domingo, 22 de agosto de 2021

Redes Sociais.

Atualmente são o grande instrumento universal, a que de uma maneira mais ou menos desenvolvida, a maioria das pessoas vai recorrendo, para o bem e/ou para o mal. O E-mail, o Blog, o Facebook, o Instagram e o Twitter, dentro deste, as mensagens, os chats de conversação, são ferramentas formidáveis, poderosas e, quando usadas com prudência, respeito, solidariedade, amizade, lealdade e consideração, fortalecem a nossa personalidade e dignidade pessoais.

Infelizmente, quase todos os dias, nas minhas pesquisas, verifico que: pessoas que têm a obrigação de ser educadas (até pela formação superior e estatuto sócio-profissional-económico que possuem), no entanto, colocam no Facebook inaceitáveis indecências, atingindo, indiscriminadamente tudo e todos; outras pessoas, injuriam, difamam e ridicularizam individualidades e as mais altas entidades da política, da religião, do mundo empresarial.

De facto, constata-se que já é uma prática corrente, a utilização abusiva e indecente das redes sociais. Há pessoas que o que lá colocam é, quantas vezes, incompatível com as mais elementares regras da boa-educação, da ética e deontologia profissionais. Alguns destes utilizadores que, pelo seu estatuto social, cultural e profissional, tinham o dever de contenção, assim não procedem.

Como é que se pode dar credibilidade a estas pessoas, e às funções que exercem, quando são elas próprias a colocar em causa os serviços onde trabalham, ridicularizando-os, denegrindo-os e, afinal, ainda que involuntariamente, incluindo nessas situações outras pessoas, familiares, amigos e colegas? Haja decoro, prudência, bom-senso e respeito.

Ora, quando o nosso nome, a nossa imagem, aparece ao lado de tais intervenções e temos a infelicidade de lá colocar um “curtir/gostar/sustentar”, só porque é o senhor “fulano de tal” ou um “pseudo-amigo” de infância, ou um colega, estamos a transmitir para o mundo uma posição de concordância com o que essas pessoas escrevem, desenhos que inserem, e muitas outras diversas “baixezas”.

Chegados a esta situação, então, das duas, uma: ou excluímos tais pessoas do chamado grupo de amigos (eu prefiro designar por “Colegas de Facebook”); ou ficamos sujeitos a diversas consequências que nos podem afetar em diversos domínios, incluindo o familiar, o profissional e o social.

Há valores que quando os aplicamos, incondicionalmente, em defesa de quem pensamos ser nossa/o amiga/o, nos proporcionam uma grande felicidade, uma alegria ilimitada, uma realização jamais pensada, mas, infelizmente, o contrário também existe: quando a nossa generosidade nos leva a praticar, até às últimas consequências, a solidariedade, a amizade, a lealdade, a cumplicidade, o companheirismo, pondo em risco a nossa própria subsistência material, a dos nossos familiares e amigos, bem como a degradação psicológica, porque no final não nos reconhecendo estes atos magnânimos, a desilusão, a mágoa, o sofrimento e a dor são fatais.

As redes sociais estão cada vez mais sofisticadas, através delas e quem nelas está registado, rapidamente se expõe ao mundo, a vida de cada titular de conta é escrutinada e, a partir daqui, torna-se possível aceder a muitas características pessoais da pessoa investigada e de quem a ela está associada, o que pode trazer vantagens e/ou prejuízos.

Modernamente, é possível desencadear um vasto conjunto de intervenções na sociedade, precisamente, a partir das redes sociais, destacando neste trabalho ferramentas como: o “Facebook”, o “Blog” o “LinkedIn”, o Instagram, o Twitter, as “Lojas online”, instrumentos poderosos que possibilitam: a concretização de projetos; divulgação de eventos; apoio à investigação em vários domínios; a busca de potenciais familiares, amigos e colegas de diversas atividades; convocar reuniões, manifestações; emitir felicitações e/ou sentimentos diversos de pesar, alegria, congratulações; publicar anúncios, entre muitas outras finalidades que são oferecidas aos utentes destas redes.

Importa, neste trabalho, meditar um pouco sobre a prudência que se impõe, quando se utilizam as redes sociais, desde logo, por exemplo, sempre que é necessário manter a preservação da imagem fotográfica, como também a idoneidade e reputação pessoais, porque quando alguém deseja obter informações, trabalho, algum tipo de serviço de uma entidade pública e/ou privada é muito fácil o acesso à nossa “radiografia” biopsicológica, socioprofissional e tudo o mais connosco relacionado, se realmente estivermos registados nas redes sociais.

A partir da inscrição do nome, ou de uma outra referência adequada, e ao alcance de um simples “click”, em frações de segundos, acede-se ao historial disponível sobre a pessoa que desejamos investigar e, assim, vislumbramos as intervenções que ela faz na rede, com quem se relaciona, os comentários que trocam, as imagens que colocam, dando-nos, portanto, uma imagem, ainda que incompleta, talvez até por defeito, das pessoas que se interrelacionam por estes meios informatizados.

Quem procura um emprego, numa empresa de qualquer dimensão, ou nos próprios departamentos do Estado, pode-se ver confrontado, para o bem, ou para o mal, numa possível entrevista, ou num qualquer questionário de candidatura, perante questões que, de algum modo, envolvem a necessidade de se conhecerem alguns hábitos do candidato, nomeadamente, o uso que faz das novas tecnologias da informação e comunicação, com quem se relaciona através da internet, e aqui podem surgir as primeiras informações prejudiciais à concretização de admissão num dado emprego.

O milenar aforismo: “Diz-me com quem andas; dir-te-ei quem és”, aplicava-se, inicialmente, à convivência física entre pessoas e tem algum sentido, reconhecendo-se, embora, que poderá não corresponder à verdade se uma das pessoas não conhecer, concretamente, os princípios, valores, comportamentos e histórico da outra, todavia, a partir do momento em que tem conhecimento das características, de quem normalmente se faz acompanhar, e se as respetivas referências não são abonatórias, então deve, rápida e radicalmente, cortar todo e qualquer tipo de relacionamento porque, é uma verdade Lapalissiana: “Se acompanhas e és amigo de uma pessoa de caráter duvidoso, que sistematicamente pratica atos censuráveis e/ou condenáveis, então, mais cedo ou mais tarde, serás como essa pessoa”

Raciocínio idêntico vale para o que hoje se passa nas redes sociais. Quando se adere, comentando favoravelmente, pressionando o “Curtir/Gostar/sustentar” em frases, imagens, notas e análises, que de alguma forma são contrárias e/ou ofensivas à consideração, respeito e amizade devidos a todos os utentes da rede, em geral, e aos familiares e amigos, em particular, estamos a ofender as pessoas. Ora, tal comportamento deve ser firmemente condenado e, de imediato, desfazer quaisquer vínculos que, eletrónica e pessoalmente nos ligavam a essa pessoa, porque se esta decisão não for tomada, seremos iguais, ou piores, a quem abusa, indecente e reiteradamente, destas ferramentas universais.

Imagine-se um empregador ter conhecimento que um candidato a um posto de trabalho, na sua empresa, ou sendo já um colaborador, tem determinados comportamentos físicos e/ou eletrónicos que, de alguma forma, denigrem o seu próprio nome, como a imagem interna e externa da empresa, inclusive, tal trabalhador, pode estar a ter um relacionamento numa rede social com pessoas/instituições que são concorrentes/adversárias da empresa e/ou do próprio empresário, onde este funcionário ganha a vida. Situação extremamente delicada que pode conduzir à não admissão ou ao despedimento, respetivamente.

Ainda numa outra perspetiva, transporta-se para o seio da família e/ou de amigos íntimos, uma situação como a que ficou descrita acima, ora, não parece curial e muito menos aceitável, ou que revele um mínimo de consideração e amizade, que um amigo nosso se relacione com pessoas que, manifesta e sistematicamente, apresentam um comportamento desviante em relação às mais elementares normas de educação, amabilidade, estima, boas-práticas pessoais, profissionais, cívicas e sociais.

Também a violação da privacidade do que se passa, por exemplo, na casa de um familiar, amigo ou de qualquer outra pessoa, é um ato profundamente deplorável, censurável e mesmo condenável. Quem é convidado para um evento familiar, realizado no interior da casa de um amigo, assume um comportamento indecente, utilizando vocabulário indecoroso, acede a gravações da festa e coloca tais desmandos no seu próprio perfil de “Facebook” e/ou no de outros conhecidos, seguramente que não é amigo de quem o convidou, está a ter um comportamento que coloca em causa a boa reputação, bom-nome e dignidade de quem, generosamente, lhe abriu as portas para um desejado e tranquilo convívio privado. Com estas pessoas, não é conveniente manter qualquer relacionamento.

Quem se diz amigo, e/ou aceita a amizade de pessoas com um caráter tão duvidoso, quanto desrespeitoso, possivelmente não quererá receber de outras pessoas a deferência e comportamento amistoso, porque existe algo de contraditório e inadmissível. Não devemos pactuar com situações, interesses, objetivos, pessoas e comportamentos que não nos dignificam, que colocam em causa a nossa reputação, bom-nome e honorabilidade e que, no limite, afetam, também, a nossa própria família e os verdadeiros e incondicionais amigos.

Obviamente que podemos e, em certas circunstâncias, devemos ser flexíveis, tolerantes, compreensivos, bem como, na medida do possível, ajudar quem carece do nosso apoio, todavia, desde que siga e/ou oiça as nossas sugestões, orientações e, inequivocamente, assuma um comportamento idóneo, de total consideração e respeito pelos nossos familiares, amigos e sociedade em geral. Nestas condições é importante, e necessário, manifestarmos e desenvolvermos toda a nossa disponibilidade e capacidades para ajudar quem vem trilhando os caminhos do incivismo, da marginalidade, da desconsideração e do desrespeito.

As redes sociais são um excelente meio para se: recuperarem os mais nobres e tradicionais princípios, valores e sentimentos; para se reeducarem pessoas que, quantas vezes, “arrastadas” pelos “amigos da onça”, pelos “chicos-espertos”, pelos “engraçadinhos” caíram no descrédito, no crime, na vida censurável e condenável; para partilharmos com as pessoas em geral, e com a família e amigos verdadeiros em particular, novos conhecimentos, novas experiências, novos eventos; para, de alguma forma, termos a possibilidade de lutarmos pelos valores mais profundos e nobres em que acreditamos, e que nos foram incutidos por uma civilização verdadeiramente humanista.

As redes sociais devem estar ao serviço de todos estes objetivos, tendo em vista uma finalidade universal que é suportada em alguns pilares essenciais à vida humana com dignidade: saúde, trabalho, segurança, liberdade, paz, felicidade, respeito pelas crenças religiosas, etnias, género e lutar pelo bem-estar e conforto das pessoas. É nesta perspetiva e com este desiderato que devemos utilizar o “Blog”, o “Facebook”, o “LinkedIn” o Twitter, o Instagram e as outras ferramentas informáticas, unindo-nos para o bem-comum.

 

 

«Proteja-se. Vamos vencer o vírus. Cuide de si. Cuide de todos». Cumpra, rigorosamente, as instruções das autoridades competentes. Estamos todos de passagem, e no mesmo barco chamado “Planeta Terra” de onde todos, mais tarde ou mais cedo, partiremos, de mãos vazias!!! Tenhamos a HUMILDADE de nos perdoarmos uns aos outros, porque será «o único capital que deixaremos aos vindouros» Alimentemos o nosso espírito com a ORAÇÃO e a bela música.  https://www.youtube.com/watch?v=x7GxWmvGLFk

 

 

 

Venade/Caminha – Portugal, 2021

Com o protesto da minha permanente GRATIDÃO

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

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