A Ética, como ciência da praxis humana, que visa
dirigir a vida no respeito pelos direitos e deveres de todos e de cada um, tem
de estar presente na consciência das pessoas. A Ética como a disciplina dos
deveres, principalmente no que a cada pessoa tem a obrigação de fazer, de se
comportar, enfim, de contribuir para um relacionamento humano mais saudável, em
todos os contextos.
A importância da família não deve, portanto, ser
menosprezada pelos seus próprios elementos, os quais devem, eles próprios, isso
sim, procurar por todas as formas admissíveis, a melhor harmonia e progresso.
Na verdade, muitos são os problemas que afetam a estabilidade familiar, podendo
citar-se, entre os que mais contribuem para a discórdia, no seu seio e que, inexoravelmente,
passam à sociedade e provocam nesta, desequilíbrios mais ou menos profundos.
Numa sociedade cada vez mais complexa, e tendo em
conta uma determinada orientação filosófico-religiosa, ao nível do matrimónio
legal e religiosamente celebrado, os atos sexuais naturais, praticados em
comunhão recíproca dos cônjuges, com amor, afetividade e respeito, são
aceitáveis pela Ética e pela Lei Divina, contribuindo, com a sua quota-parte,
de forma eficaz, para a harmonia e felicidade conjugais, para a estabilidade e
progresso da família, para o equilíbrio e tolerância da sociedade.
A Ética assume, na vida sexual, uma importância
fundamental, tanto mais decisiva quanto mais vincula o indivíduo a uma praxis
verdadeiramente humana, consentânea com os valores mais profundos que todos
devem desejar reativar, agora que se iniciou um novo século, do qual se espera
uma era de paz, de prosperidade, de amor e de progresso controlado, vocacionado
para a supressão da fome, do ódio e da guerra.
A família, como é sobejamente conhecido, constitui
a primeira e a mais significativa estrutura organizado, como construto de uma
sociedade, de resto, a família é a célula a partir da qual se formaram os clãs,
as tribos, as comunidades, as sociedade, as nações e o mundo humano, em que as
gentes deste universo vivem, com as suas tradições, culturas e civilizações.
A Ética é, portanto, a
base normativa da tarefa do homem-ser-homem, inviolável, intimamente pessoal, a
que nenhuma autoridade terrena tem acesso. A Ética como disciplina normativa,
do foro íntimo de cada ser humano, subordina a si todas as demais disciplinas
práticas, e tanto mais quanto mais íntima e direta é a relação destas com o
humano.
O homem é um
“ser-com-os-outros”, numa atitude dialógica permanente e, como tal, palco de
inúmeras atividades, especificamente humanas. A atividade política é, neste
contexto heterogéneo, uma vertente ou dimensão do homem que não o globalizando
ou substancializando, não deixa, porém, de ser um componente importante, na
caraterização do seu todo.
Nos dias atuais,
coloca-se, também, a questão de se saber se o progresso moral e espiritual
acompanham o progresso técnico-material. Com efeito, a descoberta de técnicas
que ainda há bem poucas décadas seriam uma utopia, e a consequente aplicação de
práticas, revelam até que ponto pode a grandeza do homem chegar, todavia, tal
dimensão será ela, por si só, dignificante do homem como pessoa humana, ou
conduzirá, pelo contrário, à escravidão e humilhação do mesmo homem, que a
desenvolveu?
Atualmente a Ética terá
de ser a disciplina nuclear em todos os currículos escolares, sejam de natureza
técnica, cultural ou científica. Há que ressuscitar a moral fundamental de há
dois milénios. Urge dinamizar as Igrejas no mundo, no sentido da concretização
da mais íntima união da Igreja com toda a família humana, porque ela é a
vocação do homem, porque o homem é criado à imagem de Deus e Este é Supremo
Bem, cúpula celestial de todas as cúpulas terrenas.
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Blog Pessoal: http://diamantinobartolo.blogspot.com
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