O século XXI apresenta-se com grandes interrogações, quanto ao destino que a humanidade pode vir a enfrentar, e ninguém estará em condições de predizer o futuro, por muito respeito, devoção ou temor que se possa sentir por opiniões responsáveis formuladas a este propósito porque: “O destino a Deus pertence”. As principais questões, que desde há mais de dois milénios persistem, são aquelas que se prendem com a origem, o fim e o sentido para a vida.
A formação do cidadão do
século XXI, ou de um novo cidadão, deve iniciar-se por vontade própria, o que
implica tomar essa decisão, caso se pretenda para as próximas gerações, nas
quais se incluirão os jovens descendentes, uma vida verdadeiramente humana, sem
distinção de deveres e de direitos, na paz, na segurança, na propriedade
privada, na liberdade, qualquer que esta seja, e em todos os aspetos pelos
quais as pessoas se possam realizar com dignidade, com elevação e autoestima.
Todos, sem exceção: governantes e governados; crenes e não-crentes; ricos e
pobres; Empresários e trabalhadores, devem decidir o que pretendem para o
futuro próximo: implementar as medidas; atribuir os meios; exigir
responsabilidades face aos resultados previstos e não conseguidos.
O novo cidadão luso-brasileiro que tanto se ambiciona ajudar a formar,
será um paradigma dos direitos e deveres humanos e cívicos, independentemente
das noções que se possam ter de uns e de outros, porque em bom rigor, direitos
humanos e direitos cívicos, mais do que valores diferentes são valores
complementares. Igual raciocínio para os deveres humanos e deveres cívicos.
A dimensão axiológica que se prende com o conjunto de princípios,
valores e referências, inerentes ao homem, parte da corrente humanista, a qual
lhe reconhece uma dimensão e uma dignidade específicas. E se em vários domínios
do conhecimento se apoia um projeto inimitável para o homem, é na Filosofia e
na Educação que um projeto humanista, mais profundamente se defende, na já
longa e complexa história da humanidade. Segue-se que todos os valores,
princípios e referências, não podem ignorar o conceito básico que emana do
humanismo: o Homem como princípio e fim de toda a ação, qualquer que seja a sua
condição e estatuto social.
Por que não uma axiologia utilitária, de cada um
por si próprio, e a partir de si mesmo, contribuir para o todo, mantendo em seu
poder o que por direito lhe pertence? O princípio da utilidade, neste caso da
utilidade de valores, partindo da sua aplicação individual, certamente que
beneficiará o coletivo que, impregnado de uma mentalidade que seja a soma dos
ideais individuais, sairá a ganhar.
Por isso, se configura de boa estratégia, preparar
o cidadão do futuro com uma formação de valorização, de tudo o que possa ser
considerado útil para a humanidade, assente nas utilidades individuais. Importa,
decidir entre o que convém no sentido da utilidade, e o que não interessa se
não serve para nada, sendo que o objetivo último se atingirá, na consecução de
uma existência condigna.
A partir do momento em que o homem avançou para
além do pensamento mítico-religioso, acentuou-se mais a sua posição no mundo,
porque novas questões se lhe colocaram, perante as quais ele sentiu com mais
acuidade, a importância de elencar um conjunto de referenciais, que lhe
permitissem uma melhor condução da sua vida, contra o determinismo a que os
restantes animais estavam submetidos. A Civilização Ocidental, bem cedo se
estruturou no sentido de dar corpo ao modo de vida, que por tudo e em tudo,
teria de ser diferente daquela que as comunidades primitivas desfrutavam.
Três grandes factos influenciariam o destino
ocidental: a Democracia Grega, o Cristianismo e o Direito Romano. Estes novos
factos, que hoje se consideram como valores essenciais e referências
estruturantes da nova dignidade humana, cada vez mais interiorizados no homem,
pelo menos numa bem determinada sociedade ocidental, podem, e devem, ser
aprofundados na formação do cidadão moderno, no respeito pelas opções
ideológicas, que livre e responsavelmente cada um assume, pratica e defende,
considerando que assiste o direito às expressões: política, religiosa, filosófica
e de pensamento.
A condução e o sentido da vida, na perspetiva do maior bem para todos, e
do cumprimento das normas que regem a boa convivência entre os homens,
pressupõe padrões de exigência e rigor éticos, incompatíveis com a
subjetividade de certos egoísmos, e preconceitos individuais ou de grupos, que
negam toda a objetividade do exercício dos valores universais.
O conjunto destes referenciais ético-morais, que constituem a axiologia
ou a filosofia dos valores, que integram toda uma cultura tradicional, postula
o homem civilizado, que vai sendo formado numa cultura de sentido
antropológico, independentemente do elitismo ou enciclopedismo, que se lhe
possa associar.
O cidadão luso-brasileiro, que se intenta construir, será o mais
completo possível, num mundo em profundas transformações, onde se contestam
valores universais, nomeadamente os Direitos Humanos, o Direito Internacional,
a Integridade Territorial dos Países e a Paz, se substituem os valores
tradicionais, em que alguns pretendem laicizar o homem e a sociedade, e
culminar no mais absoluto agnosticismo, o que, como ficou demonstrado, não é
compatível com o perfil do cidadão que se ambiciona para o espaço lusófono,
como paradigma a ser adotado noutras áreas deste mesmo mundo: o homem, pessoa
humana e cidadão de valores.
“NÃO,
à violência das armas; SIM, ao diálogo criativo. As Regras, são simples, para
se obter a PAZ”
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=924397914665568&id=462386200866744
Venade/Caminha – Portugal, 2023
Com o protesto da minha permanente
GRATIDÃO
Diamantino Lourenço Rodrigues de
Bártolo
Presidente do Núcleo Académico de
Letras e Artes de Portugal
http://nalap.org/Directoria.aspx
http://diamantinobartolo.blogspot.com
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