A
preparação filosófica para a integração e interculturalidade de qualquer pessoa
deve, portanto, começar o mais cedo possível na sua vida, preferencialmente,
ainda criança, em que esta assimila, praticamente, todos os conhecimentos e,
mais tarde, será capaz de refletir sobre eles.
Na
verdade: «Temos de ajudar as crianças a
formarem-se, e temos de fazer algo de acordo com os nossos valores porque as
crianças não começam com valores próprios. Valorizar a autonomia é respeitar as
concepções dos outros, pesar os seus planos e concepções.» (TAYLOR,
1994:174).
No
respeito por todas as áreas do conhecimento científico e tecnológico e,
obviamente, com a interdisciplinaridade que se presume necessária, torna-se
cada vez mais evidente ser indispensável a abordagem filosófica, em todas as
matérias que visem o desenvolvimento da pessoa humana, da sociedade e do mundo:
sejam matérias que proporcionam o bem-estar e a paz; sejam aquelas que provocam
o desconforto, a infelicidade e a guerra. Refletir é preciso e urgente.
A
Filosofia deverá estar sempre presente, de resto, confirma-se, ter-se acentuado
um certo “deficit” de pensamento, de
reflexão e de análise crítica em diversos tipos de aprendizagem técnica,
prevalecendo, ainda, uma certa mentalidade tecnocrática que, infelizmente, já
provou ser insuficiente para resolver os grandes problemas da humanidade.
O
mundo, as sociedades, grupos e pessoas, tendem a caminhar para a
interculturalidade, por mais barreiras que se coloquem à imigração, por vezes
de forma discriminatória, na medida em que para algumas atividades,
nomeadamente: técnicas, tais como determinadas especialidades e também
desportivas, não existem entraves, a verdade é que a mobilidade será uma saída
para um certa paz social, por isso é necessário repensar, em conjunto, todas as
políticas de imigração, e as respetivas consequências, em diversos domínios,
desde já a dimensão cultural de que cada cidadão está investido.
Nesta
perspectiva: «A tarefa da Filosofia
Intercultural consiste, portanto, em implementar um diálogo filosófico sério,
capaz de criar uma cultura de paz radicada na consciência, segundo a qual não
pode haver uma verdadeira paz mundial sem um certo desarme cultural.» (FRACCALVIERI,
2008:29).
Aceitando-se:
que o futuro, ainda incerto, vai depender muito de um presente, que se conhece
relativamente; que as gerações atuais se preparam para construir um mundo
melhor; que são necessárias para garantir um fim-de-vida condigno aos seus
progenitores; também é verdade, que não se pode descurar o papel daqueles que
se aproximam do fim da sua existência, e que no futuro, poderão ser recordados,
como bons, ou maus, administradores deste presente.
Pouco
valerá dar-se uma formação aos jovens a pensar no futuro, se estes, no seio das
suas próprias famílias, viverem perante atitudes, modos de vida e valores
contrários àqueles que se pretendem transmitir. Aqui também deve entrar uma
filosofia de educação de adultos, até porque estes podem (e devem) continuar
ativos, enquanto lhes forem proporcionadas condições para o efeito.
A
sociedade compõe-se, portanto, de várias gerações, todas importantes, porém,
cada uma com os seus papéis, com os seus projetos em prol do bem-comum. Não
podem os mais idosos ignorar as capacidades dos mais novos; mas também estes
não devem marginalizar e/ou desprezar os conhecimentos daqueles.
A
sociedade intercultural constrói-se com a formação integral de todos, sem
quaisquer exceções ou discriminações negativas. Concordando-se que: «A aprendizagem escolar é metodicamente
heterónoma devendo ter em vista a criação da autonomia. A aprendizagem
comunitária é, necessariamente, autónoma. E é rigorosamente universal. Quer
dizer que não há exclusões por motivo algum, incluindo a idade. É necessário
reconhecer a sabedoria dos mais idosos, pôr ao serviço da comunidade o seu
potencial enriquecido pela prudência e pelo amor aos bens e à história da
comunidade.» (PINTO, 2004:149).
Portanto, é nesta conjugação de
sinergias, de saberes e de fazeres que a Filosofia deve acompanhar as restantes
áreas do conhecimento, sempre com objetivos humanísticos, sem discriminações
negativas, para que as diversas culturas possam enriquecer-se, reciprocamente,
mantendo nos seus núcleos as respetivas matrizes identitárias. Este poderá ser
o caminho da Paz e da Felicidade para um Mundo tão conturbado que, e no qual,
atualmente, ainda se vive.
Bibliografia
FRACCALVIERI,
Bianca, (2008:24). Filosofia como lugar aberto para um diálogo Entre Culturas,
in Filosofia, Ciência & Vida, S. Paulo: Nova Escala, Ano II, Nº 23
PINTO, Fernando Cabral, (2004). Cidadania Sistema Educativo e Cidade Educadora. Lisboa: Piaget
TAYLOR, Charles. (1998). Multiculturalismo, Tradução Marta Machado. Lisboa:
Instituto Piaget.
“NÃO, ao ímpeto das armas; SIM, ao
diálogo criativo/construtivo. Caminho para a PAZ”
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=924397914665568&id=462386200866744
Venade/Caminha
– Portugal, 2024
Com o protesto
da minha permanente GRATIDÃO
Diamantino
Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente
HONORÁRIO do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal
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