sábado, 24 de agosto de 2019

Certas Exigências Desejáveis no Gestor e no Líder


Aceitando-se gestão e liderança como duas âncoras que garantem a segurança da instituição, e de quem dela depende; reconhecendo-se que o respetivo gestor, e/ou líder, é competente, na perspectiva de atingir os melhores resultados, para todos quantos estão ligados à empresa, importa destacar que na base de uma boa gestão e idêntica liderança, o responsável por estas funções deve reunir diversas caraterísticas, para além das que já foram enunciadas noutras reflexões anteriores.
Sendo o gestor, e/ou líder: aquele que, em princípio, mais se apresenta em público e perante os colaboradores, como representante, e/ou líder, dono da instituição; direta ou indiretamente mais contactos terá com todo um público que se relaciona com a empresa; perante outras instituições, públicas, e/ou líder, privadas se responsabiliza, e/ou líder, é responsabilizado pela sua própria instituição; se preocupa (ou deveria preocupar-se) com o progresso da empresa, o bem-estar de todos os seus colaboradores e a qualidade do produto final, desejam-se, certamente, múltiplas competências pessoais, sociais, profissionais e ético-morais.
Com efeito, conhecimentos ao nível das relações públicas, consideram-se uma exigência a ser satisfeita pelo gestor, e/ou líder, no sentido de saber relacionar-se com o público-alvo dos produtos da instituição que representa, bem como da própria imagem que pretende passar para o exterior, quer da empresa, quer de situações que a ela dizem respeito.
O papel de relações públicas, nas grandes instituições é, normalmente, desempenhado por um técnico-especialista neste domínio, porém, nada impede que nos atos mais significativos, e de maior responsabilidade, e/ou líder, nas médias e pequenas empresas, aquelas funções sejam desempenhadas pelo próprio gestor, e/ou líder, líder, (empresário, e/ou líder, patrão) aliás, em certas circunstâncias protocolares, deverá ser ele a assumir tal papel.
O gestor, e/ou líder, quando no exercício de funções de relações públicas, terá de passar a melhor imagem, com verdade e obra feita, à qual se possa associar a empresa e, nesse sentido: «(…) é necessário possuir honra, integridade, carácter, inteligência, imaginação, capacidade de escrever ou falar em público, capacidade administrativa, amplos conhecimentos gerais, um sentido de ética muito elevado, compreensão, capacidade de liderança, juízo rigoroso, ideias e valor.» (HEERBERT e LLOYD, in: GARCIA, 1999:119).
Por outro lado, o líder, e/ou líder, gestor, tem todo o interesse em congregar, na sua pessoa, no exercício de funções de gestão, e/ou líder, de liderança, capacidades e qualidades que lhe facilitem o melhor relacionamento interpessoal com todos os utentes da instituição em geral e, particularmente, com aqueles públicos-alvo mais sensíveis: chefias, colegas, restantes trabalhadores da empresa, clientes, fornecedores,  entidades públicas e privadas, órgãos de comunicação social, com os quais a instituição tem de se relacionar.
Muito sensível é, sem dúvida, o relacionamento com os trabalhadores, porque: «Qualquer empregado e operário da empresa espera que o seu trabalho seja apreciado com justiça, mesmo que não faça parte das decisões económicas importantes e não passe eventualmente de uma tarefa rotineira insignificante. (…) A crítica mesquinha ou agressiva de um dirigente fere geralmente a dignidade individual do subordinado.» (KILIAN, s.d.:158).
Uma outra característica, indispensável ao gestor, e/ou líder, situa-se ao nível do seu relacionamento intercomunicacional com o grupo, seja o grupo de trabalhadores da empresa, consumidores, fornecedores e quaisquer outras entidades públicas e privadas.
A comunicação humana é uma prerrogativa única em todo o universo animal, porque de facto, o homem tem vindo a construir o seu próprio sistema de comunicação, criando-o, melhorando-o e atualizando-o, ao contrário de todos os outros indivíduos existentes no mundo que, no essencial, mantêm o mesmo processo e procedimentos para se comunicarem.
O homem inventou uma linguagem, verbal e não-verbal que, por vezes, se torna complicada, dúbia, intrigante e difícil. O gestor, e/ou líder, deve cuidar muito bem desta faculdade superior que é a comunicação escrita e/ou líder, falada, verbal e/ou líder, não verbal, na medida em que: «O contexto relacional diz respeito ao ambiente próprio da comunicação e à sociedade em condições tais que esse clima é apelativo à convivência dos sujeitos uns com os outros. Referimo-nos ao contexto psicossocial que agrega os atores grupais à volta de um objecto comum da atenção, independentemente da opinião dos sujeitos, ou, então, em torno do prazer do silêncio.» (DIAS, 2004:201).
Sendo difícil o relacionamento humano, bem como a relação intercomunicacional, o gestor, e/ou líder, líder deve utilizar a linguagem verbal e não-verbal, com o máximo rigor, clareza, simplicidade, firmeza e assertividade, para assim facilitar os contactos, e a relação comunicacional ser mais transparente, eficaz e sóbria.
Nestas circunstâncias, o gestor, e/ou líder, será tanto mais convincente quanto melhor exercer o seu papel de facilitador da compreensão das mensagens, trocadas entre ele e os diversos públicos-alvo, com quem tem de se relacionar.
Facilitador não significa descurar as mais elementares regras da comunicação, de postura psico-física de respeito e consideração pelo interlocutor. Facilitador, neste contexto, significa: compreender pontos de vista; argumentar com clarividência e verdade; colocar-se na posição do outro; conciliar posições, interesses, objetivos, procedimentos e estratégias.
Um facilitador que saiba moderar, que mantenha os equilíbrios necessários à conclusão de quaisquer assuntos, e encontrar as soluções mais justas para as partes envolvidas porque: «Espera-se do facilitador um comportamento responsável, equitativo, sério, honesto – numa palavra, um comportamento congruente em todos os momentos da dinâmica do grupo, para que os seus participantes sintam confiança, nutram respeito e credibilizem a pessoa e o papel do facilitador.» (Ibid.:204).

Bibliografia

DIAS, Fernando Nogueira (2004). Relações Grupais e Desenvolvimento Humano. Lisboa: Instituto Piaget
DIOGO, Rita (2004). Relações Humanas. Lisboa: IEFP – Instituto do Emprego e Formação Profissional
GARCÍA, Manuel M., (1999). As Relações Públicas. Tradução, Duarte Nuno Bettencourt da Câmara. Lisboa: Editorial Estampa
KILIAN, Hans, (s.d.). Breviário para Dirigentes e para quantos pretendam vir a sê-lo. Tradução, Miriam Passanha Pereira. Lisboa: Editorial Pórtico.
  
Venade/Caminha – Portugal, 2019

Com o protesto da minha perene GRATIDÃO

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal


COMENDADOR das Ciências da Educação, Letras, Cultura e Meio Ambiente Newsmaker – Brasil


DOCTOR HONORIS CAUSA EN LITERATURA” pela Academia Latinoamericana de Literatura Moderna y la Sociedad Académica de Historiadores Latinoamericanos.

Sem comentários: