Integradas no setor primário das atividades económicas humanas, a agricultura, a pesca e a caça, as duas primeiras como modo de ganhar a vida para muitas pessoas, a terceira como ocupação dos tempos livres, lazer e desporto, (embora, em todas as situações, produzindo, também, riqueza) constituem, apesar das respetivas características, atividades que no espaço territorial dos Concelhos, proporcionam trabalho a centenas de pessoas e alguma qualidade de vida.
E se na perspetiva de garantir uma subsistência condigna, a quem vive,
exclusivamente da agricultura, a situação seja de muito pouco conforto
financeiro, porquanto ainda se continua a trabalhar o minifúndio,
principalmente no Minho, com práticas ancestrais, cuja produtividade, por
unidade de superfície cultivada é: em geral, muito baixa, nalguns casos, de
nítido prejuízo, nem chegando, sequer, a ser uma agricultura de subsistência;
outro tanto se verifica, eventualmente com menos dramatismo, com a pesca
profissional, que se desenvolve na costa marítima e, em parte significativa,
nos rios. Por sua vez a caça, como atividade económica primária, que também
remonta à antiguidade, proporciona prazer aos seus praticantes, e gera receitas
consideráveis para os cofres públicos, indústria do armamento e artefactos,
seguradoras e restauração, entre outras.
Em muitos Concelhos, aquelas atividades primárias
ainda têm forte expressão e algum dinamismo, pese, embora, e no que respeita à
agricultura e atividades a montante e jusante (agropecuária e afins) problemas
de escoamento dos produtos tradicionais e específicos de cada aldeia, sendo
evidente alguma dificuldade, por parte das entidades competentes, em
proporcionarem melhores condições para estas atividades, em especial no que se
refere à qualificação dos produtos, e a estimular a juventude para a
agricultura e pesca, parecendo não serem suficientes os apoios financeiros e de
formação, respetivamente para a lavoura e para a pesca.
O mundo rural só não está deserto porque os
“seniores” ainda vão trabalhando parte da terra, bem como alguma juventude,
esta já com elevadas qualificações para o setor, aliando-se, ainda, a crise
provocada pelo desemprego que se vive, por isso, os jovens também se voltam um
pouco para a agricultura, até com muita alegria e vontade de aprender o
suficiente para obterem os melhores resultados. É preciso investir nos apoios e
incentivos à agricultura, sem dúvida alguma.
Idêntica reflexão aqui se deixa no que se reporta
às pescas: artesanal, local e costeira; e também às pescas profissional, do
largo e longínqua, porque estas modalidades proporcionam milhares de postos de
trabalho, para sustentar centenas de famílias e abastecer todo um mercado de
consumo, cada vez mais carenciado e exigente destes produtos.
Naturalmente que é necessário valorizar, modernizar
e dignificar estas atividades, e os respetivos profissionais, porque elas
constituem modos de vida para milhares de pessoas, fonte de receitas e a
manutenção de uma alimentação de alta qualidade para a população. O agricultor
e o pescador são parte integrante do sistema produtivo do país e, nesse
sentido, é justo que se lhes reconheça o estatuto socioeconómico que lhes é
devido.
A agricultura no Minho, por exemplo, em regra, não
será lucrativa na perspetiva empresarial, porque o tipo de propriedade,
tradicionalmente, enquadra-se no minifúndio, o que impede, seguramente, o
recurso à maquinaria mais avançada e, consequentemente, redução nos custos de
produção, desde logo, em mão-de-obra, situação que se agrava, por alguns
preconceitos, quanto às vantagens da constituição de cooperativas agrícolas de
produção, pela via do emparcelamento das pequenas propriedades.
O conceito de propriedade privada e a sua
importância na valorização do património individual é muito forte, e ainda bem:
«A propriedade privada é uma condição e
uma garantia da dignidade da pessoa humana. Quem não possui nada está obrigado
a viver na situação de um mantido, sem aquela independência económica que é
garantia de liberdade e dignidade. (…). A propriedade privada é necessária como
estímulo de produção. Se não existisse este incentivo não haveria na sociedade
aquela abundância de meios necessários para a perfeição e desenvolvimento da
vida humana. (…). Como exigência da natureza do homem. O melhor meio que nos
forneceu nossa razão para lograr o destino universal dos bens foi a propriedade
privada.» (GALACHE, GINER & ARANZADI, 1969:262-63).
Uma solução desta natureza traria, no curto prazo, imensas vantagens
para o aumento e qualidade da produção, preços mais acessíveis, maiores
rendimentos com menos trabalho para os donos das terras afetadas à cooperativa
agrícola, para além da valorização das mesmas, a que se somaria a criação de
postos de trabalho permanentes e a instituição, a médio prazo, de mais Escolas
Profissionais Agrícolas, por exemplo, mesmo existindo já algumas, tudo isto
entre outras iniciativas e correspondentes benefícios.
Bibliografia.
GALACHE –
GINER – ARANZADI, (1969). Uma Escola Social. 17ª Edição. São Paulo: Edições
Loyola
“NÃO,
à violência das armas; SIM, ao diálogo criativo. As Regras, são simples, para
se obter a PAZ”
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=924397914665568&id=462386200866744
Venade/Caminha – Portugal, 2023
Com o protesto da minha
permanente GRATIDÃO
Diamantino Lourenço Rodrigues de
Bártolo
Presidente do Núcleo Académico
de Letras e Artes de Portugal
http://nalap.org/Directoria.aspx
http://diamantinobartolo.blogspot.com
https://www.facebook.com/ermezinda.bartolo
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