Os factos sociais constituem uma realidade que vem
sendo estudada cientificamente, desde um passado tão longínquo, quanto a
ciência e a técnica o têm permitido, porque da história do homem se destacam
acontecimentos sociais que integram uma dimensão humana, única na sua
organização e desenvolvimento, que é a sociabilidade.
Conhecem-se várias organizações sociais entre as
diversas espécies animais, porém, nenhuma com as características da sociedade
humana. Ao longo dos séculos a humanidade tem procurado construir teorias,
paradigmas, implementar práticas sociais, socializar os seus membros, visando
uniformizar comportamentos, adequar posições, melhorar condutas, a partir de
regras jurídicas, religiosas, sociais, associativas, policiais e tantas outras
que constituem o corpo jurídico-social de um povo.
Sendo a pessoa humana um ser social, ela não
consegue viver à margem da sociedade, em condições de poder desfrutar de uma
vida compatível com a sua dignidade de pessoa e, quando em situações de
marginalidade e/ou exclusão social, a sua existência assume proporções e
características inumanas, em certos aspetos, sem a mínima qualidade de vida,
com um nível inferior ao de muitos animais selvagens, e até que um
acontecimento mais violento o elimine desse mundo de exclusão, por via da sua morte, é preciso conceder-lhe uma
nova oportunidade, que o retire daquelas situações, e o integre, novamente, na
sociedade organizada a que inicialmente ela pertencia e, apesar de tudo,
continua a fazer parte.
Qualquer que seja a
atividade do indivíduo, ela sempre vai contribuir, com maior ou menor
incidência e impacto, na vida social do próprio e da coletividade da qual é
parte integrante,
eventualmente, e desde já, na família.
Importará refletir na perspectiva social, esta
entendida como a participação de cada um no todo sociável, a partir das
próprias especificidades, capacidades, habilidades e empenhamento do indivíduo
e sua inserção no grupo de que faz parte, e deste com outros grupos até se
estender à sociedade humana, universalmente considerada, nela se incluindo
etnias, credos, religiões, ideologias, culturas, valores e filosofias de vida.
A espécie humana é só uma. O mundo em que habita
não foi dado em exclusivo a esta ou àquela etnia, logo existe o dever de
solidariedade social daqueles que se fixaram em áreas territoriais mais ricas,
para com os que não tiveram a mesma sorte.
Valorizar a atividade social que visa proporcionar
melhores condições de vida às populações mais desfavorecidas, mais fragilizadas
e mais carenciadas, será um objetivo nobre, e da maior relevância de todo o
indivíduo, isoladamente considerado e, principalmente dos grupos com poderes e
meios para direcionarem suas intervenções, em favor dos mais vulneráveis.
Com tal intencionalidade, devem, desde já, os
poderes públicos e privados, legitimamente constituídos e reconhecidos,
desenvolver os programas adequados, acionar os recursos suficientes, para que a
dimensão social da pessoa humana possa entrar em ação, produzindo, de imediato,
as situações mínimas, dignas de uma verdadeira solidariedade e bem-estar
sociais.
Diamantino
Lourenço Rodrigues de Bártolo
Jornal: “Terra e
Mar”
Blog Pessoal: http://diamantinobartolo.blogspot.com
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