Como se sabe:
«Os processos de comunicação ocupam um lugar privilegiado nas organizações,
condicionando a sua existência e eficácia. A eficácia de uma organização
depende da segurança, rapidez e exactidão das suas comunicações – quer na
relação com o meio exterior quer ao nível das interacções que se estabelecem no
seu interior,
E a
importância de uma comunicação eficaz não se faz apenas sentir nas empresas,
mas em todo o tipo de organizações. Por exemplo, nos hospitais o sucesso da
terapia depende da qualidade da comunicação que se estabelece entre o doente,
os médicos, os enfermeiros, o pessoal auxiliar e os familiares do doente. A
complexidade e as questões decorrentes da comunicação interpessoal e grupal são
acentuadas ao nível da organização, considerando que: a) o número de
interlocutores é mais numeroso; b) a comunicação envolve também interlocutores
exteriores à organização; c) os interlocutores ocupam um lugar na hierarquia
que lhes confere um estatuto que vai influenciar o conteúdo e o trajecto da
comunicação; d) os fenómenos da comunicação estão intimamente ligados aos
fenómenos do poder no interior da organização: os interlocutores estão situados
em determinada posição no sistema organizativo, o que lhes confere um poder que
afecta e determina a comunicação.» (AUTOR DESCONHECIDO, s.d., “A
Comunicação”: 281)
As dinâmicas do relacionamento interpessoal passam
pelas atitudes comunicacionais, face às situações concretas. Neste contexto,
várias são as atitudes que se podem, e/ou devem tomar, no sentido de as adequar
ao melhor relacionamento interpessoal possível, nos diversos grupos em que toda
a pessoa se insere. Uma Atitude de Comunicação é o conjunto de expressões
verbais (palavras) e não-verbais (comportamentos) que revelam, claramente, ou
de forma implícita, uma determinada intenção, em relação ao interlocutor.
Indicam-se, assim, algumas dessas atitudes:
«a)
Atitude de Avaliação – Dados os seus efeitos, deve ser sistematicamente
evitada. É utilizável, ocasionalmente, perante o erro ou falha do interlocutor,
mas só quando este aceita sem contestação a autoridade do emissor. Mesmo neste
caso, não se deve utilizar com frequência, porque gera incomunicabilidade. Ou
será substituída por outras (exploratória, por exemplo) ou, quando tal for
possível e o erro não for perigoso, não será usada e o emissor não intervirá;
b)
Atitude de Orientação – A orientação introduz novas informações no sistema
comunicante, o que obriga a maior esforço. Consequentemente, deve ser dada
apenas quando é pedida (pedido de informação) e não corre risco de ser
inadequada (quando a sua utilidade e adequação ao receptor é visível) Atitudes
de orientação sobre assuntos pessoais, íntimos, do receptor, devem ser muito
comedidos e cautelosos;
c)
Atitude de Apoio – A atitude de apoio mantém ou aumenta o estado emocional do
sistema comunicante. Por este facto, está indicada para situações de alegria e
entusiasmo. Em situação de tensão, perturbação, dor ou pânico, o seu efeito
comportamental vai no sentido de se manterem esses estados. Usada só, não está,
por isso, indicada: deve ser acompanhada por outras como a exploratória ou a
empática. Quando a dor deriva de uma situação irremediável, uma morte, por
exemplo, é geralmente adequado utilizar uma atitude de apoio de pouca
intensidade;
d)
Atitude Exploratória – A atitude Exploratória manifesta o desejo de colher
informações. Por esse facto mesmo, o comportamento do receptor variará
consoante essa recolha de informação lhe parecer legítima ou abusiva. No
primeiro caso, esta atitude facilitará o fluxo informativo; no segundo caso,
criar-lhe-á barreiras. Tem de ser usada com tacto, sempre que o assunto envolva
os sentimentos do interlocutor. Uma forma aceitável desta atitude é, nesse
caso, a escuta atenta e silenciosa.» (PARREIRA, Artur, Comunicação e motivação nos Grupos e Reuniões de
Trabalho, in: AUTOR DESCONHECIDO, s.d., “A
Comunicação”: 280-81).
e) Atitude de
Interpretação – Que provoca uma sensação de apressamento; aumenta a
resistência à comunicação; facilita o sentimento de incompreensão e deturpação;
favorece o conflito e pode acelerar o choque de opiniões;
f) Atitude de
Compreensão – Que se manifesta pela sensação de que se está a ser ouvido;
reduz a intensidade do estado afetivo; aumenta a capacidade de análise e
favorece a racionalidade.
Na relação de comunicação não há atitudes puras;
várias podem ser expressivas, mas há uma que predomina. As atitudes escolhidas
devem ter a ver com as diferentes situações de comunicação. Caberá ao
interlocutor, no papel de emissor, escolher a atitude comunicacional em função
dos objetivos que pretende alcançar, não descurando as possíveis consequências
que a partir do recetor podem surgir. As relações comunicacionais entre pessoas
são uma ciência e uma arte e, não dominar corretamente estas duas habilidades,
pode constituir a diferença entre o êxito e o fracasso, entre a harmonia e o
conflito.
Resulta, então, que comunicar eficazmente é crucial
também nas relações de trabalho. As mudanças tecnológicas e a organização do
trabalho têm vindo a impor profundas alterações na distribuição de tarefas, na
obtenção de resultados (ou atingir objetivos) no relacionamento interpessoal
entre trabalhadores e entre estes e as respetivas chefias. O trabalho
individual, no limite do conceito segundo o qual o homem não sobrevive isoladamente,
não existirá, incluindo em algumas profissões liberais, artesanais e
domésticas.
Aliás, o recente conceito de teletrabalho, ou
trabalho em casa via Internet, também já não é assim tão individualizado,
porque é necessário um conjunto de outros técnicos, sem os quais determinados
objetivos muito dificilmente seriam alcançados. Atualmente, o conceito de
trabalho em equipa podendo estar a ser muito invocado, a verdade é que: «Sem estar em causa se é bom ou desejável, o
trabalho em equipa é, antes de mais, um facto – um facto fundamental. Não
encarar esse facto representa, em si, uma opção por determinada forma
(porventura não a melhor, mas em todo o caso uma forma) de trabalhar em
equipa.» (APOLINÁRIO, 2001:51).
Bibliografia
APOLINÁRIO, J. M. Marques, (2001). Trabalho
PARREIRA, Artur (s.d.). Comunicação e motivação nos Grupos e Reuniões de
Trabalho, in: AUTOR DESCONHECIDO, s.d. e s.l., “A Comunicação”: 280-81
“NÃO, ao ímpeto das armas; SIM, ao diálogo criativo/construtivo.
Caminho para a PAZ”
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=924397914665568&id=462386200866744
Venade/Caminha – Portugal, 2024
Com o protesto da minha permanente GRATIDÃO
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente HONORÁRIO do Núcleo Académico de Letras
e Artes de Portugal
http://nalap.org/Directoria.aspx
http://diamantinobartolo.blogspot.com
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