sábado, 27 de maio de 2023

Homem-Cidadão. Agente Socializador

                O século XXI apresenta-se com grandes interrogações, quanto ao destino que a humanidade pode vir a enfrentar, e ninguém estará em condições de predizer o futuro, por muito respeito, devoção ou temor que se possa sentir por opiniões responsáveis formuladas a este propósito porque: “O destino a Deus pertence”. As principais questões, que desde há mais de dois milénios persistem, são aquelas que se prendem com a origem, o fim e o sentido para a vida.

A formação do cidadão do século XXI, ou de um novo cidadão, deve iniciar-se por vontade própria, o que implica tomar essa decisão, caso se pretenda para as próximas gerações, nas quais se incluirão os jovens descendentes, uma vida verdadeiramente humana, sem distinção de deveres e de direitos, na paz, na segurança, na propriedade privada, na liberdade, qualquer que esta seja, e em todos os aspetos pelos quais as pessoas se possam realizar com dignidade, com elevação e autoestima. Todos, sem exceção: governantes e governados; crenes e não-crentes; ricos e pobres; Empresários e trabalhadores, devem decidir o que pretendem para o futuro próximo: implementar as medidas; atribuir os meios; exigir responsabilidades face aos resultados previstos e não conseguidos.

O atual Homem-Cidadão, considera-se, hoje, 2023, o agente mais importante em todo o processo socializador, em qualquer sociedade, porque da sua preparação, vontade e intervenção, depende a atuação dos restantes participantes, e porque estes são compostos por homens e mulheres, logo, os contributos individuais, formais ou informais, destes indivíduos, são necessários para o bom êxito de qualquer programa de educação e formação do cidadão.

O novo cidadão luso-brasileiro que tanto se ambiciona ajudar a formar, será um paradigma dos direitos e deveres humanos e cívicos, independentemente das noções que se possam ter de uns e de outros, porque em bom rigor, direitos humanos e direitos cívicos, mais do que valores diferentes são valores complementares. Igual raciocínio para os deveres humanos e deveres cívicos.

A dimensão axiológica que se prende com o conjunto de princípios, valores e referências, inerentes ao homem, parte da corrente humanista, a qual lhe reconhece uma dimensão e uma dignidade específicas. E se em vários domínios do conhecimento se apoia um projeto inimitável para o homem, é na Filosofia e na Educação que um projeto humanista, mais profundamente se defende, na já longa e complexa história da humanidade. Segue-se que todos os valores, princípios e referências, não podem ignorar o conceito básico que emana do humanismo: o Homem como princípio e fim de toda a ação, qualquer que seja a sua condição e estatuto social.

Por que não uma axiologia utilitária, de cada um por si próprio, e a partir de si mesmo, contribuir para o todo, mantendo em seu poder o que por direito lhe pertence? O princípio da utilidade, neste caso da utilidade de valores, partindo da sua aplicação individual, certamente que beneficiará o coletivo que, impregnado de uma mentalidade que seja a soma dos ideais individuais, sairá a ganhar.

Por isso, se configura de boa estratégia, preparar o cidadão do futuro com uma formação de valorização, de tudo o que possa ser considerado útil para a humanidade, assente nas utilidades individuais. Importa, decidir entre o que convém no sentido da utilidade, e o que não interessa se não serve para nada, sendo que o objetivo último se atingirá, na consecução de uma existência condigna.

A partir do momento em que o homem avançou para além do pensamento mítico-religioso, acentuou-se mais a sua posição no mundo, porque novas questões se lhe colocaram, perante as quais ele sentiu com mais acuidade, a importância de elencar um conjunto de referenciais, que lhe permitissem uma melhor condução da sua vida, contra o determinismo a que os restantes animais estavam submetidos. A Civilização Ocidental, bem cedo se estruturou no sentido de dar corpo ao modo de vida, que por tudo e em tudo, teria de ser diferente daquela que as comunidades primitivas desfrutavam.

Três grandes factos influenciariam o destino ocidental: a Democracia Grega, o Cristianismo e o Direito Romano. Estes novos factos, que hoje se consideram como valores essenciais e referências estruturantes da nova dignidade humana, cada vez mais interiorizados no homem, pelo menos numa bem determinada sociedade ocidental, podem, e devem, ser aprofundados na formação do cidadão moderno, no respeito pelas opções ideológicas, que livre e responsavelmente cada um assume, pratica e defende, considerando que assiste o direito às expressões: política, religiosa, filosófica e de pensamento.

O Homem-Cidadão do mundo atual, qualquer que seja a sociedade em que se movimente, tem a missão importante de, não só conhecer como praticar os valores, com os quais conviverá diariamente, e pelos quais se afirmará como  cidadão moderno, de um novo século, pleno de desafios, para cujas respostas ele será preparado, porquanto: «todo aquele que conhecer os verdadeiros valores e, acima de tudo, os do bem, e que possuir uma clara consciência valorativa, não só realizará o sentido da vida em geral, como saberá ainda achar sempre a melhor decisão a tomar em todas as suas situações concretas.» (Autor Desconhecido)

A condução e o sentido da vida, na perspetiva do maior bem para todos, e do cumprimento das normas que regem a boa convivência entre os homens, pressupõe padrões de exigência e rigor éticos, incompatíveis com a subjetividade de certos egoísmos, e preconceitos individuais ou de grupos, que negam toda a objetividade do exercício dos valores universais.

O conjunto destes referenciais ético-morais, que constituem a axiologia ou a filosofia dos valores, que integram toda uma cultura tradicional, postula o homem civilizado, que vai sendo formado numa cultura de sentido antropológico, independentemente do elitismo ou enciclopedismo, que se lhe possa associar.

O cidadão luso-brasileiro, que se intenta construir, será o mais completo possível, num mundo em profundas transformações, onde se contestam valores universais, nomeadamente os Direitos Humanos, o Direito Internacional, a Integridade Territorial dos Países e a Paz, se substituem os valores tradicionais, em que alguns pretendem laicizar o homem e a sociedade, e culminar no mais absoluto agnosticismo, o que, como ficou demonstrado, não é compatível com o perfil do cidadão que se ambiciona para o espaço lusófono, como paradigma a ser adotado noutras áreas deste mesmo mundo: o homem, pessoa humana e cidadão de valores.

 

“NÃO, à violência das armas; SIM, ao diálogo criativo. As Regras, são simples, para se obter a PAZ”

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Venade/Caminha – Portugal, 2023

Com o protesto da minha permanente GRATIDÃO

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

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