer ao que têm, ostentam vaidosamente uma suposta superioridade e deixam atrás de si um nível de desperdício tal que seria impossível generalizar sem destruir o planeta. Na prática, continuamos a admitir que alguns se sintam mais humanos do que outros, como se tivessem nascido com maiores direitos.» (Ibid.:98).

Será oportuno refletir sobre uma bem nítida separação que existe, um pouco por todo o mundo, onde uma classe rica, privilegiada e dominante, apesar de estar em minoria, por vezes subjuga, cruelmente, uma outra parte da sociedade, pobre material e intelectualmente, não obstante representar uma maioria.

No centro, ou se se preferir, no meio destes dois extremos, poderá haver um terceiro grupo social, a habitualmente, denominada “classe média” que, tradicionalmente, se autodesigna como o “motor” das economias, da produtividade e da contribuição fiscal.

Em muitos países, tal “classe média” tem vindo a diluir-se, esmagadoramente, na “classe baixa”, pobre e excluída, poucos sendo os que conseguem escapar a uma tal despromoção socioeconómica. Os Estados/Governos, carecem de recursos monetários para sobreviverem, para fazerem face às suas próprias despesas, muitas delas, supérfluas, luxuosas e indevidas, por imorais, privilégios, logo, o mais fácil é tributarem uma classe que, normalmente, trabalha por conta de outrem e, nesta condição, não tem a mínima possibilidade de “fugir” ao pagamento de impostos, quantas vezes, “brutais” e injustos, incluindo, a perda de direitos quantas vezes adquiridos há décadas.

Independentemente da situação socioprofissional, e correlativo estatuto, tradicionalmente, conquistados, atribuídos ou herdados, a verdade é que há aspetos da condição humana, em que os deveres e os direitos são (ou deveriam ser) iguais, porém, sabe-se que não é bem assim que acontece, além de que a obrigatoriedade dos deveres, se impõe a todas as pessoas, desde logo no apoio que devemos prestar a quem mais precisa, cabendo dar o primeiro passo aos governantes, e quem possui recursos para o fazer.

É certo que: «Hoje fala-se muito de direitos, esquecendo com muita frequência os deveres: talvez nos tenhamos preocupado demasiado pouco por quantos sofrem a fome. Além disso, é doloroso constatar que a luta contra a fome e a subalimentação é obstada pela “prioridade” do mercado, e pela “primazia do lucro”, que reduziram os alimentos a uma mercadoria qualquer, sujeita a especulações, até financeiras. E quando se fala de novos direitos, o faminto está ali, na esquina da rua, e pede o direito de cidadania, pede para ser considerado na sua condição, para receber uma alimentação básica sadia. Pede-nos dignidade, não esmola.» (Ibid.:99).

Nesta reflexão, não se pretende insinuar, muito menos exigir,  que os detentores de grandes fortunas têm o dever legal de ajudar os que mais necessitam, porquanto parece mais equilibrado, contudo, pedir-lhes que disponibilizem condições de trabalho para quem está desempregado, porque exercer uma atividade produtiva remunerada, não é só um direito de cidadania, mas igualmente, um dever que cada pessoa, na plena posse das suas capacidades intelectuais, psicológicas, físicas e motoras deve assumir, porque de contrário, também não lhe será moralmente reconhecido o direito de usufruir, não só dos bens da terra, como também daqueles obtidos pelos seus semelhantes.

O ambiente favorável comunitário, tendo em vista uma justa distribuição da riqueza, só é possível: através da saúde, do trabalho e da paz e, para estes ingredientes, todos têm a obrigação de contribuir; por outro lado, também se aceita que: «A dignidade da pessoa humana e o bem comum estão por cima da tranquilidade de alguns que já não querem renunciar aos seus privilégios. Quando estes valores são afetados, é necessária uma voz profética.» (Ibid.:101).

Reconhece-se que os equilíbrios são sempre muito difíceis de se encontrar e consolidar, tanto mais complexos quanto os interesses, as cedências, os ganhos e as perdas afetam uma ou as duas partes, mas não há alternativa ao justo equilíbrio, praticamente em todas as questões que regulam as relações entre pessoas, grupos e nações e, enquanto não se estabelecerem regras moderadoras, como o recurso: ao diálogo, à compreensão, à solidariedade, à humildade, à gratidão e à compaixão, o mundo não vai alcançar a tranquilidade que tanto precisa.

Com efeito: «A paz social não pode ser entendida como irenismo ou como mera ausência de violência obtida pela imposição de uma parte sobre as outras. Também seria uma paz falsa aquela que servisse como desculpa para justificar uma organização social que silencie ou tranquilize os mais pobres, de modo que aqueles que gozam dos maiores benefícios possam manter o seu estilo de vida sem sobressaltos, enquanto os outros sobrevivem como podem.» (Ibid.).

Cumpre-nos, a todos, sem exceções, refletir sobre a situação que, connosco e a partir de nós se vive, para podermos identificar as causas, conceber  mecanismos que permitam ajudar a resolver os problemas, questões e situações mais candentes e delicados, juntamente com as Entidades e Instituições que, de alguma forma, tenham condições para dar um contributo positivo, para que: em primeiro lugar, as partes desavindas e/ou distanciadas aceitem, pelo menos, o diálogo, discutam soluções; e, finalmente, deem o seu contributo.

O caminho é difícil, porém, gratificante, altruísta e, acima de tudo, característico das pessoas verdadeiramente humanas, com um autêntica formação e espírito abnegados. Não vale a pena recorrer a qualquer tipo de violência, porque tal processo gera mais animosidade e impossibilita atingir objetivos humanistas positivos.

 

BIBLIOGRAFIA.

 

PAPA FRANCISCO (2016). Proteger a Criação. Reflexões sobre o Estado do Mundo. 1ª Edição. Tradução Libreria Editrice Vaticana (texto) e Maria do Rosário de Castro Pernas (Introdução e Cronologia), Amadora-Portugal:20/20 Nascente Editora.

 

Apanhados de surpresa, entre os fogos de uma guerra cruel, desumana e, a todos os títulos, inaceitável, imploremos a Deus e aos homens, para que o sofrimento de milhões de seres humanos, termine definitivamente. Tenhamos a HUMILDADE de nos perdoarmos uns aos outros, porque o PERDÃO será um dos muitos “Valores Axiológicos” que deixaremos às Gerações Futuras. GLÓRIA À UCRÂNIA.

 

Alimentemos o nosso espírito com a ORAÇÃO e a bela música:

https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=924397914665568&id=462386200866744

 

https://www.youtube.com/watch?v=Aif5s90rxoU

https://youtu.be/DdOEpfypWQA  https://youtu.be/Z7pFwsX6UVc

 

 

Venade/Caminha – Portugal, 2022

Com o protesto da minha permanente GRATIDÃO

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

NALAP.ORG

http://nalap.org/Directoria.aspx

http://nalap.org/Artigos.aspx

diamantino.bartolo@gmail.com

https://www.facebook.com/ermezinda.bartolo

http://diamantinobartolo.blogspot.com

https://www.facebook.com/diamantino.bartolo.1 

sábado, 20 de agosto de 2022

A Outorga entre: “o Ter e o Necessitar”

 Envolvidos, como todos devemos estar, numa sociedade que tem por obrigação combater os pessimismos, para elevar a autoestima das pessoas mais desalentadas, promover o bem-estar das diversas e cada vez mais heterogéneas comunidades, é necessário prepararmo-nos para ajudarmos quem ainda está a percorrer os caminhos mais difíceis da vida, no sentido de, paulatina, mas seguramente, eliminarmos toda a discriminação negativa, e nos erguermos à dignidade humana, naturalmente, tendo sempre presente a objetividade das diversas realidades que nos circundam.

Ainda há muita gente que, por um ou quaisquer outros sentimentos negativos, estes do ponto de vista de quem deseja uma sociedade livre, igualitária, democrática, fraterna e desenvolvida, continua a defender, e a praticar, posições incompatíveis com: a solidariedade, a amizade, a lealdade, a gratidão, a humildade e a generosidade, provocando um grande mal-estar entre seres que têm o superior dever de se respeitarem.

Cada vez se torna mais premente uma mentalidade que patrocine, e facilite, o bem-comum, se se quiser, uma atitude que nos despoje de egoísmos, que nos liberte da ganância, ilegítima, injusta e, eventualmente, ilegal, porque ganância também é sinónimo de: se desejar tudo o que nos apetece, sem olhar a meios; vontade veemente e duradoura de possuir, e/ou adquirir mais do que os demais; cobiça ou desejo muito forte, descontrolado, por bens e riqueza, o que não é a mesma coisa de se desejar conforto, saúde, trabalho, educação e outros bens materiais e imateriais, incluindo-se, obviamente, o dinheiro, porque não é proibido, nem crime, ter-se dinheiro.

O que se poderá afigurar censurável, é nada se fazer para se ganhar dinheiro, e pretender-se que sejam os seus semelhantes a sustentar tais pessoas, inclusive, vícios que, para além de fazerem mal à saúde, são dispendiosos. Como pessoas participativas na sociedade, todos temos o dever e o direito de produzir para nós e para o bem-estar da comunidade, naturalmente, pelo trabalho.

Identicamente, será criticável que quem trabalha esbanje tudo quanto ganha e, quando precisa para uma situação inesperada, tenha de recorrer a quem trabalhou, ganhou e economizou, às vezes durante uma vida inteira, ou então, elaborar “sofisticados” esquemas para subtrair subsídios e abonos sociais.

Compreende-se que quando a sociedade, no seu todo, está sensibilizada para ajudar as pessoas mais frágeis, aquelas que, realmente, tudo fizeram para terem algum conforto, a vida, por circunstâncias diversas, as “atraiçoou” com: doenças, desemprego involuntário, acidentes e outras situações inesperadas e incontroláveis, então sim, tais pessoas têm o direito (devem) ser apoiadas, entendidas, por aquelas outras a quem nada lhes falta.

Nesse sentido, e com estes princípios: «A cultura do bem-estar, que nos leva a pensar em nós mesmos, torna-nos insensíveis aos gritos dos outros, faz-nos viver como se fôssemos bolas de sabão: estas são bonitas, mas não são nada, são pura ilusão do fútil, do provisório. Esta cultura do bem-estar leva à indiferença a respeito dos outros; antes, leva à globalização da indiferença. Neste mundo de globalização caímos na globalização da indiferença. Habituámo-nos ao sofrimento do outro, não nos diz respeito, não nos interessa, não é responsabilidade nossa!» (PAPA FRANCISO, 2016:90).

Bem se sabe que por entre tanta ganância, no meio de tanto egoísmo, ainda há pessoas e instituições altruístas, que doam grandes fortunas para projetos científicos, tecnológicos e humanitários, todavia, trata-se de uma pequena “bola de sabão verdadeira”, no meio dos “bilhões de balões ilusórios”, que necessitam de apoio a todos os níveis ou, dito de outra forma, trata-se de “uma gota de água num oceano de carências”.

É claro que quem já conseguiu atingir a riqueza material: bens, dinheiro, poder, influência, por processos legítimos, justos e legais; por mérito próprio, através do trabalho, do estudo, da poupança, do investimento e do risco, está no seu lícito direito de dar a orientação que mais desejar à sua fortuna, mas também pode aceitar repartir o seu património, ou parte dele, por organizações, por exemplo, Não-Governamentais, que visem promover o bem-comum, a salvaguarda de vidas humanas, e quaisquer outros projetos de natureza filantrópica.

Formar toda uma sociedade para os valores humanistas, é tarefa para várias gerações, não se consegue em poucas décadas, é verdade, mas também se reconhece que cada vez a premência de uma educação/formação, direcionada para o outro é, eventualmente, uma necessidade de primeira linha, quanto mais não fosse, e já não seria pouco, porque é impossível a alguém viver isoladamente, no limite, sempre iremos depender uns dos outros.

O espaço ecuménico que habitamos é cada vez menor, porque os avanços das ciências e das tecnologias permitem aproximarmo-nos, física, eletrónica e virtualmente, com mais celeridade, e sabe-se, portanto, que: «Hoje vivemos num mundo que está a tornar-se cada vez menor, parecendo, por isso mesmo, que deveria ser mais fácil fazer-se próximos uns dos outros. Os progressos dos transportes e das tecnologias de comunicação deixam-nos mais próximos, interligando-nos sempre mais, e a globalização faz-nos mais interdependentes.» (Ibid.:91).

Estes avanços, que a inteligência e habilidades humanas têm vindo a desenvolver, sem dúvida alguma que são muito importantes, contribuem, em parte, para uma melhor qualidade de vida, mas ainda são insuficientes para aniquilar muitas situações de verdadeira indigência, que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.

A vertente social-humanista, tem de ser muito mais trabalhada e aplicada no terreno, como também a educação/formação para a filantropia, para as virtudes: da caridade, da compaixão e da benevolência, a que acresce a obrigação de nos preocuparmos com quem, materialmente, pouco ou nada tem, de resto: «A nível global, vemos a distância escandalosa que existe entre o luxo dos mais ricos e a miséria dos mais pobres. Frequentemente, basta passar pelas estradas de uma cidade para ver o contraste entre os que vivem nos passeios e as luzes brilhantes das lojas. (…) O mundo sofre de múltiplas formas de exclusão, marginalização e pobreza, como também de conflitos para os quais convergem causas económicas, políticas, ideológicas e até mesmo, infelizmente, religiosas.» (Ibid.).

Este ostracismo, a que milhares de milhões de seres humanos estão votados, constitui um terrível libelo: em primeiro lugar, contra todos nós em geral; depois, seguramente, dirigido a todas as pessoas e organizações, aqui, com o Estado à cabeça que, podendo, e devendo tomar medidas adequadas, nem sempre assim procede.

Neste primeiro quarto do século XXI, não se justifica que o mundo tenha de estar sujeito a mais um movimento para além daqueles que astronómica e fisicamente já tem. O novo movimento que poderíamos designar por “merco- económico”, em que os mercados e a economia submetem tudo e todos, só se justificará quando contribuir substancial, e urgentemente, para minimizar e depois reduzir desigualdades e exclusões sociais.

Muito embora se possa afirmar como um lugar-comum, a verdade é que há mais mundo e mais vida para além dos mercados, da economia e do dinheiro, de resto e em bom rigor: «Há depois o compromisso por uma maior justiça social, por um sistema económico que se ponha ao serviço do homem e em benefício do bem-comum. Entre as nossas tarefas, como testemunhas do amor de Cristo, conta-se a de fazer ouvir o brado dos pobres, para que não sejam abandonados às leis de uma economia que, por vezes, parece considerar o homem só como consumidor.» (Ibid.:92).

Existe muito pouca atenção para com os mais necessitados, e o grande valor que, frequentemente, se esquece, chama-se Solidariedade, que pode, e é essencial que seja, aplicado em vários contextos da vida em sociedade, até porque se deveria considerar como  valor-chave, o comportamento verdadeiramente característico da pessoa genuinamente humana, porque: «Solidariedade significa muito mais do que alguns atos esporádicos de generosidade; supõe a criação de uma nova mentalidade que pense em termos de comunidade, de prioridade de vida de todos sobre a apropriação dos bens por parte de alguns.» (Ibid.:95).

O princípio ativo, a termos em consideração, é muito simples: Quem tem, quem possui, que utilize, um “bocadinho”, apenas um “pouquinho”, para doar a quem não tem, e o mundo ficará bem melhor, mais justo, mais fraterno, mais solidário.


Bibliografia.

 

PAPA FRANCISCO (2016). Proteger a Criação. Reflexões sobre o Estado do Mundo. 1ª Edição. Tradução, Libreria Editrice Vaticana (texto) e Maria do Rosário de Castro Pernas (Introdução e Cronologia), Amadora-Portugal:20/20 Nascente Editora.


Apanhados de surpresa, entre os fogos de uma guerra cruel, desumana e, a todos os títulos, inaceitável, imploremos a Deus, e aos homens, para que o sofrimento de milhões de seres humanos, termine definitivamente. Tenhamos a HUMILDADE de nos perdoarmos uns aos outros, porque o PERDÃO será um dos grandes “Valores Axiológicos” da Humanidade, que deixaremos às Gerações Futuras.  GLÓRIA À UCRÂNIA.

Alimentemos o nosso espírito com a ORAÇÃO e a bela música:

https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=924397914665568&id=462386200866744 

https://www.youtube.com/watch?v=Aif5s90rxoU

https://youtu.be/DdOEpfypWQA  https://youtu.be/Z7pFwsX6UVc


Venade/Caminha – Portugal, 2022

Com o protesto da minha permanente GRATIDÃO

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

NALAP.ORG

http://nalap.org/Directoria.aspx

http://nalap.org/Artigos.aspx

diamantino.bartolo@gmail.com

https://www.facebook.com/ermezinda.bartolo

http://diamantinobartolo.blogspot.com

https://www.facebook.com/diamantino.bartolo.1

sábado, 13 de agosto de 2022

Preparação Psico-Funcional para o Casamento

 Aceite-se, como ponto prévio, que o casamento e a correspondente constituição de família são, porventura, das decisões mais importantes na vida de uma pessoa, principalmente para aquelas que têm na família o expoente máximo da realização da pessoa humana.

Tome-se, também, como referência da sociedade, a organização familiar, com os contornos e funções que, classicamente, se lhe conhecem, aos quais se deve adicionar, no presente, outros requisitos, exigências e capacidades dos cônjuges, atentas as profundas alterações sociais, profissionais e axiológicas.

Interiorize-se a ideia, segundo a qual, decidida a união de um casal, pela celebração do casamento, este como ato que envolve várias diligências processuais legais cívicas e, eventualmente, religiosas, os cônjuges se comprometem a desenvolver iniciativas para uma conjugação plena de esforços, com o objetivo de criarem, aumentarem e consolidarem condições ideais de harmonia, amor, procriação, educação dos filhos e progresso material, bem-estar geral de toda a família conjugal.

Por princípio, excetuadas que possam ser situações extraordinárias, não se defenderá o casamento baseado num único e exclusivo critério, justamente, para se evitar, no futuro, dissoluções mais ou menos dramáticas, com consequências traumatizantes para crianças e outros dependentes do casal.

Como exceção à não exclusividade de critérios, respeitando a posição daqueles que defendem valores supremos e essenciais, admite-se que a existência de amor e respeito mútuos, irreversivelmente interiorizados, nos dois elementos do casal, podem, por si sós, garantir o sucesso do casamento e assegurar a felicidade da família, que se construirá a partir daquela união amorosa.

Abordar-se-á, sempre que conveniente, o casamento na perspectiva religiosa, segundo a qual:

«O padrão divino do casamento honroso é a união de um só homem com uma só mulher.» (STVBT, 199:27).

Preparar o casamento para constituir uma família, com amor e respeito recíprocos dos dois membros do casal, pressupõe um percurso prévio, a dois – homem-mulher –, durante o qual vão analisar e desenvolver as capacidades que devem melhorar, até ao limite da perfeição possível.

O amor é fundamental, designadamente, aquele amor que se desenvolve no seu sentido mais altruísta, possibilitando: «Fazer à outra pessoa o que é correcto e bom aos olhos de Deus, quer essa pessoa pareça merecer isso, quer não.» (Ibid.:29), havendo, naturalmente, reciprocidade.

Concomitantemente com este amor, no seu conceito mais altruísta, funcionará o respeito recíproco, que permite a compreensão, a tolerância, a harmonia e a paz na família.

O respeito, por si só, já incorpora um fundo de amor, na perspectiva da amizade profunda, independentemente das divergências. Quando um jovem casal heterossexual se sente atraído, ou duas pessoas adultas, em qualquer idade, nutrem algum tipo de sentimento, a aproximação e o contacto vão propiciando oportunidades, para um melhor e recíproco conhecimento. Discutem-se gostos, interesses, estatutos e projetos; analisam-se eventuais situações, entretanto, criadas, suas consequências e tomam-se decisões que, posteriormente, serão executadas.

Trata-se de um trabalho árduo, paciente e minucioso, que deve ser realizado com a maior tranquilidade, sem pressões, sem interesses dúbios e sempre numa atitude de respeito, com estima e consideração pela outra parte, até que surja, realmente, aquele amor altruísta, sublime, alheio a quaisquer outras situações, circunstâncias, interesses, sentimentos ou paixões irracionais, casuísticas e/ou premeditadamente simuladas, em função de um objetivo menos digno. Quaisquer outras intenções, incluindo as sexuais, estas, certamente muito importantes, podem aguardar a consolidação do amor e respeito recíprocos.

Preparação profunda, tranquila e prudente, no amor e no respeito recíproco, será o primeiro grande nível que o casal deve atingir, com absoluta segurança e certeza, porém, não será o único. Outros patamares na preparação do casamento são necessários atingir-se e, certificar-se se realmente, os objetivos foram elencados. É da maior importância para os ainda namorados, cultivarem um conjunto de valores e boas-práticas, a fim de, se efetivamente pretendem casar-se, harmonizarem os respetivos comportamentos.

A fidelidade pode (e deve) iniciar-se logo a partir do primeiro contacto, o mais cedo possível, entrando na relação como um valor que controla eficazmente os pensamentos e desejos mais íntimos. Ser fiel, já no período antenupcial, constitui um excelente princípio, porque a fidelidade inspira segurança, dá confiança e é motivo de orgulho, reforça a dignidade e consolida o respeito recíproco. Igualmente a verdade, como outro valor indispensável ao sucesso do casamento.

A verdade só tem uma mesma e única versão, logo, reforça a personalidade, a credibilidade e o prestígio de quem a usa, como instrumento privilegiado para uma boa relação interpessoal. Ainda nesta fase é importante testar a disponibilidade para o trabalho, para o estudo, para a poupança, porque verificando-se que estas atitudes existem e são praticadas, por cada um dos membros do casal, então o domínio da sobrevivência económico-financeira, de alguma forma, fica razoavelmente salvaguardado.

O período convencionalmente denominado por namoro, terá, portanto, como principal objetivo permitir ao casal, candidato ao casamento, desenvolver um projeto que se conclua pela descoberta do outro, pelo conhecimento recíproco. Numa perspectiva mais materialista, e sem ser tomada como “regra sem excepção”, pode-se, nesta fase preparatória, testar alguns aspetos concretos, tais como:

a) Desigualdades, quaisquer que elas sejam – hábitos, tradições, idade, estatuto, etnia;

b) Profissão, que pode vir a influenciar o relacionamento, as conversas, os objetivos, a preferência pelo sucesso numa carreira profissional, relegando para um plano inferior a união do casal;

c) Saúde, que na medida do possível deve existir nos namorados, bem como o conhecimento recíproco da existência de doenças que, mais tarde, podem prejudicar, definitiva e irremediavelmente, os próprios filhos;

d) Habitação como um lugar de intimidade, de conforto e de segurança para a família, que se pretende constituir, sem a partilha com pais, sogros, irmãos, cunhados, outros parentes e amigos, porque a privacidade familiar é um direito indeclinável, que deve ser observado por todos;

e) Diferença de idade que, quando é muito acentuada, acaba por provocar situações que podem conduzir à dissolução do matrimónio, desde logo por via da diferença de ritmos fisiológicos e também pelos valores que cada geração assume como seus.

O período de preparação para um casamento, que se perspectiva com grandes probabilidades de sucesso, não se esgota no conjunto de regras, valores e práticas, acabadas de enunciar. São, apenas, algumas sugestões, entre muitas outras possíveis e, eventualmente, melhores quanto à sua eficácia. Na verdade, não existem receitas ou fórmulas para a felicidade, nem para o casamento absolutamente bem-sucedido, ao nível dos valores imateriais.

A felicidade e todo o êxito a ela associado, no casamento, constroem-se ao longo da vida matrimonial, é como, metaforicamente analisado, frequentar um curso, durante toda a vida e, momento a momento, haver uma avaliação contínua com vários instrumentos de medida. Para que o curso que se vai frequentar, se possa concluir com êxito, aqui designado por casamento, é pois, imprescindível que a preparação seja efetuada com rigor, com seriedade e determinação.

Nas palavras sábias de Pio IX, reconduzidas ao contexto da sua época:

«Deve-se pôr grande cuidado na escolha do cônjuge. Dessa escolha depende o feliz resultado do casamento, posto que precisamente esse cônjuge há-de ser para o outro uma grande ajuda, no cumprimento cristão dos deveres da vida matrimonial, ou um poder e um obstáculo para esse cumprimento. Por isso, a fim de não haver que lamentar duramente toda a vida tristes resultados de uma escolha feita ligeiramente é necessário que os que desejam contrair matrimónio deliberem ajuizadamente sobre a escolha da pessoa à qual se vão unir para sempre.» (in: GUERRERO, 1971:32).

A última metade do século XX foi um período que teve várias características marcantes para a sociedade, porque enquanto era necessário sarar as feridas de duas grandes guerras mundiais e conflitos internos, em diversos territórios nacionais, outras situações, muito complexas, resultantes das disputas estratégicas, de hegemonias mundiais, com a formação de blocos político-militares e económicos, foram-se alastrando, em várias regiões do globo; por outro lado, o avanço, sem precedentes, da ciência e da técnica, veio contribuir para alterações profundas nas mentalidades, nos hábitos, nos valores e comportamentos, a que se aliou a criação de movimentos cívicos e instituições internacionais que, ainda hoje, pautam a sua atuação por valores, direitos, deveres e garantias, relativamente à defesa do homem e da natureza, embora nem sempre com êxito.

As vidas: individual e familiar, não tinham como escapar a tantas e tão profundas alterações, o que implica uma preparação muito mais cuidada dos cidadãos, das famílias, dos grupos e instituições. Os matrimónios devem, portanto, ser cuidadosamente preparados, porque:

«O conflito entre os pais não favorece nem a aquisição de bons hábitos nem a felicidade. Com efeito, os lares desfeitos são caldos de cultura de neuroses, revoltas, inibições, ressentimentos, represálias de toda a ordem. Porque é o casal, na sua unidade, que engendra segurança, tem poder criador, equilibra e educa. É o desejo efectivo de total comunhão entre os pais que orienta os filhos no sentido do amor, libera e transforma, faz desabrochar as riquezas todas da personalidade.” (SCHMIDT, 1967:84-5).

Como ideia central, destacam-se a importância e necessidade de uma boa preparação para a constituição da família, pelo ato do casamento, a partir de um período prévio, denominado por namoro, cujo primeiro objetivo será o conhecimento recíproco dos futuros nubentes e, se for o caso, da consolidação dos sentimentos, da avaliação positiva dos comportamentos, da interiorização e exercício permanente das boas-práticas, tendo por objetivo final a constituição de uma família monogâmica, conjugal, constituída pelo pai, mãe e filhos, onde a comunhão de valores, de interesses, de direitos, deveres e responsabilidades seja a principal dinâmica desta milenar instituição e célula nuclear da sociedade, como é a família. Naturalmente que se conhecem outras formas de acasalamento, cujos valores e objetivos se respeitam, quer se concorde ou não.

A sociedade, organicamente representada pelos seus diversos intervenientes, tem responsabilidades acrescidas, justamente na preparação dos futuros casais, como no apoio àqueles que, tendo-se constituído em família, atravessam dificuldades de vária ordem, também por culpa das diversas políticas institucionais: saúde, educação, formação, emprego, habitação, segurança e estabilidade na velhice.

Na preparação dos casais, existem imponderáveis a que eles são alheios: por muito cautelosa, rigorosa e transparente que tal elaboração possa ser; por mais elevados, verdadeiros e consolidados que sejam os sentimentos, valores e práticas; há situações imprevisíveis, que só a sociedade organizada pode resolver, através das respectivas instituições, para evitar, no futuro, a dissolução de uma matrimónio que, à partida, tinha tudo para ser de sucesso.

Na verdade, não há receitas nem se pode garantir um casamento de êxito pleno, uma família totalmente feliz. Há, contudo, a obrigação dos interessados lutarem pela sua própria felicidade: na sociedade, na família, no próprio indivíduo isoladamente considerado.

 

Bibliografia

 

GUERRERO, José Maria, (1971). O Matrimónio Hoje, à Luz do Vaticano II, Trad. José Luís Mesquita, Braga: Editorial Franciscana.

SCHMIDT, Maria Junqueira, (1967). Educar para a Responsabilidade, 4ª edição, Rio de Janeiro RJ: Livraria Agir Editora

STVBT/SOCIEDADE TORRE DE VIGIA DE BÍBLIAS E TRATADOS, (1996). O Segredo de uma Família Feliz, Edição Brasileira, São Paulo: Cesário Langue

Apanhados de surpresa, entre os fogos de uma guerra cruel, desumana e, a todos os títulos, inaceitável, imploremos a Deus e aos homens, para que o sofrimento de milhões de seres humanos, termine definitivamente. Tenhamos a HUMILDADE de nos perdoarmos uns aos outros, porque o PERDÃO será o único “Valor Axiológico” que deixaremos às Gerações Futuras. GLÓRIA À UCRÂNIA.

Alimentemos o nosso espírito com a ORAÇÃO e a bela música:

https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=924397914665568&id=462386200866744 

https://www.youtube.com/watch?v=Aif5s90rxoU

https://youtu.be/DdOEpfypWQA  https://youtu.be/Z7pFwsX6UVc


Venade/Caminha – Portugal, 14 de agosto de 2022

Com o protesto da minha permanente GRATIDÃO

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

NALAP.ORG

http://nalap.org/Directoria.aspx

http://nalap.org/Artigos.aspx

diamantino.bartolo@gmail.com

https://www.facebook.com/ermezinda.bartolo

http://diamantinobartolo.blogspot.com

https://www.facebook.com/diamantino.bartolo.1 

sábado, 6 de agosto de 2022

MERCADOS: A LÂMPADA DE ALADINO

Quando nos debruçamos sobre a situação económico-financeira, há setores de atividade que, invariavelmente, são “diabolizados” ou “santificados”, invocando-se uma ou outra adjetivação, conforme convém às circunstâncias do momento, e/ou aos interesses dos mais diretos intervenientes e responsáveis neste caminhar, quase sempre incerto e inseguro, apesar de, em outros períodos: uns, declararem que tudo vai bem e a evoluir favoravelmente; outros, afirmando o contrário e alguns a manifestarem grande ceticismo.

Importa, no entanto, referir que, atualmente, parece que tudo funciona à volta dos mercados e até se afirma, com alguma frequência, que quando os mercados estão muito “nervosos”, provocam o agravamento das crises ou, pelo contrário, se estão “calmos”, uma satisfatória distensão e, em coerência, uma melhoria das economias nacionais e internacionais.

Naturalmente que se torna um lugar comum relacionar mercados e dinheiro. É essencial aceitar que estas duas componentes, da vida económico-financeira, são fundamentais para o desenvolvimento da sociedade, salvaguardando-se, sempre, as tentações e práticas especulativas e a ganância pelo nobre (há quem diga “vil”) metal, porque: 

«Num mundo em que se fala muito de direitos, quantas vezes é verdadeiramente espezinhada a dignidade humana! Num mundo onde se falta tanto de direitos, parece que o único que os tem é o dinheiro.» (PAPA FRANCISCO, 2016:74).

O dinheiro, como um instrumento de troca, seja na sua forma atual de moeda ou papel, seja noutros materiais, como há milhares de anos, a verdade é que ele é necessário na maioria das transações e, mesmo que não seja direta e fisicamente utilizado, ele, nas suas diversas moedas nacionais, está sempre presente, inclusive em avaliações que seja preciso fazer entre um bem que se pretende adquirir, a troco de outro bem.

É evidente que, atualmente, ninguém poderá ignorar a importância  do dinheiro, o que não significa que se tenha de ser escravo dele, e/ou que, por causa dele, se atropelem outros direitos e interesses, especulando-se, até, contra a dignidade da pessoa humana. Tudo deve ter um limite e, acima do dinheiro, há muitos outros princípios, valores e sentimentos., que são inegociáveis.

O dinheiro é, portanto, um bem precioso que, genericamente, todas as pessoas gostariam de possuir, em abundância, para com ele obterem uma excelente qualidade de vida, porque em bom rigor: 

«Os vários e graves desafios económicos e políticos que o mundo contemporâneo enfrenta exigem uma corajosa mudança de atitudes, que restitua ao fim (a pessoa humana) e aos meios (a economia e a política) o lugar que lhes é próprio. O dinheiro e os outros instrumentos políticos e económicos devem servir, e não governar, tendo presente que a solidariedade gratuita e abnegada é, de maneira aparentemente paradoxal, a chave do bom funcionamento económico global.» (Ibid.:79-80).

Mercados, economia e dinheiro, constituem o tripé, eventualmente entre outros, tais como a saúde, educação e formação, para que se possa viver numa sociedade: mais desenvolvida, mais justa e sustentável, obviamente, desde que os interventores humanos saibam moderar os seus “instintos” egoístas, a ganância por terem cada vez mais, à custa dos que têm cada vez menos e que, infelizmente, em qualquer parte do mundo, são a maioria, independentemente das razões que assistem a uns e a outros.

A economia, analisada por um leigo, pode-se entender a partir de uma ideia muito simples: é a diferença entre o que se produz e o que se consome, mas esta ideia popular, não passa disso mesmo. Então, deve-se recorrer ao conceito científico. Assim: 

«Etimologicamente a palavra economia pode ser entendida como as regras usadas para a administração do lar ou da casa. Contudo, hoje, Economia é uma ciência muito importante e complexa que trata de estudar como se dão o consumo, produção, acumulação, extração e distribuição de bens e serviços na sociedade. O termo também tem um sentido popular que é sinônimo de poupar, ou seja, quando alguém trata de controlar seus gastos evitando desperdício de dinheiro, dizemos que a pessoa está fazendo economia.» (in: https://www.significadosbr.com.br/economia

Entendido assim o conceito científico, é fundamental que todas as pessoas, por si próprias, e/ou por quem está ao seu serviço, produzam em quantidade, qualidade, preço e em tempo, e gastem o que lhe é estritamente necessário, no âmbito de um nível e padrão de vida compatíveis com a dignidade da pessoa humana, todavia, evitando comportamentos perdulários.

Sem quaisquer relutâncias, podemos estar de cordo que: 

«Uma economia justa deve criar as condições para que cada pessoa possa gozar de uma infância sem privações, desenvolver os seus talentos durante a juventude, trabalhar com plenos direitos durante os anos de atividade e ter acesso a uma digna reforma de velhice. É uma economia onde o ser humano em harmonia com a natureza, estrutura todo o sistema de produção e distribuição de tal modo que as capacidades e necessidades de cada um encontrem um apoio adequado no ser social.» (PAPA FRANCISCO, 2016.:82).

A pessoa humana não pode, em nenhuma circunstância, ser utilizada como se de um objeto, um instrumento, ou uma máquina se tratasse, contudo, sem se cair num exagerado antropocentrismo, a verdade é que, e para além da possível existência de uma Entidade que lhe é superior, tudo o mais, deve funcionar a partir da estrutura racional, técnica e científica do ser humano que, por enquanto, tem poderes terrestres como nenhuma outra criatura. 

Portanto, ao nível da pessoa humana, a todas assistem os mesmos deveres e direitos, pelo que:  mercado, economia e dinheiro, teriam de estar ao seu serviço e, nesse sentido, a partilha das riquezas naturais, pelo menos estas, deve ser reta, imparcial e atempada, já que a riqueza produzida, em princípio, e não escandalizará quem estiver de boa-fé, e for justo, deve ser atribuída conforme o mérito de cada pessoa que contribui para o resultado final, isto é, para o bem comum, em benefício do bem-estar geral.

Em todo o caso, e se for possível uma partilha justa de todos os bens, isso seria o ideal porque: 

«A justa distribuição dos frutos do trabalho humano não é uma mera filantropia. É um dever moral. (…) Trata-se de devolver aos pobres e às pessoas o que lhes pertence. O destino universal dos bens não é um adorno retórico da doutrina social da Igreja. É uma realidade anterior à propriedade privada. A propriedade sobretudo quando afeta os recursos naturais, deve estar sempre em função das necessidades das pessoas. E estas necessidades não se limitam ao consumo. Não basta deixar cair algumas gotas, quando os pobres agitam este copo que, por si só, nunca derrama.» (Ibid.:83).

E se os mercados funcionam qual “Lâmpada de Aladino”, qual génio todo poderoso, em que o seu desejo é uma ordem, que tudo gira à sua volta, por vezes de forma desumana, profunda e inaceitavelmente especulativa, a economia, pela importância que tem: seja ao nível individual; no contexto de uma família; no quadro de  uma empresa; no espaço mais alargado de um país; ou, finalmente, no âmbito global, deve criar as condições de equilíbrio, proteção e progresso, se possível, em congregação com os mercados, se tal não for viável, então deve orientar-se por estratégias de desenvolvimento de uma determinada comunidade.

Com efeito: 

«A finalidade da economia e da política é sempre a humanidade, a começar pelos mais pobres e mais vulneráveis, onde quer que se encontrem, mesmo que seja no ventre da própria mãe. Cada teoria ou decisão económica e política deve procurar oferecer a cada habitante da terra aquele bem-estar mínimo que lhe permita viver dignamente, na liberdade, com a possibilidade de sustentar uma família, de educar os seus filhos, de louvar a Deus e de desenvolver as próprias capacidades humanas. Isto é fundamental!! Sem esta visão, nenhuma atividade económica tem significado.» (Ibid.:79).

Os três elementos, entre outros, igualmente essenciais, que movimentam, atualmente pessoas, famílias, instituições e nações, na verdade são: a economia, os mercados e o dinheiro, e não devemos diabolizar estes três grandes componentes, à volta dos quais: quer se queira, ou não; quer se goste, ou não, o mundo vai girando, e não vale a pena pensarmos que tudo se altera da noite para o dia, temos de ser realistas, otimistas e perceber que, apesar das dificuldades, é sempre possível melhorar.

E mesmo que se concorde que: «A economia não deveria ser um mecanismo de acumulação, mas a condigna administração da casa-comum. Isto implica cuidar zelosamente da casa e distribuir adequadamente os bens entre todos.» (Ibid.:81), a verdade é que, por enquanto, assim vai funcionando o mundo: os pobres cada vez mais pobres; os ricos cada vez mais ricos, claro que não se coloca em causa o mérito de quem enriquece, justamente, à custa de uma economia própria saudável e sustentável.

 

Bibliografia.

 

PAPA FRANCISCO (2016). Proteger a Criação. Reflexões sobre o Estado do Mundo. 1ª Edição. Tradução Libreria Editrice Vaticana (texto) e Maria do Rosário de Castro Pernas (Introdução e Cronologia), Amadora-Portugal:20/20 Nascente Editora.

 

Apanhados de surpresa, entre os fogos de uma guerra cruel, desumana e, a todos os títulos, inaceitável, imploremos a Deus e aos homens, para que o sofrimento de milhões de seres humanos, termine definitivamente. Tenhamos a HUMILDADE de nos perdoarmos uns aos outros, porque o PERDÃO será um dos muitos  “Valores Axiológicos” que deixaremos às Gerações Futuras. GLÓRIA À UCRÂNIA.

 

Alimentemos o nosso espírito com a ORAÇÃO e a bela música:

https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=924397914665568&id=462386200866744

 

https://www.youtube.com/watch?v=Aif5s90rxoU

https://youtu.be/DdOEpfypWQA  https://youtu.be/Z7pFwsX6UVc

 

 

Venade/Caminha – Portugal, 2022

Com o protesto da minha permanente GRATIDÃO

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

NALAP.ORG

http://nalap.org/Directoria.aspx

http://nalap.org/Artigos.aspx

diamantino.bartolo@gmail.com

https://www.facebook.com/ermezinda.bartolo

http://diamantinobartolo.blogspot.com

https://www.facebook.com/diamantino.bartolo.1