O mundo está consciente de que a humanidade se
aproxima de uma encruzilhada complexa: em cujo ponto central se interceptam,
cruzam e partem cada vez mais caminhos; desconhecendo-se, em muitos deles, a
natureza e objetivos a que conduzem; ignora-se o fim, embora se conheça o
princípio; são como que uma caminhada sem destino concreto.
E nos domínios da metafísica e da espiritualidade,
onde imperam a crença, a fé e o misterioso, como aceitar estes conhecimentos e
como transmiti-los? Serão as máquinas inventadas pelo homem competentes para o
fazer? Como atitude intelectualmente honesta, e metódica, pode-se dar o
benefício da dúvida, e aceitar que constituem mais um bom recurso, a utilizar
no ensino à distância, este sim, cada vez mais interessante, e que oferece
imensas vantagens.
Educar e formar pessoas humanas implica:
conhecimentos, técnicas e avaliações diferentes das que se utilizam na
construção de objetos, sejam edifícios, pontes, estradas, máquinas ou simples
peças de vestuário, calçado e outras inúmeras coisas materiais. Preparar para a
vida individual de cada pessoa, em sociedade humana, não é o mesmo que
programar uma máquina.
A pessoa humana comporta, e transporta, princípios,
valores, sentimentos emoções e atitudes que possibilitam: o melhor ou pior
relacionamento interpessoal; que promove, havendo para isso vontade, a
harmonia, a compreensão, a tolerância e a resolução de problemas
sócio-culturais, pessoais e do grupo; que enriquecem as dimensões
verdadeiramente humanas, como a ética, a religião, a política, a social e a
interrelacional, entre outras.
A humanidade entrou no século XXI, envolvida numa
eufórica confiança, quase ilimitada, nas capacidades e benefícios da tecnologia
e de um bem divulgado cientismo positivista que, alegadamente, tudo resolve,
muito embora já se saiba que nem todos os problemas, pelo menos por enquanto,
estão acessíveis à ciência.
A auréola técnico-científico-materialista, em que
alguns setores da sociedade procuram envolver-se, tem conduzido a situações
deprimentes e humilhantes, precisamente para alguns dos povos em todo o mundo,
desmistificando, assim, a ideia, segundo a qual, uma educação/formação que
integre os domínios sócio-culturais, não tem relevância para o progresso e
bem-estar humanos.
A educação/formação do homem contemporâneo, numa
perspetiva de futuro, no sentido de se aperfeiçoar e consolidar uma sociedade
moderna, justa, tolerante, solidária e produtiva, pressupõe investigação,
conhecimento e prática, eventualmente inverificados ou inconfirmados pelos
critérios científicos e tecnológicos, mas não menos credíveis, realistas e
úteis na vida corrente de cada pessoa.
A fórmula
mágica, qual receita milagrosa, para educar/formar pessoas humanas, a ciência e
a técnica ainda não a revelaram inequivocamente, o que não impede de se tentar
outras abordagens, e transmitir algumas práticas e valores: quer pela
comunicação tradicional; quer pelas boas-práticas de quem pode e deve ministrar
tais matérias, inegavelmente, os professores/formadores, encarregados de
educação e Igrejas, numa primeira fase da vida da criança, do adolescente e do
jovem. Posteriormente, também, ao adulto.
Educar,
ensinar, formar, instruir, preparar para a vida e até para a morte biológica,
constituem ações interdependentes, que integram um projeto grandioso, a aplicar
numa sociedade humana cada vez mais globalizada, para determinados fins, com
uns atores bem escolhidos e, também, outros cada vez mais excluídos, em certas
faixas sociais e etárias, do acesso aos bens e valores essenciais, à dignidade
da condição da pessoa humana.
Será, contudo, muito difícil, se não mesmo
inexequível, eliminar a nobre função do professor, formador, docente, tutor,
conselheiro, companheiro e cúmplice pedagógico, do sistema educativo, quaisquer
que sejam as suas modalidades: direta, presencial, emocional, afetiva e
espiritual ou à distância, com as vantagens práticas de todo o potencial da
tecnologia, ao serviço da educação/formação.
Diamantino
Lourenço Rodrigues de Bártolo
Blog
Pessoal: http://diamantinobartolo.blogspot.com
Portugal:
http://www.caminha2000.com (Link’s
Cidadania e Tribuna)
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