A fragmentação do conhecimento científico, com
especial aceleração no último século, tem provocado correspondente necessidade
de especializações, de construção de equipamentos, cada vez mais sofisticados,
de intervenções técnicas adequadas, e soluções pertinentes, para os problemas
entretanto surgidos, que se adicionam a outras situações, ainda não resolvidas,
que transitaram para o novo século.
No emaranhado dos conhecimentos, e na luta entre os
respetivos paradigmas, surgem as fórmulas pedagógicas, didáticas e técnicas,
para se transmitir o volumoso acervo de conhecimentos, que a ciência vem
proporcionando, sempre a um ritmo avassalador.
Modernamente, recorre-se, intensamente, à
transmissão dos conhecimentos através das tecnologias da informação e da
comunicação, - TIC - com suporte informático. Planificam-se e ministram-se
cursos à distância, com a mesma garantia de rigor e validação dos cursos
presenciais: as engenharias e as tecnologias ao serviço da educação e formação
profissional. A utilização de uma linguagem técnico-científica suportada num
idioma a caminho da universalização – Inglês -.
Experimenta-se o ensino à distância, inventam-se as
máquinas de ensinar, criam-se soluções informáticas para avaliar,
rigorosamente, na perspetiva das ciências exatas, matérias e alunos/formandos.
A capacidade humana aplicada à ciência, à tecnologia, à criatividade e ao
progresso, parece não ter limites.
A qualidade e nível de vida têm vindo a melhorar e
reflete-se no desenvolvimento precoce das crianças, em diversos domínios, e no
aumento da esperança de vida. Será correto, então, afirmar-se que se vive num
mundo maravilhoso? Habita-se num espaço terrestre onde predominam a saúde, a
paz, a solidariedade, a amizade, a lealdade, a gratidão, a consideração, o
respeito, enfim, felicidade, quaisquer que sejam os seus conceitos?
A força e influência paradigmáticas da ciência e da
técnica, conseguem introduzir-se na pessoa, sob fórmulas de princípios,
valores, sentimentos e emoções? Interpretam e resolvem questões estritamente do
foro íntimo de cada pessoa? Podem as máquinas substituir o ser humano na sua
consciência, no exercício da moral e da ética, nas manifestações de alegria e
de tristeza, na relação, mais profunda e íntima, entre um homem e uma mulher
e/ou entre dois seres humanos? São muitas as interrogações para as quais ainda
não existem respostas definitivas e solucionadoras das dúvidas que se colocam.
A humanidade aproxima-se de um entroncamento
complexo: em cujo ponto central se interceptam, cruzam e partem cada vez mais
caminhos; desconhecendo-se, em muitos deles, a natureza e objetivos a que
conduzem; ignora-se o fim, embora se conheça o princípio; são como que uma
caminhada sem destino concreto, sem “rumo” ou sem “norte”
Ao nível das alegadas ciências exatas, objetivas e
positivas, tais itinerários são incompatíveis com o rigor que as carateriza,
embora se saiba que aqueles itinerários existem. Recorrer a algumas disciplinas
(ou ciências) humanas e sociais levanta, nalguns setores científicos,
dificuldades de aceitação de resultados, ditos não objetivos, devido ao grau de
maior ou menor subjetividade, que carateriza o conhecimento adquirido através
destas disciplinas (ou ciências) sociais e humanas.
E nos domínios da metafísica e da espiritualidade:
onde imperam a crença e a fé; o misterioso e o inefável, como aceitar estes
conhecimentos e como transmiti-los? Serão as máquinas inventadas pelo homem
competentes para o fazer?
Como atitude intelectualmente honesta e metódica,
pode-se dar o benefício da dúvida, e aceitar que constituem mais um bom
recurso, a utilizar no ensino à distância, este sim, cada vez mais interessante
e que oferece imensas vantagens.
Diamantino
Lourenço Rodrigues de Bártolo
Jornal: “Terra e
Mar”
Blog Pessoal: http://diamantinobartolo.blogspot.com
Portugal: http://www.caminha2000.com (Link’s
Cidadania e Tribuna)
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