domingo, 26 de maio de 2024

Normas comportamentais e trabalho em grupo.

Como se sabe: 

«Os processos de comunicação ocupam um lugar privilegiado nas organizações, condicionando a sua existência e eficácia. A eficácia de uma organização depende da segurança, rapidez e exactidão das suas comunicações – quer na relação com o meio exterior quer ao nível das interacções que se estabelecem no seu interior,

E a importância de uma comunicação eficaz não se faz apenas sentir nas empresas, mas em todo o tipo de organizações. Por exemplo, nos hospitais o sucesso da terapia depende da qualidade da comunicação que se estabelece entre o doente, os médicos, os enfermeiros, o pessoal auxiliar e os familiares do doente. A complexidade e as questões decorrentes da comunicação interpessoal e grupal são acentuadas ao nível da organização, considerando que: a) o número de interlocutores é mais numeroso; b) a comunicação envolve também interlocutores exteriores à organização; c) os interlocutores ocupam um lugar na hierarquia que lhes confere um estatuto que vai influenciar o conteúdo e o trajecto da comunicação; d) os fenómenos da comunicação estão intimamente ligados aos fenómenos do poder no interior da organização: os interlocutores estão situados em determinada posição no sistema organizativo, o que lhes confere um poder que afecta e determina a comunicação.» (AUTOR DESCONHECIDO, s.d., “A Comunicação”: 281)

As dinâmicas do relacionamento interpessoal passam pelas atitudes comunicacionais, face às situações concretas. Neste contexto, várias são as atitudes que se podem, e/ou devem tomar, no sentido de as adequar ao melhor relacionamento interpessoal possível, nos diversos grupos em que toda a pessoa se insere. Uma Atitude de Comunicação é o conjunto de expressões verbais (palavras) e não-verbais (comportamentos) que revelam, claramente, ou de forma implícita, uma determinada intenção, em relação ao interlocutor. Indicam-se, assim, algumas dessas atitudes:

«a) Atitude de Avaliação – Dados os seus efeitos, deve ser sistematicamente evitada. É utilizável, ocasionalmente, perante o erro ou falha do interlocutor, mas só quando este aceita sem contestação a autoridade do emissor. Mesmo neste caso, não se deve utilizar com frequência, porque gera incomunicabilidade. Ou será substituída por outras (exploratória, por exemplo) ou, quando tal for possível e o erro não for perigoso, não será usada e o emissor não intervirá;

b) Atitude de Orientação – A orientação introduz novas informações no sistema comunicante, o que obriga a maior esforço. Consequentemente, deve ser dada apenas quando é pedida (pedido de informação) e não corre risco de ser inadequada (quando a sua utilidade e adequação ao receptor é visível) Atitudes de orientação sobre assuntos pessoais, íntimos, do receptor, devem ser muito comedidos e cautelosos;

c) Atitude de Apoio – A atitude de apoio mantém ou aumenta o estado emocional do sistema comunicante. Por este facto, está indicada para situações de alegria e entusiasmo. Em situação de tensão, perturbação, dor ou pânico, o seu efeito comportamental vai no sentido de se manterem esses estados. Usada só, não está, por isso, indicada: deve ser acompanhada por outras como a exploratória ou a empática. Quando a dor deriva de uma situação irremediável, uma morte, por exemplo, é geralmente adequado utilizar uma atitude de apoio de pouca intensidade;

d) Atitude Exploratória – A atitude Exploratória manifesta o desejo de colher informações. Por esse facto mesmo, o comportamento do receptor variará consoante essa recolha de informação lhe parecer legítima ou abusiva. No primeiro caso, esta atitude facilitará o fluxo informativo; no segundo caso, criar-lhe-á barreiras. Tem de ser usada com tacto, sempre que o assunto envolva os sentimentos do interlocutor. Uma forma aceitável desta atitude é, nesse caso, a escuta atenta e silenciosa.» (PARREIRA, Artur, Comunicação e motivação nos Grupos e Reuniões de Trabalho, in: AUTOR DESCONHECIDO, s.d., “A Comunicação”: 280-81).

e) Atitude de Interpretação – Que provoca uma sensação de apressamento; aumenta a resistência à comunicação; facilita o sentimento de incompreensão e deturpação; favorece o conflito e pode acelerar o choque de opiniões;

f) Atitude de Compreensão – Que se manifesta pela sensação de que se está a ser ouvido; reduz a intensidade do estado afetivo; aumenta a capacidade de análise e favorece a racionalidade.

Na relação de comunicação não há atitudes puras; várias podem ser expressivas, mas há uma que predomina. As atitudes escolhidas devem ter a ver com as diferentes situações de comunicação. Caberá ao interlocutor, no papel de emissor, escolher a atitude comunicacional em função dos objetivos que pretende alcançar, não descurando as possíveis consequências que a partir do recetor podem surgir. As relações comunicacionais entre pessoas são uma ciência e uma arte e, não dominar corretamente estas duas habilidades, pode constituir a diferença entre o êxito e o fracasso, entre a harmonia e o conflito.

Resulta, então, que comunicar eficazmente é crucial também nas relações de trabalho. As mudanças tecnológicas e a organização do trabalho têm vindo a impor profundas alterações na distribuição de tarefas, na obtenção de resultados (ou atingir objetivos) no relacionamento interpessoal entre trabalhadores e entre estes e as respetivas chefias. O trabalho individual, no limite do conceito segundo o qual o homem não sobrevive isoladamente, não existirá, incluindo em algumas profissões liberais, artesanais e domésticas.

Aliás, o recente conceito de teletrabalho, ou trabalho em casa via Internet, também já não é assim tão individualizado, porque é necessário um conjunto de outros técnicos, sem os quais determinados objetivos muito dificilmente seriam alcançados. Atualmente, o conceito de trabalho em equipa podendo estar a ser muito invocado, a verdade é que: «Sem estar em causa se é bom ou desejável, o trabalho em equipa é, antes de mais, um facto – um facto fundamental. Não encarar esse facto representa, em si, uma opção por determinada forma (porventura não a melhor, mas em todo o caso uma forma) de trabalhar em equipa.» (APOLINÁRIO, 2001:51).

 

Bibliografia

 

APOLINÁRIO, J. M. Marques, (2001). Trabalho em Equipa. Paradigmas do Desporto, in: Dirigir. Lisboa: Instituto do Emprego e Formação Profissional, Nº 72, março-abril, 2001, pp.51-57

PARREIRA, Artur (s.d.). Comunicação e motivação nos Grupos e Reuniões de Trabalho, in: AUTOR DESCONHECIDO, s.d. e s.l., “A Comunicação”: 280-81

 

  

“NÃO, ao ímpeto das armas; SIM, ao diálogo criativo/construtivo. Caminho para a PAZ”

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Venade/Caminha – Portugal, 2024

Com o protesto da minha permanente GRATIDÃO

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

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