A vida moderna, nos seus diferentes contextos,
exige cada vez mais um empenhamento das pessoas, para que todas as atividades
desempenhadas sejam da melhor qualidade, e se realizem no tempo com a duração
mínima, principalmente quando estão em causa situações de produtividade,
competitividade, qualidade, preço e prazos.
Acompanhar este ritmo, no exercício das inúmeras
tarefas que levam àqueles requisitos é muito importante, designadamente, para
se conseguir atingir objetivos previamente definidos: quer materiais; quer de
realização pessoal.
A disponibilidade de cada pessoa para se manter
atualizada em todos os domínios da sua vida, em sociedade é, portanto, um
desígnio para o qual deve estar
preparada e lutar para alcançar objetivos pessoais, profissionais e
organizacionais. O sucesso é sempre uma
situação que poderá estar ao alcance de cada pessoa e não tem de ser,
necessariamente, material. O êxito é algo que realiza o ser humano, que lhe dá
uma dimensão superior, que o distingue e o estimula para novas iniciativas,
eventualmente, cada vez mais complexas, mas também mais vantajosas.
Na caminhada para o sucesso, seja em que domínio
for, existem, normalmente, algumas variáveis que se deve ter em conta, atendendo
a que umas podem ser mais facilmente controladas do que outras,
considerando-se, desde logo, a determinação em avançar com o projeto no qual se
acredita.
Certamente que o trabalho, o estudo, o conhecimento
e a experiência são vertentes essenciais, às quais se pode adicionar a sorte,
os apoios externos, as normas jurídicas, a educação e formação permanentes, de
quem deseja estar na sociedade a desempenhar funções de reconhecido interesse
para a pessoa envolvida e para a comunidade que serve.
Está sobejamente provado que já não existem
empregos para toda a vida; que as habilitações literárias definitivas são uma
utopia e que o conhecimento humano cada vez fica mais obsoleto, precisamente
porque a ciência e a tecnologia evoluem a um ritmo vertiginoso, de tal forma
que o que ontem era verdade, hoje poderá não o ser. Para combater esta
situação, uma das soluções possíveis passa pela aprendizagem ao longo da vida.
É importante interiorizar que a necessidade de
atualização permanente, nos mais variados domínios das atividades humanas é
fundamental. O veículo que conduz a desempenhos eficazes e cada vez mais
compensador assenta nos recursos adequados ao projeto que se deseja
concretizar. Com esta preocupação, aceite-se, desde já que: «A formação é o processo, seja ele formal ou
informal, planeado ou não, através do qual as pessoas aprendem novos
conhecimentos, capacidades, atitudes e comportamentos relevantes para a
realização do seu trabalho.» (CUNHA, et. al., 2010:382).
O investimento na formação das pessoas: seja nos
contextos pessoal, cívico ou profissional, constitui uma estratégia em que
organizações públicas e privadas, grupos profissionais ou pessoas
individualmente consideradas, devem apostar e investir grande parte do tempo e
dos recursos financeiros. Formar ao nível do Saber-ser, Saber-estar,
Saber-fazer, Saber-aprender e Saber-conviver-com-os-outros, podem ser as
grandes linhas de preparação e orientação para um futuro cada vez mais
competitivo e instável.
Com efeito, num mundo extremamente exigente e complexo,
quanto competitivo poder-se-á afirmar que a aprendizagem ao longo da vida
permitirá, ainda que parcialmente, uma preparação para enfrentar a escassez de
trabalho e, correlativamente, combater o desemprego.
Nesta perspetiva, um outro conceito de formação se
coloca numa vertente extraordinariamente importante, porque: «A formação permite aprender a saber, a
fazer e a ser. No extremo das suas possibilidades, permite também
aprender-a-prender – e esse é porventura o seu mais elevado desígnio, na medida
em que assegura a prossecução dos restantes domínios da aprendizagem. Nas
organizações onde o lema é “todos devem aprender-a-prender, sempre”, as
possibilidades competitivas são seguramente maiores -, não apenas para lidar
com as contingências competitivas atuais, mas também para aproveitar
oportunidades e enfrentar desafios futuros.» (Ibid.:384).
Entretanto, e por si só, de facto, a formação não
resolve todos os problemas, porquanto ela visa preparar a pessoa para objetivos
relacionados com o trabalho, no prosseguimento de uma carreira que exige
preparação técnico-funcional, sempre atualizada mas, por outro lado, a educação
pretende transmitir conhecimentos de natureza geral, desenvolver capacidades
que facilitam a integração no meio ambiente, à autonomia e avanço da sociedade
de uma forma geral. (cf. GLASER, 1962, in CUNHA, et al., 2010:385). Numa
abordagem mais objetiva: «A educação visa
o indivíduo em si, sem ligação a um contexto específico ou particular.»
(BUCKLEY & CAPLE, 2003, in Ibid.).
Se se analisar a pessoa humana nas suas múltiplas
dimensões e exercício de diversos papeis, no contexto da sociedade em que está
inserida, pode-se defender que não existe nenhuma dicotomia entre educação e
formação, bem pelo contrário, a convergência é uma realidade.
Na verdade, o que ocorre é uma saudável e até
indispensável complementaridade, porque em bom rigor: «Uma sociedade do conhecimento não pode existir sem cidadãos com
elevado nível de educação e sem uma força de trabalho bem treinada e
qualificada. A educação e a formação são, deste modo, pilares cruciais para
alcançar os ambiciosos objetivos económicos e sociais que a Europa estabeleceu
para si própria para o ano 2010.» (http://europa.eu.int/ acesso em 24 de Novembro de 2009, in Ibid. 386).
O sucesso
individual das organizações, das sociedades e da humanidade em geral é
indissociável da educação e da formação que, ao longo da vida, as pessoas vão
adquirindo. O investimento nestes dois pilares da preparação da pessoa verdadeiramente
humana e tecnicamente profissional, deve ser considerado em todas as
circunstâncias, independentemente das crises que ao longo da história vão
afetando pessoas, povos e nações.
Cabe às instâncias da governação política e às
administrações empresariais, dotar os seus orçamentos com os recursos técnicos,
financeiros e humanos para que a educação e a formação estejam sempre na
primeira linha das preocupações e dos investimentos para o desenvolvimento e
progresso dos seus concidadãos e colaboradores, respetivamente.
Uma sociedade poderá ser tanto mais justa e feliz
quanto melhor for a preparação dos seus cidadãos. A participação cívica e
profissional das pessoas é essencial para o desenvolvimento harmonioso e
sustentável da humanidade. A educação e a formação colocam a pessoa humana na
verdadeira dimensão da sua superior dignidade, e faz interiorizar a noção de
responsabilidade na vida ativa em que ela se insere.
A pessoa humana não pode ser tratada como um mero
objeto ou máquina de produção de “coisas” e por isso: «A qualificação é, hoje, o factor-chave dos processos de modernização,
constituindo a base indispensável para os processos sustentados de inovação,
assentes no conhecimento. (…) Prosseguir na qualificação de jovens e adultos ao
nível do secundário, valorizando a dupla certificação escolar e profissional;
lançar um novo ciclo das Novas Oportunidades e alargar o acesso ao ensino
superior são prioridades essenciais a prosseguir.» (http://www.portugal.gov.pt/pt/gc18/documentos/programa_Gc18.pdf, acesso em 22 de Novembro de 2009, in Ibid.:388).
O projeto da educação e formação jamais estará
concluído, porque as exigências da sociedade complexa, de um mercado
extremamente competitivo e de um mundo que ainda se procura descobrir,
incentivam à melhoria contínua da preparação da pessoa para enfrentar e
resolver problemas que, diariamente, se colocam, e para cuja solução são
necessários conhecimentos, experiências, prudência e sabedoria, o que se
adquire, efetivamente, ao longo da vida, numa aprendizagem permanente, sempre
em atualização e posta ao serviço da comunidade global.
Para além das instâncias públicas e privadas,
também cada pessoa de “per si”, tem a
obrigação de cuidar da sua educação e formação, de resto: «Na realidade, conforme ambicionado pela Comissão Europeia, a ALV (Aprendizagem
ao Longo da Vida) deverá
ser o motor principal não apenas da competitividade e empregabilidade na
Europa, mas também da inclusão social, de uma cidadania activa e do
desenvolvimento pessoal.» (CUNHA, 2010:387).
Bibliografia.
CUNHA,
Miguel Pina e, et. al., (2010). Manual de Gestão de Pessoas e do Capital
Humano. 2ª Edição. Lisboa: Edições Sílabo, Ldª.
Diamantino
Lourenço Rodrigues de Bártolo
E-mail: bartolo.profuniv@mail.pt
Blog Pessoal: http://diamantinobartolo.blogspot.com
Portugal: www.caminha2000.com (Link Cidadania)
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