A sociedade atual caracteriza-se, de entre outros aspetos,
por uma intensa competição, agora a nível mundial, vulgarmente denominada por
globalização, naturalmente, com reflexos nas comunidades nacionais e, dentro
destas, avultam os pequenos e grandes problemas, inclusivamente, ao nível das
aldeias portuguesas, vilas e cidades.
A globalização veio para ficar; a competição em todos os setores, agora, também, entre público e privado, cujo exemplo mais elucidativo se deteta entre escolas profissionais, institutos e universidades e, para maior complexidade, até entre religiões, o que nos leva a refletir na seguinte perspectiva:
«A competição é processo
social inconsciente, impessoal e contínuo, visando à conquista de coisas
concretas. O conflito é também uma luta, só que consciente, pessoal,
intermitente, emocional, implicando violência ou ameaça de violência. Visa à
manutenção ou mudança do status social vigente. Os adversários em conflito
estão conscientes de suas divergências, havendo entre eles rivalidades, antipatias,
ódios, críticas de forte tonalidade emotiva. (…). Enquanto a competição assume
forma de luta por coisas concretas (alimentação, sobrevivência, lugar no espaço
e no mundo ocupacional), o conflito é luta por um status social.» (TORRE,
1983:81).
A Proteção Civil e Segurança dos cidadãos, para além da
responsabilidade individual de cada pessoa, envolvem os poderes públicos,
designadamente no que concerne à conceção, implementação, acompanhamento,
avaliação e atualização permanentes de planos locais, neste domínio de atuação.
Os objetivos de um tal projeto resultam, imediatamente, da
própria designação da intervenção: “Proteção
Civil e Segurança” e, nesse sentido, é fundamental a cooperação entre
diversas entidades públicas: forças armadas, forças de segurança, autoridade
marítima nos territórios ribeirinhos, organizações não-governamentais,
instituições privadas de solidariedade social, Igreja, Câmara Municipal e
Juntas de Freguesia.
Naturalmente que a cooperação entre os distintos grupos,
acima mencionados, pressupõe a necessidade de haver uma entidade de coordenação
que, na circunstância, pode ser constituída pelos grupos que mais permanecem no
terreno: autoridade marítima, nas zonas ribeirinhas, forças de segurança,
bombeiros, Câmara Municipal, Junta de Freguesia, certamente com a coadjuvação
dos restantes grupos.
Naquela perspectiva, a coordenação implica que o próprio Plano de Intervenção, e no conceito da Proteção Civil e Segurança, contenha como que um “Subplano” específico. Com efeito:
«A coordenação começa com planejamento. Todos os planos devem ser
inter-relacionados e estabelecidos para ajustarem-se a todos os demais planos
de todos os aspetos da organização. Os planos de curto prazo e de longo prazo
devem ser integrados de modo que seus respetivos objetivos se harmonizem. (…) A
coordenação na implementação de planos será mais suave se aquelas pessoas que
estiverem para ser responsáveis pelo cumprimento dos planos, participarem dos
estágios iniciais destes. Se todos sabem o que está planejado e colaborarem no
desenvolvimento do plano haverá pouca dificuldade em coordenar as atividades do
pessoal dentro do grupo.» (CARNEGIE & ASSOCIADOS, 1978:250, 519).
A toda a complexidade descrita, não se pode ignorar o
processo de globalização que envolve uma crescente migração de pessoas, das
mais diversas etnias, culturas, religiões, usos e costumes. Ora: se por um
lado, contribuem para o enriquecimento do património cultural nacional; por
outro lado, postulam uma redobrada atenção das entidades, direta e
indiretamente responsáveis pela Proteção Civil e Segurança, no sentido de
conceder aos cidadãos as facilidades legais e humanas, para melhor e mais
rapidamente se integrarem na sociedade de acolhimento.
Afigura-se, também, que neste domínio a cooperação com os grupos migrantes, e vice-versa, são fundamentais para a segurança e paz sociais. Com efeito, analisado este tema, verifica-se portanto:
«Um dos laços que unem as pessoas entre si e
que ajudam a realização das pessoas como indivíduos, é a compartilha de
deveres, experiências, pensamentos e opiniões. Cooperando e participando no
atingimento comum de metas e objetivos e compartilhando de recompensas,
sucessos e satisfações comuns a todos. As pessoas ganham uma sensação de
realização que é importante para sua auto-realização como indivíduos.» (WILLIAMS,
1978:77).
A Proteção Civil e Segurança não dependem, portanto, apenas
de uma organização, e muito menos de uma só pessoa, como não está direcionada,
exclusivamente, para os fenómenos naturais, tumultos sociais ou situações
humanitárias drásticas, mas pontuais.
A Proteção Civil e Segurança fazem-se no dia-a-dia,
concedendo aos cidadãos, sem discriminações negativas, os benefícios de que
carecem, para terem uma qualidade de vida digna de toda a pessoa humana,
satisfazendo-lhes as principais necessidades que constituem obrigação da
sociedade, através dos seus legítimos e legais representantes.
Os conflitos resultantes de situações sociais,
verdadeiramente desumanas, têm de estar na linha das preocupações de todos os
responsáveis, os quais devem unir-se para combater os novos flagelos que
ameaçam a paz, qualidade de vida e a felicidade das populações.
BIBLIOGRAFIA
CARNEGIE,
Dale & ASSOCIADOS, (1978). Administrando Através das Pessoas. Tradução,
Ivan Zanoni Hausen. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército – Editora
TORRE, Della, (1983). O Homem e a Sociedade. Uma Introdução à
Sociologia. 11ª Edição. São Paulo: Companhia Editora Nacional
WILLIAMS,
Michael, (1978). Relações Humanas. Tradução, Augusto Reis. São Paulo: Atlas
“NÃO,
ao ímpeto das armas; SIM, ao diálogo criativo/construtivo. Caminho para a PAZ”
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=924397914665568&id=462386200866744
Venade/Caminha
– Portugal, 2024
Com o protesto
da minha permanente GRATIDÃO
Diamantino
Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente
HONORÁRIO do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal
http://nalap.org/Directoria.aspx
http://diamantinobartolo.blogspot.com
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