sábado, 29 de abril de 2023

A Pessoa Enquanto Referência para o Bem-Comum

               A complexidade social que vem afetando: pessoas, famílias, comunidades, sociedades, nações inteiras, continentes e o mundo; obriga a uma paragem na caminhada para o sucesso material, na satisfação dos egoísmos mais absurdos, para se pensar, um pouco, sobre o que cada um é, o que quer, e como deve prosseguir, para alcançar objetivos mais nobres, mais humanos, mais razoáveis.

É fundamental ter-se a noção, de que não se pode conduzir a humanidade para o apogeu do: equilíbrio do terror irracional; do horror e do holocausto. Impõe-se, não um, mas muitos apelos à paz, a todos os níveis, em todos os sentidos, em todos os momentos da vida individual e coletiva.

Neste contexto, é indispensável que cada pessoa possa contribuir com a sua pequenina quota-parte, para suavizar as situações mais degradantes, conduzir o homem à sua nobre e mais sublime função, que se realiza no bem-comum, pelo trabalho, pelo estudo, pela economia, pela investigação, pelos princípios, valores e sentimentos, enfim, pelo exemplo. Que cada um possa ser arquétipo, paradigma, perfecionista, uma referência, um farol, enfim, um caminho e um processo para o bem.

Todos serão poucos para empreender este longo e difícil percurso. Os conhecimentos, as experiências e as vontades, nunca serão demais para vencer esta grande guerra, em que os homens estão envolvidos, e a sofrer as suas consequências. Basta de dificuldades a todos os títulos: bélicos, especulativos, sociais, económicos, laborais, religiosos, educacionais, culturais, e em tantos outros domínios.

A esmagadora maioria das circunstâncias desfavoráveis, com que as pessoas e as famílias se deparam, no seu dia-a-dia, convergem para uma nova situação, que vem aumentando, diariamente, e que, modernamente, se denomina por exclusão, sob as muitas e diversas formas, mais ou menos camufladas: política, social, religiosa, económica, profissional, educacional, habitacional, cuidados de saúde, fiscal e muitas outras.

Justificações para a exclusão social, seja ela qual for, certamente que se procuram, e há quem defenda que a mundialização será uma delas, na medida em que: «Este fenómeno está directamente relacionado com o processo de globalização, com mudanças estruturais que vão ocorrendo na sociedade e que permitem uma constante mutação, conduzindo ao aparecimento de novas formas de exclusão. (...). Sendo um fenómeno multidimensional poderá apresentar-se de forma diferente de caso para caso. Este processo poderá conduzir o indivíduo à exclusão face ao grupo, ao trabalho, à escola, à família, e num momento mais distante, excluído face à sociedade.» (AVEIRO, 2003:6).

À situação mundial que se viveu, em 2016-2017, com o terrorismo à cabeça, por tristemente mais realista que se possa descrever, seguiu-se uma catástrofe pandémica provocada pelo COVID-19, com início em 02 de março de 2020, em Portugal e que nos primeiros dois anos fez milhões de vítimas mortais e incapacitadas.

O mundo confronta-se, agora, com uma outra calamidade, com dimensões regionais que podem, provavelmente, propagar-se mundialmente, qual nova e terrífica pandemia, esta de natureza bélico/nuclear, a partir da invasão da Ucrânia pela Rússia. Iniciado este ataque desumano, criminoso e ilegítimo, em 24 de fevereiro de 2022, os combates prosseguem há mais de um ano e, em algumas localidades, corpo a corpo.

Na Ucrânia, aldeias, vilas e cidades já foram praticamente destruídas. Centenas de milhares de pessoas: mulheres, crianças, jovens, idosas e até animais de estimação e de produção/trabalho, foram dizimadas, pelos bombardeamentos russos. Os nossos irmãos ucranianos não têm as mínimas condições para desfrutarem de algum conforto, porque: a fome grassa, a água, os alimentos, a eletricidade e as infraestruturas já não satisfazem as populações, naquilo que seriam as condições mínimas de sobrevivência.

Os prisioneiros de guerra feitos pela Ucrânia estão a ser julgados com todas as garantias jurídicas de defesa. Pelo contrário, os prisioneiros de guerra ucranianos, não têm quaisquer certezas sobre o destino que lhes possa estar reservado, a partir de uma colónia penal sob domínio russo: tanto podem ser condenados a prisão perpétua; como sumariamente executados, eventualmente, incluindo os doentes e feridos de guerra. Nesta altura já se sabe que, pelo menos, três militares ucranianos já estão condenados à morte, numa das autoproclamadas repúblicas, sob influência russa.

Mas temos de estar atentos, porque todas estas desgraças, não retiram o otimismo e a confiança na capacidade humana para, a médio prazo, reconverter fatores negativos em positivos e, correlativamente, alterar para muito melhor o que no passado mais nos enfraquecia. É nesse sentido que vai o objetivo do presente trabalho. Esta é a quota-parte de colaboração que se espera, confiantemente, possa ser seguida, ampliada e melhorada por milhões de pessoas em todo o mundo, com as mais diferentes condições e responsabilidades.

A paragem para refletir sobre a situação atual, não se reduz a alguns minutos, horas, dias ou mesmo meses, antes se vem desenvolvendo ao longo das últimas décadas, com determinação a prosseguir por tempo indeterminado, então e depois, na prática. O objetivo é contribuir para a formação de um novo cidadão, desde logo e a partir do espaço lusófono em geral e, particularmente, no que ao Brasil e a Portugal respeita.

É uma tarefa imensa e impossível de realizar apenas por uma pessoa, mas acredita-se que é exequível se todos se interessarem por esta problemática. Porque o Ser Humano tem de considerar-se muito mais do que: uma sofisticada máquina de produção; ou um especialista único e famoso; ou, ainda, um mestre da mais avançada e complexa tecnologia.

O indivíduo humano, na sua grandeza e dignidade de pessoa, há-de converter-se no simples cidadão que: pela educação e formação, pelos conhecimentos, pela experiência, pelo bom-senso, pelas atitudes exemplares, facilitará o relacionamento, a boa convivência, a vida boa, entre todos os seus congéneres, e entre estes e a própria natureza, da qual ele próprio faz parte; onde as pessoas e os grupos possam conviver no respeito de uns para com os outros, porque se cada indivíduo se tornar cúmplice no desenvolvimento, na formação e na consolidação de novos cidadãos, então, dentro de poucas gerações, o homem viverá uma nova fase da sua vida, no seio de comunidades verdadeiramente humanas; terá, finalmente, um sentido para a sua existência.

A sociedade, representada nos responsáveis pelas diversas instituições, não pode desperdiçar o envolvimento daqueles que manifestam a sua determinação, em contribuir para a educação e formação de novos cidadãos: numa perspetiva moderna, sensibilizados para outros valores que não apenas os materiais; preparados para intervir nos variados domínios da atividade humana; dotados dos conhecimentos teóricos e práticos para alcançar objetivos universais, que aproveitem ao maior número de pessoas.

É fundamental criar instrumentos legais, que possibilitem a participação dos mais velhos na formação dos mais novos, porque a vida de cada um não pode ser, permanentemente, usada como cobaia, como laboratório de experiências, como meio para se atingirem fins que violam a dignidade da pessoa humana.

Só a conjugação de qualidades como: prudência, sabedoria, maturidade e experiência dos mais velhos; a inovação, voluntarismo e generosidade dos mais novos; permitem construir este novo cidadão, uma outra sociedade, um mundo onde todos se sintam bem, importantes e úteis, um espaço e tempo de: prazer, felicidade, conforto, liberdade, justiça, segurança, responsabilidade e paz.

 

Bibliografia.

 

AVEIRO, Ana, (2003). “Exclusão Social: Fenómenos e factores”, in: Revista Samaritanos, Vila Nova de Gaia: Samaritanos – Missão de Caridade, Nº 4, abril, Págs. 6-7

 

“NÃO, à violência das armas; SIM, ao diálogo criativo. As Regras, são simples, para se obter a PAZ”

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Venade/Caminha – Portugal, 2023

Com o protesto da minha permanente GRATIDÃO

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

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