Na perspetiva da Filosofia Social é necessário
considerar a existência legal do quadrinómio: sociedade, autoridade, norma e
bem-comum. O exercício da autoridade funda-se na norma legal e, em algumas atividades,
nomeadamente, a política, na legitimação proveniente da adesão popular. Em
sentido lato, e para o enquadramento da autoridade, em geral, considerem-se as
normas jurídicas, morais, cognitivas, profissionais ou quaisquer outras que
reconhecem e legitimam aquele poder.
A autoridade docente, nas suas diferentes
abordagens: específicas de cada disciplina; culturais, humanas, sociais,
políticas e de cidadania, deve ser exercida, não só em contexto escolar da sala
de aula, mas também noutros âmbitos da vida do professor, o qual deve ser o
primeiro a manifestar um comportamento ético-deontológico compatível com a sua
nobre função e estatuto exemplar, porque só por esta forma revelará competência
e inspirará segurança. Ao longo da sua carreira, o professor é, também, um
cogestor de interesses, recursos, expetativas e classificações.
O sucesso do sistema educativo inicia-se, portanto,
a partir da maior harmonia, solidariedade e cumplicidade entre dois
protagonistas: aluno/professor; formando/formador. Tudo o resto à sua volta
desempenha um papel fundamental, ao nível da complementaridade e da compreensão
das posições que os atores principais vão assumindo, de forma responsável e
segura, sem prejuízo, relativamente aos menores, de os respetivos encarregados
de educação poderem (e deverem) decidir para o bem dos seus educandos,
escutando, embora, as opiniões especializadas dos correspondentes técnicos e
dos docentes.
Para se compreender, e aceitar, a autoridade
docente, uma boa estratégia poderá ser aquela que, no seio da família,
desenvolve o exercício pleno da autoridade dos pais: não num sentido
totalitário e autoritário; não com uma pressão esmagadora; não com o recurso à
violência física e psicológica, mas adotando, precisamente, regras, princípios
e valores que, mais tarde, serão aperfeiçoados na escola, o que desde logo tem
a vantagem de a criança, o jovem, ou mesmo o aluno, não sofrer com a
integração, entretanto em curso.
A urgência em se dotar as instituições
intervenientes no processo educativo/formativo de um novo educador, impõe-se,
nitidamente, à sociedade que, através das suas organizações: públicas,
privadas, profissionais, culturais, sociais e outras, nas diversas áreas
específicas, têm o dever de contribuir, ativamente, com todo o tipo de
recursos, para que a figura de um novo educador se transforme, posteriormente,
numa nova sociedade educativa, progredindo do educador individual, para as
famílias, escolas, cidades e nações educadoras.
Diamantino
Lourenço Rodrigues de Bártolo
Jornal: “Terra e
Mar”
Blog Pessoal: http://diamantinobartolo.blogspot.com
Portugal: http://www.caminha2000.com (Link’s
Cidadania e Tribuna)
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