Atualmente
são o grande instrumento universal, a que de uma maneira mais ou menos
desenvolvida, a maioria das pessoas vai recorrendo, para o bem e/ou para o mal.
O E-mail, o Blog e o Facebook e, dentro deste, as mensagens, os chats de conversação,
são ferramentas formidáveis, poderosas e, quando usados com prudência,
respeito, solidariedade, amizade, lealdade e consideração, fortalecem a nossa
personalidade e dignidade pessoais.
Infelizmente,
quase todos os dias, nas minhas pesquisas, verifico que pessoas que têm a
obrigação de ser educadas (até pela formação superior e estatuto
sócio-profissional-económico que possuem), no entanto, colocam no Facebook as
maiores indecências, atingindo, indiscriminadamente tudo e todos, outras
pessoas, injuriam, difamam e ridicularizam individualidades e as mais altas
entidades da política, da religião, do mundo empresarial.
De
facto, constata-se que já é uma prática corrente, a utilização abusiva e
indecente das redes sociais. Há pessoas que o que lá colocam é, quantas vezes,
incompatível com as mais elementares regras da boa-educação, da ética e
deontologia profissionais. Alguns destes utilizadores que, pelo seu estatuto
social, cultural e profissional, tinham o dever de contenção, assim não
procedem.
Como
é que se pode dar credibilidade a estas pessoas, e às funções que exercem,
quando são elas próprias a colocar em causa os serviços onde trabalham,
ridicularizando-os, denegrindo-os e, afinal, ainda que involuntariamente,
incluindo nessas situações outras pessoas, familiares, amigos e colegas? Haja
decoro, prudência, bom-senso e respeito.
Ora,
quando o nosso nome, a nossa imagem, aparece ao lado de tais intervenções e
temos a infelicidade de lá colocar um “curtir/gostar/sustentar”, só porque é o
senhor “fulano de tal” ou um “pseudo-amigo” de infância, ou um colega,
estamos a transmitir para o mundo uma posição de concordância com o que essas
pessoas escrevem, desenhos que inserem e muitas outras diversas “baixezas”.
Chegados
a esta situação, então, das duas, uma: ou excluímos tais pessoas do chamado
grupo de amigos (eu prefiro designar por “Colegas
de Facebook”); ou ficamos sujeitos a diversas consequências que nos podem
afetar em diversos domínios, incluindo o familiar, o profissional e o social.
Há
valores que quando os aplicamos, incondicionalmente, em defesa de quem pensamos
ser nossa/o amiga/o, nos proporcionam uma grande felicidade, uma alegria
ilimitada, uma realização jamais pensada, mas, infelizmente, o contrário também
existe: quando a nossa generosidade nos leva a praticar, até às últimas
consequências, a solidariedade, a amizade, a lealdade, a cumplicidade, o
companheirismo, pondo em risco a nossa própria subsistência material, a dos
nossos familiares e amigos, bem como a degradação psicológica, porque no final
não nos reconhecem estes atos magnânimos, a desilusão, a mágoa, o sofrimento e
a dor são fatais.
As
redes sociais estão cada vez mais sofisticadas, através delas e quem nelas está
registado, rapidamente se expõe ao mundo, a vida de cada titular de conta é
escrutinada e, a partir daqui, torna-se possível aceder a muitas
características pessoais da pessoa investigada e de quem a ela está associada,
o que pode trazer vantagens e/ou prejuízos.
Atualmente
é possível desencadear um vasto conjunto de intervenções na sociedade,
precisamente, a partir das redes sociais, destacando neste trabalho ferramentas
como: o “Facebook”, o “Blog” o “LinkedIn”, as “Lojas online”, instrumentos
poderosos que possibilitam: a concretização de projetos; divulgação de eventos;
apoio à investigação em vários domínios; a busca de potenciais familiares,
amigos e colegas de diversas atividades; convocar reuniões, manifestações;
emitir felicitações e/ou sentimentos diversos de pesar, alegria,
congratulações; publicar anúncios, entre muitas outras finalidades que são
oferecidas aos utentes destas redes.
Importa,
neste trabalho, meditar um pouco sobre a prudência que se impõe, quando se
utilizam as redes sociais, desde logo, por exemplo, sempre que é necessário
manter a preservação da imagem fotográfica, como também a idoneidade e
reputação pessoais, porque quando alguém deseja obter informações, trabalho,
algum tipo de serviço de uma entidade pública e/ou privada é muito fácil o
acesso à nossa “radiografia”
biopsicológica, socioprofissional e tudo o mais connosco relacionado, se
realmente estivermos registados nas redes sociais.
A
partir da inscrição do nome, ou de uma outra referência adequada, e ao alcance
de um simples “click”, em frações de
segundos, acede-se ao historial disponível sobre a pessoa que desejamos
investigar e, assim, vislumbramos as intervenções que ela faz na rede, com quem
se relaciona, os comentários que trocam, as imagens que colocam, dando-nos,
portanto, uma imagem, ainda que incompleta, talvez até por defeito, das pessoas
que se interrelacionam por estes meios informatizados.
Quem
procura um emprego, numa empresa de qualquer dimensão, ou nos próprios
departamentos do Estado, pode-se ver confrontado, para o bem ou para o mal,
numa possível entrevista, ou num qualquer questionário de candidatura, perante
questões que, de algum modo, envolvem a necessidade de se conhecerem alguns
hábitos do candidato, nomeadamente, o uso que faz das novas tecnologias da
informação e comunicação, com quem se relaciona através da internet, e aqui
podem surgir as primeiras informações prejudiciais à concretização de admissão
num dado emprego.
O
milenar aforismo: “Diz-me com quem andas;
dir-te-ei quem és”, aplicava-se, inicialmente, à convivência física entre
pessoas e tem algum sentido, reconhecendo-se, embora, que poderá não
corresponder à verdade se uma das pessoas não conhecer, concretamente, os
princípios, valores, comportamentos e histórico da outra, todavia, a partir do
momento em que tem conhecimento das características, de quem normalmente se faz
acompanhar, e se as respetivas referências não são abonatórias, então deve,
rápida e radicalmente, cortar todo e qualquer tipo de relacionamento porque, é
uma verdade Lapalissiana: “Se acompanhas
e és amigo de uma pessoa de caráter duvidoso, que sistematicamente pratica atos
censuráveis e/ou condenáveis, então, mais cedo ou mais tarde, serás como essa
pessoa”
Raciocínio
idêntico vale para o que hoje se passa nas redes sociais. Quando se adere,
comentando favoravelmente, pressionando o “Curtir/Gostar/sustentar” em frases,
imagens, notas e análises, que de alguma forma são contrárias e/ou ofensivas à
consideração, respeito e amizade devidos a todos os utentes da rede, em geral,
e aos familiares e amigos, em particular. Ora, tal comportamento deve ser
firmemente condenado e, de imediato, desfazer quaisquer vínculos que,
eletrónica e pessoalmente nos ligavam a essa pessoa, porque se esta decisão não
for tomada, seremos iguais, ou piores, a quem abusa, indecente e
reiteradamente, destas ferramentas universais.
Imagine-se
um empregador ter conhecimento que um candidato a um posto de trabalho, na sua
empresa, ou sendo já um colaborador, tem determinados comportamentos físicos
e/ou eletrónicos que, de alguma forma, denigrem o seu próprio nome como a
imagem interna e externa da empresa, inclusive, tal trabalhador, pode estar a
ter um relacionamento numa rede social com pessoas/instituições que são
concorrentes/adversárias da empresa e/ou do próprio empresário, onde este
funcionário ganha a vida. Situação extremamente delicada que pode conduzir à
não admissão ou ao despedimento, respetivamente.
Ainda
numa outra perspetiva, transporta-se para o seio da família e/ou de amigos
íntimos, uma situação como a que ficou descrita acima, ora, não parece curial e
muito menos aceitável, ou que revele um mínimo de consideração e amizade, que
um amigo nosso se relacione com pessoas que, manifesta e sistematicamente,
apresentam um comportamento desviante em relação às mais elementares normas de
educação, amabilidade, estima, boas-práticas pessoais, profissionais, cívicas e
sociais.
Também
a violação da privacidade do que se passa, por exemplo, na casa de um familiar,
amigo ou de qualquer outra pessoa, é um ato profundamente deplorável,
censurável e mesmo condenável. Quem é convidado para um evento familiar,
realizado no interior da casa de um amigo, assume um comportamento indecente,
utilizando vocabulário indecoroso, acede a gravações da festa e coloca tais
desmandos no seu próprio perfil de “Facebook” e/ou no de outros conhecidos,
seguramente que não é amigo de quem o convidou e está a ter um comportamento
que coloca em causa a boa reputação, bom-nome e dignidade de quem,
generosamente, lhe abriu as portas para um desejado e tranquilo convívio
privado. Com estas pessoas, não é conveniente manter qualquer relacionamento.
Quem
se diz amigo, e/ou aceita a amizade de pessoas com um caráter tão duvidoso,
quanto desrespeitoso, possivelmente não quererá receber de outras pessoas a
deferência e comportamento amistoso, porque existe algo de contraditório e
inadmissível. Não devemos pactuar com situações, interesses, objetivos, pessoas
e comportamentos que não nos dignificam, que colocam em causa a nossa
reputação, bom-nome e dignidade e que, no limite, afetam, também, a nossa própria
família e os verdadeiros e incondicionais amigos.
Obviamente
que podemos, e em certas circunstâncias devemos, ser flexíveis, tolerantes,
compreensivos e, na medida do possível, ajudar quem carece do nosso apoio,
todavia, desde que siga e/ou oiça as nossas sugestões, orientações e,
inequivocamente, assuma um comportamento idóneo, de total consideração e
respeito pelos nossos familiares, amigos e sociedade em geral. Nestas condições
é importante, e necessário, manifestarmos e desenvolvermos toda a nossa
disponibilidade e capacidades para ajudar quem vem trilhando os caminhos do
incivismo, da marginalidade, da desconsideração e do desrespeito.
As
redes sociais são um excelente meio para se recuperarem os mais nobres e
tradicionais princípios, valores e sentimentos; para se reeducarem pessoas que,
quantas vezes, “arrastadas” pelos “amigos da onça”, pelos “xicos-espertos”, pelos “engraçadinhos” caíram no descrédito, no
crime, na vida censurável e condenável; para partilharmos com as pessoas em
geral, e com a família e amigos verdadeiros em particular, novos conhecimentos,
novas experiências, novos eventos; para, de alguma forma, termos a
possibilidade de lutarmos pelos valores mais profundos e nobres em que
acreditamos e nos foram incutidos por uma civilização verdadeiramente
humanista.
As
redes sociais devem estar ao serviço de todos estes objetivos, tendo em vista
uma finalidade universal que é suportada em alguns pilares essenciais à vida
humana com dignidade: saúde, trabalho, segurança, liberdade, paz e felicidade.
É nesta perspetiva e com este desiderato que devemos utilizar o “Blog”, o
“Facebook”, o “LinkedIn” e as outras ferramentas informáticas, unindo-nos para
o bem-comum.
Diamantino Lourenço
Rodrigues de Bártolo
Telefone: 00351 936 400 689
Imprensa Escrita Local:
Jornal: “O Caminhense”
Jornal: “A Nossa Gente”
Jornal: “Terra e Mar”
1 comentário:
PARABÉNS PELO TEXTO MEU AMIGO; E COMO O TEMA É COMPLEXO NÃO É MESMO?
POR INTUIÇÃO, OU TALVEZ PREVENDO
GRANDE PARTE DO CONSTANTE EM SEU BRILHANTE ESCRITO, É QUE AINDA NÃO TOMEI A DECISÃO DE REVELAR CERTOS ASPECTOS DE MINHA VIDA NO FACEBOOK.
GRANDE ABRAÇO:
Fernando Rosemberg Patrocinio
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