Os
“pequenos-grandes” sinais dos verdadeiros amigos (daqueles que nos são
solidários; nos têm sincera e carinhosa amizade; nos são leais e estão
incondicionalmente do nosso lado), que se podem receber ao longo da existência
terrena, também se revelam em momentos, datas e períodos importantes da vida:
um simples telefonema, um e-mail, um “bilhetinho”, uma carta, um singela flor
do campo, uma prendinha, um abraço afetuoso, um beijo terno, de verdadeiro “Amor-de-Amigo”, enfim, um
gesto de consideração, de estima, de simpatia, que faz toda a diferença, entre
quem é conhecido, colega, ou amigo muito especial. (§ 1).
Ao longo da vida, vamos
experienciando de tudo um pouco: desde a amizade sincera, de um ou outro amigo,
verdadeiramente solidário, leal, apoiante, cúmplice e grato; também surgem
aquelas outras pessoas que, num dado momento, parecem realmente nossas amigas
mas que, mais tarde, quando já não lhes servimos para coisa alguma, nos
desprezam e, eventualmente até nos criam um ambiente de insuportável
desconforto psicológico, pessoal, moral e social, para, finalmente, termos de
conviver com aquelas que por nós nunca nutriram qualquer tipo de simpatia,
amizade ou um sentimento específico. (§ 4).
Por isso, em cada etapa da nossa
vida, é da mais elementar coerência fazermos um balanço retrospetivo e uma
antevisão do que desejamos para nós, para a nossa família, para os nossos
verdadeiros amigos e para a sociedade, cabendo-nos, em relação ao passado: a)
retirar as ilações de tudo o que de bom e de mal foi feito; b) refletirmos no
presente, todavia, este sempre em movimento para o futuro; c) o que deveremos
projetar, por forma a conseguirmos viver numa sociedade mais humana, mais
tolerante, mais justa, no respeito pelas opções e dignidade da pessoa humana
que connosco, afinal, continuará a conviver. (§ 7).
É tempo, portanto, de deixar
aqui, publicamente, sem anonimatos, nem receios e muito menos vergonha, o meu
testemunho de gratidão para com todas as pessoas que, ao longo da minha vida,
me têm ajudado, em diferentes momentos e circunstâncias desta já madura
existência, bem
como da vida da minha família e de uma/um ou outra/o amiga/o verdadeira/o, seja com bens materiais, seja
através da palavra amiga e sincera, seja, também, pela compreensão das minhas
posições em diversos contextos. (§ 9).
Nesta breve resenha de
agradecimentos, não vou privilegiar qualquer hierarquia axiológica, nem todas
individualidades ou
instituições. Felizmente: são tantas e tão boas as referências que me têm
sido feitas que não posso deixar de me sentir razoavelmente realizado (e não é
vaidade ridícula, mas o prazer de deveres cumpridos e reconhecidos); uma grande satisfação por
constatar que, afinal, vale a pena sermos trabalhadores, dedicados,
verdadeiros, humildes, serenos e, acima de tudo, educados: mesmo com os nossos
defeitos e virtudes, porque estas duas dimensões existem em todos nós. Ninguém
é perfeito e quem se julgar que o é, poderá ser, provavelmente, o mais
imperfeito. (§ 10).
Considerando, portanto, o inestimável
apoio, fornecido através de gestos, atos, comportamentos, palavras, princípios,
valores e sentimentos, que ao longo destas décadas da minha vida me foram sendo
revelados, por quem desejou ser realmente minha/meu amiga/o, de verdade, com
total solidariedade, amizade incondicional, lealdade inequívoca, inteira
confiança e inquebrantável cumplicidade, que comigo e com quem me quer bem,
manteve uma sadia e, inclusive, alguma intimidade, fica aqui, para todo o
sempre, o “grito” bem alto e sincero da minha gratidão. (§ 14).
Mas a vida vai prosseguindo e,
como se costuma dizer: “contra ventos e
marés”, o rumo está traçado. A “viagem” é curta, e por muito longa que
alguém pense que seja, de facto são “nadas” se compararmos com a idade
geológica da terra e “nadas de nadas” em relação a uma eternidade celestial.
Não vale a pena ilusões, quando estas têm por objetivo, magoar, humilhar, fazer
sofrer o nosso próximo, o nosso semelhante, que é tão pessoa quanto nós. (§
15).
Como é possível, que numa
sociedade pretensamente civilizada, onde se proclamam valores essenciais à
dignidade das pessoas, como quem lança pregões para vender um qualquer produto,
numa praça pública e, ao mesmo tempo, se proceda com uma crueldade tamanha, que
já nem se respeitam as pessoas mais velhas, que deram uma vida por ideais, que
ajudaram a construir um país, que custearam as despesas para formar aqueles
que, agora, dizem que é preciso retirar aos mais velhos para a sustentabilidade
dos mais novos? (§ 16).
Caminhando nós para o “fim da linha da vida física”, haverá
para os crentes, uma possibilidade de esperança, numa outra dimensão, a
espiritual, para a qual nos poderemos, e deveremos, preparar nesta vida
terrena, através da prática das virtudes que são exclusivas do ser humano, pelo
menos tanto quanto se pode saber. Há, portanto, um outro projeto a preparar, um
outro rumo a seguir. (§ 24).
Tudo o que aqui fizermos, poderá,
então, refletir-se nesse outro projeto, beneficiar a caminhada num rumo bem
melhor. Os crentes, os praticantes, devem ser os primeiros a dar estes bons
exemplos. Neste caminho para o transcendental, há virtudes que importa,
rapidamente, tentar exercer e, nesse sentido, podem, em local próprio,
transcrever-se algumas que se tornam fundamentais para a nossa boa convivência,
neste rápido percurso. (§ 25).
Rodeemo-nos, para já, das pessoas em quem possamos confiar,
que claramente estão connosco, que comungam dos mais nobres valores que,
igualmente, nós defendemos; façamo-nos acompanhar de quem nos possa motivar e
incentivar para o bem; para o exercício de excelentes comportamentos,
boas-práticas, pensamentos e virtudes excelsas, com elevação, com educação e
dignidade, porque só assim a nossa vida terá sentido, superioridade e, neste
nível seremos reconhecidos, respeitados, credibilizados. (§ 25.06).
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
E-mail: bartolo.profuniv@mail.pt
Blog Pessoal: http://diamantinobartolo.blogspot.com
Portugal: http://www.caminha2000.com (Link’s Cidadania e Tribuna)
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