Provavelmente, a partir da sustentação na investigação científica, com alguns critérios de rigor, nomeadamente a objetividade e a verificabilidade, pode-se afirmar que, com exceção de situações extraordinárias, as cidades/localidades que mais investem na educação e formação profissional dos seus cidadãos residentes e outros que a procuram para diversos fins, são, também, as que mais possibilidades apresentam de prosperar.
A prova paradigmática,
segundo a qual a educação e a formação promovem o desenvolvimento, pode
reportar-se às cidades/localidades que possuem estabelecimentos de ensino e de
formação profissional a todos os níveis, com destaque para as escolas
profissionais do ensino médio, superior universitário e politécnico.
Exigir dos poderes públicos
para estimular e apoiar a iniciativa privada, na implementação daquelas
infraestruturas, é, já por isso mesmo, um dever de cidadania, que nenhum
responsável deve deixar de cumprir, sob pena de estar a conduzir toda uma
população para o atraso, para o obscurantismo e para a exclusão social nas
vertentes responsáveis por esta anomalia, como por exemplo, a exclusão no
acesso ao emprego, ao conhecimento, à progressão na carreira profissional e à
discriminação cultural.
Obviamente que não é
possível construir universidades, institutos politécnicos, centros de formação,
escolas superiores e secundárias em todas as vilas e pequenas cidades do país,
porque também se defende que deverá haver a perspectiva das realidades locais e
regionais, no sentido da boa aplicação dos recursos públicos e privados, os
primeiros dos quais, à custa da tributação, coercivamente aplicada aos
contribuintes.
Será sempre desejável que
nenhum serviço, incluindo a saúde, a educação e a formação profissional,
provoque elevados prejuízos, apesar dos seus objetivos eminentemente sociais,
para o que se defende a aplicação de taxas proporcionais aos rendimentos
verdadeiramente auferidos, declarados e sinais exteriores de riqueza, que cada
cidadão apresenta.
Cidade que educa para o
trabalho, para o estudo, para a cidadania com toda a envolvência que esta
implica, concretamente, participar na vida pública da cidade, certamente que
será, a curto e/ou a médio prazos, um local de procura e de fixação de pessoas,
serviços e empresas, que por sua vez vão contribuir para o sucesso dos
indivíduos, das famílias e da comunidade em geral, pela produção e pelo consumo
sempre em crescendo, até aos limites que forem tecnicamente possíveis, sem
deteriorar outros valores e interesses, desde logo, o ambiente, a segurança, o
trânsito fluido e seguro, o atendimento rápido, humano e eficaz dos hospitais,
escolas, repartições públicas e privadas.
A difusão do
conhecimento, a partir dos polos universitários de investigação científica e
tecnológica, é motivo mais que suficiente para que a prosperidade se instale e
desenvolva nas localidades que beneficiam ou venham a receber e apoiar tais
infraestruturas, verdadeiras fontes de progresso bem-estar social, económico e
cultural, afinal, uma melhoria significativa na qualidade de vida.
A cidade educadora, agora
no seu sentido mais nobre de educação e formação integrais. Em síntese, cidades
e outras localidades educadoras, é o projeto que se pretende desenvolver, para
que todos tenham acesso às mesmas oportunidades constitucionais e legais,
porque se defende a: «Educação e formação
de todos, em todas as oportunidades e espaços do quotidiano, ao longo da vida.
(…) A escola passa a ser todo o território; a educação torna-se efetivamente
permanente: educação para uma vida cultural e socialmente multifacetada em
qualquer fase do percurso da vida dos indivíduos. Facilmente se advinham os
benefícios de uma estratégia de mobilização municipal centrada nesta ideia
holística de cidade educadora.» (PINTO, 2004:151).
Quando, objetivamente, se
aborda a cidade educadora, pretende-se convocar para este novo conceito as
autarquias, as empresas, as instituições e movimentos cívicos, os mecenas e a
própria comunidade, organizados em torno de projetos educativos e formativos
para toda a população.
Cidade/localidade que
oferece tais oportunidades aos seus residentes e a todos os outros cidadãos que
nela trabalham, a visitam por períodos regulares ou pretendem deslocar-se, a
qualquer título, para lá, é sempre uma cidade cujo progresso e prosperidade se
farão sentir a curto prazo, beneficiando todos aqueles que nela apostaram pelos
recursos: à educação e formação; ao estudo e ao trabalho; à cultura e ao lazer.
A educação/formação,
atualmente, não se concebe apenas para as crianças e para os jovens, mas
também, hoje e no futuro, todos estão obrigados a este tipo de aprendizagem ao
longo da vida, se quiserem ter o maior sucesso nas suas atividades
profissionais e até na vida privada. Não é por acaso que o conceito da
universidade sénior e os seus objetivos se vêm implementando, com o
funcionamento de tais estabelecimentos, cujos resultados sociais e culturais
apontam no caminho da excelência.
Claro que a tais resultados
não são alheios os conhecimentos adquiridos ao longo da vida, as experiências,
a prudência e a sabedoria dos seus participantes, que assim se consolidam. Num
aparte, que se julga oportuno, aqui está um argumento poderosíssimo para que as
instituições, públicas e privadas, saibam aproveitar o trabalho dos mais
idosos, porém, ainda muito ativos.
BIBLIOGRAFIA
PINTO, Fernando Cabral, (2004). Cidadania
Sistema Educativo e Cidade Educadora. Lisboa: Piaget. Apud, Ministério da
Educación y Ciência de Espanha
“NÃO, ao ímpeto das armas; SIM, ao diálogo criativo/construtivo.
Caminho para a PAZ”
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=924397914665568&id=462386200866744
Venade/Caminha – Portugal, 2024
Com o protesto da minha permanente GRATIDÃO
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente HONORÁRIO do Núcleo Académico de Letras
e Artes de Portugal
http://nalap.org/Directoria.aspx
http://diamantinobartolo.blogspot.com
https://www.facebook.com/ermezinda.bartolo
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