Nem sempre a tomada de decisão, a quente,
intempestivamente, ou infundamentada, conduz a bons resultados, pelo contrário,
as consequências podem ser desastrosas e irreversíveis. Ponderação e cautela
sempre foram boas “conselheiras”,
todavia, protelar as deliberações, por tempo indefinido, sem motivos concretos
e alicerçados, também não se afigura a melhor estratégia e, como refere o
adágio popular: “Não deixes para amanhã o
que podes fazer hoje”. Há que procurar sempre o meio-termo.
E se o passado existe, olhado sob várias
perspectivas: histórica, científica, tecnológica, pessoal, familiar,
institucional, nacional e internacional, entre outras; e o presente consiste em
cada momento vivido que, em frações de segundo já é passado, e que no mesmo
lapso de tempo deixa de ser futuro, também há quem afirme: «Infelizmente, o amanhã não existe, só pode ser encontrado no
calendário dos tolos. Para eles, o amanhã é o dia em que começarão sua jornada
rumo ao sucesso e à riqueza; amanhã é o dia em que irão mudar, trabalhar de
maneira árdua, modificar seus hábitos, retomar amizades desfeitas, pagar velhas
dívidas, candidatar-se a um emprego melhor.» (MANDINO, 1982:231).
O sucesso, normalmente, é um resultado positivo de
uma meta, um plano, uma estratégia e uma metodologia, sempre aguardado com
ansiedade, expectativa e, por vezes, com receio, quando se conhece a
possibilidade de interferências nefastas, para desenvolvimento do projeto.
Claro que quando existem dúvidas, relativamente identificadas, um adiamento, se
possível curto, poderá não prejudicar.
Acontece, no entanto, que também há quem, por
sistema, esteja sempre a adiar a tomada decisões, manifestar posições (na
política, por exemplo, adiar certos posicionamentos, pode ser conveniente, até
para ver como uma determinada situação evolui). Em todo o caso, é da natureza
humana, atitudes de adiamento em muitas circunstâncias da vida.
Possivelmente: «A
procrastinação é o que há de mais próximo ao que se poderia considerar um ponto
fraco universal. Poucos são os que podem afirmar em sã consciência não serem do
tipo que adia, a despeito do fato disto não ser saudável com o decorrer do
tempo.» (Wayne W. Dyer, in MANDINO, 1982:232).
A prudência, e também a sabedoria, aconselham,
perante certas situações, que são compatíveis com uma gestão do tempo adequada,
isto é: não requerem decisão imediata, e
portanto, se proceda a uma análise tranquila, livre de pressões, para depois se
tomar a decisão que se considera a mais apropriada, como será a que se verifica
na maior parte dos projetos, que desejavelmente se podem encaminhar para o
sucesso.
Tudo na vida tem o seu tempo próprio. E se há
situações que exigem uma tomada de decisão, praticamente, em cima do
acontecimento, por exemplo: um árbitro de futebol e outras modalidades; um
piloto de avião ou de qualquer outro veículo em velocidade rápida, enfim,
muitas outras condições; também é verdade que, em determinadas circunstâncias,
pode-se aguardar o tempo necessário, até que tudo seja esclarecido, cabendo aqui,
a título de demonstração, as decisões judiciais que, carecem de extrema
prudência, legalidade, justeza e legitimação, o que, naturalmente, leva o seu
tempo e por isso se diz, com alguma frequência, eventualmente, com algum
desrespeito, que a justiça é lenta.
Adiar não significa, necessariamente, esquivar-se à
responsabilidade, acovardar-se acerca de algum assunto e/ou situação, até pode
ser uma atitude estratégica, todavia, se algo tem de ser feito num dado
momento, então que se faça, porque adiar pode representar a perda de uma
oportunidade qualquer: seja de um negócio, um emprego, um investimento rentável
e inadiável; seja um encontro para nele se tomarem decisões.
É possível que muitas pessoas adotem um modo de
vida, ao estilo: “deixa ver como é que
está para ver como é que fica” e, assim, vão protelando decisões, até na
perspectiva de que outros tomem deliberações por elas, quando tal é possível.
Este comportamento encaixa-se, relativamente bem, no que se convencionou
denominar de procrastinação.
Segundo os especialistas: «A procrastinação como modo de vida é uma técnica que pode ser usada
para evitar fazer qualquer coisa. Aquele que não faz frequentemente é um
crítico, quer dizer, aquele que fica parado olhando os outros executarem a
tarefa e depois, procuram polir filosoficamente a maneira como os outros
realizam o trabalho. É fácil ser um crítico, mas ser um realizador requer
esforço, risco e mudança.» (Ibid.:235).
Quando se trata do sucesso, assumi-lo de imediato,
ou adiar a sua confirmação, segundo os resultados, que a ele conduziram,
naturalmente que é uma decisão que deve ser muito bem ponderada, porque: quer
perante o êxito; quer face ao fracasso, as críticas surgem sempre em dois
sentidos – positivas ou negativas -, pelos mais diversos motivos: amizade ou
ódio; solidariedade ou inveja; enaltecimento ou indiferença.
A crítica faz parte da cultura societária, por isso
deve-se estar atento, separar o essencial do supérfluo, na medida em que: «Ao observar a si mesmo e pessoas ao seu
redor, preste atenção ao quanto as relações sociais são dedicadas ao ato de
criticar. Por quê? É mais fácil comentar a forma de alguém fazer alguma coisa
do que ser alguém que realiza algo.» (Ibid.:236).
Adotando uma possível estratégia de adiar o
sucesso, aquela só se justifica quando os resultados não estão totalmente
consolidados, pela positiva, e se presume haver avaliações desfavoráveis, por
isso, nestas circunstâncias, a gestão do tempo é uma habilidade a colocar em
prática, na medida em que: «O tempo é a
matéria-prima inexplicável de tudo. Com ele, tudo é possível. Sem ele, nada. A
oferta do tempo é verdadeiramente um milagre diário, um acontecimento de fato
surpreendente quando nós o examinamos.» (Arnold Bennett & Arthur
Brisbane, in MANDINO, 1982:244).
A administração do tempo, face à responsabilidade
do sucesso (ou do fracasso) realmente é fundamental, porquanto deve existir um
“momento” certo para revelar: à
família, aos amigos, aos colegas e à sociedade, o que de melhor (ou pior) nos
acontece na vida, evitando-se, possivelmente, os elogios exagerados, ou então,
as lamúrias, igualmente sinceras ou cínicas.
No adiar, ou não, do sucesso, quer no que respeita
ao usufruto do mesmo, ou à sua divulgação, na verdade tudo indica que é
necessário encontrar o tempo e o espaço adequados, mas principalmente o
primeiro. Na verdade: «Aquele que sabe
usar bem o tempo possui uma espécie de corrente formada de itens A fluindo
constantemente pelos canais e não fica preocupado em escolher este ou aquele A
para fazer, como fazer, ou ainda, tentar ser um perfeccionista em determinado
A» (Alan Lakein, in MANDINO, 1982:254).
E se por um lado, procurar o sucesso, também
pressupõe conjugar algumas condições, o que significa que não se deve, sem um
mínimo de viabilidade, implementar, no terreno, uma ideia, um projeto,
considerando, inclusivamente, que a precaução no seu justo equilíbrio, em
princípio é, quase sempre, uma boa conselheira e, em algumas circunstâncias,
pode evitar consequências irreparáveis;
Por outro lado, surgem oportunidades na vida que, à
partida, se afiguram únicas, praticamente impossível de recusar, que por isso
urge aceitar e desenvolver. Claro está que quando assim acontece, e se tem a
noção bem explicita que tal oportunidade conduz ao sucesso, até porque ela é
proporcionada em condições altamente vantajosas, por pessoas, e/ou instituições
credíveis, onde os riscos são mínimos, ou nulos, então esta grande
possibilidade de se chegar ao êxito, não deve ser adiada.
Conjugar o sucesso com o tempo pode ser a chave
para uma melhor avaliação do êxito, por isso é que: «O bom uso do tempo é tão importante fora quanto dentro do trabalho.
Você não quer ver sua vida particular transformada em situações semelhantes às
que tem no trabalho …» (Ibid.:253).
Bibliografia.
MANDINO, Og., (1982). A Universidade do Sucesso. 2ª Edição. Trad.
Eugênia Loureiro. Rio de Janeiro, RJ: Editora Record.
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Telefone:
00351 936 400 689
Imprensa
Escrita Local:
Jornal:
“O Caminhense”
Jornal:
“Terra e Mar”
Portugal:
http://www.caminha2000.com (Link’s Cidadania e Tribuna) Brasil: http://www.webartigos.com/autores/bartoloprofunivmailpt/
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