O progresso da humanidade tem estado dependente do maior ou menor avanço de algumas áreas do conhecimento e da técnica, conjugadas com dimensões ético-morais, que integram a matriz humana. Muitos, e significativos, têm sido os contributos fornecidos ao mundo humano, pelas ciências em geral: medicina, biologia, genética, engenharia, arquitetura, filosofia, direito, ciências sociais e humanas; como também pelas tecnologias, hoje, algumas delas, denominadas de ponta.
Os
dois extremos – o do bem e o do mal – têm sido alcançados, todavia, o esforço
das organizações políticas, empresariais, científicas, filosóficas, religiosas,
tecnológicas e de solidariedade, entre outras, igualmente envolvidas, tenta
aproximar-se do maior bem possível, e afastar-se do mal, ainda que do menor
mal.
O mundo
vive neste equilíbrio, que até já houve quem o considerasse como o “equilíbrio do terror”, ou seja, se um
grupo, ou nação, desenvolve, por exemplo, uma determinada arma de destruição,
logo o outro grupo ou país, se envolve na construção de uma outra arma, ainda
mais poderosa e eficaz do que aquela e, nesta competição horrorosa e sequencial,
todos se respeitarão uns aos outros, na circunstância, pelo medo, pelo terror,
proporcionando assim um equilíbrio precário, mas que se vai mantendo, embora, e
infelizmente, com algumas exceções.
Uma
das grandes ameaças que paira sobre o mundo habitado, que é a Terra, conecta-se
com o crescente agravamento da escassez de certos recursos naturais – água
potável, petróleo, floresta, sementes, espécies animais, entre outros –, bem
como à deterioração do meio ambiente atmosférico, terrestre e hídrico.
A
proteção do ambiente, e a racionalização do consumo dos recursos naturais, são
medidas que qualquer responsável político, e/ou empresarial, seja qual for o
seu nível de intervenção, deverá tomar de ora em diante, sob pena de, em poucas
décadas, haver um colapso, para o qual ele contribuiu, ainda que
involuntariamente, e com uma quota-parte insignificante.
Naturalmente
que o decisor político, ao nível da legislação, terá as maiores e principais
responsabilidades, porque no quadro das competências políticas executivas,
apenas duas opções se lhe oferecem: cumpre ou não cumpre a lei, porém, esta tem
de existir validamente.
A
preservação do melhor ambiente ecológico é, cada vez mais, uma medida
estratégica, de grande alcance social, político e humano, na medida em que: «O ambiente continua a degradar-se,
exigindo-nos uma resposta radical e uma mudança fundamental em termos de
vontade política. O ambiente não é uma consideração secundária à margem da
realidade económica: o ambiente afecta de forma directa a saúde, a qualidade de
vida e o futuro de cada cidadão (…). Abundam as informações científicas que
comprovam a destruição infligida no ambiente. O desafio diz-nos respeito a todos:
responsáveis políticos, bancos, empresas e particulares. Os sectores públicos e
privado têm de cooperar. Fazer das questões do ambiente um elemento central da
nossa política económica é tão importante como qualquer outra acção política da
comunidade.» (Cf. PALEOKRASSAS, 1993).
O ser
humano pode, na sua vida quotidiana normal, e garantindo a melhor qualidade,
dispensar muitos produtos, evitar, ou mesmo reduzir, os efeitos de certas
situações que causam impacto negativo na natureza; todavia, não pode viver sem
alguns recursos naturais como: o oxigénio contido no ar que a todos envolve; a
água para consumo humano, obviamente, de boa qualidade; e, face às exigências
da vida moderna, outros bens e serviços, direta, ou indiretamente, dependentes
dos recursos naturais, como a energia elétrica, os combustíveis, os alimentos
extraídos da terra e do mar.
Naturalmente
que há pessoas que desejam e podem: utilizar uma roupa de determinada marca, ou
sem qualquer referência; calçar uns sapatos confecionados com produtos
naturais, provenientes do abate selvagem de animais; viajar numa viatura topo
de gama, ou numa outra mais modesta e económica; viver num palácio ou numa casa
com o conforto suficiente; poderão ser aspetos que, num contexto de agravamento
da situação mundial do ambiente, todos terão a obrigação de sobre eles refletir
e encontrar soluções para, não abdicando totalmente de certos objetos e
situações, pelo menos sejam minimizados os efeitos da sua suspensão ou
eliminação.
Acredita-se
que neste domínio, também a educação terá um papel decisivo: numa primeira
fase, como instrumento privilegiado para transmitir conhecimentos sobre o
ambiente; depois, encetar um processo de sensibilização para estas questões. A
educação ambiental, a par de outras disciplinas, módulos e ações de formação,
será a iniciativa por excelência para, a muito curto prazo, todos estarem
preparados para o combate à poluição, qualquer que ela seja.
Atualmente
existem muitas preocupações, a diversos níveis, sobre a vida humana: como o
combate à exclusão social, à fuga aos impostos, ao fortalecimento das
economias, aos avanços científicos e os tão apregoados choques tecnológicos,
fiscais e muitos outros rótulos impactantes.
Paradoxalmente,
pouco se fala na melhoria das condições de vida das pessoas, também a partir da
melhoria do ambiente natural. O combate contra a poluição começa, portanto, em
cada cidadão, todavia, os exemplos maiores, com impacto e eficácia, devem
partir das grandes potências industriais mundiais, dos políticos que legislam, executam,
fiscalizam e sancionam.
Nessa
direção nos apontam os estudiosos: «É
necessário que se alterem hábitos adquiridos e que sejam despertadas outras
atitudes de respeito e preocupação, com o ambiente. O planeta não é nosso;
foi-nos entregue e cabe-nos devolvê-lo em bom estado aos nossos filhos. Nesse
sentido assume uma importância fundamental a Educação Ambiental a qual está
intimamente ligada à promoção de elevados níveis de qualidade de vida no
futuro. Ela é, pois, uma prioridade de qualquer sociedade.» (GIRÃO &
GRÁCIO, 1995:109, Vol. II).
Bibliografia
GIRÃO, José Manuel dos Santos; GRÁCIO, Rui
Alexandre, (1996) Área de Integração, Vol. III, Ensino Profissional, Nível 3,
Porto: Texto Editora, Ltda.
PALEOKRASSAS, Yannis, (1993). “Passar das Palavras aos Actos”, in:
folheto “Em Defesa do Ambiente”, Serviço das Publicações Oficiais das
Comunidades Europeias.
“NÃO,
ao ímpeto das armas; SIM, ao diálogo criativo/construtivo. Caminho para a PAZ”
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=924397914665568&id=462386200866744
Diamantino Lourenço Rodrigues de
Bártolo
Presidente do Núcleo Académico de Letras
e Artes de Portugal
http://nalap.org/Directoria.aspx
http://diamantinobartolo.blogspot.com
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