domingo, 24 de junho de 2012

A Arte e a Vida Social

A relação da Arte com a Vida Social desempenhou sempre um papel muito importante, em todas as literaturas de determinado grau de desenvolvimento. Há quem diga que não existe o homem para as coisas, mas sim as coisas para o homem; não é a sociedade que serve o artista, mas o artista que serve a sociedade.
A arte deve contribuir para o desenvolvimento da consciência humana, para o melhoramento da ordem social. Outros, porém, negam tais conceções e consideram a arte um fim em si mesmo, e utilizá-la para alcançar outras finalidades significa desvalorizar a dignidade da obra artística.
O problema, porém, tem de ser analisado à luz do que foi e do que é a arte. Com efeito, a obra de arte nem sempre foi interpretada da mesma forma, variando com os tempos, com as culturas e com as religiões. De facto, desde a arte com carácter utilitário até à arte com um sentido simbólico, é possível descrever uma gama de interpretações que nos surpreende.
O ideal de beleza predominante em determinado tempo, em certa sociedade ou em designada classe de uma sociedade, tem a sua raiz já nas condições biológicas do desenvolvimento do género humano, que criam particularidades de raças, já nas condições históricas do nascimento da existência desta sociedade ou classe.
E, precisamente por isto, acontece ser sempre o ideal de beleza muito rico em determinado conteúdo, que não é inteiramente absoluto, isto é, incondicional. Quem se torna adorador da Beleza Pura não se autonomiza por isso das condições biológicas, históricas e sociais que determinam o seu gosto estético, mas fecha os olhos, mais ou menos conscientemente, a tais condições. É impossível dissociar a arte da vida social, porque aquela é condição para que esta se desenrole em harmonia e equilíbrio.

Bibliografia

DUCASSÉ, P., (s.d.). As Grandes Correntes da Filosofia. 5ª Ed. Lisboa: Publicações Europa-América
HADJINICOLAOO, N., (1978). História das Artes e Movimentos Sociais. Lisboa: Edições 70
MARCUSE, H., (s.d.). A Dimensão Estética. Lisboa: Edições 70
PLAZAOLA, Juan, (1973). Introdución a la Estética. Madrid: Biblioteca de Autores Cristianos
SCHILLER, Johann Christoph Friedrich von, (s.d.). Cartas Sobre a Educação Estética da Humanidade. Buenos Aires: Ed. Aguilar.

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo 

Portugal: www.caminha2000.com (Link Cidadania)

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