Neste “Dia Mundial do Trabalhador”, é oportuno que
as entidades responsáveis proporcionem à sua população desempregada,
independentemente da idade, habilitações e profissão, as condições necessárias
e suficientes, para que o trabalho seja uma realidade que valoriza e dignifica
a pessoa humana, ainda que através de ocupações ao nível da melhoria das
habilitações literárias e formação.
Em Portugal têm sido criados milhares de postos de
trabalho, é verdade, principalmente no setor privado. Também a emigração de
portugueses tem contribuído para uma redução do desemprego, ainda que
relativamente baixa. Mas, em bom rigor, ninguém pode negar que foram eliminados
milhares de empregos: quer no setor público; quer na atividade empresarial
privada.
A criação de algumas micro e pequenas empresas tem
ajudado a reduzir o impacto negativo, que este flagelo do desemprego tem
provocado na população portuguesa, com destaque para os jovens, onde a taxa de
desocupados é altíssima, não obstante as elevadas qualificações académicas e
científicas que possuem.
Apesar de alguma alegada evolução, parcial e
timidamente animadora, a verdade é que o próprio Estado não tem respeitado os
trabalhadores do seu próprio país (como igualmente os imigrantes que nos
procuram) e, a título meramente ilustrativo, analise-se o que se verificou em
dois mil e doze, com o despedimento de dezenas de milhares de formadores,
técnicos de educação, assistentes administrativos, coordenadores pedagógicos e
gestores de formação, que vinham trabalhando, desde há vários anos, no projeto
“Novas Oportunidades”, Cursos de Educação e Formação de Adultos e Jovens,
Formações Modulares. A esmagadora maioria daqueles profissionais, nunca mais
voltaram ao mercado de trabalho.
A decisão governamental de dois mil e doze,
atingiu, também, centenas de milhares de portugueses, que tinham na
Qualificação Académica e Profissional a oportunidade para melhorarem as suas
condições de empregabilidade, de prosseguirem, com sucesso, as suas carreiras
profissionais, concorrerem a novos empregos, elevarem a sua autoestima, a
dignidade e prestígio para Portugal, resultando que a esmagadora maioria destas
pessoas, não conseguiram entrar no mundo do trabalho: seja por falta de
habilitações; seja por carência de formação.
Idênticas medidas gravosas têm-se verificado
noutros setores: na educação, são aos milhares os professores que ficaram sem
colocação e estão na situação de desemprego; na Segurança Social; em muitas
empresas privadas; enfim, uma verdadeira destruição de postos de trabalho, tudo
em nome de uma injusta e desnecessária “austeridade”, nos moldes em que foi
realizada, retirando direitos adquiridos ao longo de uma vida de trabalho.
No setor privado, juntamente com o público e empresarial
do Estado, e na maioria das Autarquias Locais, o desemprego também “disparou”
em flecha, chegando a atingir um valor superior a dezassete por cento, o que é
inadmissível e extremamente injusto, (registe-se, aqui e agora, algumas
exceções a nível de Câmaras Municipais, em que Caminha, é um bom exemplo, já em
dois mil e catorze/quinze, se verificou um aumento substancial de postos de
trabalho).
Nenhum país, nenhuma empresa, podem abdicar da sua
mão-de-obra que, no caso português, é cada vez mais qualificada, das melhores
do mundo, porém, tão subaproveitada que, inclusivamente, já foi aconselhada a
emigrar, depois do país, através dos seus contribuintes, ter investido, e bem,
milhões de euros na formação dos seus jovens e de milhares de adultos.
Celebrar, em Portugal, o “Dia do Trabalhador”, pode
parecer um absurdo, uma encenação do “faz
de conta que tudo está muito bem”, todavia, os nossos trabalhadores que:
estão no desemprego, às centenas de milhares; outras centenas de milhares que
não recebem qualquer apoio social; outras tantas centenas de milhares que viram
muitos dos seus direitos, entretanto adquiridos, alguns deles no tempo da
ditadura, serem-lhes retirados; enfim, sem se querer ser pessimista, temos de
ser realistas, esta é que é verdade que temos de debater neste dia tão
propalado, como em todos os restantes dias do ano.
O “Primeiro de Maio” de dois mil e vinte (2020), não
vai ser celebrado pelos trabalhadores, nem pelos seus representantes, por
circunstâncias que a todos são alheias, refiro-me à pandemia do COVID-19, que
impondo restrições de confinamento e distanciamento social, ficam impedidas, as
grandes manifestações, que, como em anos anteriores, consubstanciariam críticas
às políticas governamentais, mas também com discursos oficiais do Poder
Instituído, estes a roçarem a eventual demagogia das campanhas eleitorais, em
que tudo se promete e, no dia seguinte à tomada de posse, tudo se nega, tudo se
confunde, tudo se “baralha” para “dar de novo”, daí a quatro anos.
Neste “Dia do Trabalhador”, assuma-se, apesar de
tudo, uma atitude construtiva, de esperança, de renovação, de credibilização
das políticas sociais, económicas, financeiras, da saúde, da justiça, da
educação e da formação, porque quanto mais instruído for um povo, mais
produtivos e responsáveis serão os seus trabalhadores, que apenas e tão só,
desejam trabalhar, com segurança, com futuro, para eles, para os seus filhos e,
se possível, ainda poderem apoiar os seus progenitores, hoje, a maior parte
deles aposentados, substancialmente despojados dos direitos que, ao longo de
uma vida de trabalho e sacrifícios, conseguiram.
“NÃO,
ao ímpeto das armas; SIM, ao diálogo criativo/construtivo. Caminho para a PAZ”
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Venade/Caminha – Portugal, 2025
Com o protesto da minha
permanente GRATIDÃO
Diamantino Lourenço Rodrigues de
Bártolo
Presidente do Núcleo Académico
de Letras e Artes de Portugal
http://nalap.org/Directoria.aspx
http://diamantinobartolo.blogspot.com
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