É provável a existência de estudos científicos, que comprovem a maior ou menor coesão entre diversos grupos, numa empresa privada do que nos organismos públicos, pela simples razão de que nas instituições públicas o posto de trabalho, após um pequeno período de estágio, ou no final de vigência de um determinado contrato a termo, se torne, praticamente, vitalício e, neste contexto, nem sequer seja necessária qualquer coesão dos diversos grupos.
Entretanto, este panorama, deve reconhecer-se,
também se vem modificando para que entre público e privado os lugares/empregos
vitalícios possam vir a extinguir-se dentro de pouco tempo, porém, dever-se-á
garantir ao trabalhador a máxima segurança no seu posto de trabalho, ao longo
do tempo.
O que se pretende, numa sociedade democrática e
justa, é que todos os cidadãos tenham trabalho digno, honesto e estável. Há
empresas privadas e semipúblicas que podem dar um contributo substancial para
se atingir tal objetivo, na medida em que de alguma forma também beneficiam de
fundos do Estado, logo, até constituirá um imperativo ético-moral. De igual
forma as instituições públicas, principalmente do poder central, também podem
ajudar a combater esta grave crise que, periodicamente, afeta a população
ativa, considerando-se, nesta reflexão, pessoas ativas todas aquelas que,
independentemente da idade, mas a partir dos 18 anos, estão disponíveis para o
mercado do trabalho.
O alargamento de quadros técnico-profissionais de
nível superior, ao nível de licenciados e dos quadros de pessoal médio e
auxiliar, em detrimento do excessivo número de pessoal de gabinete, admitido,
legalmente, através da nomeação política, seria um grande passo no combate ao
desemprego. Jovens com licenciaturas concluídas e sem perspetivas, funcionários
dos quadros de excedentes, operários e outras categorias e classificações, uns
com novos conhecimentos; outros com grandes experiências, respetivamente,
seriam uma mais-valia para as instituições públicas e privadas.
Com um Estado e uma sociedade em crise profundas,
gerir a máquina estatal é muito complicado, difícil e jamais se agradará a toda
a população, por isso se considera importante aproximar a gestão pública da
privada e, provavelmente, os resultados serão diferentes, eventualmente, para
melhor.
Comparar os políticos com funções de governação
poderá ser equivalente a conceder-lhes um papel de gestão de uma empresa, de
resto, grande parte de cargos ministeriais são exercidos por pessoas que
desenvolvem suas atividades profissionais em grandes empresas ou nas
universidades, presumindo-se, então, que a este nível têm experiência, formação
e maturidade suficientes. Aliás, o problema não está neste nível da governação,
mas nos escalões imediatamente inferiores, (assessorias: internas e externas)
já mencionados nesta reflexão, e que constituem a maior despesa do Estado.
Quer as empresas privadas, quer as instituições
públicas, carecem, cada vez mais, de quadros com formação superior, e para que
tal aconteça o Estado e as empresas devem apostar, cada vez mais, na educação e
na formação dos cidadãos e dos seus empregados, respetivamente. Por outro lado,
também parece certo que quanto mais elevado for o nível escolar e profissional
dos colaboradores de uma instituição, mais prestigiada esta se torna.
Nesse sentido: «Os
títulos são muito úteis e é surpreendente como poucas companhias estão cientes
do seu valor, uma vez que, dados a certas pessoas na companhia mudarão sua
perspectiva e sua vida de trabalho, e também a dos clientes com quem têm
contacto. Pode-se usar em abundância adjectivos, acompanhando os títulos
designativos das funções, como por exemplo, gerente administrativo, gerente
executivo, e assim por diante. Tais títulos não mudarão coisa alguma, mas farão
com que clientes e visitantes sintam que estão se deparando ou tratando com
pessoa de nível elevado e ficarão, por isso mesmo, mais satisfeitos.» (BARTON,
(1975: 117).
O corolário da transcrição que antecede é óbvio: o
Estado, também neste domínio, tem de funcionar como uma empresa, permitindo às
dezenas de milhares de jovens licenciados integrarem-se nos seus quadros, para
que a qualidade dos seus serviços seja, significativamente, melhorada e o
relacionamento com os cidadãos que procuram as repartições, para tratar dos
seus assuntos, seja, de facto, de igual para igual.
Isto exige, ainda, uma longa formação nas relações
e comunicação interpessoais, o que, por enquanto, ainda não está completamente
conseguido, julgando-se que tal desiderato será obtido, justamente, com a
entrada de pessoas com nível superior na grande maioria das instituições
públicas. De igual forma se julga interessante a admissão de pessoal médio e
auxiliar, porque este estrato trabalha com entusiasmo, com competência e
educação.
Reduzir despesas não significa despedir pessoal
licenciado, nem técnico, nem assistentes operacionais, nem pessoal auxiliar.
Reduzir despesas passa pelo que é desnecessário, e sumptuoso. Em oposição,
considera-se que as Câmaras Municipais são o maior empregador de trabalhadores
em Portugal, porque de contrário a situação seria catastrófica.
Bibliografia
BARTON, Anthony, (1975). A
Formação do Executivo. Tradução, Roberto Cataldi. S. Paulo: Difel
“NÃO, ao ímpeto das armas; SIM, ao
diálogo criativo/construtivo. Caminho para a PAZ”
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=924397914665568&id=462386200866744
Venade/Caminha
– Portugal, 2024
Com o protesto
da minha permanente GRATIDÃO
Diamantino
Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente
HONORÁRIO do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal
http://nalap.org/Directoria.aspx
http://diamantinobartolo.blogspot.com
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