Afirmar-se que quase todos os seres humanos estão
dotados de maiores ou menores capacidades é, praticamente, uma evidência, um
lugar-comum e que, em algumas circunstâncias, e meios societários, é uma assertiva
que, muitas vezes, cai na banalização, porque nem sempre se dá o devido valor
ao que é simples, humilde e, “relativamente”, insignificante, para certas
mentalidades, afetadas pelas megalomanias das vaidades mundanas e dos
protagonismos balofos.
É consensual que nem todas as pessoas possuem total
liberdade para exercerem determinadas faculdades, inatas e/ou adquiridas, como
é aceitável desconhecer-se que, por limitações psíquico-intelectuais e físicas,
também fiquem com a liberdade de decisão limitada, permanecendo na dependência
do livre arbítrio, de um outro seu semelhante.
Na vida existem oportunidades: umas, procuradas
pelas próprias pessoas, com objetivos estabelecidos; outras, que surgem, quase
sem se estar à espera; ainda outras, para as quais há uma preparação prévia,
específica, mais ou menos longa. E, mesmo aceitando que: “a oportunidade não bate à porta de ninguém”, sempre é possível
lutar por ela, esperando o momento certo de a “agarrar”, decidindo nesse
sentido ou não.
Há, porém, na maioria das pessoas, uma grande
força, que permite vencer muitos obstáculos e alcançar o sucesso, mais ou menos
relativo, obviamente, em função de um projeto, das habilidades para o
implementar, dos recursos disponíveis, todavia, à partida, torna-se necessário optar
por ele, ou conceber um outro que se afigure mais exequível e rentável, mas em
qualquer dos casos, tem que se escolher, e nem sempre é fácil selecionar, até
porque eleger, também é uma forma de rejeitar.
Sabe-se que em todo o mundo, as habilidades individuais,
os recursos diversos para as pôr em prática, as próprias culturas tribais,
comunitárias, regionais, nacionais e continentais, por vezes, constituem
obstáculos, ou facilidades, para o desenvolvimento dos projetos, a que se
acrescentam os condicionalismos individuais.
Tudo isto se confirma quando refletimos e chegamos
à conclusão de que: «Milhões de pessoas
continuarão levando vida simples, comuns e miseráveis porque essa grande GRANDE
FORÇA lhes escapa e nunca foram capazes de alcança-la. NÃO SE PODE LUTAR CONTRA
A VIDA. Já houve tentativas a esse respeito. Milhões tentaram e não
conseguiram. Então qual é a respostas? A RESPOSTA É QUE DEVEMOS ENTENDER A VIDA
… SE DESEJARMOS TIRAR O MELHOR PARTIDO DELA» (J. Martin Kohe, in MANDINO,
1982:140).
Existe, de facto, independentemente do relativismo
que se lhe queira atribuir, uma força poderosa que, em diversos níveis, está ao
alcance de qualquer pessoa. Essa força denomina-se por “Escolha”, opção, seleção, entre muitos outros sinónimos e
alternativas porque, no limite, sempre se pode enveredar por uma determinada
solução, inclusivamente, mesmo quando é desfavorável a quem decide.
É claro que se pretende, quando se aborda o “Poder de Escolher”, tomar uma
deliberação que seja favorável à própria pessoa, que assim decide, tendo em
vista o melhor resultado, seja qual for a sua natureza: espiritual, material,
social, profissional, filantrópica, altruísta, ou qualquer outra. A
responsabilidade da escolha tem de ser assumida por quem a faz, logo não será
correto imputar culpas a outras pessoas e/ou entidades.
É possível que tenha algum cabimento a seguinte
assertiva: «Provavelmente todos conhecem
o velho ditado “Deus ajuda a quem se ajuda.” Independentemente do que
acreditamos com referência a Deus, Deus dá a cada homem o direito de AJUDAR A
SI MESMO … OU, EM OUTRAS PALAVRAS, O DIREITO DE ESCOLHER. Se não aprendemos
como viver, a quem devemos culpar? A Deus? Oh! Não! DEUS NOS AMA. Não magoa
ninguém. Nós nos magoamos com o mau uso desse GRANDE PODER que Deus nos deu … O
PODER DE ESCOLHER.» (Ibid.:141).
Sempre que se utiliza este Poder de Escolha e dele
resultam bons desfechos, seguramente que ficam criadas as melhores condições
para que a autoconfiança se consolide, levando, por “arrasto” o aumento do amor-próprio, o orgulho e a dignidade, de
resto: «O amor-próprio é uma questão de
grau. Não se trata de ter. (…) A pessoa que sobressai, a pessoa de alto
desempenho, na maior parte das vezes, tende a funcionar em direção à
extremidade superior da escala – na maioria das vezes sente uma sensação muito
real, honesta e positiva de riqueza e valor pessoal.» (James W. Newman, in
MANDINO, 1982:143-44).
Por mais habilidades talentos, conhecimentos,
experiências e oportunidades que se consigam congregar à volta de um projeto,
este não se desenvolverá para o sucesso se à sua bondade/mérito, e/ou ao seu
executor, lhe faltarem poder de escolha, por exemplo, das estratégias,
metodologias e recursos e não tiver, simultaneamente, autoconfiança e
amor-próprio.
Também é necessário distinguir muito bem o
amor-próprio da autoconfiança porque: «Pode-se
ter muita confiança em si mesmo numa determinada área, ou a respeito de uma
atividade particular, embora o nível total de amor-próprio seja bem baixo. Por
outro lado, pode-se ter um nível de amor-próprio muito elevado e, ainda assim
faltar confiança em áreas específicas como falar em público ou pintar.
Autoconfiança focaliza-se mais limitadamente numa habilidade particular ou tipo
de situação. Amor-próprio é um sentimento mais profundo que tem de si mesmo, do
seu valor como pessoa.» (Ibid.: 144-45).
Acreditar, firmemente, nas próprias capacidades, e
não vacilar durante a execução do projeto, mesmo que numa ou noutra fase nem
tudo esteja a produzir os melhores resultados, significa que a autoconfiança é
elevada, até porque: «Quando fazemos um
bom trabalho, devemos nos sentir bem! Isso não só faz aumentar a probabilidade
de repetir o desempenho excelente, como também ajuda a sentir-se melhor como
pessoa. Quando as coisas vão mal (e continuarão ainda), evite a tentação de
ficar contemplando os erros e os fracassos. Há um mundo de diferença entre ter
falhado e ser um fracasso – bastante diferença entre ter feito alguma coisa
ruim e ser ruim!» (Ibid.:145.46).
Esta consonância entre autoconfiança e amor-próprio
é essencial para se alcançar o sucesso, mas também para saber suportar o
fracasso. Naturalmente que é no amor-próprio que melhor se compreenderá a
essência humana, nas suas diferentes dimensões da intervenção pessoal e
coletiva, porque:
Se por um lado: «É
possível construir os próprios sentimentos de mérito, valor e importância, ao
reforçar e fortalecer o amor-próprio dos organismos superiores dos quais
fazemos parte» (Ibid.: 147);
Por outro lado: «…
uma das maneiras com que pode construir seu próprio nível de estima pessoal é
ajudando os outros a construir e a reforçar o deles. E há o benefício de um
bónus extra para esse processo. Ao suprir outra pessoa com a oportunidade de
revigorar seu sentimento positivo, estará enriquecendo o próprio ambiente.» (Ibid.:150).
Considera-se que na implementação, acompanhamento e
avaliação final dos resultados, de um dado projeto, se houver a possibilidade
de se estabelecer uma equipa de trabalho, verifica-se que quanto maior for o
amor-próprio dos seus elementos, mais eficácia se consegue. Isto mesmo é
defendido em estudos realizados, os quais apontam para a seguinte assertiva: «Acontecem coisas muito mais excitantes e
positivas quando as pessoas com abundância de amor-próprio trabalham juntas.»
(Ibid.).
O amor-próprio que cada pessoa tem por si mesma,
deve ser alimentado, preservado em todas as circunstâncias da vida, até porque
ninguém gosta de ser menosprezado, humilhado e ofendido em suas atitudes, sejam
elas resultado do sucesso ou do fracasso.
A crítica, mesmo quando aponta comportamentos
incorretos, deve ser analisada e recebida com humildade, porém, com firmeza,
entendida no sentido pedagógico, embora não se ignorando que: «às vezes pode ser muito tentador criticar o
comportamento ou as atitudes dos outros quando estão fazendo alguma coisa
“errada” – o que significa que não estão fazendo do modo como você faria. Mas é
muito mais produtivo reforçar o comportamento – ou qualidades – que você
admira.» (Ibid.:152).
Entre outras alternativas, pode-se admitir que o edifício construído pelos três pilares
do: “Poder de Escolha”, “Autoconfiança” e “Amor-Próprio”, constitui o instrumento poderoso para se alcançar o
sucesso, e, se a par da crítica construtiva, mesmo que apontando falhas, for
possível elogiar, então é muito provável que a pessoa visada ganhe novo alento,
e se envolva em projetos mais audaciosos.
Quando a pessoa é alvo do reconhecimento público
e/ou privado, aqui se incluindo a família e os amigos, verdadeiramente sinceros
e incondicionais, naturalmente que a sua autoconfiança aumenta, as decisões são
tomadas com mais ponderação e rigor, precisamente para não perder a reputação
entretanto já conquistada e, finalmente, o elogio poderá reforçar e consolidar
os méritos adquiridos, até porque: «O elogio é mais aceitável para a pessoa com
um sólido senso de mérito pessoal, porque está compatível com o que sabe e
sente a respeito de si mesma.» (Ibid.:154).
Bibliografia.
MANDINO, Og., (1982). A Universidade do Sucesso. 2ª Edição. Trad.
Eugênia Loureiro. Rio de Janeiro, RJ: Editora Record.
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Telefone:
00351 936 400 689
Imprensa
Escrita Local:
Jornal:
“O Caminhense”
Jornal:
“A Nossa Gente”
Jornal:
“Terra e Mar”
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