A comunicação humana não pode pré-existir às
relações entre os indivíduos, pois consiste em criar um estado de espírito,
comum entre aquele que comunica e aquele que recebe a comunicação, o que supõe
relações anteriores. Reciprocamente, uma sociedade não funciona se não existir
a comunicação.
Os homens não são máquinas, e toda a interação
humana subentende a mediação de ideias que são comunicadas. Daqui podem
extrair-se conclusões interessantes, no quadro das relações humanas
quotidianas, como por exemplo: a relação professor-aluno pode levar a pensar em
bases, segundo as quais o aluno, sujeito-alvo, atribui poder ao professor,
agente-influenciador e, certamente, reconhecer-lhe poder de competência; por
sua vez, o professor poderá legitimar ao aluno, poder de recompensa e de
punição, através da simpatia ou antipatia que o aluno demonstra.
Quando se abordam as questões da comunicação, um
dos tipos que se discute, coloca-se ao nível da comunicação verbal, diretamente
conotado a uma língua, esta considerada indispensável na produção de
documentos, que transmitem informação diversa, conforme a sua origem,
destinatários e objetivos, comportando em si mesmo significações, que o leitor
terá de interpretar corretamente, no sentido que o remetente pretende dar à
informação produzida.
O que, imediatamente, se infere desta reflexão, é a
importância de dominar muito bem, a língua que se utiliza na comunicação
verbal. Na verdade: «Falar uma língua é
adotar uma forma de comportamento regido por regras, sendo estas regras de uma
grande complexidade. Aprender e dominar uma língua é (interaliar) aprender e
dominar estas regras. Este é um ponto de vista familiar à filosofia e à
linguística, mas dele nem sempre se tiraram todas as consequências.»
(SEARLE, 1981:21).
Naturalmente que existem algumas orientações para
se introduzirem regras (há quem lhes chame truques), simples e acessíveis à
linguagem popular, para melhorar a transmissão dos comunicados humanos, de que
se podem destacar algumas delas:
a) Cultive a empatia;
b) Mostrar um rosto aberto, interessado e convicto,
sobre o assunto que está a expor;
c)Planeje o que vai falar;
d) Pronunciar as palavras corretas e claramente;
e) Falar distintamente, com boa dicção, nem muito
alto, nem muito baixo;
f) Concentrar-se na sua mensagem e levar os
interlocutores a fazerem o mesmo;
g) Aprenda a ouvir;
h) Não usar maneirismos, nem palavras complicadas e
os termos técnicos apenas,
i) Quando, for absolutamente necessário, se
possível, perante um auditório especializado no tema;
j) Ser breve, conciso, preciso, estruturante quanto
aos objetivos a atingir;
k) Manter uma postura correta, gestos comedidos que
acompanham a palavra,
l) Controlo de voz, que evite os sons
excessivamente agudos ou graves;
m) Preste atenção na linguagem
não-verbal
n) Não seja o “dono da verdade”
o) Pratique a comunicação pessoal não violenta.
O relacionamento humano seria impossível, sem o ato
comunicativo, entendido este como uma interação entre pessoas, que desejam a
convivencialidade societária, seja em contexto familiar, profissional, social,
político, religioso, ou outro.
As relações humanas pressupõem diálogo, troca de
ideias, transmissão de conhecimentos, divulgação de factos, manifestação de
sentimentos e tantas outras intervenções, só possíveis pela comunicação,
verbal, e/ou, não-verbal.
Qualquer dos tipos de comunicação (verbal e não-verbal),
quando utilizado um, este será tanto mais enriquecido, quanto mais se recorrer,
adequada e complementarmente, ao outro, imprimindo sempre naturalidade,
sinceridade e entusiasmo na apresentação do tema, independentemente do
auditório a quem se dirige a comunicação.
A comunicação forçada, simulada, afetada e muito
sofisticada pode, em certos contextos, dificultar a compreensão da mensagem que
se pretende divulgar e, consequentemente, os efeitos pretendidos e objetivos a
alcançar ficam prejudicados. Com efeito: «Todos
nós admiramos os oradores que conseguem dar naturalidade às suas alocuções, que
não têm medo de se expressar, nenhum receio de utilizar a única, individual,
imaginativa maneira de dizer o que têm a dizer ao auditório.» (CARNEGIE,
1962:188).
Bibliografia
CARNEGIE,
D. (1962). Como Falar Facilmente, 6ª edição. Tradução, Mário Domingues, Porto:
Livraria Civilização.
SEARLE, J. R. (1981).
Os Actos de Fala – Um Ensaio de Filosofia da Linguagem. Tradução, Coordenação
de Carlos Vogt. Coimbra: Livraria Almedina.
“NÃO, à violência das armas; SIM, ao diálogo criativo. As
Regras, são simples, para se obter a PAZ”
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Venade/Caminha
– Portugal, 2023
Com
o protesto da minha permanente GRATIDÃO
Diamantino
Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente
do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal
http://nalap.org/Directoria.aspx
http://diamantinobartolo.blogspot.com
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