Começo por desejar a todas as pessoas, independentemente da sua condição social, que ao longo dos últimos doze anos me têm acompanhado, estimulado e acarinhado, um próspero Ano Novo de 2024, extensivamente a todos os membros das suas famílias, amigos e pessoas das suas relações. BOM ANO DE 2024.
Qualquer pessoa, ao longo da sua vida, exerce
diversos mandatos: seja de natureza obrigatória, no desempenho de uma atividade
profissional; seja através do cumprimento de funções cívicas, políticas,
religiosas, em regime de voluntariado, quantas vezes, a título gracioso e,
neste caso, apenas existe, eventualmente, algum tipo de retribuição monetária e
possíveis benefícios de ordem social, com objetivos de estímulo e também
reconhecimento pela dedicação generosa, a uma causa, a um serviço público ou
privado, em favor da sociedade e do bem comum.
O voluntariado, em Portugal, está regulamentado por
legislação específica, na qual se estabelecem obrigações e incentivos para os
participantes, incluindo, em algumas entidades e serviços, o cumprimento de
horários e a responsabilização pela prática de quaisquer infrações, porque o
facto de se ser voluntário, em qualquer tipo de intervenção, não significa que
deixe de haver o cumprimento de normas, princípios e valores, pelo contrário, o
voluntariado envolve a pessoa num estatuto, que sendo reconhecido como muito
importante e necessário, exige um certo nível de boas práticas humanistas, e
não só.
A Lei N. 71/98 de 3 de
novembro, que estabelece as Bases do Enquadramento Jurídico do Voluntariado,
determina no seu articulado o seguinte: «O voluntário é o
indivíduo que de forma livre, desinteressada e responsável se compromete, de
acordo com as suas aptidões próprias e no seu tempo livre, a realizar acções de
voluntariado no âmbito de uma organização promotora.» Artº 3º nº 1) e,
mais à frente: «O Estado reconhece o
valor social do voluntariado como expressão do exercício livre de uma cidadania
activa e solidária e promove e garante a sua autonomia e pluralismo.» (Artº
5º).
O ser humano,
apreciado em todas as suas capacidades, pode-se considerar como vivendo em
grande liberdade, e só não será total porque há fenómenos naturais e,
eventualmente, sobrenaturais que ele não prevê, nem domina, todavia,
excetuando-se alguns imponderáveis, ele é livre e, portanto, senhor dos seus
atos voluntariamente assumidos, embora, e em relação aos quais, tenha de arcar
sempre com as possíveis consequências, quando elas ocorrem.
Assim, ao aceitar
desempenhar determinados cargos, a que correspondem o exercício de funções
inerentes, a pessoa investida em tais tarefas, tem conhecimento que esta
decisão implica um compromisso, por um certo tempo, em condições previamente
estabelecidas, sendo de esperar que, em circunstâncias normais, nomeadamente as
que vivia aquando da aceitação do cargo, irá desenvolver a respetiva atividade,
até ao final do período fixado para o exercício das funções que lhe são
atribuídas.
Mas a vida está
repleta de imponderáveis. Ninguém pode utilizar a palavra “Nunca”, isto é: nunca serei isto; nunca farei aquilo; nunca
aceitarei tal atividade; nunca estarei doente; nunca deixarei de viver e de
estar bem na vida; nunca precisarei de alguém. A palavra “Nunca”, os sentimentos e atitudes que ela envolve, constituem um
grande risco para o nosso comportamento, para a palavra dada, para a assunção
de compromissos e as responsabilidades intrínsecas.
Poucas são as
situações em que se utiliza a palavra “Nunca”,
aceitando-se, todavia, a título de exemplo que, talvez se possa afirmar: “eu nunca mais voltarei a nascer”, porém
e ainda assim, com alguma reserva mental, quanto a tal afirmação,
considerando-se uma análise em várias perspetivas: biológica, religiosa,
filosófica e metafísica.
Portanto, o melhor
será mesmo evitar a palavra “Nunca”
e, no limite, mandam o bom-senso e a prudência que, possivelmente, apenas seja
cordato e revelando alguma humildade, afirmar-se que: “nunca saberei tudo”. Aqui, e talvez noutras circunstâncias, haja
alguma justificação para o uso deste vocábulo que, apesar de tudo, e por vezes,
nos pode atraiçoar.
Com um tal
princípio, então será lícito afirmar-se que é impossível garantir que alguém
consiga cumprir, integralmente, os seus compromissos, justamente porque é muito
provável que situações imprevistas venham a impedir o cumprimento da palavra
dada, obviamente aqui no âmbito do “Mandato”, e/ou a aconselhar a mudança de
atividade, funções e localização geográfica, para o exercício das respetivas
tarefas em novas funções, ou seja, toda a pessoa está sujeita aos imponderáveis
da vida.
Diz o povo, talvez
com alguma razão, proveniente da sabedoria popular que: “Quem se muda, Deus ajuda”. Com efeito, a vida física terrestre é
tão curta que não há tempo a perder, quando as oportunidades surgem, e desde
que os visados entendam que tais ocasiões devem ser aproveitadas, porque delas
resultará melhores condições de vida, um estatuto diferente, um futuro mais
promissor.
Deve-se evitar
criticar uma pessoa por esta procurar um bem-estar que até então não tinha, na
medida em que não há situações profissionais, políticas e sociais que durem
para sempre. Quase tudo na vida é efémero, e um dos nossos grandes erros é
pensar que estaremos sempre no domínio das situações, aliás, hoje em dia, e no
que respeita ao emprego, a insegurança é total.
É neste contexto, e
com esta lógica, que se afigura legal e legítimo que qualquer detentor de: um
cargo, uma profissão ou uma situação, para que voluntária, generosa e, quantas
vezes, graciosamente concorreu, tenha de cumprir até ao final o respetivo
mandato, ou seja, desde que nenhum imprevisto impeça o cumprimento integral das
funções que, entretanto, assumiu.
“NÃO, ao ímpeto das armas; SIM, ao diálogo criativo/construtivo.
Caminho para a PAZ”
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=924397914665568&id=462386200866744
Venade/Caminha
– Portugal, 2023
Com
o protesto da minha permanente GRATIDÃO
Diamantino
Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente
Vitalício (Não Executivo) do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal
http://nalap.org/Directoria.aspx
http://diamantinobartolo.blogspot.com
https://www.facebook.com/ermezinda.bartolo
https://www.facebook.com/diamantino.bartolo.1
TÍTULO
NOBILIÁRQUICO DE COMENDADOR.
Condecorado com a “GRANDE CRUZ DA ORDEM
INTERNACIONAL DO MÉRITO DO DESCOBRIDOR DO BRASIL,
Pedro Álvares
Cabral” pela Sociedade Brasileira de Heráldica e Humanística
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