A complexidade social que vem afetando: pessoas, famílias, comunidades, sociedades, nações inteiras, continentes e o mundo; obriga a uma paragem na caminhada para o sucesso material, na satisfação dos egoísmos mais absurdos, para se pensar, um pouco, sobre o que cada um é, o que quer, e como deve prosseguir, para alcançar objetivos mais nobres, mais humanos, mais razoáveis.
É fundamental ter-se a noção, de que não se pode
conduzir a humanidade para o apogeu do: equilíbrio do terror irracional; do
horror e do holocausto. Impõe-se, não um, mas muitos apelos à paz, a todos os
níveis, em todos os sentidos, em todos os momentos da vida individual e
coletiva.
Neste contexto, é indispensável que cada pessoa
possa contribuir com a sua pequenina quota-parte, para suavizar as situações
mais degradantes, conduzir o homem à sua nobre e mais sublime função, que se
realiza no bem-comum, pelo trabalho, pelo estudo, pela economia, pela
investigação, pelos princípios, valores e sentimentos, enfim, pelo exemplo. Que
cada um possa ser arquétipo, paradigma, perfecionista, uma referência, um
farol, enfim, um caminho e um processo para o bem.
Todos serão poucos para empreender este longo e
difícil percurso. Os conhecimentos, as experiências e as vontades, nunca serão
demais para vencer esta grande guerra, em que os homens estão envolvidos, e a
sofrer as suas consequências. Basta de dificuldades a todos os títulos: bélicos,
especulativos, sociais, económicos, laborais, religiosos, educacionais,
culturais, e em tantos outros domínios.
A esmagadora maioria das circunstâncias
desfavoráveis, com que as pessoas e as famílias se deparam, no seu dia-a-dia,
convergem para uma nova situação, que vem aumentando, diariamente, e que,
modernamente, se denomina por exclusão, sob as muitas e diversas formas, mais
ou menos camufladas: política, social, religiosa, económica, profissional,
educacional, habitacional, cuidados de saúde, fiscal e muitas outras.
Justificações para a exclusão social, seja ela qual
for, certamente que se procuram, e há quem defenda que a mundialização será uma
delas, na medida em que: «Este fenómeno está directamente relacionado com o
processo de globalização, com mudanças estruturais que vão ocorrendo na
sociedade e que permitem uma constante mutação, conduzindo ao aparecimento de
novas formas de exclusão. (...). Sendo um fenómeno multidimensional poderá
apresentar-se de forma diferente de caso para caso. Este processo poderá
conduzir o indivíduo à exclusão face ao grupo, ao trabalho, à escola, à
família, e num momento mais distante, excluído face à sociedade.» (AVEIRO, 2003:6).
À situação mundial que se viveu, em 2016-2017, com
o terrorismo à cabeça, por tristemente mais realista que se possa descrever,
seguiu-se uma catástrofe pandémica provocada pelo COVID-19, com
início em 02 de março de 2020, em Portugal e que nos primeiros dois anos fez
milhões de vítimas mortais e incapacitadas.
O
mundo confronta-se, agora, com uma outra calamidade, com dimensões regionais
que podem, provavelmente, propagar-se mundialmente, qual nova e terrífica
pandemia, esta de natureza bélico/nuclear, a partir da invasão da Ucrânia pela
Rússia. Iniciado este ataque desumano, criminoso e ilegítimo, em 24 de
fevereiro de 2022, os combates prosseguem há mais de um ano e, em algumas
localidades, corpo a corpo.
Na
Ucrânia, aldeias, vilas e cidades já foram praticamente destruídas. Centenas de
milhares de pessoas: mulheres, crianças, jovens, idosas e até animais de
estimação e de produção/trabalho, foram dizimadas, pelos bombardeamentos
russos. Os nossos irmãos ucranianos não têm as mínimas condições para
desfrutarem de algum conforto, porque: a fome grassa, a água, os alimentos, a
eletricidade e as infraestruturas já não satisfazem as populações, naquilo que
seriam as condições mínimas de sobrevivência.
Os
prisioneiros de guerra feitos pela Ucrânia estão a ser julgados com todas as
garantias jurídicas de defesa. Pelo contrário, os prisioneiros de guerra
ucranianos, não têm quaisquer certezas sobre o destino que lhes possa estar
reservado, a partir de uma colónia penal sob domínio russo: tanto podem ser
condenados a prisão perpétua; como sumariamente executados, eventualmente,
incluindo os doentes e feridos de guerra. Nesta altura já se sabe que, pelo
menos, três militares ucranianos já estão condenados à morte, numa das
autoproclamadas repúblicas, sob influência russa.
Mas temos de estar atentos, porque todas estas
desgraças, não retiram o otimismo e a confiança na capacidade humana para, a
médio prazo, reconverter fatores negativos em positivos e, correlativamente,
alterar para muito melhor o que no passado mais nos enfraquecia. É nesse
sentido que vai o objetivo do presente trabalho. Esta é a quota-parte de
colaboração que se espera, confiantemente, possa ser seguida, ampliada e
melhorada por milhões de pessoas em todo o mundo, com as mais diferentes
condições e responsabilidades.
A paragem para refletir sobre a situação atual, não
se reduz a alguns minutos, horas, dias ou mesmo meses, antes se vem
desenvolvendo ao longo das últimas décadas, com determinação a prosseguir por
tempo indeterminado, então e depois, na prática. O objetivo é contribuir para a
formação de um novo cidadão, desde logo e a partir do espaço lusófono em geral
e, particularmente, no que ao Brasil e a Portugal respeita.
É uma tarefa imensa e impossível de realizar apenas
por uma pessoa, mas acredita-se que é exequível se todos se interessarem por
esta problemática. Porque o Ser Humano tem de considerar-se muito mais do que:
uma sofisticada máquina de produção; ou um especialista único e famoso; ou,
ainda, um mestre da mais avançada e complexa tecnologia.
O indivíduo humano, na sua grandeza e dignidade de
pessoa, há-de converter-se no simples cidadão que: pela educação e formação,
pelos conhecimentos, pela experiência, pelo bom-senso, pelas atitudes
exemplares, facilitará o relacionamento, a boa convivência, a vida boa, entre
todos os seus congéneres, e entre estes e a própria natureza, da qual ele
próprio faz parte; onde as pessoas e os grupos possam conviver no respeito de
uns para com os outros, porque se cada indivíduo se tornar cúmplice no
desenvolvimento, na formação e na consolidação de novos cidadãos, então, dentro
de poucas gerações, o homem viverá uma nova fase da sua vida, no seio de
comunidades verdadeiramente humanas; terá, finalmente, um sentido para a sua
existência.
A sociedade, representada nos responsáveis pelas
diversas instituições, não pode desperdiçar o envolvimento daqueles que
manifestam a sua determinação, em contribuir para a educação e formação de
novos cidadãos: numa perspetiva moderna, sensibilizados para outros valores que
não apenas os materiais; preparados para intervir nos variados domínios da
atividade humana; dotados dos conhecimentos teóricos e práticos para alcançar
objetivos universais, que aproveitem ao maior número de pessoas.
É fundamental criar instrumentos legais, que
possibilitem a participação dos mais velhos na formação dos mais novos, porque
a vida de cada um não pode ser, permanentemente, usada como cobaia, como
laboratório de experiências, como meio para se atingirem fins que violam a
dignidade da pessoa humana.
Só a conjugação de qualidades como: prudência,
sabedoria, maturidade e experiência dos mais velhos; a inovação, voluntarismo e
generosidade dos mais novos; permitem construir este novo cidadão, uma outra
sociedade, um mundo onde todos se sintam bem, importantes e úteis, um espaço e
tempo de: prazer, felicidade, conforto, liberdade, justiça, segurança,
responsabilidade e paz.
Bibliografia.
AVEIRO, Ana, (2003). “Exclusão Social: Fenómenos e factores”, in: Revista Samaritanos, Vila Nova de Gaia:
Samaritanos – Missão de Caridade, Nº 4, abril, Págs. 6-7
“NÃO, à violência das armas; SIM, ao diálogo criativo. As
Regras, são simples, para se obter a PAZ”
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=924397914665568&id=462386200866744
Venade/Caminha
– Portugal, 2023
Com o
protesto da minha permanente GRATIDÃO
Diamantino
Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente
do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal
http://nalap.org/Directoria.aspx
http://diamantinobartolo.blogspot.com
https://www.facebook.com/diamantino.bartolo.1
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