Há momentos na vida de uma pessoa que, independentemente de convicções religiosas, mais intensas, ou não, percebe-se que existe uma outra dimensão, imaterial, metafísica que, no mínimo, nos leva a refletir sobre: o que realmente somos; o que estamos a fazer neste mundo terrestre; de onde viemos e para onde iremos pós-morte biológica? Questões que, de alguma forma, nos intrigam e nos deixam algo inseguros, porque nos faltam as “certezas rigorosas e técnicas”, a chamada “verdade científica”.
No presente ano de 2023
e, mais concretamente, a treze de maio, celebram-se os cento e seis anos da
primeira aparição de Nossa Senhora de Fátima, aos Pastorinhos, na Cova da Iria,
em Fátima. Há quem acredite, quem duvide, quem não acredite, ou este tema lhe
seja indiferente. Obviamente que se respeitam todas as posições, como de igual
modo se pede que reverenciem as convicções daquelas pessoas crentes que, sem
quaisquer dúvidas, aceitam as Aparições de Fátima.
Nesta reflexão,
comemorativa de uma data tão importante para os crentes católicos, permitam-me
analisar o evento pela perspetiva da Fé em Deus, através de Nossa Senhora de
Fátima, na medida em que: «Fátima é uma
das manifestações mais espetaculares da presença de Deus na História da
Humanidade ao longo do século XX e com uma clara projecção para o nosso século
XXI. Estamos perante um acontecimento que, quer queiramos quer não, faz parte
da nossa memória coletiva e da nossa História não só nacional, mas do mundo. A
História da Igreja em Portugal, a História de Portugal e mesmo a História
Universal não podem ser escritas sem fazer uma referência a Fátima.»
(TRINDADE, Manuel de Almeida (Bispo Emérito de Aveiro), in: CARVALHO, 2017:21).
Escamotear,
ridicularizar, denegrir e humilhar os crentes cristãos, por estes vivenciarem,
intensa e publicamente, a Fé em Nossa Senhora de Fátima, parece configurar uma
atitude, incompreensivelmente, preconceituosa, de alegada e infundamentada
superioridade racional, como, ainda, para algumas destas pessoas, entenderem
que possuem um coeficiente intelectual muito elevado, quando, em boa verdade,
no seio da população mundial crente, se multiplicam, precisamente, pessoas do
mais alto nível racional e intelectivo, ocupando, na sociedade, posições de imensa responsabilidade, a que
ascenderam, justamente, pelas suas inigualáveis capacidades: inatas e
adquiridas; pelas competências profissionais e pelas dimensões pessoais: seja
no âmbito material; seja no círculo mais íntimo da espiritualidade.
A
dimensão espiritual da pessoa humana, revela-se em todos os momentos da vida,
mesmo naquelas criaturas não-crentes, porque sendo elas, igualmente racionais,
inteligentes e pensantes, reconhecem, ainda que para si próprias, que existe
“Algo” para além de toda a materialidade de que se compõe o corpo humano, e
tudo o que o rodeia.
Nesta
dimensão espiritual, a figura santificada de Nossa Senhora de Fátima, é
incontornável, e pode-se considerar que o seu Santuário, é um dos mais
visitados do mundo, com uma afluência de peregrinos impressionante. Fátima,
“arrasta” multidões de todas as idades, etnias, estatutos, condições
socioprofissionais, crentes de todo o mundo, muitos dos quais têm um sonho na
vida: visitar este simples, mas imponente, “Altar do Mundo”, o Santuário de
Nossa Senhora de Fátima, em Portugal.
Com
efeito: «É evidente que Fátima tem uma
importância especial, única, que não têm outros Santuários. A importância de
Fátima deriva da importância da Mensagem, que é, antes de mais, um apelo à fé.
Num mundo em que a fé está a desaparecer, em que os ateus aumentam, é um apelo
ao mundo de hoje para viver a fé que os cristãos professam, não só
teoricamente, mas concreta, vivida, existencial.» (MARTINS, D. José
Saraiva, Prefeito Emérito da Congregação Para as Causas dos Santos, 2016, in:
CARVALHO, 2017:117-118).
É
justo invocar aqui alguns Santuários Marianos no mundo, igualmente muito
importantes:
A
devoção a Nossa
Senhora de Fátima, em Portugal, surgiu em 1917 quando três
pastorinhos (Lúcia, Francisco e Jacinta) avistaram a Virgem sob uma grande
árvore. Um pedido especial, entre tantos: a oração do terço. Desde então a
pequena vila tornou-se um local de peregrinação de fiéis do mundo inteiro.
«O Santuário de Nossa Senhora Aparecida é
o maior templo católico do Brasil e o segundo maior do mundo, atrás apenas da
Basílica de São Pedro, no Vaticano. É dedicada à Virgem Aparecida, hoje
padroeira do país, cuja imagem de terracota foi encontrada por pescadores no
Rio Paraíba, em 1717. Hoje atrai milhares de fiéis ao interior paulista, no
Vale do Paraíba, que vão em busca de curas e agradecimentos.
Na
França, a devoção Mariana está no Santuário
de Nossa Senhora de Lourdes. Tudo começou com as aparições da
Virgem Maria a uma menina muito simples chamada Bernadette Soubirous, em 1858.
A jovem, que não sabia quem era a mulher que aparecia a ela, perguntou e obteve
a resposta: era a Imaculada Conceição. Das mãos de Bernadette brotou uma fonte
que jorra água até os dias de hoje e é local de muitas curas.
A
Rainha da Paz é uma atribuição de Maria mais recente, surgida em 1981 na
pequena vila de Medjugorge, na Bósnia-Herzegovina. É um local que
recebe cada vez mais peregrinos, sendo considerada uma das mais famosas
aparições do século XX. As crianças às quais a Virgem Maria apareceu ainda
estão vivas e podem ser vistas frequentando o santuário. São chamadas de
videntes e rezam junto com os fiéis.
Na
Croácia, a devoção a Nossa Senhora é antiga. Relatos da presença de imagens da
Virgem Maria em Marija
Bistrica remontam ao século XVI. Hoje a devoção reúne
centenas de milhares de peregrinos do mundo inteiro, inclusive brasileiros que
têm descoberto o destino como parte do turismo religioso.
Nossa
Senhora de Guadalupe é muito mais do que a principal devoção mexicana. É também
a padroeira da América Latina. Seu santuário foi construído aos pés do
monte Tepeyac,
o principal da Cidade do México. Suas aparições foram para o índio Juan Diego,
além de uma ao seu tio, Juan Bernardino, no início do século XVI.»
Bibliografia.
CARVALHO, José, (2017). Francisco e
Nossa Senhora. Um Amor Incondicional. S. Pedro, do Estoril: Prime Books
“NÃO,
à violência das armas; SIM, ao diálogo criativo. As Regras, são simples, para
se obter a PAZ”
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=924397914665568&id=462386200866744
Venade/Caminha – Portugal, 2023
Com o protesto da minha permanente GRATIDÃO
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de
Portugal
http://nalap.org/Directoria.aspx
http://diamantinobartolo.blogspot.com
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