Analisar a Etiqueta numa perspetiva filosófica será algo, provavelmente, inusitado, principalmente para quem considera a Etiqueta como um “adorno cultural” das relações públicas sociais e também privadas, muito bem desempenhada pelo género feminino, havendo, até, quem faça “chacota” das regras que são próprias daquele ramo do saber, principalmente as pessoas do sexo masculino, para quem o importante é apenas o saber-fazer, noutras áreas.
Portanto, parece
pertinente refletir, um pouco, sobre um domínio das relações humanas e sociais
que tem sido tão maltratado, como aliás outras áreas importantes da boa
convivência, como é, por exemplo, a que resulta das boas-práticas de cidadania,
entre outras.
Atualmente, estes dois
domínios do conhecimento, estão tão interligados que, estudados até às últimas
causas, e posteriores consequências, aos quais se poderia acrescentar a ética e
a moral, seria relativamente fácil concluir que eles, como que constituem os
fundamentos das relações humanas e sociais, em quaisquer contextos e que por
sinal, dada a delicadeza, exigem muita prudência.
Aqui, porém,
pretende-se, refletir sobre a importância da Etiqueta, como intervenção
genuinamente humana, suportada, obviamente, com abordagens de outras áreas do
conhecimento, que podem justificar a necessidade das boas práticas, com suporte
dos diversos ramos da filosofia, recorrendo-se a diferentes temas, ao longo do
tempo, e de alguns autores especialistas nas respetivas matérias.
A Etiqueta, tal como quaisquer outras
atividades, exige competências específicas, não abdica do máximo rigor, da
maior sinceridade e, acima de tudo, de grande delicadeza. Intervir, por
exemplo, num evento, ou no contexto de uma profissão, pressupõe uma competência
e maturidade acima da média, o que implica que: «Para sermos adultos maduros e autoconfiantes, temos de ser diferentes,
sendo verdadeiros e segundo algumas diretrizes. Podemos ser diferentes de todo
o mundo se adotarmos padrões mais elevados de conduta em nossa própria vida
pessoal e profissional. Além disso, podemos nos apresentar melhor, mais limpos
e mais bem arrumados do que as pessoas que nos rodeiam. É muito mais
conveniente comparecer a um evento ou a uma reunião com uma aparência um pouco
melhor – e não um pouco pior – que a dos outros.» (POLE, 1998:54).
Naturalmente que tais
diretrizes não deveriam ser forçadas, encenadas ou premeditadas, sob pena de, a
qualquer momento, o “verniz” que
delas resulta “estalar” e deixar a
descoberto a verdadeira natureza da pessoa que utiliza tais recursos.
Pretende-se, isso sim, Etiqueta com Ética, com profissionalismo, espontaneidade
e franqueza. Então, conduzindo este domínio do saber para um modo de agir, para
uma intervenção eficaz, mas também afável, onde se destaque uma conduta
correta, os resultados, mais cedo ou mais tarde, far-se-ão sentir pela
positiva.
O importante é que se
tenha sempre presente que: «A Conduta ou
postura é a maneira de agir, atuar, comportar-se em observância a princípios,
valores, orientações e regras. Este fator possui uma caraterística
interessante: é o único que todas as pessoas podem possuir em igualdade de
condições, independentemente da posição ou formação, pois é fruto apenas da
vontade.» (RESENDE, 2000:45).
A conduta, para uma
Etiqueta adequada às diversas circunstâncias da vida, depende, portanto, da
vontade de cada pessoa, a que se acrescentaria, desejo no sentido de aprender e
interiorizar regras e costumes de delicadeza, de amabilidade, de boas-maneiras,
até porque, pensando bem, nada se ganha com atitudes bruscas, ofensivas e
indignas.
São incompreensíveis, e
inaceitáveis, certos comportamentos, em diversos contextos, pelos quais se
verificam violações aos mais elementares direitos das regras de cortesia,
tornando esta sociedade, já em pleno século XXI, uma verdadeira incógnita
quanto ao futuro, que se deseja o melhor de sempre, para as atuais gerações.
Quando se analisam
reações face a determinadas situações, torna-se difícil compreender que elas
ainda posam acontecer. Não se percebe, como é possível determinados extratos da
população, dos diversos quadrantes políticos, sociais, culturais, desportivos,
religiosos, profissionais, empresariais, escolares e financeiros, entre outros,
terem comportamentos tão radicais, abaixo da racionalidade humana. Que
garantias pode, hoje, a comunidade do futuro apresentar, quando esta sociedade
não se preocupa com as boas-práticas dos valores essenciais à boa conivência,
aqui no sentido Ético, imbuído de regras mínimas de Etiqueta?
Obviamente que se
aprecia: a formação tecnológica; que se considera imprescindível a investigação
científica; e que se coloquem em prática todos os resultados a que se chegar. A
tecnologia e a ciência, moderadas pela bioética, são dois dos pilares para um
mundo com melhor qualidade de vida, porém, não serão, porventura, os únicos.
Bibliografia
POLE, Timothy, (1998). Ser Você. Tradução, Arlete Dialetachi. São Paulo: Editora Angra,
Ltda.
RESENDE, Enio, (2000). O Livro das Competências.
Desenvolvimento das Competências: A melhor Autoajuda para Pessoas,
Organizações e Sociedade. Rio de Janeiro: Qualitymark
“NÃO,
à violência das armas; SIM, ao diálogo criativo. As Regras, são simples, para
se obter a PAZ”
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=924397914665568&id=462386200866744
Venade/Caminha – Portugal, 2023
Com o protesto da minha permanente GRATIDÃO
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes
de Portugal
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