Seria desejável que: tanto os vencedores; quanto os
derrotados da vida, tivessem sempre atitudes compagináveis com as diversas
situações, de tal forma que as vitórias de uns, não se transformassem em
humilhação de outros, porque em ambas as posições: a dignidade deve estar
presente, assim como o respeito, a compreensão, a tolerância e a abnegação,
porquanto é inaceitável a ganância do triunfador, como é injustificável a
vitimização do aniquilado, na medida em que, cada um só existe em função do
outro, portanto, a consideração é devida reciprocamente.
O sucesso implica, portanto, grande
responsabilidade, que deve ser manifestada e exercida, sempre, em quaisquer
circunstâncias, através de um dos maiores valores – Humildade -, atendo a que: «A humildade não exige mediocridade. É por
instinto que você é apenas isto ou aquilo, ou que jamais significará muito; em
nome da humildade, você se deprecia até um estado de fracasso. Você se programa
para a mediocridade. A humildade não exige esse sacrifício! Não exige esse
desperdício de vida. A humildade exige apenas que não importa o que você faz,
sempre reconheça que podia ter sido feito melhor. Que permaneça consciente de
que a sua vida na terra é temporária e os outros ocupantes do planeta têm o
mesmo direito de estar aqui como você.» (Keith DeGreen, in MANDINO,
1982:81).
A responsabilidade pelo sucesso postula que quem o
alcança o merece, partindo-se dos pressupostos: da legalidade, da legitimidade,
do esforço e do risco. Como em praticamente tudo na vida, o mérito só
engrandece os êxitos obtidos na medida em que: «O sucesso é algo que deve ser merecido ou ganho. É mais um direito
inerente – uma responsabilidade inerente. A única qualificação para o sucesso é
que você seja você, que utilize o máximo possível a combinação de talento que
possuir, seja qual for.» (Ibid.:82).
O pensamento vitorioso deve, portanto, existir: em
cada pessoa, em cada instituição, em cada comunidade, em cada nação. É legítimo
e justo que assim seja, porque, afinal, todos ganham, desde que os vencedores
não subjuguem, humilhantemente, os derrotados. Individual ou empresarialmente,
analisando as possibilidades de sucesso, chega-se à conclusão de que é possível
conseguir resultados satisfatórios, nas intervenções que se vão sucedendo,
desde que, naturalmente, se cumpram regras de concorrência leal.
O sucesso da empresa, por exemplo, será a vitória
dos seus colaboradores e estes sentir-se-ão corresponsáveis, pelos êxitos da
instituição. É claro que haverá um conjunto de instrumentos, como: legislação,
apoios financeiros, formação e também toda uma infraestrutura constituída por:
instalações, equipamentos, informatização e procedimentos eletrónicos que, bem
operacionalizados, contribuem para o sucesso, sendo certo que no centro de toda
esta panóplia de recursos, está, sempre, o ser humano.
A verdade não pode ser escamoteada e, nesse
sentido: «A empresa tenderá a um
aprimoramento ao nível da nobreza das relações humanas que a compõem:
desconfiança, vaidade, inveja, fofoca cederão espaço para um ethos
engrandecedor, no qual a prioridade deixará de ser a disputa com o outro e
passará a ser o desenvolvimento dos fatores críticos de sucesso do próprio
negócio. (a verdade, as energias dos seres humanos que inclui produtividade, qualidade,
inovação, aprendizado, desenvolvimento, em substituição ao antigo conjunto que
privilegiava de modo contundente os vícios das relações humanas)» (VIANA
& VELASCO, 1998:80).
Quando alguém atinge um nível muito elevado de
sucesso, é provável que tal situação não fique a dever-se, exclusivamente, à
própria pessoa vencedora, mas também a um conjunto de circunstâncias
favoráveis, nomeadamente, e sem dúvida, ao projeto idealizado, à coragem de o
lançar, aos apoios externos que, entretanto, se conseguem, a toda uma rede de
contactos sócio-profissionais, publicitários, económico-financeiros, aderentes
e adquiridores do produto e, finalmente, à fidelização do público que conduz à
consolidação do projeto e seus resultados.
Sabe-se que quanto maior for o sucesso, também a
responsabilidade do vencedor aumenta proporcionalmente e, nestas
circunstâncias, ele deve estar preparado para não ceder à tentação de se deixar
ofuscar por uma “fama” que, muitas
vezes, é efêmera, logo: «Precisamos
resistir à nossa tendência para acreditar que o mundo virá a nós, que as coisas
acontecerão para nós. Somos nós que devemos ir a ele. Precisamos acontecer para
as coisas. Não há nada mais triste do que o homem que passa a vida inteira
aguardando a chegada do seu navio quando jamais enviou algum. Não passe a vida
aguardando por aquela “grande oportunidade”. Não conte com a sorte. Faça a sua.
Seu talento pode ser enorme. Seu potencial pode ser excelente. Mas talento e
potencial não apresentados ao resto do mundo ficam perdidos.» (Keith
DeGreen, in MANDINO, 1982:82).
Conseguir ter sucesso na vida, não significa ter
êxito em todas as atividades em que uma pessoa se envolve, porque na verdade,
entre as intervenções profissionais, sociais, culturais, políticas, religiosas
e outras, haverá pelo menos uma em que é possível demonstrar e tirar proveito
maior do talento e do potencial, sendo certo que: «Nunca será feito com perfeição, não importa o que, quem você é ou o que
está fazendo. Tudo que podemos fazer é fazer o melhor mesmo que possa ser
imperfeito. Mas é melhor tentar alcançar a meta e alcançar um resultado
imperfeito do que não tentar de forma alguma. Como tem sido dito muitas vezes:
Prefiro tentar o sucesso e fracassar do que tentar fazer nada e ter sucesso.»
(Ibid.:83).
Seguramente que quem se envolve com projetos, mesmo
no âmbito de uma carreira profissional, cujos degraus de uma hierarquia
ascensional estão definidos, sendo suficiente cumprir determinados requisitos,
deseja obter o sucesso, aqui no sentido, por exemplo, de chegar ao topo dessa
carreira mas, também, entretanto, pode optar por outras alternativas,
abandonando, inclusivamente, o percurso profissional, no qual, inicialmente,
tinha enveredado.
Igualmente, se tem a noção de que quando alguém
divulga os seus projetos, e depois não alcança os resultados positivos que era
suposto atingir, essa pessoa será alvo de comentários depreciativos e/ou, no
mínimo, nada favoráveis, todavia é necessário entender que: «São poucos os que têm o direito de
criticar. Apenas os que ficam ao nosso lado na linha de fogo e que sofrem os
mesmos desafios, possuem esse direito; apenas os que, como disse Theodore Roosevelt, estão connosco na arena, com as mãos
sujas e as testas suadas e um senso de objetivo, coragem e dedicação, podem nos
criticar.» (Ibid.).
Em boa verdade, quem está connosco só
quando estamos na posição de vencedores e, nas situações de fracasso nos
abandona, não tem moral nenhuma, nem quaisquer valores positivos, aqui
considerados necessários e superiores como: a solidariedade, a amizade, a
lealdade, a gratidão. Tais pessoas apenas buscam usufruir do nosso sucesso,
para se autopromoverem e tentarem conseguir na vida alguma notoriedade, porém,
sem mérito próprio.
O sucesso será sempre um triunfo na
vida, relacionado com algum projeto, desejo, intervenção, que resultou
favoravelmente para a pessoa, grupo, instituição ou sociedade, por isso, até
poderá ser partilhado em geral mas, particularmente, com quem nos apoiou, nos
compreendeu, esteve sempre do nosso lado, acreditando e confiando em nós,
incondicionalmente.
E se com os fracassos, que vamos sofrendo na vida,
aprendemos, permanentemente, algo de importante, com as vitórias também devemos
retirar ilações, para que não caiamos num outro extremo, que é o da vaidade, da
arrogância, da soberba e da humilhação dos derrotados. No sucesso, a humildade,
a simplicidade e a partilha serão atitudes que valorizam, ainda mais, os nossos
méritos.
Necessitamos de nos libertar de certos preconceitos
porquanto: «A mentalidade aberta
oferece-nos a paz duradoura, a certeza de um querer bem-sucedido, a alegria e a
leveza de um poder que transcende os nossos maiores ideais. (…). A felicidade,
o sucesso, a alegria, a abundância e a saúde são os atributos naturais da mente
una e íntegra, que é o seu estado natural.» (FERREIRA, 2002:230-31).
Em quaisquer atividades é preciso saber ganhar e
perder. Uma situação só se justifica pela outra, por isso: existe mérito por
parte de quem vence com legalidade, legitimidade e competência, sem humilhações
para com os adversários; como existe, identicamente, mérito por parte de quem
perde, desde que não procure a desculpa do “bode
expiatório”, nem minimize a dignidade e capacidade do adversário. A vida
ensina-nos ininterruptamente: seja no fracasso; seja no sucesso.
Bibliografia.
FERREIRA, Maria Isabel,
(2002). A Fonte do Sucesso. Cascais: Pergaminho.
MANDINO, Og., (1982). A Universidade do Sucesso. 2ª Edição.
Trad. Eugênia Loureiro. Rio de Janeiro, RJ: Editora Record.
VIANA,
Marco Aurélio Ferreira, & VELASCO, Sérgio Duarte, (1998). Futuro:
Prepara-se. Cenários e Tendências para um Mundo de Oportunidades. 3ª Edição.
São Paulo: Editora Gente.
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Telefone:
00351 936 400 689
Imprensa
Escrita Local:
Jornal:
“O Caminhense”
Jornal:
“A Nossa Gente”
Jornal:
“Terra e Mar”
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