domingo, 14 de julho de 2024

VALORES AMBIENTAIS.

 

Seria perfeitamente inconcebível projetar o desenvolvimento de aldeias, vilas e cidades, sem atender à efetivação de melhoramentos públicos, precisamente, nos domínios do ambiente, agora nas suas vertentes de Higiene e Saúde Públicas, a partir das diversas intervenções possíveis: desde a formação de uma consciência ecológica nacional; à construção de grandes obras de saneamento básico; recolha e tratamento de lixos; drenagem de águas; limpeza e desinfestação de arruamentos, entre outras ações de preservação da melhor qualidade do meio-ambiente natural.

O mundo atual, finalmente, vem despertando para os valores ambientais, pese, embora, o ainda pouco expressivo investimento, público, e/ou privado, neste domínio, cuja responsabilidade cabe a todos os cidadãos, como também aos dirigentes políticos, empresariais e institucionais, justamente, pela ideia, segundo a qual: investir na melhoria do ambiente não traz retorno suficiente, o que cada vez mais se comprova não ser verdade: como da mesma forma acontece com a canalização de recursos, para dotar as empresas com uma dimensão social.

Hoje, primeiro quarto do século XXI - tem-se conhecimento que aplicar alguns fundos provenientes dos lucros, no âmbito: da formação, do ambiente, da higiene, salubridade, saneamento, saúde pública e segurança ecológica, são excelentes investimentos. Com efeito: «Precisamos aprender princípios básicos de ecologia. Reconectarmo-nos com a teia da vida significa construir e alimentar comunidades sustentáveis nas quais possamos satisfazer nossas necessidades sem comprometer as futuras gerações. É fundamental revitalizarmos nossas comunidades educacionais, empresariais e políticas para que os princípios ecológicos se tornem evidentes como princípios de educação, administração e política.» (CARVALHO 2007:70).

Existe uma perceção cada vez mais nítida, pela qual se constata, e toma conhecimento, que as populações aspiram a uma vida mais saudável, a partir do melhor meio-ambiente possível: quer no seio das famílias; quer no contexto mais alargado da comunidade. Naturalmente que todos os melhoramentos públicos, já por definição redundantes, são bons, porém, nem todos serão considerados: de primeira necessidade, muito menos decisivos para a qualidade de vida das pessoas.

Igualmente se compreende, concordando ou não, que os decisores, realmente, têm de escolher, selecionar, quais os melhoramentos a realizar e a excluir. As opções obedecem, muitas vezes, a estratégias e projetos de grande alcance, a curto, médio ou longo prazos e têm em consideração os recursos financeiros, técnicos e humanos disponíveis.

Nestes, como noutros domínios da intervenção pública, com fundos provenientes dos impostos dos cidadãos, é difícil tomar decisões que, normalmente, afetam, desejavelmente, pela positiva, milhares de cidadãos, quando as intervenções satisfazem carências sentidas por todos, afinal, necessidades básicas.

No que concerne aos grandes melhoramentos públicos, o saneamento básico, em todas as localidades, onde técnica, financeira e demograficamente seja exequível é, certamente, a intervenção mais desejada, bem como aguardada pelas populações, sabendo-se, embora, que é das obras mais dispendiosas e que, em termos de espetacularidade, estética e visibilidade permanente, não produz determinados benefícios, para os seus promotores.

 Com a evolução das mentalidades, e das crescentes exigências das sociedades modernas, tais obras acabam por ser valorizadas, os seus responsáveis reconhecidos e louvados, independentemente do ciclo temporal, num dado momento, até porque: «Desde a Antiguidade, o homem aprendeu intuitivamente que a água suja, o lixo e outros resíduos podiam transmitir doenças. A descoberta de que seres microscópicos eram os responsáveis pelas moléstias só ocorreu séculos mais tarde com as pesquisas realizadas por Pasteur e outros cientistas famosos. (…). Evitar a disseminação de doenças veiculadas por detritos na forma de esgoto e lixo é uma das principais tarefas do saneamento básico. Os profissionais que actuam nesta área são também responsáveis pelo fornecimento e qualidade das águas que abastecem as populações.» (CAVINATTO, 1992:5).

No quadro dos pequenos municípios portugueses, a maioria dos quais, inseridos em áreas rurais, a problemática do saneamento básico não se colocava, pelo menos com tanta preocupação, como hoje ocorre. As moradias particulares e os edifícios públicos, eram servidos por fossas séticas, nas quais se processava algum tratamento bacteriológico, dos dejetos provenientes daquelas instalações e, quando necessário, haveria o esvaziamento de tais recipientes, e posterior descarga em locais, provavelmente, inadequados, e/ou para fins de adubo das terras agrícolas.

É possível que esta situação ainda constitua uma prática em muitas localidades, com todas as consequências nocivas para os solos, alimentação e contaminação dos lençóis freáticos, enfim, verdadeiros focos de doenças e degradação ambiental.

A intervenção da Câmara Municipal, nestes domínios, constitui uma visão de futuro, um alargamento de horizontes, do maior impacto que algum outro melhoramento dificilmente igualará. Dado tratar-se de melhoramentos muito dispendiosos, caberá ao Governo Central disponibilizar os recursos financeiros, inclusivamente, com mais apoio dos fundos comunitários, consignando-os às Câmaras Municipais, para este tipo de intervenções públicas, porque não pode haver discriminação entre os cidadãos, principalmente nos benefícios essenciais, que interferem com a saúde, conforto, bem-estar e qualidade de vida.

O saneamento básico, para além de se inscrever numa das principais prioridades, deverá, portanto, cobrir o máximo do território nacional, obviamente, onde as condições técnicas o permitirem e o custo/benefício sejam compatíveis, naturalmente sem jamais colocar em questão a saúde pública, assim como o direito das populações, em usufruir deste benefício inestimável.

 

Bibliografia

 

CARVALHO, Maria do Carmo Nacif de, (2007). Gestão de Pessoas. 2ª Reimpressão. Rio de Janeiro: Senac Nacional

CAVINATTO, Vilma Maria, (1992). Saneamento Básico, fonte de saúde e bem-estar. São Paulo: Moderna.

 

“NÃO, ao ímpeto das armas; SIM, ao diálogo criativo/construtivo. Caminho para a PAZ”

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Venade/Caminha – Portugal, 2024

Com o protesto da minha permanente GRATIDÃO

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente HONORÁRIO do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

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